Dark Sky escrita por Nath Mascarenhas, prettysemileek


Capítulo 37
Capítulo 37 - Casa de loucos!


Notas iniciais do capítulo

Gente, obrigada pelas reviews e espero ue deem boas risadas nesse capitulo...



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Depois daquela cena bizarra na praça, eu fui pra casa de vovó. Na maneira na qual eu estava me sentindo, talvez a presença da minha avó fosse me fazer bem. Se bem que estava sendo estranho depois de tudo eu estar indo lá. Usei a desculpa de levar Izabel pra casa, só que na verdade eu só precisava me sentir um pouco normal de novo e com certeza uma rodada de donuts dela cairia super bem naquela hora. Eu até cogitei a possibilidade de dar uns bons tapas nela, mas eu tenho problemas demais para perder meu tempo com isso (agora).

-Eu. Te. Odeio! – Izabel sibilou subindo para o meu quarto, quer dizer, o dela. Ouvir isso dela é como música para os meus ouvidos.

-E é reciproco. – Retruquei garantindo-lhe o que já não era nenhuma novidade.

 Mas pra falar a verdade, nessa altura do campeonato eu já nem ligava pra idiotices de Izabel que parecia sofrer um caso grave de DNA, demasiada necessidade de aparecer... E não seria eu quem daria jeito nisso.

-Ah, querida, que carinha é essa? – Vovó apareceu com aquele rosto amável de sempre.

Nessa hora eu já queria deitar no chão e ficar em posição fetal até que todos se esquecessem de mim e me deixassem em paz.  Porém só me joguei no sofá causando grande estrondo, fazendo John acordar assustado.

-TERREMOTO! – Gritou desnorteado.

-Não, calma John, só sou eu. –Assegurei-lhe triste.

Até que um terremotozinho não seria mal, ai a terra poderia me engolir e eu poderia sumir pra sempre do planeta... Que tal?

Como só de eu ter pensando na terra, Raoni bate feito louco na porta de vovó. Seguido por Brian que gritava insanamente e  por fim Luka que ligava pro meu celular sem parar.

-Gente, parece que eu tô refugiando uma terrorista. – Vovó comentou irritada.

John me olhou confuso, sem entender bulhufas.

-Prazer, Osama Bin Laden. – E estendi minha mão, num  jeito irônico de cumprimentar.

John riu. É ele ri, mas só por que não é ele quem está sendo perseguido por três adolescentes loucos e sem noção...

-Que é que tá acontecendo? – Izabel perguntou exasperada, descendo as escadas rápido demais, porém devagar o bastante para parecer normal.

-Estão querendo arrombar a casa! – Vovó explicou alto o bastante para que os rapazes ouvissem.

- Por favor, Sra. Lee, eu preciso falar com sua neta. –Raoni falou de volta.

-Ah então é com você, Izabel. – Falei seca, apontando pra porta.

-Há, Há, até parece... – Falou sarcástica. Pelo que eu vi em sua expressão, ela não estava gostando nada de ver o Raoni na minha cola querendo falar comigo. – Bem que eu queria...

-Ela não quer falar com nenhum de vocês! – Vovó gritou, colocando uma cadeira atrás da porta.

-Como se isso fosse impedir que qualquer um dos três... –Izabel comentou, aumentando o volume da TV. – Se eles quiserem com um sopro essa casa vai abaixo.

-Tá que Brian é lobo, mas essa casa virou a dos três porquinhos foi? – Perguntei achando graça daquilo tudo. Pois aquilo era extremamente hilário se você parar pra pensar bem... 

Os três gritando do lado de fora, enquanto vovó achando que estava segura apenas com uma cadeira de madeira segurando fragilmente a porta e um rolo de abrir massa na mão balançando de um lado para o outro, vociferando ameaças inteligíveis e incoerentes de volta.

John, coitado, estava no canto com os olhos esbugalhados claramente com medo. Enquanto eu e Izabel estávamos no sofá, ela assistia um canal de videoclipes no volume máximo e eu juraria que ela usou seu poder pra conseguir sair ainda mais alto.

Se alguém passasse pela casa neste momento, só poderia achar que  aqui é um hospício cheio de malucos totais. Aliás, eu acho que a única sã ali, era eu. Há, a quem eu tô querendo enganar?

-Argh, Naara faz essa merda parar de tocar! –Izabel reclamando pelo telefone que tocava loucamente ao meu lado.

Eu o joguei no chão e o pisei apenas uma vez com o meu salto fino da bota, mas foi o suficiente pra ele virar pedacinhos. Sorri afetada pra Izabel que murmurou um obrigado e depois pra Luka que eu pude ver pelo vidro na janela que ainda tinha seu celular no ouvido.

-Pronto. – Dei de ombros.

-Saiam daqui! – Vovó mandou, mas eu já senti que ela já estava ficando cansada de gritar.

-Eu só vou sair quando eu falar com Naara. – Garantiu veemente Brian para ela.

Vovó olhou-me como se pedisse a minha permissão e eu respirei fundo antes de assentir para ela que suspirou de alivio. Finalmente aquele fuzuê iria acabar...

