Escolhas - Fred e Hermione escrita por penelope_bloom


Capítulo 4
Good Night Cinderella


Notas iniciais do capítulo

Oiê,

Bem, nesta minha crise de bondade vou postar esse e mais um outro Cap.

Boa Leitura :)



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QUATRO:

- Segunda-feira já não é bom, e o Snape ainda nos deixou presos dez minutos depois do sinal! – era Neville quem falava.

Eu estava quieta, apenas olhava para a Lasanha de brócolis em minha frente.

- Ele é terrível! – Dino comentou. – mas a cara dele hoje quando o Neville conseguiu reduzir aquele boneco a pó, não teve preço.

- Parabéns Neville, você foi o primeiro da nossa turma que conseguiu fazer isso. Estou orgulhoso de você! – Harry disse usando seu antigo tom de professor.

- Eu queria ter visto isso. – Murmurou Gina.

Eu levantei o olhar e vi Rony. Ele estava comendo – obviamente – e não fazia questão de falar com ninguém. Estava distraído com a sua comida. Ele ficava tão lindo quando estava com esse ar de criança. Sem nenhuma linha no rosto, completamente sereno. Se eu pudesse tiraria um foto dele assim, só para poder passar horas e horas olhando ele.

- E você Hermione? – Simas me perguntou.

Notei então que eu estava fitando Rony a um bom tempo, e me tornara completamente alheia a conversa.

- Eu o que? – eu disse desviando o olhar para Simas a certo custo.

- Com quem você vai ao baile? – ele repetiu monotonamente revirando os olhos.

- Hã... Bem...

Eu podia contar. Mas eu não queria que ficassem implicando comigo, principalmente quando boa parte das garotas da escola gostavam dos gêmeos. Incluindo nesta lista Angelina a artilheira da grifinória. Eu já a vi derrubar Marcos Flint da vassoura com um soco. Eu não a queria irritada comigo. Ainda mais eu, Hermione, palito ambulante.

- Não tenho certeza ainda, não está nada certo. – eu fitei com grande interesse meu suco de abóbora.

- Ué, mas Mione você... – Harry começou.

Eu cutuquei suas costelas.

- Você não ia falar com os elfos esta noite? – ele inventou o final rapidamente meio ofegante com as mãos nas costelas.

- É verdade, tinha me esquecido. – eu sorri amarelo, agradecendo por ele guardar segredo e pedindo desculpas pela cotovelada.

Levantei-me para sair da mesa quando vi Fred me olhando. Ele estava com um olhar meio chocado e decepcionado.

Arregalei meus olhos. Eu não queria que ele me interpretasse mal.

- Fred, preciso da sua ajuda, parece que mudaram o quadro de entrada para a cozinha. – eu sorri. – acho que não vou achar a entrada sozinha.

Ele rapidamente desfez o seu olhar tristonho e disfarçou com um ‘uhum’.

Ele me acompanhou e saímos do salão comunal. Estávamos indo para os corredores da cozinha quando ele me puxou pelo braço.

- Se você não queria ir comigo, você podia ter me falado. – ele olhava para os sapatos interessado.

- Fred, não é nada disso. – eu murmurei.

- Eu sei que eu não sou o Rony, mas eu não quis forçar nada.

- Fred... – chamei-o. Ele estava viajando bonito.

- E se você tiver outro convite mais interessante, não se sinta presa a mim... – ele se destrambelhava a falar.

- Fred me escuta... – tentei novamente.

- Não que eu não queira ir com você, mas se você quiser ir com alguém diferente eu...

- FRED! – eu berrei.

Ele me olhou assustado. Eu não pude deixar de rir.

- Fred, eu quero ir com você, só não quero que o Lino fique tirando onda com a minha cara. – eu sorri. – ou que a Angelina quebre meu braço. – eu fiz uma careta simulando a dor de ter um braço quebrado.

Ele riu.

