Sentamos em uma mesa e conversamos, aproveitamos para comer um pouco na lanchonete do hospital. Ao eu contar sobre os exames, ela volta a chorar. Coitada, deve está acabada por dentro.

De repente, ela enxuga seus olhos e olha nos meus olhos, segura em minhas mãos e diz “Ela estava confusa. Suas brigas, os dois bebês perdidos, o que ocorreu no trabalho...” Eu a interrompo: “Como assim, o que ocorreu no trabalho?” Ela volta a dizer: “ Ela perdeu o emprego.”.

Nessa hora eu não me agüentei, levanto e grito para ela: “Por que ela não confia em mim? Eu sou leal a ela, ela sempre soube disso. Fica escondendo as coisas. Como ela quer que eu fique depois de ver ela morta sem saber de nada. Fiquei igual louco tentando resolver por mim mesmo o que ocorreu. Diga-me!”.

A mãe abaixou a cabeça e disse: “Porque ela te ama e, ela não queria levar dor de cabeça para casa, sendo que vocês estavam em clima de briga. Ela se sobrecarregou e infelizmente se suicidou, sendo que o correto era pedir ajuda.”

Fico quieto, sento e abaixo a cabeça, começo a chorar.