-Eu vou abrir somente se vocês pararem de tentar por minha casa abaixo. –Condicionou séria a eles.

-Você poderia mandá-los para longe daqui? - Perguntei a Izabel, baixo o suficiente pra somente ela ouvir, mas com aquela gritaria até se eu estivesse com um megafone ninguém ouviria.

-Essa foi a única coisa inteligente que eu ouvi você dizer até hoje. – Ela disse já cogitando a possibilidade. – Ficaria mais fácil se a porta não estivesse no meio, mas, sim, eu poderia fazer isso.

-Ok. – Eles falaram juntos e em uníssono. –Mas ponha o rolo no chão. – Luka pediu, claramente com medo de levar boas cacetadas na cabeça, como provavelmente vovó estava pensando em fazer assim que ele atravessasse a porta.

Eu me senti a própria refém que estava sendo disputada entre ladrões e policiais em algum filme de suspense hollywoodiano, onde o sequestrador empunha suas condições para que os tiras pudessem resgatar a vítima.

Vovó abriu lentamente a porta, quase sendo esmagada pelos três brutamontes que entraram com tudo na casa de uma só vez. Cada um mais irado que outro, mas Luka parecia o mais possesso.

-Naara, nós precisamos conversar! –Os três falaram novamente na mesma hora.

-Cala a boca, seus imbecis! –Gritaram já com raiva.

-Se vocês me repetirem de novo...! –Ameaçaram os três.

E eles começaram a brigar entre si, esquecendo completamente de mim, felizmente. Aqueles três idiotas ficaram brigando um bom tempo sobre quem era é que ia falar comigo primeiro, quem era mais importante pra mim e um monte de baboseiras enquanto e vovó, Izabel e eu assistíamos a briga no sofá atentamente, John dormia novamente como se ninguém estivesse aqui.

-Querem donuts? – Vovó ofereceu para nós duas que aceitamos.

Ela se levantou, deixando eu e Izabel rindo sem parar das imbecilidades que aqueles três falavam e foi buscar a travessa de doces na cozinha. Quando voltou, com umas trinta bombas calóricas, como Perséfone falaria, ela apostou:

-Aposto cinco donuts como eles vão ficar até de manhã nessa picuinha...

-Aposto todos esses aí como daqui há uma hora Raoni para e saí dessa briga por quê Naara não vale a pena. – Disse esperançosa.

-Aí, essa doeu! –Brinquei. – Eu aposto essa bandeja toda e mais outra fornada, como... – E um clique na minha cabeça me fez falar: - Que eles vão calar a boca, agora.

E como se estivessem ouvindo nossa conversa, coisa que não estavam, eles decidiram que Brian deveria falar primeiro já que teria menos chance de me fazer cair em dois tempos em seus braços, de acordo com os outros dois.

Eu relevei o fato de que os três resolverem alguma coisa sobre mim sem nem me consultar, pois  se eles continuassem eu perderia a aposta, segundo, eu já não aguentava mais a briga deles e queria resolver aquilo de uma vez.

-Argh, como você sabia? – Izabel me perguntou intrigada.

Dei de ombros.

-Não importa. – Vovó interviu. – Querida, você tá bem arrumada com esses três dementes, hein? – Falou sorrindo para os três que cruzaram a mão no peito, não gostando da brincadeira.

-E como... – Suspirei.

-Boa sorte. – Izabel me desejou irônica como de costume.

Eu e Brian fomos para a varanda e sentamos no balanço de madeira antigo que estava lá desde que eu era bem pequena, se eu bem me lembro. A noite estava fria, eu acho. Pelo menos, meu cabelo estava se mexendo sem parar.

-Brian, então...? – Perguntei o incentivando a falar, já que ele parecia ter perdido a língua lá dentro.

-Eu quero você, Naara. – ele disse. Eu engoli em seco. Ele esperou que eu dissesse alguma coisa, mas as palavras fugiram de mim. Eu já estava cansada de dizer a ele que eu não quero nada além da amizade, e ainda assim ele insistia em querer mudar isso. Olhei para o céu estrelado em busca de uma resposta para ele, mas não consegui.

-Eu sei. – digo por fim, sussurrando. – Mas você tem que entender que essa não é a minha vontade. Estou enrolada entre três garotos, mas agora eu só ficarei com um e eu quero que você entenda isso. Você é um cara legal, Brian. – Falei tentando não magoa-lo, mas fazê-lo entender minha vontade. - Mas eu não te amo. Perséfone sim. Você já parou para pensar no quanto ela está sofrendo por nossa causa? E no quanto você também está? Não se prenda a essa lenda, por favor. Eu não sei até quando eu vou aguentar essa situação, então me deixe. Isso é o melhor, para nós dois.

Em vez de discutir e argumentar, ele se levanta e faz sinal de que está saindo dali. Evitando olhar para mim, vejo que uma lágrima transbordou de seus olhos e ele faz questão de limpá-la antes que eu possa ver.

-Eu sei disso. – diz antes de ir. – Mas eu não queria ter que encarar o fato de que isso é verdade.

Por que santo Deus, eu fiz o que fiz a seguir?!


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Notas finais do capítulo

Reviews, recomendações, broncas, qualquer coisa...?!