The Last Time escrita por sankdeepinside


Capítulo 9
Wretches and Kings


Notas iniciais do capítulo

Eu devia ter demorado mais pra postar esse capitulo, mas o fato é que eu não aguentei. Essa é a minha história com o menor numero de leitores, no cap passado só recebi uma review, mas eu amo tanto escrever ela que eu pouco me importo.
Não estou dizendo que não gosto de reviews, longe de mim, só que eu amo tanto escrever essa fanfic que mesmo se não tivesse um unico leitor sequer eu continuaria escrevendo ela.
Enfim, deixa eu parar com toda essa conversa, espero que gostem do cap, ele é o começo de uma nova fase pra Anita, acho que perceberão isso no fim dele.
BjBj



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/157966/chapter/9

Anita estava paralisada diante das suas duas visitas, cada pequeno músculo de seu corpo se encontrava em extrema tensão.

- D-drew?

O mais velho deu um meio sorriso e logo adentrou sem cerimônia na casa da moça, sendo seguido pelo amigo mais jovem. Anita sentia as pernas tremerem enquanto ela se perguntava onde tinha falhado para que ele conseguisse achar seu rastro.

- Parece que você se arranjou muito bem Bennington – Drew olhava ao redor do modesto apartamento – Aliás, que bela moto aquela que você tem lá embaixo.

Ela ainda permanecia em silêncio

- Ah, você se lembra do meu amigo Kevin? Ele se lembra muito bem de você

Kevin lançou um sorriso malicioso para Anita, que apenas desviou o olhar.

- O que vieram fazer aqui?

Drew tinha a expressão sarcástica

- Você ainda pergunta? Você por acaso se esqueceu do que me deve?

Anita desviou o olhar mais uma vez, no fundo tinha esperanças de que ele não estivesse aqui por causa do que houvera.

Flashback on

A jovem loira olhou para os lados aflita para ter certeza de que ninguém a observava e logo em seguida despejou toda a quantia dentro de sua mochila. 5 mil dólares. Para o real dono deles não faria nem cócegas no bolso, mas para ela traria uma grande melhora na sua vida. Desde que o primo a abandonara ela estava totalmente sem perspectivas e aquele dinheiro ali dando mole era a melhor chance que ela tinha.

Depois que toda a quantia estava abarrotada na mochila, ela apenas saiu do cômodo onde ficava o cofre do dono bar e saiu pela porta dos fundos, sem notar que um antigo admirador frustrado a observava fugir. Kevin Finnegan não hesitou em nenhum momento em denunciar a jovem loira para Drew Rheon, amigo importante do dono do bar que sempre que vinha a Phoenix a passeio usava o cofre do amigo para guardar o dinheiro que usava durante a viagem, já que não gostava de cartões de crédito, os achava complicados demais.

A garota gastou a nova fortuna com sabedoria e discrição, pagando uma boa faculdade em Houston. Com o que sobrou deu para dar a entrada no seu sonho de consumo, a moto clássica, o restante pagou com parte do salário de seu primeiro emprego. Havia conseguido se virar bem e até ali tinha sido muito boa apagando os rastros de sua passagem. Tinha, até que resolvera se fixar em Los Angeles, estabelecendo um ponto final em sua fuga.

Flashback off

- Não sei como vai fazer, na verdade pouco me importa, roube um banco, seqüestre o governador, venda sua moto. Só sei que eu quero meus 5 mil dólares de volta

- Esse dinheiro não faz a menor diferença pra você, pra que você o quer de volta?

- Como pra que? Você me roubou, é meu direito querer de volta.

Anita refletiu um pouco

- Eu não tenho esse dinheiro agora, você pode esperar até eu receber meu salário e...

- Eu não posso esperar tanto

- Mas eu não tenho como conseguir 5 mil dólares tão rápido

Ele abriu um sorriso debochado

- Você tem 4 dias, caso não tenha me pago toda a quantia pode ter certeza que a sua vida vai virar um caos!

- Você me matar?

Ele e Kevin riram em uníssono

- Não garota, eu não sou bandido, mas não vou deixar você sair dessa de boa, eu vou me vingar a altura.

Ele se encaminhou para a porta e Kevin foi logo em seguida, sem deixar de dar uma última secada em Anita.

- É só isso? Não vai falar mais nada?

Anita tinha a expressão perplexa

- Você está avisada, não há mais o que falar.

- Mas eu...

- Tchau Bennington, vejo você daqui a 4 dias.

