Paper Lanterns escrita por Sparkles


Capítulo 44
Heart Shaped Box ( Gerard's POV )


Notas iniciais do capítulo

Acho que foi o maior capítulo que eu já escrevi até agora. Ponto de vista do Gerard, isso acontece ao mesmo tempo em que as coisas do capítulo anterior acontecem. Dá para sacar isso durante o capítulo.



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Depois da soreveteria, passei numa loja de chocolates e comprei uma caixa em forma de coração com trufas. Saí do shopping e fui andando sozinho em direção ao hospital, visitar a Lindsey. No caminho passei por um lugar conhecido, a casa da Ashley, que me trazia um sentimento ruim por dentro. Passei direto, meio que sem olhar para o lugar. Não gostava das lembranças que ali me traziam.

Quando me aproximei da porta do hospital, avistei Kitty e mais um cara saindo de lá. Eu ia dar um oi, mas ela nem notou minha presença. Entrando, perguntei na recepção por “Lindsey Ann Balato” e a moça me mandou para o quarto 504. Fui andando devagar pelo corredor, até o quarto, com a caixa na mão. Conseguia vê-la pela janela. Parecia entediada, assistindo a TV do hospital. Entrei sem bater, gritando um “surpresa!”.

- Gee, você veio me visitar!

- Vim! Trouxe boas notícias e...

- Chocolate! – ela gritou como uma criança de dois anos – Ah, você querendo me engordar, só porque eu passei o dia todo aqui nesse lugar...

- É, mas eu achava que você já deveria estar em casa. Se você não tivesse me mandado aquela mensagem, eu ia vir te visitar no lugar errado.

- Pois é, eu tive um pequeno probleminha com os pinos. Estavam saindo do lugar, então o médico me mandou voltar, pra consertar. Acabei ficando aqui o dia todo, mas a Kitty estava me fazendo companhia, até agora. Nós conversamos muito, ela é muito simpática.

- Ah, eu a vi saindo daqui quando eu entrei, mas ela nem percebeu. Também tinha um cara que eu acho que estava com ela.

- Tinha sim, um amigo dela. E quais são as notícias boas? – disse Lindsey tentando pegar a caixa da minha mão. Eu a afastei.

- Era um amigo dela, é? E qual o nome dele?

- James, Jimmy, algo assim. Agora, vai, fala do MCR! Como foram as coisas? – seus olhinhos brilhavam

- Bem, a gente... ficou em segundo! – e expliquei as novas regras, falei das apresentações, da nossa performance, enquanto comíamos as trufas.

Lindsey ficou bem feliz com o desempenho do seu aluno Mikey, apesar de tudo. Quando faltavam apenas umas três trufas, o médico entrou no quarto e me expulsou por estar dando chocolate para a paciente. Lindsey riu de mim, mas escondeu ainda um bombom na sua bolsa, para mais tarde. Ela ia passar a noite lá e provavelmente faltar o colégio amanhã também.

- Lyn, agora eu preciso ir. O médico disse que o horário de visitas acabou também... Você vai ficar bem sozinha? Porque eu posso falar com ele para passar a noite aqui com você e...

- Não, tudo bem. Você deve estar cansado, vai pra casa. E eu vou ter alta hoje mesmo. Minha mãe vem daqui a pouco para me buscar, fique tranquilo. Obrigada.

- Então, tchau. – e beijei seus lábios de leve – Não esquece, eu amo você, ok?

- Awn. Eu também te amo. Tchau.

Saí do hospital, com a caixa nas mãos, ainda com duas trufas restantes. O médico disse que não podia deixar com ela. Então tá, né... Pelo menos a gente comeu a maior parte. Vou dar o resto para meu irmão chocólatra...

No caminho de volta, passei pelo portão da Ashley de novo. Olhei e por um momento, não sentia mais aquele medo de antes. Lindsey me amava e isso era tudo que importava. Não tinha motivos para ficar daquele jeito. Encarei a casa e segui meu caminho.

- Gerard? – alguém me chamou, do portão da casa. Quando me virei, pude ver quem era. Tudo o que eu menos queria era encontá-la ali, naquela hora. Mas eu não podia fugir, tinha que ser forte e demosntrar que nada mais me atinge.

- Ashley? O que você tá fazendo ai? – minhas palavras eram frias.

- Eu moro aqui, mas você sabe disso. E você?

- Eu saí do hospital. Fui visitar minha namorada. – falei a última palavra com intonação

- A Lindsey? Ela tá bem?

- Sim, sim... Só se recuperando, porque ela quebrou o pé... E o seu namorado? Ah, é, esqueci... O Pete está namorando a Taylor! – e ri. Ah, vingança. Ela provavelmente ia me dar um fora, mas eu estava feliz demais para discutir com aquela idiota hoje. Continuei rindo... E rindo... E ela estava séria. Quando percebi, uma lágrima escorria pelo seu rosto, seguida de muitas outras.

- Vai, pode me zoar. Eu não ligo... Eu devo ser um lixo mesmo...

- Você está chorando, Ashley? – Nossa, ela tem sentimentos?! Eu nunca a vi chorando.

- E quem se importa? Sai daqui, Gerard.

