A Queda de Um Semideus escrita por Thah


Capítulo 14
Tenho uma surpresa do meu pai


Notas iniciais do capítulo

Olá gente bonita!!!
Este capítulo vai ser esclarecedor de alguns detalhes que por alguns nem se lembravam mais.
Surpresinhas hoje!!!
Espero que gostem!
Kissus *----*



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Minhas pernas bambearam, pareciam pesar uma tonelada. A visão ficara embaçada, o ouvido transmitia o barulho agudo e irritante, sangue escorria no canto da minha boca. Desabei no colo de Annabeth.Como um fleche de luz, ao meu redor se puseram Miley,Grover,Nico e Greg.

 O vulcão tremeluziu.

  - Vamos sair daqui! – bradou Lúcio – peguem a garota.

Um dos monstros agarrou Thalia e com seu mestre desapareceram.

Cuspi um pouco de sangue.

  - Me de néctar! – ordeneu Annabeth.

Grover revirou a mochila e entregou a ela o liquido fortificante.

  - Beba Percy – a voz fraca dela e chorosa dela me deixava ainda pior.

Até mesmo para ingerir o liquido eu tinha dificuldade, parecia que meu corpo já não me obedecia, e desta vez era diferente. Quanto mais eu tomava, a cada segundo não conseguia sentir mais alguns de meus movimentos.

O vulcão ainda tremia, não precisava de vasto conhecimento em geografia para saber que ele iria entrar em erupção.

  - Percy, eu não queria que ele fizesse isso, você é meu amigo! O único que já tive, não devia ter traidor vocês – Greg soltava as palavras como um prédio desabando.

  - Ei...relaxa... – minha voz era falha, igualmente a da minha avó quando esteve hospitalizada – salve a...Thalia...

  - AI! – um fisgo correu meus braços, adormecendo completamente.

  - Por que fez isso?! Ficou maluco cabeça de alga! – Annabeth alisava meu cabelo em pranto.

  - Ei – consegui dar um leve sorriso – eu te disse que não iria te dever um favor.

    Quando eu era pequeno, um pouco antes da minha avó falecer, ela me disse que todos algumas pessoas ( principalmente as idosas) tem pressentimentos de quando a morte esta chegando. No dia em que ela se foi, eu apertei sua mão enrugada e escutei suas ultimas palavras, os tubos de respiração atrapalhavam um pouco, porém isso não a impediu, ela me disse:

  - Percy cuide bem de sua mãe...

  - Vovó, por favor não morra – meus olhos ardiam de tanto chorar.

  - Ó meu menino – ela beijou minha cabeça – todos temos que partir um dia, e eu já esperava por isso, nunca deixarei de te olhar, mesmo que você não me veja eu estarei ao seu lado.

  - E como...snif...eu posso ter...certeza disso?

  - Acredite meu neto, você saberá – e assim fechou seus olhos verdes.

Pois é vovó, agora sei o que a senhora quis dizer.

  - Percy, por favor agüente firme – suplicava Annabeth.Suas lagrimas escorriam de seu rosto e caiam no meu, umas delas chegou até a minha boca seca.Tinha gosto salgado me lembrava o mar.

  - A alma dele esta indo embora – Nico falou com tristeza.

No fundo da minha mente escutei um voz rouca e cansada “Venha meu menino...”

  - Annabeth...eu...te... -  não pude terminar a frase.

Tudo se tornou escuro.

Então é assim que é morrer? Tudo se escurece, você não sente mais seu corpo, e nem sabe mais se possui uma mente. Se bem que... se estou pensando quer dizer que ainda tempo uma mente...ainda...

Uma visão veio em minha mente. A praia em que Rachel eu estivemos no ano passado. O céu claro transmitia paz e tranqüilidade, a areia fofa e macia era aconchegante, os pássaros a voar dava um ar de liberdade e a água... esverdeada e cristalina, sem nenhuma sujeira, pus meus pés nela e podia ver a areia ao fundo.

Olhei para mim e notei que não usava mais a velha roupa de sempre, calçava chilenos confortáveis, vestia uma bermuda e uma camiseta branca.

  - É lindo não?

Me assustei.