O moreno fechou a porta, sozinho, com um sorriso malicioso que mal cabia em sua face, tinha sido o suficiente para deixar Anita em pânico.

*

Talinda acordou meio perdida, com um sorriso radiante nos lábios, depois de saírem da casa de Anita, Chester ligou para a irmã de Talinda e avisou que buscariam Tyler pela manhã. Ainda no carro notou que ele tinha a expressão um tanto séria, parecia um pouco zangado.

- O que você tem Chaz?

Ele soltou o ar cansado e apertou os olhos, exibindo um sorriso mais tranqüilo para ela.

- Não é nada demais Tali, não se preocupe.

- O que realmente aconteceu com a Anita? O que ela tinha?

Ele franziu o cenho novamente e falou de forma ríspida

- Não vamos falar sobre isso agora okay? Já estou cheio de Anita por hoje

Talinda quase não conseguiu conter seu sorriso de satisfação, nem notou o tom amargo que as palavras dele tinham.

Chegaram em casa, subiram na escuridão da sala já que nenhum deles se incomodou em ligar as luzes e foram direto ao quarto.

Talinda não pensou duas vezes e foi logo investindo sobre Chester, ela estava desejando-o muito naquela noite. Ele não recusou o desejo da esposa, e por mais que aquele momento com ela fosse prazeroso, sua cabeça vagava em outro lugar.

Quando ele acordou, ela já não estava mais deitada ao lado dele, tateou o chão meio sonolento em busca da cueca que jogara por ali na noite anterior e a vestiu, indo apenas com ela em rumo ao banheiro do quarto. Tomou banho e colocou uma boxer limpa, vestiu a calça do moletom e desceu rumo à cozinha. O pequeno Tyler já estava em casa novamente, e Talinda sorria sedutoramente para ele. Chester deu um beijo suave nela e se jogou no sofá com uma tigela de cereais enquanto assistia um desenho qualquer com o filho, sem prestar atenção em nada, e decidindo ligar para Anita assim que terminasse o café da manhã. Ele não queria perdê-la, mas a ideia de infidelidade o atormentava como um calo no calcanhar. Uma segunda separação repercutiria muito mal na mídia, ainda mais se soubessem que era pela prima dele. Tentou afastar esses pensamentos da mente engatando um pequeno diálogo com a criança, que parecia um pouco aborrecida e queria reencontrar os irmãos.

Não adiantou muito, por mais que ele tentasse sua mente sempre voltava para ela e suas duras palavras que martelavam incessantes em sua cabeça:

Essa foi a última vez Chester, eu não vou mais insistir

A ideia de que ela não titubeou em lhe dar as costas e se jogou nos braços de Mike também o incomodava. Incomodava que ela tivesse sido tão impassível, ele precisava vê-la mais uma vez.

 - Chester? Está me ouvindo?

- Ahm, me desculpe acho que ainda estou um pouco sonolento, o que era?

- Telefone, era o Brad, disse que o show antes da turnê está marcado pra depois de amanhã às 17h e que vocês tem que pegar o vôo para Midland às 5h da manhã, tudo bem?

Ele pareceu demorar um pouco para processar a informação

- É, tudo okay sim.

Dizendo isso ele enfiou uma generosa colherada de cereal na boca e mastigou, numa tentativa frustrante de que o barulho crocante de sua mastigação o abstivesse de seus pensamentos.

*

Anita já estava na segunda caneca de café em menos de meia hora. Teve uma noite mal dormida, repleta de preocupações. Pensava em Chester, pensava em Drew e em como conseguir 5 mil dólares em tão pouco tempo. As olheiras enegrecidas lhe davam uma aparência desgastada, a franja meio arrepiada caía rebelde sobre a testa branca, a calça de aspecto velho lhe dava um ar ainda mais abandonado. Anita não teve paciência para parecer bonita aquela manhã, seus pensamentos estava inquietos demais para isso, foi de tênis para o trabalho, com o restante do cabelo louro preso em um rabo de cavalo meio enrolado. Andava se arrastando pela fábrica, meio desconcentrada, na hora do almoço sentou com sua bandeja de comida sozinha em uma mesa afastada. Lee passou por ela e estranhou seu aspecto.

- Ann? Está tudo bem com você?

Ela demorou um pouco para levantar os olhos para ele, parecia que sua mente estava mais lenta, demorando para processar os mais pequenos gestos

- Ahm, estou sim John, só não dormi muito bem essa noite.