- A culpa é sua. Se você se importasse com o que os outros sentem, talvez eles também se importassem com você... – fui sincero

- Vai embora. Eu não preciso de ninguém me dando lições de moral ou me dizendo o que eu deveria ter feito. Meu dia já tá uma merda!

E ficamos em silêncio. As lágrimas que escorriam pelo seu rosto, que antes me deixavam feliz, agora me davam pena, muita pena. Olhei para a caixa de chocolate na minha mão e resolvi fazer um ato de solidariedade.

- Olha. – me aproximei e estendi a caixa para ela – pega um – ela me encarou, enxugando a lágrima.

- Não, eu estou de dieta...

- Pega logo. Chocolate é ótimo para corações partidos. – ela sorriu lateralmente – Experiência própria...

- Tá, então eu vou pegar um. Eh... Obrigada.

- Hm, tchau, né?

- Tchau. – ela falou e eu me virei – Hm, Gerard?

- Que foi? – voltei um pouco

- Eh... Eu... sinto muito. Desculpa por ter te usado para conseguir o desenho e tals. Você me perdoa?

- Perdoar é uma palavra muito forte... – ficou me olhando e se aproximando – Eu fiquei muito decepcionado naquele dia da festa e... – ela colocou o dedo por cima dos meus lábios, tirou a caixa de coração da minha mão e deixou-a apoiada no portão. Foi aproximando seu rosto do meu.

- Mas Gerard... – e colocou a mão na minha nuca, por cima do meu cabelo. Eu fechei os olhos por um segundo, mas sentia que aquilo seria muito errado. Ela ainda me atraia um pouquinho, afinal ninguém é de ferro. Então, me lembrei das palavras da Lindsey, naquele dia, o “Eu também te amo”.

- Não, Ashley. – e tirei seus braços da minha volta – Entenda uma coisa. Eu AMO a Lyn. Toda aquela história com você, no final, só serviu para me mostrar quem realmente se preocupava comigo.

- Mas eu me preocupo com você. Nem tudo o que eu dizia era mentira.

- Não, Ashley, não dá mais. Eu estaria traindo a Lyn e me traindo. E você não me ama de verdade, só quer afogar suas mágoas em mim.

- Bem... Talvez você esteja certo. Podemos ao menos ser amigos?

- Olha, vai ser muito difícil. Mas eu posso até tentar te ver com menos raiva.

- E, como amigos, você pode me ajudar com uma coisa. – Tinha que ter um interesse oculto...

- E o que seria?

- Bem, eu queria me vingar do Pete, por hoje. E como eu sei que você também não vai com a cara dele, pensei que poderia me ajudar... Vai Gerard, por uma amiga! – Ela quer que eu me vingue por ela? Eu hein...

- Acho que não, Ashley. Já está tarde, vou andando para casa, ok? Tchau.

- Tchau. Obrigada de qualquer jeito e desculpa...

Segui meu caminho até minha casa. Abri a porta e Mikey estava com a Alicia no sofá. Tomei um susto.

- Que porra é essa, Mikey? Você e a Alícia estão...  JOGANDO O MEU THE SIMS? Eu já não falei que eu quero terminar esse jogo sozinho?

- Calma, Gerard, a gente salvou o seu jogo. Fizemos uma família nova. – disse Alicia, tendo em vista que Mikey estava calado e assustado

- Nossa, Gerard, você quase me matou de susto! E então, como está a Lyn?

- Bem. Ela só foi ajustar os pinos. Eu vou subir pro meu quarto. Olha lá, estou de olho em vocês, viu?

- Ok, boa noite para você também, Gerd.

- Ah, Mikey, eu trouxe um... – e olhei para as minhas mãos, sem a caixa de chocolates. Droga, eu devo ter esquecido no portão da Ashley...

- Trouxe o que?

- Nada, esquece. Boa noite.

Subi, tomei banho e troquei de roupa. Coloquei meu pijama de caveirinha. Fiquei deitado na cama, refletindo sobre o meu dia. Foi bom saber que eu já tinha superado tudo aquilo que eu passei com a Ashley q que não sentia mais nada por ela. A Lindsey agora era tudo que eu precisava. Será que a Ashley estava falando sério sobre aquele lance de amigos ou ela só queria minha ajuda? Bem, não sei... Eu não tenho muitos motivos para me vingar do Pete. Minha mente estava meio confusa, nem consegui pregar o olho. Eu precisava falar com o Frank. Peguei meu celular, o meio de comunicação mais perto de mim no momento, e mandei uma mensagem.

“Frank, preciso falar contigo. Posso ir ai na sua casa?”

Ele me respondeu muito rápido. Devia estar com o celular na mão.

“Tio Gerd, eu acabei de sair de casa. Estou indo com a Jamia naquela espagueteria, para jantar com meu pai. Precisa ser agora mesmo?”

Não respondi. Levantei, peguei meu casaco e desci.

- Gerard, você vai sair?

- Vou, Mik. Tchau. – e fui fechando a porta

- Mas espera! Você tá de... pijama. Ok... Tchau.


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Notas finais do capítulo

Reviews? :D Esse capítulo deu muito trabalho também. Tivemos que acertar cada detalhe para fazer sentido.