  - Pai? – cocei meus olhos para conferir se não era uma miragem ou algo do gênero.

  - Olá Percy. – ele sorriu. Vestia as mesmas coisas de sempre, sua aparência jovial contracenava com a paisagem harmoniosa.

  - O que eu estou fazendo aqui? – perguntei.

  Poseidon andou pela água até mim. Os peixes o seguiam alegres. Ele se pôs a minha frente, respirou fundo e apontou para a minha camiseta.

  - Tem certeza que não sabe?

  - Tenho uma idéia – olhei para o horizonte – mas espero que não seja ela.

  - Sabe filho, você foi um ótimo herói.

  - “fui”? – repeti desconfiado.

  - Sim.Venha, vamos caminhar um pouco, temos muito o que falar. – Ele envolveu seu braço em meu ombro. E começamos a marchar em frente.

  - E até onde vamos?

  - Depende, até onde precisar – Poseidon deu uma piscadela.

Andar com o meu pai era o máximo. Talvez pelo fato de eu nunca ter feito isso. Quando criança, sempre pensava como seria ter um pai. As outras crianças sempre comentavam sobre as viagens que faziam com os pais, os brinquedos que ganhavam, os dias felizes que passavam com eles e eu bem... Gabe sendo meu padrasto nunca demonstrou afeto por mim, na verdade ele não tinha afeto por ninguém, tirando a sua cerveja.

  - Percy, você já deve estar sabendo do seu atual estado – ele arqueou a sobrancelha.

  - Eu estou morto? – como eu esperava uma resposta assim “Pirou moleque, andou tomando muito sol!”

Porém infelizmente ele assentiu.

Mas que droga! Tanta coisa que eu devia ter feito e não fiz. Coisas que devia ter dito a Annabeth como o quanto eu a amava. O tempo que queria passar com a minha irmã depois que salvássemos Thalia. Os planos que tinha para o acampamento.Agora era tarde.

  - E porque não estou no mundo inferior? – afinal todos que morrem vão para lá seguir seu destino, várias almas por dia. E eu já vi como é o processo não achei que fosse passar por ele tão cedo.

  - Bom, pedi ao Olimpo autorização pra falar com você. Este é um...pré caminho antes do domínio de Hades.

Acho que meu titio não vai ficar muito feliz com a minha chegada.

  - Queria que fosse diferente... – murmurei.

  - E está sendo meu filho.

Olhei para ele com uma cara de desdém. Diferente onde? Estava morto, a caminho do mundo inferior, ah sim, havia uma, meu pai que me conduzia para meu destino cruel.

  - Percy...você sabe porque eu te dei isso – apontou para o colar pendurado em meu pescoço.

  - Sei lá, achou que ia gostar? – arrisquei.

  - Disso eu já sabia – gabou-se ele – mas... este colar é diferente, é poderoso.

  Ah tá. Quem sabe com o pingente de tridente eu possa usar como um mini garfo, ou o cordão é igual o laço da mulher maravilha só que de tamanho pequeno. Poseidon notou minha expressão de indiferença, bufou e continuou:

  - Os dois colares possuem forças inimagináveis. Estavam guardados em meu reino durantes milênios.

  - Mas se eles são tão poderosos, por que guardá-los?

  - Prevenção. Ninguém do Olimpo sabe da existência deles. A questão é, minha mãe Réia aprisionou dentro desses objetos parte do poder dos filhos.

  - Então quer dizer que...

  - Exato. Zeus, Hades, Hera, Héstia, Deméter e inclusive eu – ele adentrou na água e mergulhou as mãos – o fato é que minha mãe me deu estas relíquias por que de alguma forma pressentia que necessitaria delas. Então as guardei em meu reino até a hora certa.E a hora é agora.

  - Pai aonde você quer chegar?

  - Percy me empreste o seu colar.

 Retirei e dei a ele. Poseidon pegou nas águas um peixe morto.

  - Observe – ele pôs o objeto sobre o corpo pequenino do animal, uma luz branca cobriu-o e como mágica,o peixe começou a se mexer, na verdade a dançar, ligeiramente pulou e nadou mar a fundo.

  - Incrível! – disse surpreso.

  - Entende agora? Junto com o de sua irmã são capazes de ressuscitar qualquer pessoa – ele sorriu – ou um semideus.

