Dark Sky escrita por Nath Mascarenhas, prettysemileek


Capítulo 38
Capítulo 38 - Quem bater primeiro, ganha.


Notas iniciais do capítulo

Dessa vez foi rápido, hein?
Curtam...



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Alguém poderia fazer a gentileza de me explicar o que deu em mim?!

Num segundo eu estava o repelindo e no outro eu já estava correndo atrás dele, que já estava no meio da rua e não parecia querer parar por minha causa. Merda, por que eu sempre acabo magoando as pessoas? Não importa  o quanto eu tente, sempre acabo machucando alguém.

Toquei no seu braço tentando segurá-lo contra a vontade. Senti-o tencionar os músculos quando pousei minha mão no seu corpo. Achei que ele ia me dar um fora daqueles, mas para minha total surpresa ele ficou esperando eu falar.

-Eu não quero te magoar, Brian... –Comecei angustiada com o fato de que ele era entre os três o que eu estava machucando mais, e olha que ele era o único que não merecia.

Os outros com certeza mereciam meu desprezo, mas Brian não. Ele sempre foi doce e gentil comigo e a única coisa de errado eu ele fez foi ter se apaixonado por mim, mas apesar de tudo ele era um excelente amigo.

-Só falta você dizer que ainda continuaremos amigos. –Ironizou colérico, tirando minha mão do seu braço devagar, como se eu estivesse o acariciando, coisa que pelo o amor de Deus, eu não estava. –Pois uma amizade entre nós será impossível.

-Será? – Perguntei num choramingo. Eu não queria perde-lo por causa dessa besteira. Ele foi um dos poucos e bons amigos que eu tive e jamais quis ofendê-lo de forma alguma.

  Ele assentiu. Seus olhos azuis mais pareciam duas lâminas de tão afiados e cheios de raiva, mas no fundo ele mantinha aquele olhar afetuoso que eu sinceramente fiquei na duvida se ele queria me trucidar ou beijar...

Como se já não tivesse bastante ruim, São Pedro resolveu participar da minha terrível cena e fez chover forte sobre nossas cabeças, fazendo-me ficar encharcada e mal ver Brian eu estava logo a minha frente.

Ele fez uma careta para o céu e depois seu olhar caiu nos meus. Eu senti que ele queria me tocar, mas desistiu, ainda bem.

-Acho melhor eu ir. – Comentou voltando a andar. Poxa, por que a vida é tão cruel e perversa que fez os três se apaixonarem de uma vez só por um ser tão retardado que nem eu?

-Argh. – Gemi, já sentindo a culpa eu vinha do meu próximo ato. – Brian, volte... –Pedi atormentada. Eu sei que devem estar me achando uma idiota e com problemas mentais muito sérios, mas quem liga?

Ele girou nos calcanhares e me encarou numa mistura de ódio, tristeza e angustia que dava dó de ver. Ai meu bom Deus, diz pra mim que aquilo nos olhos dele são os pingos de chuva, por favor...!

-O eu é que você quer de mim, Naara? – Perguntou ríspido.

-Não te quero ver chorando. – Falei num choramingo.

-Não é choro, é alergia a... – Corrigiu-me, mas nem ele próprio acreditou naquela desculpa fajuta quem dirá eu ... – Tristeza. – Admitiu por fim.

Por que os homens choram?!

Só pode ser pra fazer mulheres que nem eu, manteigas derretidas, nos sentirmos um pano de chão e acabar cedendo a terrível, mas eficaz chantagem emocional...

 Percebi que estávamos nos encarando por um bom tempo, pois, suas roupas e pelo peso as minhas também, estavam completamente encharcadas e eu mal conseguia vê-lo por causa da chuva e do vento, mesmo ele estando bem a minha frente. Por isso, não me culpem por não ter evitado aquele inesperado e fatídico beijo.

Brian me segurou pela cintura e me trouxe até ele numa rapidez e força que eu até me choquei com o seu corpo com violência. Sua boca tocou a minha com força como se precisasse dos meus lábios com urgência, fazendo-me dar vários passos para trás para conseguir me equilibrar.

E depois disso, eu só vi um vulto por cima de nós e o corpo de Brian inerte no chão há vários metros longe de mim, ele parecia estar desmaiado. Eu quis ver o que aconteceu, mas uma mão me puxou para dentro e para fora da chuva.

Eu nem precisei girar para saber quem foi, pois, a própria pessoa foi logo me perguntando num sussurro cortante:

-Você está bem? – A boca de Luka estava colada ao meu ouvido e seu braço me prendia numa armadilha de aço.

Eu assenti nervosa. Na verdade quem parecia que não estava nada bem era Brian que não tinha se movido até agora. Agarrei-me bem em seu corpo aflita com a cena no qual eu estava presenciando bem na frente dos meus olhos.

