Eu estava colocando a blusa novamente, enquanto Ethel bebia refri.

V: Estou sujo.

E: Eu também. Nós dois estamos.

Dei um largo sorriso.

V: Foi muito legal!

Ela também sorriu.

E: É... Foi sim.

Estávamos sujos de sangue. Muito sujos.

V: Acho que a gente precisa de um banho.

E: Você acha, é?

Foi o melhor aniversário da minha vida. Juro. Foi muito bom. E divertido... Mas isso não durou muito tempo. O celular voltou a tocar. Era o Linde.

V: Oi.

L: Ta acontecendo algo! Ville!

Interferência no sinal... Que algo era esse?

L: Ville... Tudo... Ela me falou... Devo... Acreditar... Atrás dela... Você! Cuidado!... Arma!

V: Arma? Que tem a arma?

Tudo que pude ouvir de resposta foi o desagradável “tu tu tu” de quando cai a ligação.

E: Que foi amor?

V: Algo está muito errado. Linde me ligou. Ele parecia nervoso. Sinto que algo de errado vai acontecer.

E: Nada de errado pode acontecer.

Errado de novo. Aporta foi escancarada nesse instante.

V: Carol?

Ela estava em prantos e isso me assustou. E me irritou também. Lembrei-me de como ela havia beijado a Kate na minha frente. Na minha e na de Linde.

V: Que você quer aqui, sua piranha!

C: VOCÊ MATOU!

V: Eu matei? É! Eu matei! O que você vai fazer, sua louca desnaturada? Eu quero acabar com você agora! É isso que eu vou fazer! SUA CRIATURA IRRITANTE E MISERÁVEL!

O que ela fez meu amigo passar por... Foi muito humilhante. Vingança era a solução. Mas ela estava em vantagem agora... Sacou uma arma e apontou para minha testa.

C: QUEM VAI MATAR QUEM AGORA, VILLE? HEIN?

Gargalhou. Isso foi ainda pior.

V: Vadia! Não vai adiantar nada atirar em mim! Se eu morrer, não fazer a menor diferença!

C: Você tem razão! Vou ter que atirar naquela sua namoradinha traíra primeiro!

Ethel estava parada atrás dela com frigideira nas mãos. Antes que Carol pudesse se virar, tomou uma “frigideirada”.

E nada parou por aí. Linde entrou logo em seguida.

L: HOLY FUCK! Que é que houve nesse lugar!

Quando viu o estado de Kate, praguejou ainda mais alto.

L: MEU DEUS, QUE HORROR!

V: Fica tranqüilo.

L: É tão fácil pra você dizer isso...

E: Não é só pra ele não.

L: E o que Carol está fazendo aqui? Essa desgraçada!

Ethel começou a rir.

E: Ela é tão patética! Chega aqui com uma arma dizendo que vai matar todo mundo. Ninguém merece isso! E Kate nem gostava tanto dela assim.

L: Eu sou um idiota mesmo. Acho que tenho que procurar alguém que goste de homens para eu me apaixonar. Que tal?

V: É uma boa. E tente achar uma garota que não seja chata.

E: Odeio interromper, mas ela está acordando. O que fazemos? Mais frigideira?

V: No, thanks! Aquilo foi esquisito e hilário.

L: Eu tive uma idéia.

V: Que idéia?

Conforme Linde disse, saímos os três de perto dela enquanto ele pegava sua arma. Ela se levantou indignada. Chorando e gritando.

L: Ville... Por que você e Ethel estão sujos de sangue?

Sorri maliciosamente.

V: Longa história.

C: Eu juro... Que vou acabar com vocês... Destruíram minha vida... Destruíram tudo!

Linde puxou o gatilho e com uma mira impecável atirou na perna dela.

L: HAHAHA! NÃO PODE MAIS ANDAR, VADIA!

E: Linde... Você não está legal... E onde aprendeu a atirar desse jeito?

L: Aprendi agora. E não vou ficar bem, até que eu mate essa MALDITA.

Ele estava me assustando. Era difícil de me fazer ficar assustado... Mas ultimamente: me apaixonei, fiz sexo sangrento, meu amigo atirou numa lésbica... Até que era fácil de se assustar.

Carol gritava ainda mais enquanto estava caída no chão. A dor estava visível em seus olhos.

V: Vamos deixá-la aí ou...

L: Vamos levá-la pro telhado.

E: O que vamos fazer com ela no telhado?

Diabolicamente ele respondeu:

L: Descubram lá em cima.

*Medo*