P. O. V. Elizabeth Wentwoth Lee

-Acorda Eliza!  – Ouvi a voz de minha mãe me acordando. Abri os olhos e a primeira coisa que vi foi o calendário na parede com um grande “1” marcado em vermelho, hoje era dia primeiro de setembro.

Ah meu deus, hoje era dia primeiro de setembro!!! Eu nem imagino como foi que eu consegui dormir ontem. Passei os últimos vezes lendo e relendo todos os livros, na última semana eu havia arrumado por cor minhas roupas e levei uma caixa extra, lacrada com os meus acessórios, elas estavam lacradas para os objetos não se espalharem na mala.

Olhei para o relógio, já eram 7:00 horas, eu só tinha quatro horas para ficar pronta e chegar na estação King's Cross. Levantei com pressa e fui tomar banho. Saí e vesti a roupa que já estava preparada a dias, de acordo com a previsão do tempo para hoje. Coloquei uma blusa perfeita para a ocasião, com os dizeres: “Eu não sou a única”, uma calça jeans preta. Pus um pequeno casaco por cima da blusa, pois de acordo com minhas pesquisas, iria chover um pouco lá para as 13:00 horas. E por último peguei meu óculos, por causa do sol das 15:00. É eu estava neurótica com a ideia de ir para Hogwarts.

Desci e comi uma salada de frutas preparada de acordo com a receita de uma nutricionista, pois boatos informaram sobre um possível balanceamento no trem no começo da viagem, por causa dos trilhos antigos. Caso eu sinta fome, como um sanduiche que levarei na mala, com ingredientes necessários para me manter satisfeita.

-Meu bem, você vai ficar louca se continuar com essa sua mania de perfeccionismo- Disse meu pai sorrindo e me dando um beijo enquanto tomava seu habitual café e lia jornal. Ao seu lado, mamãe preparava seu café da manhã, ambos ainda sem se arrumar.

Subi e fui até o meu quarto conferir o malão. Abri cuidadosamente e conferi tudo de acordo com uma lista que eu havia escrito há dois meses. Ok ,fechei o malão e fui colocar Hermes dentro da gaiola que eu havia limpado na noite passada e forrado com um pano de seda vermelho, o qual eu trocava a cada três horas por um limpo. Eu havia colocado as coisas de Hermes em uma frasqueira reservada apenas para isso.

Fui ao banheiro e penteei os cabelos novamente, antes de levar meu malão e Hermes até o hall de entrada. Após isso fui escovar os dentes e então pedi para que mamãe me fotografasse junto ao meu malão e Hermes, eu precisava de todos os momentos gravados. 

Olhei para o relógio e notei que eu tinha penas duas horas para chegar à estação King Cross, do outro lado da cidade.

-Mamãe! Papai! Vamos nos atrasar- Chamei-os que apareceram minutos depois a porta, pronto para partirmos.

Entramos todos no carro e papai dirigiu mais ou menos uma hora até chegar à estação. Pude notar algumas pessoas com corujas, mas não dei muita atenção. –Aonde é que pegamos o trem?- Perguntou mamãe confusa examinando o número do bilhete.

-Venham comigo- Eu os chamei e eles me seguiram até a coluna entre o nove e o dez – Vocês devem passar dentro dessa coluna- Eu disse e notei a cara confusa de ambos.

-Vejam e aprendam- Eu disse e passei pela coluna. Quando passei para o outro lado, meus olhos brilharam de pura emoção. Havia bruxos e mais bruxos ali, carregando suas corujas e mostrando suas varinhas aos novos amigos.

Meus pais apareceram ao meu lado, muito mais confusos do que antes.  

-Senhor e senhora Lee, queiram me acompanhar, por favor, até o vagão de monitores e professores. – Ouvi uma voz e me virei, era um garoto de aparentemente 15 anos. Ruivo de olhos azuis. Ele era alto, magro e usava óculos redondos com aros de tartaruga. Senti que o conhecia de algum lugar. Meus pais se surpreenderam com o estranho ao seu lado e o garoto corado se desculpou

-Desculpem-me. Meu nome é Percy Inácio Weasley e eu fui orientado por Alvo Dumbledore para conduzi-los até Hogwarts. – Ele disse Percy Weasley!? Isso é impossível! Olhei dentro de seus olhos, isso não podia ser verdade. Seria esse “O” Percy Inácio Weasley?

-Boa sorte meu bebê, nos vemos em Hogwarts- Disse mamãe me dando um beijo e seguindo até um vagão mais afastado.

Meu deus, isso era tão confuso. Seria ele Percy, irmão de Rony Weasley? Ah, isso é impossível. Deve ser apenas coincidência. Tentei me convencer e fui em direção ao vagão mais próximo, no qual diversos alunos entravam.

Andei pelos corredores do vagão procurando onde me sentar. De repente esbarrei em um garoto e minha bolsa caiu esparramando as coisas no chão.

-Ah, idiota. Olha para onde anda- Exclamei nervosa, havia ficado horas arrumando minhas coisas.

-Esses garotos são todos uns imbecis- Disse uma garota de cabelos loiros ultraclaros e expressões duras.

-Prazer, meu nome é Elizabeth Wentwoth Lee- Eu disse educadamente quando acabei de juntar minhas coisas.

-O meu é Pansy Parkinson- Ela disse e estendeu a mão a qual eu apertei. As coisas só estavam ficando mais estranha a cada momento.

-Quer se sentar no vagão comigo e meus amigos?- Ela perguntou e eu hesitei. Queria ficar sozinha um pouco, essa história de Percy Weasley e Pansy Parkinson está muito estranha para a minha cabeça.

-Desculpe-me, mas eu queria sentar sozinha um pouco. – Disse simpática e ela balançou os ombros

-Tanto faz, se mudar de ideia, estaremos no vagão oito. – Ela disse e foi em direção ao mesmo enquanto eu fui procurar um que estivesse vazio o bastante para eu e meus pensamentos.

Todos os acentos estavam cheios, eu procurava mais não havia nenhum para eu poder me sentar. Até que notei dois acentos vazios em um vagão com dois meninos, não prestei atenção neles. Apenas abri a porta e perguntei se podia me sentar e eles responderam positivamente

-Prazer, meu nome é Elizabeth Wentwoth Lee- Eu me apresentei enquanto colocava meu malão no lugar certo – é um prazer, meu nome é Harry, Harry Potter- Um dos garotos disse o que me fez congelar – E o meu é Ronald Weasley, mas pode me chamar de Rony- Virei-me respirando fundo e lá estavam eles, me encarando. Harry Potter e Ronald Weasley!

Fiquei boquiaberta por uns instantes enquanto tentava me acalmar e não parecer louca ou algo assim.

-Posso fazer uma pergunta meio maluca?- Perguntei e eles assentiram – Em que ano nos estamos?- Eu perguntei feito uma idiota

-1991- Respondeu Rony e minhas pernas tremeram, seria possível eu ter dormido em 2011 e acordado vinte anos antes?

Antes que eu conseguisse pensar em mais alguma coisa, o carrinho de doces apareceu na porta do vagão. E o mais estranho foi que tudo aconteceu exatamente como no livro. Rony já tinha um lanche, mas Harry comprou o carrinho todo. Seria possível que tudo aquilo que li, estava para acontecer?