- Ah, pode apostar que ela tem força para isso. – ele disse se referindo ao braço quebrado.

- E eu não vi o soco que ela deu no Flint ano retrasado?

Ele riu mais.

- Ok, eu vou pedir pro Jorge não contar para ninguém e você conversa com o Rony e o Harry.

Meu sorriso murchou.

- Bem, melhor você falar com o Ron. – eu disse tristonha.

- O que ele fez? – ele recomeçando a andar pelo corredor.

- Ah, ele enlouqueceu e veio brigar comigo por que eu passei a aula com o McLaggen.

Eu contei-lhe o que havia acontecido, ao terminar de falar estava quase chorando.

“Chorar na frente do Fred não né Hermione?”

- Que meu irmão era um idiota eu sempre soube, mas que você era burra eu não sabia.

Eu o olhei, meio ofendida.

- Ele não te odeia Mione. – ele riu. – ele está morto de ciúmes do McLaggen.

Aquilo soava como uma grande idiotice. Era o mesmo que dizer que o Snape estava sendo compreensivo e que estava distribuindo beijos por aí.

- Não seja ridículo Fred. – eu disse parando em frente ao quadro de uma fruteira.

Ele apontou a varinha na pêra de aspecto suculento do quadro. Uma passagem se abriu e nos entramos.

- Mione, pensa bem... – ele se sentou em uma mesa da cozinha. – você, durante anos, só dá a sua atenção para o Rony, e aí, do nada, você começa a conversar com o bonitão do Córmaco. Você sabe que o Rony tem a auto-estima de um elefante entre gazelas.

Eu o olhei, impressionada.

- Faz bastante sentido... É típico dele. – eu o olhei como se ele houvesse descoberto a América. – E por que diabos você só conseguiu três N.O.M.s?– eu disse pensando com os meus botões. – Você devia ser analista! – eu disse convicta.

- Ana-o-que? – ele me olhou espantado.

- É tipo alguém que vende serviços sexuais no mundo dos trouxas. – eu brinquei.

Ele arregalou os olhos.

- Granger, Granger... Fred está poluindo a sua mente. – a voz de Jorge surgiu atrás de nós.

Ele estava escorado na passagem com um sorriso maroto nos lábios. Eu corei ligeiramente.

- Eu só estava brincando, analista é um tipo de psicólogo. Tipo os medi-bruxos responsáveis por casos de bruxos problemáticos e que dão conselhos, sabe? – eu tentei explicar.

- Não tente disfarçar Mione. Eu sei que por trás da sabe-tudo-irritante tem uma ‘analista’ louquinha para sair. – Jorge desenhou duas aspas no ar.

Nós rimos.

- Senhores Weasley, senhorita Granger. – Dobby apareceu sorridente com um avental.

Ele estava com um sorriso gigante e seus olhos que pareciam duas bolas de tênis brilhavam. Ele estava com uma das minhas meias que eu lembro ter tricotado no quarto ano, era uma meia roxa com uma listra azul. Céus como eu tricotava mal.

- Oi Dobby. – dissemos em uníssono.

- Dobby pode ser útil em algo? – ele disse esfregando suas mãozinhas.

- Três cervejas amanteigadas, por favor. – Fred e Jorge disseram juntos.

- E traga algo para você, nos faça companhia. – eu disse me sentando na cadeira ao lado de Fred.

- Não senhorita, Dobby está ajudando Winky a limpar a louça da janta. Mais tarde talvez.

- E Winky como está? – eu abaixei o tom de voz. – ainda com problemas com a bebida?

- Não senhorita. Winky não bebe tem quase quatro meses. Winky havia prometido a si mesma que se a megera Umbridge fosse embora ela se dedicaria a Hogwarts e tomaria Dumbledore como seu próprio mestre, e assim está fazendo. – ele disse orgulhoso.

- Esplêndido. Mande meus cumprimentos a ela. – eu sorri.

- Sim senhorita. – ele disse

CREC.

