Justin saiu do carro com a sensação de que fosse morrer a qualquer momento. A cada passo que dava, sentia que seu coração iria explodir ou sair pela boca.

Pattie não entendera àquela reação de seu filho, só então quando ele gritou, ela pode compreender que o caso era muito mais sério do que ela pensava em relação ao acidente que acontecera ali.

- Ai, meu Deus!!! NÃO!!! JENNY!!!!!! –esbravejava Justin.

Ele não sabia se gritava, chorava, perguntava como isso aconteceu, xingava-se, se auto-culpava, ou até mesmo, se matava. Mesmo com as pessoas aos redores olhando para ele, perguntando-se porque Justin Bieber estava ali chorando por uma garota que, visivelmente estava morta, ele continuava seguindo em frente até chegar a um dos funcionários do corpo de bombeiros, e então, perguntar o que houve.

- Há alguns instantes atrás houve um assalto naquele banco. –disse o homem, que aparentava ter em média uns cinquenta anos, com certeza o chefe deles, apontando em direção ao banco a que se referia. –As pessoas que passavam por aqui naquele momento, ficaram muito apavoradas. Ao que parece é que os bandidos dispararam alguns tiros e acabou atingindo esse rapaz que dirigia esse carro, que já foi socorrido. Ele chocou-se contra o poste, e acabou atingido essa garota, prensando-a contra ele sem querer, em meio ao desespero. Por sorte, uma viatura da policia estava fazendo ronda por estas ruas e prenderam na hora os bandidos...

Justin não conseguiu ouvir mais uma palavra sequer que saia da boca daquele homem. Toda a sua atenção estava voltada a Jenny, que estava sendo socorrida. Ela apresentava vários machucados e ferimentos, que ao olhar de Justin, não parecera tão simples assim, e isso só fazia com que ele entrasse em mais desespero do que já estava.

Pattie foi em direção ao filho para consolá-lo, não apenas ela, mas outras pessoas de sua equipe também.

- Justin Bieber? –chamou uma enfermeira que saia da ambulância em que Jenny estava. –Sabemos que ela é sua namorada então, você deve conhecer a família dela, e pedimos para que entre em contato com eles o mais rápido possível, pode ser? Precisamos dos pais ou responsáveis dela aqui.

As lagrimas que percorriam o rosto de Justin não cessavam a um segundo sequer. Já havia muitas pessoas cercando aquele lugar, agora havia mais, e é claro, quando o noticiário de TV chegou ao local para relatar o que tinha acontecido, também divulgou que o caso mais grave, se encontrava na namorada de Justin Bieber, e ele comparecia ao local, completamente abalado.

Justin entrou em contato com a família de Jenny, mas eles já estavam saindo de casa, em completo desespero, pois tinham visto o noticiário na TV.

Ao chegarem lá, a mãe de Jenny estava completamente aos prantos. A mesma enfermeira que falara com Justin, acolheu os pais dela e seu irmão, tentando acalmá-los dizendo que estavam indo agora mesmo, o mais depressa possível com ela para o melhor hospital da cidade, e de que Jenny seria muito bem tratada para recuperar-se. A Sra. Lyons foi com a equipe medica na ambulância para acompanhar Jenny.

- Eu também posso ir? –perguntou Justin desesperado, e com um pouco de esperança.

- Desculpe-me. –disse a enfermeira. –Apenas um responsável por ela, pode acompanhá-la. Mas se vocês saírem ao mesmo tempo que nós, chegaremos lá todos juntos.

Justin e Pattie não perderam tempo. Entraram no carro novamente e acompanharam a ambulância que levava Jenny ao hospital.

No caminho até chegar lá, Justin não sabia fazer outra coisa a não ser se auto-culpar. Se ele não houvesse se precipitado na casa de Jenny, um dia antes, e terem gerado uma confusão, nada disso teria acontecido, pois ela estaria com ele neste momento em que o show acabasse. Notou que o único alguém que estava errado perante àquela circunstancia, esse alguém com certeza era ele. Ele não tinha nada de tê-la culpado naquele momento. Ela estava com receio de um dia ele a deixasse, ficou com medo de que o garoto mais famoso do mundo a magoasse profundamente. Porém Justin nunca faria isso com ela, pois ele a amava como nunca amara alguém um dia, e sabia que o que sentia por Jenny não iria acabar nunca. Naquele momento só restou rezar para que ela se recuperasse desse acidente, que nada grave demais tenha a atingido. Justin a queria viva para viver o resto da vida dele ao lado dela, pois sua felicidade agora também dependia de Jenny, para ele ser feliz era preciso de que ela também estivesse, e ao lado dele.

Chegando lá, Jenny foi encaminhada rapidamente.

Todos ficaram esperando muito apreensivos para saber o que o médico viria a dizer depois de tê-la examinado.

