Dark Sky escrita por Nath Mascarenhas, prettysemileek


Capítulo 15
Capítulo 15 - Conversando com Perséfone.


Notas iniciais do capítulo

Adorei as reviews...Espero que postem mais!



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Estava deitada na cama olhando pro teto, quando ouvi uma batida leve na porta.

-Entra. –Murmurei sem vontade.

-Naara querida, posso falar com você?- Vovó parecia estar sendo cuidadosa com as palavras.

-Já está falando. –Constatei.

Ela suspirou.

-Vocês adolescentes acham que são donos da razão, mas não sabem o quanto vão sofrer por serem tão teimosos! E nós, que tentamos não fazê-los quebrarem a cara ainda somos tachados de ruins. –Falou pondo minha cabeça em seu colo.

-Vó eu não te acho ruim, mas eu também sei andar com meus próprios pés. Eu sei que a senhora quer o meu bem, mas me proibir de ver o homem que eu amo não é uma boa escolha. –Garanti-lhe.

-O homem que ama?! – Ela deu um pulo – Vocês se conhecem há quanto tempo, 20 minutos?

-Não importa. – Categorizei – Eu o amo mais que tudo na vida, mais que a mim própria até.

Ela me olhou preocupada.

-Não é que você o ama mesmo? –Falou e eu assenti. – Isso não é bom.

-Por quê? –Perguntei.

- Eu acho que você está mergulhando de cabeça nessa relação.  

 - E como isso não pode ser bom?

-Será que ele vai estar lá em baixo para te amparar ou vai te dar as costas e te deixar cair no chão?

-Vó... - Comecei, mas ela me interrompeu.

-Não é a mim que deve responder, mas sim a você própria. Se aqui – E apertou meu coração – Diz que é pra você pular, pule sem medo. Mas se não, vai com calma, é só o que te peço.

-E-Eu. –Eu nem sabia o que dizer.

-O jantar está servido. – Ela avisou sorrindo carinhosa pra mim.

Saiu e fechou a porta.

Ela estava certa, eu tinha certeza. Eu tinha certa resistência a Raoni que eu não podia negar, eu tinha medo de pisar em falso a cada momento. Eu sei que devia confiar nele e que ele sempre demonstrou ser um cara super romântico, até aliança ele me deu!

 Porém eu me lembrei de um dia em que papai chegou em casa cheio de rosas na mão. Mamãe as aceitou, mas desconfiou de tal gesto. Ainda me lembro dela me dizer, “sempre desconfie de um cara com uma rosa na mão sem motivo, ou aprontou ou vai aprontar.” E por incrível que pareça, sua tese estava realmente certa. No outro dia, mamãe encontrou uma camisa dele borrada de batom vermelho que ela jurou que não era dela.

Então, eis a minha duvida: Se essa era a regra, Raoni era regra ou exceção?

Fiquei matutando isso até não conseguir mais. Levantei da cama e desci as escadas rapidamente.  

  -Aonde você vai? – Izabel perguntou alarmando minha vó.

-Vó vou a casa de uma amiga, ok?

Ela me olhou com os olhos afiados.

-E essa amiga tem um metro e noventa de altura, tem cabelo preto e como vocês dizem, é um gaaato?

-Não ela tem 1,60, cabelos loiros e nem vem que eu não vou dizer que ela é gata. Vou à casa de Perséfone. –Falei impaciente.

-Como eu vou saber que você não está me enganando?

-Elas nem são amigas. – Izabel delatou-me.

-Tenho algumas aversões ao  seu estilo de vida, só isso. Mas se acha que eu estou mentindo, eu levo a Izabel comigo.

-Eu?!

-Até que seria uma boa. – Vovó sorriu – Você faria isso querida?

Há! Queria ver ela dizer um sonoro não e acabar com essa pose de boazinha.

-Ah, é claro. Faço tudo que me pedem, né?

-Ótimo. –Ela bateu palmas – Já está de noite então eu acho que melhor vocês irem de carro. –E jogou-me as chaves.

Eu peguei a chave e um casaco, já que minha vó implorou e eu não queria que ela me proibisse até de sair de casa. Izabel me seguiu.

-Serio, isso é maior caô, né? – Ela me perguntou quando já estávamos no carro.

-Não. Eu realmente vou. Eu lá sou idiota de me encontrar com Raoni com você? Só se for pra minha vó me levar para fora do país.

-Você vai realmente desistir tão fácil? – Ela me pareceu surpresa.

Sério, a cara de pau dessa menina tinha tamanho?

-Não te interessa. – Falei seca.

Ela quis retrucar, mas desistiu. Graças a Deus, ficamos caladas todo o caminho. Mas, peraí onde Perséfone mora mesmo?

   Aff, eu completamente tinha esquecido que eu jamais fui à casa dela. Então, será que apenas uma ligação vai de contra ao meu castigo? Vovó disse que eu não podia vê-lo, não que eu não pudesse falar com ele. Mas, aquela filhote de cão dos infernos observava cada gesto meu, eu não podia dar bandeira.

