P.O.V. Elizabeth Wentworth Lee

Respirei fundo e pulei de olhos fechados na câmara secreta. Ouvi o barulho de pessoas caindo atrás de mim e então eu abri os olhos. Como eu imaginava!

Era um lugar bastante comprido, mal iluminado e sujo. O lugar era incrível, mas também muito mal aproveitado.

-Para onde vamos agora?- Perguntaram alguns alunos atrás de nós e Harry foi quem respondeu. – Vem, vamos por aqui- Ele disse apontando para uma saída do outro lado daquele enorme “corredor” ou o que quer que fosse o lugar onde estávamos.

Continuamos seguindo Harry por mais ou menos cinco minutos até que fomos parar no centro da câmara secreta. –Gina!- Ouvi Rony gritar ao meu lado e pude ver pelo canto dos olhos Hermione segurar o seu braço com força para que o mesmo não corresse em direção à irmã.

-Tom Riddle- Disse Harry cuspindo aquele nome. Ele se aproximou de Gina enquanto encarava o assassino de seus pais. – Ou devo chama-lo de Voldemort?

A menção desse nome todos ao meu lado se afastaram, menos eu, continuei no mesmo lugar, encarando aqueles olhos frios e sem vida, os olhos de um assassino. Riddle me encarava com um ar... Diferente, quase curioso. Isso me deixou tão incomodada que me obriguei a encarar o chão rapidamente antes que alguém percebesse.

-É uma pena que você já saiba minha identidade, esperava um pouco mais de drama- Disse Riddle aparentemente desapontado. Mas logo ele retomou a sua expressão obsessiva e encarou Harry- Mas me chame de Voldemort!

-O que você fez com a Gina!? – Harry perguntou preocupado e Rony deu um passo a frente se desprendendo dos braços de Hermione.

-Ela não tem muito tempo, quanto mais forte eu fico, mas fraca ela se torna- Riddle disse rindo do desespero estampado nas feições de todos.

-Mas agora, eu queria lhes apresentar um amigo!- Ele disse com seu sorriso mais frio e medonho. Logo saiu de uma enorme caverna, o tão famoso basilisco, e eu só consegui ficar encantada. Era muito diferente ler sobre uma coisa e depois vê-la ao vivo como estava acontecendo agora.

Ao contrário de mim, todos entraram em pânico. Provavelmente não esperavam lutar contra algo tão grande e ameaçador como isso.

Harry cambaleou para trás enquanto tirava das vestes, a varinha. Atrás de mim todos repetiram o ato e com as mãos tremulas apontaram as varinhas para a cobra. Eu, que já estava com a minha nas mãos apenas tentei me lembrar de um feitiço bom o bastante.

Nada me vinha à mente, e a cobra estava cada vez mais perto de Harry que apenas corria em vão. Os demais atrás de mim correram em ajuda ao amigo e acabaram confundindo a cobra que ainda procurava por Harry.

Ele corria e Riddle por sua vez se divertia com a situação. Até que Harry trombou contra um aluno do quarto ano e caiu, fazendo com que sua varinha fosse para longe. O basilisco estava cada vez mais perto de Harry, diversos alunos tentavam voltar sua atenção para outra coisa, mas a cobra não se deixava enganar, ela queria Harry e nada podia impedir. Será que não?

-Ascendio!- Gritei um feitiço do quarto ano e os olhares se voltaram apenas para mim, mas quando o basilisco caiu com enorme estrondo no chão todos olharam para ele e observaram enquanto o mesmo se levantava atordoado.

“Elizabeth” Ouvi meu nome sendo chamado e me virei a procura de quem o pronunciou. Para minha surpresa, quem me chamara era ninguém menos que Lord Voldemort. “Elizabeth” Ele me chamou novamente.

Com as pernas tremulas caminhei lentamente até ele que possuía um sorriso psicopata nos lábios.

-Elizabeth... – Ele disse quando me aproximei, por que eu fiz isso? Nem eu sei curiosidade eu acho. – Me diga Elizabeth, quem é você? O que você esconde?

-Esconder? Eu n-não escondo nada- Gaguejei.

-Esconde sim. Eu sei que esconde, agora me diga, o que é?- Ele insistiu

-Eu não sei o que você quer que eu diga- Respondi sinceramente.

-Você possui um poder diferente, um poder que não é deste mundo. Eu quero esse poder, mas você precisa me dizer que poder é esse, aonde o conseguiu!- Ele disse me dando medo.

-Eu não sei de poder nenhum!- Disse e ele se irritou.

-MENTIRA! VOCÊ SABE DO QUE EU ESTOU FALANDO!- Ele gritou transtornado enquanto todos paravam para nos encarar.

-Me diga... NÃOO!- Riddle gritou quando Harry cegou o basilisco.

-Não importa se você o cegou, ele ainda pode sentir seu cheiro!- Disse Riddle indignado.

Quando dei por mim, Rony estava entre eu e Riddle agarrado ao corpo da irmã mais nova.

-Saia daí seu sangue ruim!- Gritou Riddle enojado. Mas Rony o ignorou, estava desesperado demais.

-E você! – Ele disse se virando para mim- Eu ainda farei você me dizer a fonte dos seus poderes! Ainda farei!- Ele gritou.

-Harry!- Ouvi alguém gritar quando Harry foi mordido pelo basilisco.

Fawkes a fênix entrou sobrevoando a câmara e deixou cair o chapéu seletor no chão ao lado de Harry. O mesmo com um só movimento retirou a espada do chapéu e cortou a cabeça do basilisco enquanto Riddle arregalava os olhos assustado.

-Harry!- Corri até o seu lado junto a todos e então aproveitei para arrancar o dente de basilisco.

Riddle me encarou confuso enquanto eu me aproximava dele com a presa de basilisco na mão. – O que pretende fazer com isso? Me furar?- Perguntou ele rindo.

-Exatamente isso- Respondi e então enfiei o dente de basilisco no diário. Todos prestaram atenção quando Riddle começou a gritar desesperado e lentamente desaparecia.

E então, quando tudo que restou dele fora lembrança eu deixei meu corpo cair para trás. Senti mãos me carregarem e vi que era Rony. –Obrigada por salvar minha irmã- Ele disse e então eu olhei para o lado enquanto Gina conversava com Harry.

Só então me lembrei da ferida que o basilisco havia feito, a qual eu não consegui evitar que ocorresse. Vi quando Fawkes desceu até a altura de Harry e chorou sobre seu machucado que segundos depois já estava curado.

Ótimo, tudo deu certo. Agora eu poderia descansar. E ao encerrar com esse pensamento, deixei que minha cabeça caísse nos ombros de Rony. Mais um ano, mais um desmaio.