- Justin, você sabe exatamente o que houve? –perguntou a mãe de Jenny que estava sentada em uma poltrona numa espécie de sala de espera especial, com uma caixa de lenços na mão e grandes olheiras debaixo de seus olhos. –Quer dizer, ela estava no show não estava? Eu não entendi nada do que aquele comandante do corpo de bombeiros me disse, eu estava e estou desesperada, acalmei-me um pouco graças ao calmante que me deram.

Justin estava com a mesma aparência que a dela, olhos inchados e as olheiras para acompanhar.

- Não. –disse ele cabisbaixo. –Jenny não estava no show. Pelo que notei a senhora não sabe que nós brigamos ontem, e... –ele deu uma pausa, suspirou e viu que não conseguiu achar outras palavras para prosseguir com aquela frase, pois seus pensamentos só estavam focados em Jenny e nada mais.

- Ai, meu Deus. Mas porque vocês brigaram?

- Por causa da minha volta para a turnê. Como a senhora já sabe, eu vou passar muito tempo longe daqui, mas eu disse a Jenny que, se não fosse atrapalhar nos estudos dela, ela poderia me acompanhar. E a partir de aí, nós nos precipitamos e geramos uma confusão. –disse Justin abatido pela dor, como se estivesse revivendo aquele momento.

Enfim o médico veio trazer noticias sobre o estado de saúde de Jenny.

- Sr. e Sra. Lyons, lamento informa-lhes, mas o estado da saúde de Jenny é grave, porém estável. –disse o doutor. –Não gosto de abafar a verdade para os meus pacientes, se é que os senhores me entendem. Eu preciso falar a verdade para vocês, acima de tudo eu trabalho com a honestidade e a ética.

- Ai, meu Deus! –exclamou a mãe de Jenny. –Ai, meu Deus! Doutor, por favor, me diga que ela vai ficar bem! Por favor, por favor.

Justin estava totalmente concentrado no que o médico dizia. Ele queria ter a certeza de que Jenny não...

- Ela corre risco de vida. –disse o médico, em um tom calmo, porém preocupado. –Vamos fazer o que for possível para que ela possa sair bem dessa. Ela está inconsciente, vai precisar ficar na Unidade de Tratamento Intensivo, na UTI. A pancada que ela sofreu na cabeça foi forte, e vamos ter que fazer uma série de exames se isso não a prejudicará futuramente. Mas... A saúde dela está delicada. Ela apresenta imunidade baixa. Parece que ela não andou alimentando-se muito bem nesses últimos dias, e isso dificulta um pouco para que ela se recupere logo. Os batimentos cardíacos de Jenny estão fracos, ela está com dificuldades respiratórias, e por causa da pancada ela sofreu uma fratura no braço direito.

- NÃO!!! –esbravejou a Sra. Lyons. A mãe de Jenny estava com o rosto totalmente pálido, tão pálido quando uma nuvem de um dia de primavera.

- Vamos ter que operá-la, mas vamos aguardar até amanha para ver se ela apresentará melhoras no condicionamento físico. Se realizarmos essa operação hoje, estaremos colocando a vida dela em risco. Mas também não podemos deixá-la com um osso fraturado em seu braço.

A mãe de Jenny não conseguia parar de chorar. Ela sentia tonturas, então se sentou e chorou, chorou, e chorou.

O médico havia se retirado dali, pois uma enfermeira o chamou.

Justin, que já estava com o choro controlado, perdeu totalmente o controle. Ele sentou-se ao lado da Sra. Lyons abraçando-a.

- Justin. –disse ela com a voz trêmula. –Justin, eu sei que você a ama de verdade, eu sei que Jenny também te ama muito, muito, mas muito mais além do que você possa imaginar. Eu vejo isso no brilho de seu olhar.

- Eu também a amo tanto. Não posso a deixar partir. E ainda por cima quando a culpa foi minha. –disse Bieber entre as lágrimas.

- Não. –sussurou a voz rouca da mãe de Jenny, o abraçando ainda mais. –A culpa não foi sua. Não foi, Justin. Não pense assim.

O médico retornou dizendo:

- Ela irá ficar em observação o resto da noite de hoje e amanhã o dia inteiro para sabermos se realizaremos a operação amanha, ou não. –ele deu uma pausa, suspirou e prosseguiu. –Ela perdeu muito sangue. Precisamos tomar os procedimentos em relação a saúde dela agora, com cautela.

Não era apenas a mãe de Jenny que tremia, Justin também. E se o médico desse mais outra noticia ruim sobre Jenny, quem iria precisar ser medicado, era ele.

- Bom. –continuou o médico. –Eu sei que é normal em uma situação dessas entrar em pânico, mas eu gostaria que vocês mantivessem a calma, pois a Stra. Lyons encontra-se em boas mãos. Vamos fazer o possível e o impossível para que ela fique bem. Mas... para ela voltar totalmente como ela era antes, só por um milagre. O impacto na cabeça foi muito intenso, talvez ela apresente dificuldades na fala, mas uma dificuldade no nível baixo. A senhora ou Sr. Lyons terá que ficar aqui esta noite, só por alguma precaução. Bom, quando eu tiver mais noticias, prometo que venho lhes contar. –encerrou ele retirando-se dali.

