Asleep escrita por Hoppe, Mih Ward


Capítulo 12
Declaração


Notas iniciais do capítulo

*u* oooi, tudo bom? espero q gostem e boa leitura
Bjoos ♥



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Estas alegrias violentas têm fins violentos

Falecendo no triunfo, como fogo e pólvora

Que num beijo se consomem.

Sabia que era tudo um sonho, pois nada fazia sentido. Era um sonho em que você precisa correr, correr até os pulmões explodirem e queimarem, correr de algo que nem ao menos fazia idéia do que era, mas não consegue fazer com que o corpo se mexa com rapidez suficiente. Minhas pernas pareciam se mover com uma lentidão maior cada vez mais à medida que adentrava mais naquela floresta, escura e úmida.

Meus pés grudavam na relva úmida mas não tinha tempo de parar para ver o que era. Tinha de correr, sem saber o porquê. Apenas correr... Correr até minhas pernas não agüentarem mais, até meus pulmões arderem em brasa, até não ter mais forças para continuar...

E quando eu estava prestes a desistir, a floresta pareceu se mover a minha vontade, me fazendo parar no meio de uma clareira, vazia, porém, havia mais alguém lá.

Era ele novamente. Ele, que estava sempre presente em meus sonhos, que fazia com que o restante de minha sanidade se esvaísse... Que adormecia a minha dor de uma forma lenta, como uma morfina. Era ele. Tom Riddle.

Estava parado a alguns metros de mim. Sua capa preta ondulava no ar, seus cabelos escuros se movimentavam lentamente e suas orbes verdes me fitavam, vazios.

Suas mãos estavam para trás, dando-lhe uma pose formal e pomposa.

- Tom? – perguntei me aproximando cautelosamente dele – Onde... Estamos? Por que isso esta acontecendo? É apenas um sonho, certo?

Naquele momento, percebi que poderia não ser um sonho. Eu tinha controle do meu próprio corpo, da minha mente, da minha fala... Dos meus pensamentos... Não, aquilo com certeza não era um sonho. Pelo menos, não um sonho comum.

Ele deitou a cabeça de uma forma ingênua e abriu um pequeno sorriso.

- Sim, Srta. Legrand – murmurou – É apenas um sonho...

- Onde estamos? – olhei novamente ao nosso redor.

- Na Floresta Proibida, é claro... – murmurou ele.

Ainda não havia acreditado em suas palavras. Aquilo não parecia um sonho, não... Parecia uma vivência do meu subconsciente.

A fina garoa começou a cair. A chuva sempre estava presente em meus sonhos, alguns diziam que ela vinha nos piores momentos.

E quando voltei a olhar para frente, Tom já estava mais perto. Perto o bastante para que eu pudesse sentir seu perfume entorpecente. Cítrico e amêndoas.

Ele era mais alto e tive de olhar para cima e fitar seus grandes olhos verdes amendoados, envoltos por uma frieza impermeável.

- Alguém já lhe disse que tem belos olhos, Srta Legrand? – perguntou sem emoção.

- Michelly... – engoli a seco – Me chame de Michelly e não... Nunca me disseram...

Ele alargou minimamente o sorriso torto. Ele levantou uma mão e tocou a ponta dos seus dedos em meu rosto. A sensação dos seus dedos gélidos em contado com a minha pele me causou arrepios juntos de choques elétricos.

Mais um passo, ele deu, seguido de outro, até seu corpo ficar tão próximo do meu que eu já conseguia sentir o calor emanar dele, os choques elétricos que perpassavam pelo meu corpo e sua respiração batia contra o meu rosto.

Seus lábios frios roçaram nos meus e ele soltou uma pequena risada. Fechei os olhos perguntando-me em que lugar estava a minha sanidade e minha noção de perigo.

 E quando nossos lábios finalmente se uniram, um vento forte soprou, me trazendo de volta a consciência. Abri os olhos levantando automaticamente meu tronco, do colchão quente e macio.

O quarto estava iluminado e sentia o frio da manhã entrar. Sue abrira a janela com o grande sorriso radiante que sempre estampava sua face todas as manhãs. Ela, indiretamente, havia me salvo de algo que eu poderia me arrepender mais tarde.

- Bom dia, Myh! – saltitou para o banheiro. Olhei para a cama ao lado da minha, constatando que já estava arrumada e vazia.

- Onde esta Amanda? – perguntei empurrando as cobertas para o lado.

- Saiu cedo... – Sue, que antes entrara no banheiro com os cabelos vermelhos, saíra com os cabelos azuis celeste.