Será possível?!

  - Eu posso voltar?! – falei animado.

  - Você quer?

  - É lógico! Tem tanta coisa que eu quero fazer, falar, passar...

  - De umas eu já tenho um leve idéia. Uma em especial.

  - Já entendi o recado pai – bati em suas costas larga.

 Nós saímos da água e ficamos frente a frente.

  - Contudo, este objeto só pode ser usado uma única vez, isso vale para o de sua irmã também ja que toda a força do dela se juntara ao seu. – alertou o deus.

  - Pai, obrigado – meus olhos se encontraram com os verdes profundos dele.

  - Agora vá e tome cuidado – Poseidon se transformou em água e desapareceu.

De repente estava de volta ao meu corpo. Comecei a sentir novamente meus movimentos, podia ouvir meus amigos chorando a minha volta.Abri os olhos lentamente era como nascer de novo, tirando o fato de não ser um bebê e sim o adolescente de dezesseis anos. Annabeth se encontrava debruçada em meu peito aos prantos, Nico abraçava Miley tentando confortá-la, Grover e Greg lacrimejavam em cima dos meus tênis encardidos. Fitei Annabeth.

  - Você fica uma gracinha quando esta preocupada...

Devo tê-la assustado.  

  - PERCY! – não sei de onde ela tirou tanta força, me abraçou intensamente que a minha coluna saiu do chão. Me pus sentado.

  - Ai! Ai! – podia estar consciente, contudo o corpo ainda doía e agradeço por isso. Dor é um sinal de que estou vivo.

  - Ai Percy, desculpe... – tentava se justificar. Ela pôs o cabelo atrás da orelha, um hábito que só realizava quando se sentia envergonhada.

  - Mas, eu aceito outro abraço – podia agüentar um pequeno incomodo. Ansiava conferir que aquilo não um sonho,fruto da minha imaginação.

  Annabeth me abraçou cuidadosamente. Consegui tirar os braços do chão e retribuir ao gesto. Depois nos separamos e ficamos há uma pequena distancia um do outro.

  - Você estava morto, e agora, ta aqui na minha frente! – ela deu aquele sorriso lindo.

  - É bom estar de volta.

  - Achei que tinha te perdido – disse ela enxugando a ultima lagrima em sua face.

  - Eu também – respondi.

  Me perdi em seus olhos cinzas, meu coração batia freneticamente, apoiei minha mão em sua face macia e a puxei para mais perto de mim, me deixei guiar pelos meus instintos e a beijei. Meu corpo parecia derreter, minha cabeça enlouquecia de tanta felicidade.Os lábios de Annabeth eram um sonho! Carnudos, macios e quentes.Há muito tempo que queria fazer aquilo. Só eu sabia o quanto sentia falta de seu beijo.

Estava no céu. Para receber aquele beijo me jogaria na frente dela mil vezes se fosse necessário.

  - Aham! – pigarreou Grover.

Nem me lembrava de que meus amigos estavam ali. Annabeth e eu coramos.

  - Percy – continuou ele – cara você tá vivo!

Ele passou a mão no meu cabelo chamuscado.

  - Maninho! – Miley me abraçou.

  - É bom te ver piralha – embora a palavra seja pejorativa minha irmã entendeu que falava no bom sentido.

  - É bom te ter de volta – disse Nico.

  - Percy... – Greg surgiu entre Grover e Annabeth – eu...eu estava me sentindo culpado pela sua morte.

  - E por quê? Você não teve culpa...

  - Tive sim! – interrompeu ele – passei as informações pro meu irmão, trai os únicos amigos que eu já tive.

  Cambaleando me pus de pé, desequilibrei porém, Annabeth e Nico me ajudaram.Greg ainda mantinha a posição agachada e fitava meus pés.

  - Mas você voltou atrás – estendi a mão e o levantei – e isso é o que importa.

  - Obrigado...amigo.

Dei tapinhas de leve em suas costas. Notei que não nos encontrávamos mais no vulcão Yellowstone, o lugar que via, era o alto de uma montanha.Com diversos tipos de flores espalhados pelo chão, arbustos secos.