Brian estava caído no chão desacordado e um imenso lobo marrom o rondava ameaçante como se esperasse Brian mover um dedo para atacar ferozmente e provavelmente, até mortal.

Pus minhas mãos no rosto assustada. Esse lobo o mataria em dois tempos se quisesse, mas ele parecia estar aguardando Brian se mexer, porém não sei se felizmente ou infelizmente Brian não se movera até o momento.

-Oh Luka, essa coisa vai matar o Brian! – Gritei desesperada.

De repente, Brian deu um pulo e se transformou no ar em lobo. Mas peraí ele não só se transformava em noite de lua cheia?! Daqui a pouco Edward e Jacob apareceram e me chamarão de Bella...

-“Essa coisa” é o Raoni. – Ele explicou-me seco. – E ele não vai matar esse infeliz, eu sim.

Parece que em ver Raoni em forma de lobo, Luka não gostou nada disso. Nem Raoni deve ter gostado nada de ver que Brian já estava acordado e transformado, mas eu não posso negar que sentir um alívio no coração ao ver que Brian estava pronto para atacar. Como se estivesse se sentindo acuando com a presença do oponente, Raoni uivou alto.

-Essa é minha deixa. – Luka me avisou sorrindo e dando-me um beijo estado na boca.

Luka correu em direção dos outros dois e em segundos, o que era humano agora era um grande animal com o pelo alourado do mesmo tamanho que Raoni e Brian. Senti meu coração apertar, sabia que essa briga não acabaria bem.

E meu pressentimento estava correto, pois Luka e Raoni emboscaram Brian e começaram a ataca-lo com seus dentes felinos que deveriam machucar muito, pelos estridentes gemidos que o lobo negro emitia.

Eu já estava me preparando para o pior, quando uma grande cortina de proteção feita de gelo envolveu Brian e os outros dois lobos foram jogados para longe. Procurei a origem de tal feitio e fiquei ligeiramente surpresa, mas não chocada ao ver quem era.

-Não acham covardia dois contra um?  - A voz sarcástica de Perséfone jamais soou tão bela aos meus ouvidos como agora.

Perséfone veio salvá-lo, porém os rapazes não se sentiram intimidados com sua presença e sim investiram contra ela que sequer deu um passo para trás, seu rosto estava sério e concentrado. Uma longa nuvem negra cheia de raios sobrevoou a cabeça deles dois ameaçando acertá-los mortalmente e uma chuva torrencial começou a aprisioná-los, me impossibilitando de ver o que estava acontecendo com eles.

-Você vai ficar aí assistindo a morte deles? – Izabel me perguntou de braços cruzados ao meu lado olhando para toda confusão como se fosse um jogo de futebol entediante. –Você sabe que é a única que pode acabar com tudo isso.

Ela pôs a mão no meu braço e eu senti uma corrente elétrica atravessar seu corpo e ir direto para o meu e se alojar no meu coração que começou a bombardear loucamente.

-Você me deu seus poderes? – Perguntei extasiada, jamais pensei que Izabel confiasse em mim a tal ponto.

-É, mas vê se acaba logo com isso. – Disse-me, já entrando.

Uma força dentro de mim começou a palpitar e quando eu dei por mim, já estava no meio daquele caos onde todo mundo queria se matar.

-Parem, AGORA! – Minha voz pareceu uma bomba detonada de tão forte. Eles me olharam, estupefatos. Isso poderia ter me intimidado, mas ignorei isso. – Eu disse, agora!

-Calma aí, Naara. - Perséfone me disse. Eu bufei ciente de que minha paciência havia ido de vez pra o brejo.

-Ficar calma é o caralho. – eu disse. – Estou cansada de ver esses garotos brigando entre si. Durante todo o dia tudo o que eu ouvi foi vocês discutindo um com o outro e eu ao menos tive a oportunidade de argumentar. Será que vocês não acham que eu talvez tenha minhas vontades próprias?! – Gritei para quatro pessoas paralisadas comigo - Acham que está sendo tudo fácil para mim? Eu matei os meus pais e isso foi a pior coisa que fiz na vida! Sei que isso me trouxe até aqui e desencadeou problemas maiores para mim e vocês estão fazendo questão de piorar tudo! Pra mim já chega! – berrei, aos prantos. – Parem com isso de uma vez, por favor. Eu estou cheia disso, será que não vêem?

Raoni tentou me tocar, mas eu rebati. Eu não agüentava mais. Deixei-os ali e corri para o nada, sem saber que rumo tomar. Eu ainda escutei alguém gritar o meu nome, mas não olhei de volta para ver quem era. Eu tinha de ir embora dali logo. Para onde? Eu não sei. Contanto que eu fosse para um lugar aonde pudesse ficar sozinha, para mim estaria tudo bem.


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Notas finais do capítulo

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