P. O. V. Elizabeth Wentworth Lee

Coisas estranhas passaram a acontecer comigo nas férias. Dores de cabeça, desmaios repentinos, sonhos estranhos com pessoas que eu nunca vi me chamando de filha... Mas o mais estranho aconteceu uma semana antes das aulas em Hogwarts recomeçarem.

Eu estava observando um velho álbum de família quando a imagem dos meus pais se distorceu dando lugar a outro casal, ao qual eu nunca havia visto antes. Então eu desmaiei e vi a imagem de uma mulher segurando um bebê, eu. Ela estava ao lado de um homem e nenhum dos dois eram meus pais de verdade. Eu nunca havia os visto, mas sentia por eles um amor indescritível. Quando acordei havia a cicatriz de um pentagrama no meu pulso esquerdo.

Eu estava decidida a não interromper Dobby no seu pequeno plano maligno de não deixar Harry ir a Hogwarts, pois de uma forma ou de outra ele iria acabar conseguindo ir para Hogwarts de um jeito ou de outro. Mas não seria voando no carro do pai de Rony, não, isso deixaria os senhores Weasley furiosos e eles acabariam sem o carro. Não, eles iriam de vassoura, aliás, nós iriamos de vassoura.

Como eu iria fazer isso? Você provavelmente deve estar se perguntando. Bom, eu mandei uma carta para Harry, Ron e Mione dizendo-lhes que os esperaria na estação King’s Cross pouco antes da barreira se fechar. Assim quando acontecesse, eu estaria lá para dar a brilhante ideia da vassoura. Mas tem uma coisa, só o Harry te vassoura. Não mais, I'm rich now baby! Tô brincando, eu não comprei uma vassoura para cada um deles – Só pra mim ú.ú- Eu mandei uma carta para os gêmeos também. Eu falei que daria 20 galeões a cada um se eles me emprestassem suas vassouras. E mais 10 galeões se eles não me perguntassem o porquê. E é claro, eles aceitaram de bom grado. Ah e tem outra coisa, as malas. Recorri para os gêmeos mais uma vez. Pedi que no dia do embarque, eles dessem um jeito de pegar nossas bagagens e leva-las até Hogwarts. Eles não cobraram, mas como eu achei que estava abusando demais de sua boa vontade, dei-lhes 10 galeões pelo serviço.

Mandaram as vassouras e eu lhes mandei o dinheiro prometendo que eles teriam suas vassouras de volta assim que nos encontrássemos em Hogwarts.

Acordei mais animada do que nunca no dia 1 de Setembro. Arrumei-me o mais depressa que pude com a roupa certa, bonita, confortável, compatível com o clima e boa para com voos de vassoura.

Desci alegremente as escadas e meu pai se encontrava esparramado no sofá quando eu desci.

-Pai, você tem cinco minutos para estar pronto ou eu irei me atrasar- Eu disse começando a me apavorar.

-Bom Dia para você também- Ele disse se levantando. Bom Dia, eu não tenho tempo para “bom dia” eu tenho que ir para Hogwarts! Eu tenho que matar um basilisco! Será que é difícil de entender.

Lá estava eu, cinco minutos depois de despedindo de minha mãe e indo para a estação King’s Cross com meu pai.

-Tchau pai!- Eu disse descendo as pressas do carro. – Se cuida- Ele gritou enquanto eu me afastava as pressas e localizava os Weasley e Hermione parados em frente ao portal para a estação 9 e meia.

-Ai está você!- Exclamou Mione enquanto me abraçava.

-Estávamos a sua espera- Disse Rony.

-Me desculpem pessoal- Eu pedi e senti meu rosto corar.

-Hum, mãe, pai essa é Elizabeth- Rony me apresentou aos seus pais.

-É um enorme prazer conhece-los senhor e senhora Weasley- Eu disse apertando as mãos de ambos.

-Ah, chame-nos de Arthur e Molly. Senhor e Senhora são muito formais- Disse a senhora Weasley e eu sorri enquanto assentia levemente com a cabeça.

-Bem, vamos logo então- Disse Percy indo na frente.

-Deixa que nós levamos as bagagens- Disseram Fred e Jorge pegando nossas bagagens e piscando para mim antes de atravessarem o portal.

-Vem Gina, vamos com você- Disse a senhora Weasley. E então ela, o marido e Gina passaram pelo portal deixando apenas nós quatro de resto.

-Vem, agora é nossa vez- Disse Rony pegando impulso ao tentar atravessar o portal, mas foi impedido com um susto pela parede de pedra.

-O que aconteceu?- Perguntou Harry e Hermione deu um passo a frente analisando o portal recém-fechado mais de perto.

-Eu não sei, ele simplesmente fechou- Disse Rony.

-E agora, como vamos para Hogwarts?- Harry perguntou preocupado, Hogwarts era sua casa, e ele não queria voltar para a casa dos Dursley.

-Tomem isso- Eu disse a Rony e Hermione enquanto lhes entregava as vassouras dos gêmeos. – Fred e Jorge esqueceram suas vassouras, nós podemos ir nelas- Eu disse mostrando-lhes a minha e apontando para a de Harry.

-Genial Elizabeth!- Exclamou Hermione, eu queria ter pensado nisso- Ela disse e eu corei instantaneamente.

Fomos até o lado de fora da estação, e sem que ninguém nos visse pegamos impulso e sobrevoamos em direção a Hogwarts. Fomos à além-nuvens para que nenhum trouxa nos visse. A sensação de voar era totalmente incrível, eu sentia uma liberdade diferente de qualquer outra coisa. Já Mione ao meu lado, tremia de medo. Realmente não tinha jeito com vassouras. Hora ou outra, um de nós se abaixava para ver a direção do trem e se nós o acompanhávamos.

Fizemos esse percurso a tarde inteira. Eu poderia ficar ali por uma eternidade, até que o céu começou a escurecer e as enormes torres de Hogwarts tomaram conta de nossas vistas.

Descemos as vassouras até a estação de Hogsmeade onde nos misturamos à multidão de alunos. Nenhum deles percebeu nada e por isso foi mais fácil do que eu imaginava.

-Temos que trocar de roupa- Lembrou Hermione.

-Nossas malas estão com Fred e Jorge- Disse Rony.

-Ali estão eles - Eu disse apontando para os gêmeos na multidão – Fred, Jorge!- Eu os chamei e eles vieram em nossa direção.

-Aqui estão suas malas- Disse Fred nos entregando elas.

-E aqui estão as vassouras de vocês- Eu disse lhes entregando.

-Hum, o que aconteceu com vocês?- Perguntou Jorge- Não estavam na estação nove e meia.

-Depois lhe contamos tudo- Eu disse antes de puxar os meninos para fora da estação.

Corremos para Hogwarts silenciosamente sem querer ser notados. Fomos para os banheiros mais próximos (Harry e Rony para o masculino e eu e Mione para o feminino, dããã) e nos trocamos a tempo de aparecermos no salão principal junto com o resto dos outros alunos.