  - Espera um pouco... – coloquei as engrenagens da minha mente para funcionar – o vulcão ia entrar em erupção, como conseguiram sair?

  - Foi a Miley, ela foi demais! – Nico falava cheio de orgulho.

Quando ele se pronunciou notei que minha irmã deu uma leve corada.

  - Nico está certo – proferiu Annabeth – ela conseguiu parar o tremor sozinha, nos guiou até a saída mais próxima.

  - Digna de uma filha de Poseidon – finalizou Greg.

  - Você fez tudo isso mesmo? – a fitei supreso

  - Eles estão exagerando – mexia em seu cabelo enrubescida – sabe Percy, fiquei com medo de não conseguir.Depois do que aconteceu no monte Rushmore tive receio mas... – sorriu festivamente – consegui!

  - E eu... – envolvi seus ombros e apertei no estilo “irmão protetor” – estou orgulhoso, papai também deve estar.

  - Mas Percy – interrompeu Nico – você estava morto, como voltou assim, do nada – deu os ombros.

Contei a eles sobre meu encontro com Poseidon.Em seguida Miley apertou o colar em seu pescoço.

  - Deuses... quem diria que bijuterias tão simples, fossem  tão poderosas.

  - Pois é, devemos agradecer a Réia.

  - Pelo visto quando a profecia dizia “ E destes um se juntara as estrelas do céu” se referia ao Percy – comentou Grover.

  - Ainda bem que tínhamos os colares – Miley disse contente.

Pensei em tudo que acontecera comigo e, já estava na hora em ter uma conversa com Greg de homem para homem.

  - Greg posso falar com você? – fiz um gesto pra que me seguisse.

  - Claro – respondeu instantaneamente.

Marchamos metros a frente. A conversa não seria fácil, pelo contrário.Greg me lembrava Luke até mesmo pelas suas atitudes.Ambos foram usados por seres que almejavam o poder, semelhantes na aparência física e no final se arrependeram dos seus atos.Tenho o costume de colocar a mão no bolso quando fico nervoso e assim como Annabeth morder o lábio.

  - Err...Greg... desculpe pela cena que você viu lá atrás – mais difícil impossível, nunca imaginei que um amigo meu pudesse se apaixonar pela mesma garota que eu.

  - Pedir desculpa? Pelo que? – ele me encarou com duvida.

  - Sabe... o beijo – disse constragido.

Greg gargalhou.

  - Percy, você não tem que me pedir desculpa de nada. Confesso que gosto muito da Annabeth, todavia, não sou eu que ela ama.

  - Mas, vocês se dão tão bem, tem mesmos gostos, até a comida preferida em comum – fiz questão de relembrar.

  - Pois é amigo, mesmo assim a Annabeth só tem olhos pra um cara e esse é você.

  - Sério? – perguntei abobado

  - Ta brincando né? Em todas as nossas conversas você sempre esta no meio.

  - E você não vai ficar chateado comigo? – ele me fitou com um olhar mortal, pensei que fosse me pulverizar só com os olhos.Em vez disto, deu duas batidas em meu peito.

  - Claro que não, porém se machucar os sentimentos daquela garota ai nós vamos ter uma conversa séria – ameaçou num tom de brincadeira.

  - O.k, valeu cara.

Greg sorriu.

  - Agora vamos, quero falar com o grupo todo.

  Voltamos a companhia dos nossos amigos. Greg se pôs no meio do bando.

  - Lúcio esta com minha irmã e devemos salva-la.

Curioso. Greg não chamava mais Lúcio de irmão, em compensação adotou Thalia como sua irmã. Sem duvida tinha o caráter bem diferente do irmão do mau.

  - Só que não sabemos do seu paradeiro – lembrou Grover.

  - Estive pensando nisso e se  bem conheço ele, está na “Chácara irmãos gêmeos”.

  - O que é isso? – perguntei a ele.

  - A casa de nossa mãe. Nosso único lar.


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Notas finais do capítulo

FINALMENTE NÃO! o/
Há muito tempo que todos esperavam por esse momento Percabeth!
Foi mal ter segurado todo esse tempo galera, mas tinha que ter uma cena dramática, uma prova de amora oras ^^
Nos vemos no próximo capitulo!