Na outra sala de espera, que ficavam as outras pessoas que aguardavam ser atendidas ou noticias sobre o enfermo que se encontrava ali, estavam a mãe de Justin e seu empresário Scooter Braun, e também o pai e o irmão mais novo de Jenny.

Justin foi até lá, para que o pai de Jenny pudesse ir para saber como se encontrava o estado de saúde da filha, pois na sala onde Bieber estava só podia ficar duas pessoas relacionadas ao paciente, mas o Sr. Lyons notou que Justin estava tão desesperado, e por isso, cedeu o lugar para que ele fosse primeiro. A mãe de Jenny permaneceu lá.

- Ela pode morrer. –disse Bieber em desespero entre o choro. –Mãe, ela corre risco de vida.

Pattie o abraçou forte e disse para ele mandar a calma, e rezar para que Deus tome conta dessa situação em que Jenny se encontra. Ela e inclusive todos de sua equipe, ficaram abalados com a noticia do acidente de Jenny.

- Vamos ter que adiar o show de amanhã a noite em Nova York. –disse Justin decidido.

- Não podemos Justin. Esse show já foi adiado, lembra? Era para você ter começado a sua turnê lá, mas você quis trocar para começar aqui por causa da Jenny. Não podemos adiar esse show novamente. –disse Scooter. –Sabemos o quanto você está chateado. Puxa, nós também estamos, isso foi um choque para todos nós, com certeza. A Jenny é uma garota fantástica e sabemos a dor que você está sentindo. Você pode adiar todos os outros shows, menos este. A não ser que você cancele.

- Não. Não posso fazer isso com meus fãs. Mas ela corre risco, Scooter. Eu tenhoque ficar aqui. Não conseguirei fazer um bom show.

Scooter pareceu um pouco pensativo, e então disse:

- É claro que você consegue fazer um bom show, todos os seus shows são bons. Você é bom. Mas agora é o momento em que a família dela tem de ficar aqui. Você não pode fazer nada além de rezar por ela, Justin. Agora é um momento que a família tem de acompanhar ela. Faça o seguinte: dedique esse show a ela. O show inteiro. Peça orações e preces pros seus fãs neste show para a Jenny.

Justin apenas assentiu com a cabeça. Ele sabia o compromisso que tinha, e por um lado Scooter tinha razão. Mas tamanha dor que ele sentia, não havia medidas. Então ele dedicaria esse show a Jenny. Cantaria cada musica intensamente para ela. Seria um momento dele e de seus fãs se reunirem e torcerem para que Jenny pudesse sair bem dessa situação precária em que ela se encontrara.

Na tarde seguinte, já em NY, faltando apenas algumas horas para o show, a Sra. Lyons ligou para ele informando que Jenny será operada naquela noite, mesmo com o estado de saúde ainda delicado eles iriam realizar essa operação, pois a fratura gerou uma infecção e se adiassem isso comprometeria vida dela, pois Jenny se encontrava muito fraca e não suportaria uma grande infecção. Mesmo os médicos sabendo que ela estava correndo risco de vida ainda, mesmo que esses riscos tenham baixado, eles iriam arriscar. E ela ainda permanecia inconsciente.

Aquelas informações só contribuíram para que Justin ficasse mais abalado e preocupado do que já estava. Ele tentava a todo custo não pensar no pior. Mesmo que ele não se convencia de seus míseros pensamentos de esperança, Justin sabia que tinha nascido para ficar ao lado de Jenny, e assim seria para o resto da vida dele, não importando onde Jenny estaria, ao lado dele fisicamente ou apenas pelos pensamentos e viva em seu coração.

A hora do show chegou. Seus fãs, seus sinceros e fiéis fãs o aguardavam para ajudá-lo nesse momento difícil de sua vida.

De seu camarim, Justin pode ouvir gritos vindos da platéia. Não eram apenas vários tipos gritos afinados apenas gritando, e sim, um grito de união que dizia: ‘JUSTIN, ESTAMOS COM VOCÊ’.

- Você está bem, querido? –perguntou Pattie entrando em seu camarim.

- Sim.

-Você não precisa fazer isso se você não quiser. Você mal dormiu a noite passada.

- Eu estou bem, mãe.

- Tem certeza? –indagou Pattie mais uma vez, com uma expressão preocupada e sentando-se ao lado do filho.

- Sim.  Confie em mim, mãe. No final sempre dá certo. Aprendi isso com ela. –disse Justin inclinando-se em direção sua mãe, para abraçá-la. Seus olhos estavam cheios d’agua.

Pattie deu-lhe um sorriso confortador.

- Sim, Justin, vai dar tudo certo, e quando você menos esperar, logo tudo isso vai passar.

Ela o abraçou com força e lhe deu um beijo em sua testa. Então, Justin foi em direção ao palco com o violão em sua mão esquerda, e seu rosto tomado pelas lágrimas. Enxugou-as, sorriu, e seguiu em frente.