Numb Of Love escrita por Mih Ward


Capítulo 18
Capítulo 17




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Eu caminhava sem rumo pelos corredores de Hogwarts. Estava me lembrando do último sonho que tive com Scorpius.

Dessa vez eu não me encontrava naquele cômodo escuro que normalmente Scorpius aparecia, e sim em uma linda campina. Eu nunca havia estado naquele lugar, isso eu tinha certeza. Era perfeita, a grama rasteira era colorida com flores de diversos tamanhos e cores, o sol batia nelas dando um ar surreal a tudo. Eu estava deitada no peito de Scorpius e ele acariciava meus cabelos. Normalmente, ele não era do tipo carinhoso, mas acho que aquele tempo longe o havia deixado mais romântico ou coisa parecida, e eu gostava.

– Não acha melhor contar tudo para eles? - perguntou de repente.

– Como? - não entendi o que ele queria dizer.

– Você sabe... Contar a eles que você veio do futuro - esclareceu.

– Você acha? - perguntei me afastando para vê-lo melhor.

Ele assentiu olhando para uma borboleta que voava por ali. Eu suspirei de modo pesado.

– Eu não sei qual será a reação deles, tenho medo - falei baixinho, mais para mim do que para ele.

– Eles vão entender Rose, são sua família - tentou me confortar.

– Eu sei, irei contar - me rendi dando outro suspiro.

Ele não disse mais nada, apenas continuou a mexer em meus cabelos. Ficamos mais um tempo em silêncio, até que ele o quebrou novamente.

– Está na hora de você acordar - suspirou triste.

– Eu estou sentindo - murmurei triste também - Minha consciência está voltando aos poucos.

Ele apenas me abraçou e eu automaticamente fechei os olhos. Quando os abri novamente, me encontrava em meu quarto, no dormitório da Grifinória.

Suspirei, eu estava decidida, iria contar a verdade para Ron, Mione, Harry e Draco. Esse último eu tinha receio de contar, mas sabia que era o certo.

Me lembrei do recado que mandei para eles mais cedo:

Me encontre as 20:00 na Sala Precisa.

Rose

Já se passavam das 19:00 e minha ansiedade só aumentava. 
Eu não tinha a mínima noção do que falar para eles. Mas agora não tinha mais volta.

Draco não falava comigo desde aquela vez antes da chegada das outras escolas aqui em Hogwarts, e eu não sabia se ele iria para a Sala Precisa.

– Rose? - chamou alguém atrás de mim. Eu estava tão concentrada em meus pensamentos que demorei alguns segundos pra notar o chamado e parar de andar.

– Oi, Carol - cumprimentei a garota que tinha me chamado.

Ela abriu um sorriso e se aproximou um pouco mais.

– Tudo bem? Você parecia distraída... - inclinou a cabeça para o lado, analizando-me.

– Sim, eu só estava pensando um pouco - suspirei - Estou com saudade da minha família - aquilo não era mentira, eu realmente sentia muita falta de meus pais, meus primos, meu irmão... Era estranho está ao mesmo tempo tão perto dos meus pais e também tão longe.

– Também sinto falta da minha - murmurou triste.

Eu dei um sorriso solidário para ela que retribuiu, ainda triste.

– AAh - ela deu um gritinho que me assustou - Vamos para meu dormitório? Quero te mostrar uma coisa - me convidou animada. Ela me assustava, em um momento estava cabisbaixa, e em outro, me puxava animadamente para seu quarto. Eu estava vendo a hora dela saltitar e bater palminhas.

– Não, perai... - tentei protestar, porém, ela fingiu que não me ouviu.

Ela me arrastou até a entrada do Salão Comunal da Sonserina, murmurou a senha e me puxou para dentro. Assim que adentramos todos que estavam lá olharam para nós duas e eu corei fortemente. Eles me fuzilavam com olhares hostis, e de desprezo.

Automaticamente meus olhos foram atraídos por duas orbes prateadas e frias. Seu rosto estava em sua máscara habitual e ele me olhava aparentemente sem interesse nenhum, sem emoção, porém, eu aprendera a reconhecer aquele pequeno brilho nos olhos deles, aquela pequena ponta de sentimentos, aquilo que me dizia que ele se importava.

Ao seu redor estava Parkinson, Goyle e Crabble. Parkinson me olhava com ódio. Goyle nem parecia ter me notado, seus olhos estavam fixos em uma certa pessoa ao meu lado. E Crabble fitava algum ponto, por mim desconhecido, com uma cara extremamente cômica, se não fosse pela situação que eu me encontrava eu com certeza teria gargalhado.

Carolina, que até esse momento estava paralisada olhando para Goyle, pareceu acordar e me puxou para o seu dormitório, deixando para trás vários burburinhos.

Eu me sentei na cama que parecia ser a dela e esperei ela falar alguma coisa, quando eu vi que ela não falaria nada perguntei:

– O que você queria me mostrar?

– Han? - ela me olhou sem entender.

– Você, queria me mostrar uma coisa, lembra? Por isso me trouxe aqui - a lembrei como se explicasse para uma criança que ela não poderia dormir tarde.

– Ah, sim... - ela entendeu - A coisa... É, na verdade, não era nada - murmurou baixinho.

– Como? - perguntei, acho que não tinha ouvido direito.

– Eu não queria te mostrar nada, sabe, só queria que você viesse aqui - esclareceu tentando, inutilmente devo dizer, controlar a risada.

– CAROLINA! - gritei indignada, estava prestes a me jogar nela, só que o barulho da porta me sobressaltou, fazendo eu me virar para ela.

– O que essa mestiça faz aqui, Winslet? - Parkinson perguntou furiosa.

– Nada que seja do seu interesse Parkinson - murmurou Carol azeda.

– Claro que é, ela está na minha casa! E no meu dormitório! - elevou o tom de voz Pansy.

– Se você também se esqueceu - começou Carolina com uma voz de desprezo - A casa também é minha, e adivinha? - perguntou irônica - O quarto também! - murmurou baixinho como se fosse um segredo. A única coisa que eu pude fazer foi gargalhar da cara da Parkinson - Vamos, Rose - me chamou - Você não tem que aturar isso - murmurou com desdém apontando para a garota.

Ela me puxou novamente, em direção a saída do quarto. Pansy continuou nos olhando com cara de tacho até sumirmos de sua visão. Passamos rapidamente pelo Salão Comunal e quando estávamos do lado de fora alguém interrompeu nossa passagem.

– Rose? - uma voz fria e indiferente me chamou. Era ele.

– É... Então eu vou voltar Rose - murmurou Carol sem jeito - Desculpa pela Parkinson - completou enquanto voltava para seu Salão Comunal.

– Ok - respondi atônica.

– O que você queria falar comigo? - Draco foi direto.

– É... Vamos para a Sala Precisa, preciso te contar uma coisa - eu disse o puxando em direção ao 7° andar.

Ele deixou ser levado e paramos em frente a porta da Sala Precisa, que já estava aberta. Certo, eles já estavam lá.

Era agora.



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