Ele havia desaparatado. Instantes depois três canecas de cerveja amanteigadas aparecem como mágica – ou melhor, POR mágica – na mesa. Bem como uma cesta repleta de pãezinhos, brioches, geléias de abóbora e batatas crocantes assadas.

Notei então que estava com fome.

Peguei uma das batas assadas com um guardanapo e tomei um gole da minha cerveja.

Ia comentar com os gêmeos como a comida estava boa quando quase mandei a comida para o pulmão de tanto rir. Ambos estavam na mesma posição de lados opostos da mesa, como se um fosse reflexo do outro. Curvados sobre a cesta com vário desses pãezinhos recheados na boca, que estava tão cheia quanto à do Rony costumava estar. Devia ser genético. Ainda ao mesmo tempo eles tomaram um gole de cerveja amanteigada para ajudar a engolir a comida para poderem falar.

- O que foi? – Jorge perguntou.

Eu ainda ria e tossia afogada com a minha cerveja amanteigada.

- Vocês dois... – eu disse pegando ar. – são hilários.

- Bom, as garotas gostam de nós, mesmo nós não tendo um carro... – começou Jorge.

- Nem dinheiro ou inteligência... – Fred continuou.

 - E eu roubei toda a beleza do Fred, bom se eu tive que desenvolver meu humor, imagina este pobre coitado do meu irmão. – Jorge disse voltando a enfiar um brioche na boca.

Eu ri mais. Naquela noite Jorge, Fred e eu ficamos na cozinha até tarde, até uma velha elfa doméstica vir e nós expulsar de lá ameaçando nos botar para limpar os pratos sem magia alguma.

Saímos rindo pelos corredores frios e aconchegantes da escola até o sétimo andar, na torre da grifinória. Passamos pelo quadro e encontramos alguns alunos ainda acordados fazendo as tarefas de casa. Olhei no relógio da sala, já batiam 22h30min.

Dei um estalado tapa na testa.

- Céus! Eu me esqueci de fazer os trinta centímetros de pergaminhos para a aula de História amanhã. Não vou conseguir dormir nada hoje.

- Mione meu amor... – Fred começou botando um braço ao meu redor

- Você se esqueceu de quem são os seus amigos? – Jorge continuou.

- Donos das Gemialidades Weasley?  - Fred murmurou.

- Pedra Boa-Noite-Cinderela. – Jorge tirou uma pedrinha rosa parecida com um tic-tac do bolso.

- Nós ainda nem vendemos, é uma exclusividade nossa... – Fred sorriu.

- E do Lino... – Jorge acrescentou.

- E agora sua. – Fred murmurou em tom de segredo.

Jorge me entregou três pedrinhas rosa. Se há algo que eu aprendi no mundo trouxa é que coisas com o nome “Boa-Noite-Conderela” normalmente não são boa coisa.

- Harry nos contou da droga trouxa com esse nome. E nos roubamos à idéia. – Fred concluiu.

Eu arregalei meus olhos.

- Não! – Fred e Jorge riram juntos.

- Isso aqui, - Fred apontou as pedrinhas na mão de Jorge. – é um intensificador do sono.

- Você pode dormir por 4 horas, e seu corpo vai descansar como se tivesse dormido por 10. – Jorge disse orgulhoso.

Olhei as pedrinhas, maravilhada.

- Isso é brilhante! – eu sorri.

Adeus olheiras.

- Afinal como você acha que nós arrumamos tempo para aprontar, fazer tarefa e ainda ter bom humor?

- E quanto vai custar? – eu perguntei animada.

- Nada. – os gêmeos disseram. – você tem livre acesso ao “Boa-Noite-Cinderela” contanto que nos ajude em algumas pesquisas na biblioteca.

- Por mim, fechado.

Jorge tirou mais um punhado de pedrinhas e as guardou em seu bolso, me deu o frasco cheio que pedrinhas e sorriu.

- Mione, isso é segredo.

