Numb Of Love escrita por Mih Ward


Capítulo 17
Capítulo 16




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Acordei no dia seguinte com insistentes batidas na porta.

– Quem é? - perguntei mal-humorada.

– É a Hermione! - respondeu minha futura mãe.

– Que foi? - perguntei sem sair da cama.

– Você vai se atrasar Rose, vamos logo! Abra essa porta - gritou do outro lado.

– Tudo bem, tudo bem - resmunguei me levantando e abrindo a porta.

Hermione entrou e se sentou em minha cama enquanto eu me arrumava preguiçosamente.

– Vamos Rose! - murmurou Hermione impaciente.

– Já vou, já vou... Quanta pressa - resmunguei de novo.

Assim que eu acabei de me arrumar, descemos para o salão comunal. Estavamos indo em direção ao quadro da mulher gorda, mas fomos impedidos por uma aglomeração de alunos que havia ali.

– O que é? - perguntei para Ron que apareceu ao nosso lado com Harry.

– Não sei - respondeu enquanto ficava nas pontas dos pés para ver por cima das cabeças à sua frente e ler o aviso em voz alta para os outros três.

TORNEIO TRIBRUXO

As delegações de Beauxbatons e Durmstrang chegarão hoje às seis horas. As aulas terminarão uma hora antes... Os alunos deverão guardar as mochilas e livros em seus dormitórios e se reunir na entrada do castelo para receber os nossos hóspedes antes da Festa de Boas-Vindas.


– Genial! - exclamou Harry - É Poções a última aula de hoje! Snape não terá tempo de envenenar todos nós! - completou enquanto iamos para o Salão Principal.

Ninguém prestou muita atenção às aulas, pois estavamos bem mais interessados na chegada das comitivas de Beauxbatons e Durmstrang à noite, até Poções foi mais tolerável do que de costume, porque durou meia hora a menos. Quando a sineta tocou mais cedo, eu, Harry, Ron e Hermione subimos depressa para a Torre da Grifinória, largamos as mochilas e os livros, conforme as instruções que tinham recebido, e descemos correndo para o saguão de entrada.

Os diretores das Casas estavam organizando os alunos em filas.

– Weasley, endireite o chapéu - disse a Professora Minerva secamente a Ron - Sigam-me, por favor, alunos da primeira série à frente... Sem empurrar...

Descemos os degraus da entrada. Fazia um fim de tarde frio e límpido, o crepúsculo vinha chegando devagarinho e uma lua pálida e transparente já brilhava sobre a Floresta Proibida.

– Quase seis horas - comentou Rony, verificando o relógio e depois espiando o caminho que levava aos portões da escola - Como é que vocês acham que eles vêm? De trem?

– Duvido - respondeu Hermione.

– Como então? Vassouras? - arriscou Harry, erguendo os olhos para o céu estrelado.

– Acho que não... Não vindo de tão longe... - falei.

– De chave de portal? - aventurou Ron - Ou quem sabe aparatando, talvez tenham permissão de fazer isso antes dos dezessete anos no lugar de onde vêm?

— Não se pode aparatar nos terrenos de Hogwarts. Quantas vezes tenho que repetir isso a vocês — falou Hermione com impaciência.

Examinamos excitados e atentos os jardins cada vez mais escuros, mas nada se movia, tudo estava quieto, silencioso, como sempre. Eu começava a sentir frio. Queria que os visitantes chegassem logo... Talvez os estudantes estrangeiros estivessem preparando uma entrada teatral...

E então Dumbledore falou em voz alta da última fileira:

— Aha! A não ser que eu muito me engane, a delegação de Beauxbatons está chegando!

— Onde? — perguntamos ansiosos, olhando em diferentes direções.

— Ali! — gritou um aluno da sexta série, apontando para o céu sobre a Floresta.

Quando a sombra gigantesca e escura sobrevoou as copas das árvores da Floresta Proibida, e as luzes que brilhavam nas janelas do castelo a iluminaram, vimos uma enorme carruagem azul-clara do tamanho de um casarão, que voava para nós, puxada por doze cavalos alados, todos baios, cada um parecendo um elefante de tão grande.

As três primeiras fileiras de alunos recuaram quando a carruagem foi baixando para pousar a uma velocidade fantástica, os cascos dos cavalos bateram no chão.

Eu só tive tempo de ver que a porta da carruagem tinha um brasão (duas varinhas cruzadas, e de cada uma saíam três estrelas) antes que ela se abrisse. Um garoto de roupas azuis-claras saltou da carruagem, curvado para a frente, mexeu por um momento em alguma coisa que havia no chão da carruagem e abriu uma escadinha de ouro. Em seguida, recuou respeitosamente. Então vi um sapato preto e lustroso sair de dentro da carruagem acompanhado, quase imediatamente, pela maior mulher que eu já vi na vida.

