Quando a Lindsey entrou no palco, Gerard teve que ignorar todo o resto da banda. Ele estava como um gatinho observando uma bola de lã. Jimmy estava fazendo uma gigantesca performance extremamente engraçada no meio do palco enquanto cantava uma música chamada “Stupid Motherfucker”. As recordações daquele dia na casa dele me diziam que aquela era para mim.

Na segunda música que eles tocaram, o pessoal na plateia começou a dançar e pular e Gerard estava estático, sorrindo e observando a Lindsey.  Era como se eles se comunicassem por olhares. Realmente, o show deles foi ótimo.

O show da Flogging Bears foi patético. Eles perderam o ritmo e nada fazia sentido. Sem mais comentários. Mesmo assim, fui cumprimentar Pete no fim e disse algo como “belo show”.  Ele nem me ouviu, foi logo abraçar a tal da Taylor e me deixou no vácuo. Melhor assim.

Os jurados nos enrolaram por uma meia hora até decidir qual banda tinha ganhado. O maior problema, pelo que eu estava entendendo, era a entrada do Bob no meio do nosso show. O tal do Patrick estava lá entre os jurados também, com fumacinha colorida, que nem a banda dele, saindo pelo ouvido, de raiva. Estávamos todos na pista, quando os jurados, no palco, começaram.

- Antes de tudo, queria dizer que todos os shows foram lindos, principalmente o último, com todas essas cores, alegria, meninos que não desistiram mesmo tendo errado algumas notas... – começou a jurada mãe do Patrick. Puxa saaaaco.

- Caham – disse o tio com cara de Homer Simpson, cortando-a – Estávamos em dúvida entre duas bandas, mas era fundamental seguir as regras.

- E por isso, a banda que mais agitou a pista e que merece ganhar nosso prêmio surpresa é... – disse o Gene Simmons

- Flogging Bears! – gritou uma garotinha

- My Chemical Romance! – gritou o Ray com voz de garotinha

- Hã, não. MINDLESS SELF INDULGENCE! – o jurado Homer gritou.

Gerard se virou para Lindsey e disse puxando-a com tanta força que a levantou do chão.

- VOCÊS GANHARAM! VOCÊS GANHARAM!

- Desculpa por ganhar de vocês – ela disse.

- Você vai ter que pagar por isso – ele falou rindo

Depois de termos cumprimentado todos da banda, o MSI subiu ao palco. Tá, eles mereciam ganhar. Se eu fosse perder para alguém, que fosse para o Mindless.

Jimmy já estava fazendo reverências para a platéia.

- Obrigado a todos por pularem ao som de minhas músicas extremamente legais, mas eu não seria nada sem minha banda e sem meu muso inspirador para a primeira música, Fred Lero! – ele disse.

- É FRANK IERO! – corrigi

- Quem disse que era você, idiota? Haha, brincadeira, valeu Frank. Também gostaria de agradecer ao Gerard e ao Bob por terem deixado nossas baixista e baterista inspiradas, cof cof.- o “HM” foi geral, puxado por Mikey, querendo envergonhar o irmão.

- Ela vai ter que pagar por ter ganho o concurso. Vai ter que pagar muito. Hehe, já até sei o que ela vai ter que fazer, MUAHAHA! – Gerard pensava alto

- Disse alguma coisa, Gerard?

- Hm, o que? Não, hehe, nada, Frank...

- E finalmente, agradecerei ao meu Best Friend Forever Para Sempre, Stevie, nosso guitarrista. Eu te amo, seu lindo.

Stevie pegou o microfone.

- Haha, que isso, valeu! Agora diga obrigado aos seus contatos, Jimmy.

- Obrigado aos seus contatos, Jimmy.

- Os contatos dizem de nada. – o jurado Gene disse – Agora podemos revelar o prêmio surpresa? Vocês ganharam... um contrato para dois shows na Arena de NJ!

O Mindless ficou histérico!

Depois da premiação, foi a hora do baile. Tudo estava muito lindo. As lanternas de papel no teto, os enfeites, os casais dançando. Ray e Christa sorriam feliz um para o outro. Alicia, mesmo paracendo muita areia para o caminhãozinho do Mikey, dançava a seu lado com os olhinhos brilhando. Ele, na verdade, era tudo que ela realmente queria. Bob e Kitty estavam em sintonia perfeita. Gerard e Lindsey, nem preciso dizer. Nunca vi meu amigo tão feliz, e dessa vez era pra valer. Eu não cansava de observar as coisas e era só o começo da festa. Tudo não podia ficar mais mágico.

Minto. Podia sim.

Ela estava sentada numa cadeira, perto dos comes e bebes.

- Eh, hm, Jamia... Você quer dançar comigo?

- Frank, não curto muito dança... E eu nunca quis dançar com ninguém.

- Ah...

- Hey – ela levantou e colocou a mão no meu rosto – Com ninguém, exceto você.

Fechei os olhos e nossos lábios foram se encontrando. O beijo foi ficando mais intenso e nosso pés balançavam de leve ao som da música. Fomos dançando lentamente. E nada, nada mesmo, era mais brilhante e caloroso do que o olhar de Jamia naquela hora, nem mesmo as lanternas de papel...