- Ok. – eu disse empolgada.

Dei um beijo e um abraço em cada um deles e me dirigi para o tapete perto da lareira. Espalhei meu material e comecei a fazer o meu resumo de História. Os gêmeos se sentaram em um sofá perto ao meu e começaram a discutir idéias. Os textos intermináveis iam se tornando cansativos, o crepitar da lareira era hipnotizante e o tapete felpudo era aconchegante.

...

- Mione, acorda. – era o Jorge, eu acho.

- Hã? – eu abri os olhos.

Os ruivos estavam me olhando de cima. Notei que havia adormecido sobre os pergaminhos, no final da tarefa de poção. Era um questionário simples com 20 perguntas. Lembro que em um instante estava resolvendo a questão número 18 e no minuto seguinte estava desmaiada.

- Nós descemos para ir pegar alguma coisa na cozinha, e quando chegamos te achamos aqui morta no meio do salão comunal – esse era Fred com certeza.

Bom, eu sempre sei quando é o Fred por quatro motivos. O sorriso dele é reto e o do Jorge tem o lábio superior meio torto. Jorge tem duas pintas no pescoço, que parece que ele foi mordido por um vampiro.  Fred tem os olhos felizes e o Jorge tem os olhos meio tristonhos. E o Fred tem um jeito diferente de terminar as frases. Ele faz um rápido movimento com a boca como se ele a contraísse primeiro para depois abrir um sorriso.

- Ah... Que horas são? – eu murmurei.

- 04h35min – Jorge sorriu.

- Uhum. – eu me virei e encostei minha cabeça sobre o tapete felpudo. A lareira ainda estava quente e eu estava tão confortável.

- Vamos Mione, você tem que dormir. – Fred murmurou.

Uma tênue linha me separava dos braços de Morfeu. Longe eu ouvi alguns barulhos, um farfalhar de folhas e algum feitiço sendo pronunciado. Escutei os dois jogando par ou impar para ver quem me levaria até lá em cima, e ouvi Jorge comemorando.

Senti braços ao meu redor me pegarem que nem um bebê. Apoiei minha cabeça contra um peito firme, quente, e muito semelhante a um travesseiro. O cheiro de madeira molhada com alecrim que o Rony tinha Fred também tinha, porém com um toque de almíscar. Eu fiquei ali, escutando o som ritmado do coração dele. Se eu prendesse a respiração eu poderia ouvir o fluxo do sangue dele, correndo tranquilamente pelo seu corpo.

Ouvi o barulho de uma porta e a minha cama ambulante se mexeu um pouco. Irritei-me com o fato do barulho, eu não conseguia mais ouvir a sua circulação. Ouvir aquele singelo barulho quase abaixo da freqüência que o ouvido humano pode escutar parecia como um mantra, relaxante e confortável.

Senti meu corpo escorregar pelos braços do Fred até um tecido frio. Ele desenlaçou meus braços que sem meu consentimento haviam enrolado em seu pescoço e me ajeitou na minha cama.

- Mione, só toma isso aqui. – a voz dele saiu mais rouca e estranhamente baixa.

Sem abrir os olhos, eu peguei o que eu sabia ser a pedrinha vermelha e enfiei goela abaixo.

- Boa noite, Mione.

Eu abri uma fresta dos olhos. Ele me encarava. Ele se inclinou para beijar a minha bochecha e eu, sem pensar nem remediar, ligeiramente virei o rosto.

 Nossos lábios não se preencheram por completo, o canto dos lábios dele roçaram nos meus, e nesse finito e rápido contato eu sorri e me entreguei aos braços do Morfeu.

Só me lembro de sentir meus grossos cobertores cobrirem meus ombros e rapidamente conservarem o calor de meu corpo. Não sei exatamente por que fiz isso, mas sei que pela manhã, não passaria de um sonho.


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Notas finais do capítulo

NHAC...

Aqui está...

Até daqui a pouco.