- Você... Esta bem, Sue? – perguntei percebendo que ela não parava de quicar pelo quarto. Estava mais animada naquela manhã, mais animada do que era normalmente.

- Certo... – ela se virou para mim sorrindo, fazendo com que suas covinhas aparecessem – Não conte a ninguém... Tudo bem?

Dei de ombros, enquanto ela se sentava em minha cama.

- Eu... Vou ter um encontro hoje com Devon... – murmurou ela e sua animação era tanta que seus olhos mudavam de cor de forma constante – Devon Smith...

- Então, Srta Rowle.... Deveria estar se arrumando agora... – sorri e ela imediatamente pulou da cama, correndo pelo quarto a procura do seu casaco de inverno.

Era domingo, uma manhã depressiva de domingo. O céu era branco, sem nuvens ou alguma cor que trouxesse um pouco de alegria.

Aquele sonho continuava a assombrar meus pensamentos passando rápidos flashes sobre o que houvera. Eu, no entanto, parecia decepcionada por ter acordado justo naquela hora. Aquilo era irracional.

Quando a vida lhe oferece um sonho muito além de todas as suas expectativas, é irracional se lamentar quando isso chega ao fim.

Com certeza, muito irracional.

- Dormiu bem, Srta Legrand? – uma voz envolta pela frieza impermeável soou detrás de mim, sobressaltando-me. Virei-me para trás, assustada e olhar para aqueles olhos verdes me causou algo de estranho.

- Si-sim... – gaguejei. Meu coração havia se acelerado, no entanto, mais uma vez não fora pelo susto.

- Algum sonho? – ele arqueou as sobrancelhas e me forcei a não corar.

- Não... – murmurei engolindo a seco – Foi... Vazio.

Por sobre seu ombro, pude ver a figura loira adentrar no banheiro cambaleante. Revirei os olhos.

- Com licença... – murmurei passando por ele e entrando no banheiro, sem me importar se era masculino.

Abraxas Malfoy estava escorado na pia, olhava o seu reflexo no espelho como alguém com sérios problemas mentais degenerativos. E quando as grossas lágrimas brotaram de seus olhos, tive certeza de que ele não percebera minha presença.

Em suas mãos, havia novamente a garrafa de Abysynto, sua camisa branca estava amassada e aberta em alguns botões, seus cabelos loiros estavam bagunçados e eu realmente o acharia atraente, se ele não fosse Abraxas Malfoy, e se não estivesse bêbado.

- Hey... Malfoy... – murmurei assustando-o fazendo com que ele largasse a garrafa de bebida e ela caísse no piso de mármore. A garrafa se quebrou , produzindo um estilhaço ensurdecedor.

- O que dia... – ele parou cerrando os olhos em minha direção como se estivesse tentando me reconhecer – Ah! Lestrange...

- Legrand – o corrigi dando um passo em sua direção – Você esta bem?

Ele então, percebera que suas lágrimas ainda estavam visíveis. Tratou de rapidamente secá-las.

- Sim... – murmurou passando por mim fazendo a menção de se retirar, porém, agarrei seu braço.

- Tom me contou sobre os problemas em sua família – murmurei.

- E ele não devia ter feito isso... – falou impaciente – Óbvio que a bebida não tem nada haver com a minha família patética.

- E então, por que bebe? – perguntei.

- Não preciso de um motivo para beber – falou.

- É... Você não precisa de um motivo para beber – conclui – Mas precisa de um para beber até quase entrar em coma alcoólico.

- Por que se importa tanto, Lestrange? – perguntou entre dentes.

- Legrand! – o corrigi novamente – E eu me importo! Quem não se importaria ao ver o seu estado, Malfoy?

- Não sou obrigado a desabafar a minha vida inútil a você – cuspiu.

- É... E eu não estou lhe obrigando... – falei – Só... Quero lhe ajudar...

Um silêncio se fez ali, no banheiro do segundo andar. Ele, por fim, suspirou e finalmente me fitou com seus olhos frios e gélidos.

- Você vai rir... E com certeza não entenderá – falou – E também... Iria contar direto a ela...

- Ela quem? – perguntei.

- À Sue... – respondeu em um fio de voz doce, pronunciara com carinho.

- O que ela tem haver com tudo isso, Malfoy?

- Promete não rir? – hesitou.

- Por que eu riria?

- É... Patético, imaturo... Idiota...- olhou para o chão. Seus olhos voltaram a marejar.

- Me diga então... – insisti.

Ele suspirou, levantando seus olhos para mim, fitando-me por sob os longos cílios negros.

- Eu sou apaixonado por Suzannah Rowle – declarou por fim.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? *u* me digam!
Bjoos ♥