Peguei o celular e apertei a tecla um, já que esse era a discagem rápida para Raoni.

Ela atendeu ao terceiro toque.

-Oi amor! – Ele atendeu.

-Oi vagabunda! – Falei.

-O quê?! –Ele gritou.

-Perséfone, me diz como chega à sua casa.

-Ah... Sua avó está por perto?

-Mais ou menos. –Quem me dera que fosse ela, quis complementar.

- Vá para fora da cidade pega a via 107 e quando ver uma casa rosa gigantesca, você estaciona que é a casa dela.

-OK, chego aí em meia hora.

-Tchau, te amo.

-Idem.

Andei a toda velocidade que o fusca de vovó agüentou.

Meia hora? Há.

Chegamos lá quase dez da noite. Acho que se eu viesse “andando” seria mais rápido.

Descemos e a única coisa que eu conseguir dizer foi:

-UAU!

Sabe a casa da Barbie? Aumente-a cem mil vezes mais e você pode ter uma remota idéia de como é a casa dela.

Assim que chegamos, Perséfone abriu a porta sem nem precisarmos bater. Ela sorriu pra mim, como se soubesse do meu segredo. Raoni deve ter ligado para ela.

Você preferia que Izabel soubesse que você estava falando com Raoni?! Gritei para mim mesma mentalmente.

-Querida, quem foi? – Brian apareceu apenas de toalha todo molhado.

Deus! Que surpresa.

Brian tinha tanquinho, músculos e uma tatto!

 Raoni! Raoni! Raoni! Lembrei-me que esse era o nome do meu namorado.

-Ah, Naara. – Ele sorriu corando pelos trajes. –E Izabel.

-Vem, entra. – Ela nos puxou para dentro. –O que queres tu de mim? –Perguntou-me.

Brian e Izabel pareciam curiosos.

-Ah... Coisas de mulher. –Menti.

Isso fez Brian perder o interesse, mas Izabel ainda estava ligada.

-Sobre lingerie, você não tem idade para isso! – Falei em tom autoritário que ela não pode não obedecer.

-Merda. –Ela suspirou seguindo Brian para a sala de TV.

Subi os quatro lances da escada caracol e paramos num imenso quarto branco.

Seria má educação eu sugerir um elevador?

Entramos em um imenso closet que caberia a casa em que moro dentro dele.

-Olha, eu não tenho nada que sirva em você...

-Você realmente acha que eu dirigi quase duas horas para te pedir sutiã? – Revirei os olhos.

-Então por que cargas d’água você quer falar comigo?

-Raoni.

Apenas uma palavra e ela já entendeu tudo. Sentou na cama e maneou a cabeça para que sentasse ao seu lado.

-Você sabe que ele te ama, né?

-Isso eu sei, mas eu quero saber mais sobre ele, sei lá. Como vocês se conheceram, por exemplo.

-Em Paris, ele estava um deus, me apaixone de cara.

-Então você ainda está... –Não consegui cogitar a possibilidade.

-Apaixonada?Não. – Franziu o nariz. – Relaxe. Nós dois somos gatos de rua, nunca daríamos certo.

-E como isso poderia me fazer relaxar? –Perguntei, fazendo menção aos “gatos de rua”.

- Você é diferente. Ele viraria monge se isso fizesse você feliz.

Sorri amarelo.

-Você é a maior sortuda! – Ela falou se levantando.

-Sou?

-Claro! Você tem afinidade com o fogo, tem o respeito de todos os outros e ainda tem um cara mega gato louco por você.

-Eu não sei por que isso aconteceu comigo, meus pais morreram minha vida virou de cabeça para baixo e ...

-Às vezes o caminho mais fácil não é melhor que o da dor, sabia? – Falou, interrompendo-me.

-Então, você quer dizer que eu tive que perder meus pais, para eu ter esses poderes todos?

Ela deu de ombros.

-Quem sabe? Mas e se fosse, você trocaria seus poderes e até Raoni para ter seus pais de volta?

-É lógico! – Falei sem pensar duas vezes.

-Por isso que você é tão poderosa. – Suspirou.

-Como assim?

-Você não é egoísta. Naara, você é pura de alma e de sentimentos. Quem mais entre nós quatro trocaria poderes incríveis pela vida dos pais? Eu não trocaria, Raoni também não, Izabel talvez?

-Nem pensar. Ela seria capaz de matá-los se isso desse o poder que eu tenho.

-Ela é má, não é?

-Como você percebeu?

-Simples. Ela é vaidosa ao ponto de me confessar, que faria qualquer coisa até te matar pra ter Raoni, com apenas um elogio meu.

-Fala Sério! – Falei, incrédula.

Agora eu sei por que seus pais praticamente me agradeceram por eu ter tirado deles a responsabilidade de cuidar dela. Eu fiquei apenas dois dias e quero interná-la, imagine meus tios que convivem com essa maluca por quinze anos?


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Notas finais do capítulo

Reviews?



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