O tamanho da carruagem e dos cavalos ficou imediatamente explicado. Algumas pessoas exclamaram.

Dumbledore começou a aplaudir; os nós, acompanhando a deixa, prorrompemos em palmas, muitos dos alunos nas pontas dos pés, para poder ver melhor a mulher.

— Minha cara Madame Maxime — disse. — Bem-vinda a Hogwarts.

— Dumbly-dorr — disse Madame Maxime, com uma voz grave. — Esperro encontrrá-lo de boa saúde.

— Excelente, obrigado — respondeu Dumbledore.

— Meus alunos — disse Madame Maxime, acenando descuidadamente uma de suas enormes mãos para trás.

Reparei que uns doze garotos e garotas haviam descido da carruagem e agora estavam parados atrás de Madame Maxime.

— Karrkarroff já chegou? — perguntou Madame Maxime.

— Deve chegar a qualquer momento — disse Dumbledore. — Gostaria de esperar aqui para recebê-lo ou prefere entrar para se aquecer um pouco?

— Me aquecerr, acho. Mas os cavalos...

— O nosso professor de Trato das Criaturas Mágicas ficará encantado de cuidar deles — disse Dumbledore — assim que terminar de resolver um probleminha que ocorreu com alguns de seus outros... Protegidos.

— Meus corrcéis ecsigem... Hum... Um trratadorr forrte — disse Madame Maxime, com uma expressão de dúvida quanto à capacidade de um professor de Trato das Criaturas Mágicas em Hogwarts para dar conta da tarefa. — Eles son muito forrtes...

— Posso lhe assegurar que Hagrid poderá cuidar da tarefa — disse o diretor, sorrindo.

— Ótimo — disse Madame Maxime, fazendo uma ligeira reverência —, por favorrr inforrrme a esse Agrid que os cavalos só bebem uísque de um malte.

— Farei isso — respondeu Dumbledore, retribuindo a reverência.

— Venham — disse Madame Maxime imperiosamente aos seus alunos e o pessoal de Hogwarts se afastou para deixá-los subir os degraus de pedra.

Nós continuamos parados, agora tremendo um pouco de frio, à espera da delegação de Durmstrang. A maioria contemplava o céu, esperançosa.

— Vocês estão ouvindo alguma coisa? — perguntou Ron de repente.

Eu prestei mais um pouco de atenção, um barulho alto e estranho chegava até nós através da escuridão, um ronco abafado mesclado a um ruído de sucção, como se um imenso aspirador de pó estivesse se deslocando pelo leito de um rio...

– O lago! - berrou Lino apontando - Olhem para o lago!

Ocorria alguma perturbação no fundo do lago, grandes bolhas se formavam no centro, e suas ondas agora quebravam nas margens de terra — e então, bem no meio do lago, apareceu um rodamoinho. Algo que parecia um pau comprido e preto começou a emergir lentamente do rodamoinho... E então eu avistei o velame...

— É um mastro! — disse Harry para nós.

Lenta e imponentemente o navio saiu das águas. Tinha uma estranha aparência esquelética, como se tivesse ressuscitado de um naufrágio, e as luzes fracas e enevoadas que brilhavam nas escotilhas lembravam olhos fantasmagóricos. Finalmente, com uma grande movimentação de água, o navio emergiu inteiramente, balançando nas águas turbulentas, e começou a deslizar para a margem.

Os recém-chegados pareciam ter físicos semelhantes aos de Crabbe e Goyle... Mas então, quando subiram as encostas dos jardins e chegaram mais próximos à luz que saía do saguão de entrada, vi que aquela aparência maciça se devia às capas de peles de fios longos e despenteados que estavam usando. Mas o homem que os conduzia ao castelo usava peles de um outro tipo; sedosas e prateadas como os seus cabelos.

– Dumbledore! - cumprimentou ele cordialmente, ainda subindo a encosta. - Como vai, meu caro?

— Otimamente, Professor Karkaroff.

Quando alcançou Dumbledore, apertou-lhe a mão com as suas duas.

— Minha velha e querida Hogwarts! — exclamou, erguendo os olhos para o castelo e sorrindo, seus dentes eram um tanto amarelados, e eu reparei que seu sorriso não abrangia os olhos, que permaneciam frios e astutos. — Como é bom estar aqui, como é bom... Vítor, venha, venha para o calor... Você não se importa, Dumbledore? Vítor está com um ligeiro resfriado...

Karkaroff fez sinal para um de seus estudantes avançar. Quando o rapaz passou, eu vi de relance um nariz grande e curvo e sobrancelhas escuras e espessas.

— Harry, é o Krum! - exclamou Ron para Harry.



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