Ele pareceu acreditar nela e logo foi em direção a sua mesa de costume, de fato não era totalmente mentira. Estava sozinha novamente, mas por pouco tempo, pois Kady logo chegou e se sentou ao lado dela, esbanjando felicidade e tagarelando uma porção de pequenos detalhes de sua conversa com Rob na noite anterior, infelizmente para o azar de Kady, Anita não ouviu uma palavra sequer que ela disse depois do ‘Bom dia’.

- Ann?? Você está me ouvindo?

Ela olhava para o prato de comida inerte

- Me desculpe Kady, sobre o que falava?

- Oh sim, você acha que o Rob vai mesmo me ligar?

Anita tentou forçar um meio sorriso

- Claro! Ele pediu o seu telefone não é mesmo? Então é por que tem intenção de ligar, o Rob não é do tipo que anda brincando com essas coisas.

Kady abriu um sorriso ainda maior, mas então notou o desanimo de Anita.

- O que você tem mulher?

Ann suspirou

- Eu estou com uns problemas aí

Kady pensou por instante

- Tem a ver com aquela sua saída repentina do meio da gente ontem?

- Também

- Quer falar sobre isso?

- Quem sabe outra hora

O telefone de Anita vibrou sobre a mesa, ela passou rápido o olho para ver quem era e logo franziu o cenho, sem mexer um músculo para atendê-lo. Era Chester.

- Não vai atender? - Kady olhou para a amiga

- Não, ele não tem nada para me dizer que eu já não tenha ouvido antes.

O telefone vibrou até a ligação cair e uma expressão curiosa se formou no rosto de Kady, que parecia ligar os pontos.

- Você tem um caso com seu primo?

A pergunta pegou Anita de surpresa

- E-eu...

Um sorriso malicioso se formou no rosto de Kady.

- Não precisa responder, sua cara já fez isso por você, mas fica tranqüila, não vou contar pra ninguém. Não vou fuder com uma das poucas amigas que eu fiz por aqui

- Não é exatamente isso, na verdade é complicado

O sinal que indicava o fim do horário de almoço tocou e as duas voltaram sem tocar novamente no assunto até a sala do trabalho. O resto do dia se arrastou como um caramujo em slow motion, até que o relógio deu 18h e ela pode voltar para casa, ela quase achou que Charlotte seguiu o caminho de volta para casa sozinha, pois ela mal se lembrava como chegar até lá.

Entrou no elevador vazio, apertou o 8 e deslizou até o chão dele, sentindo as pernas fracas e uma vontade imensa de chorar. A porta do elevador se abriu e ela pensou em ir se arrastando até a portado apartamento, mas logo se levantou e foi caminhando com o resto de forças que tinha. Assim que fechou a porta atrás de si, jogou-se no sofá e encarou o teto inerte, até que foi surpreendida pela vibração do celular no bolso de trás do jeans. Um SMS de Mike.

“Estou esperando você aqui em casa, você vem mesmo?”

 Mike. Ela tinha esquecido que havia prometido ir para a casa dele hoje depois do trabalho, talvez fosse melhor responder dizendo que ela não estava bem e que preferia marcar para outro dia, mas algo a impedia de fazer isso, Mike sempre a fazia sorrir, quem sabe ele não pudesse fazer um milagre e salvar o resto do seu dia? Respirou fundo e digitou uma reposta simples

“Chego aí em meia hora, me surpreenda ok?”

Depois de enviar a mensagem levantou com um pouco de relutância do sofá e foi até o banheiro, olhou sua imagem no espelho e se espantou com o quão seu rosto estava deplorável. Tentou fingir um sorriso, nem um pouco convincente, mas em um pequeno lapso teve a impressão de ver o mesmo sorriso de Chester, talvez fosse só impressão.

Despiu-se e deixou que a água morna do chuveiro batesse contra seu corpo, tentou livrar a mente das preocupações e pensar apenas no momento que teria com Mike daqui a alguns minutos, não foi fácil. Ela não queria chegar lá com a cara de velório, mas não conseguia disfarçar tanto assim seus sentimentos. Saiu do banho e foi escolher uma roupa, pegou uma camiseta cortada do AC/DC que deixava os ombros à mostra e um short jeans desfiado na barra. Penteou os cabelos molhados, calçou umas chinelas e pegou o elevador, descendo até o sexto andar, não tinha forças nas pernas para descer pelas escadas.

Chegou à porta do apartamento e quando ia bater notou que ela estava entreaberta, ela entrou e fechou a porta atrás de si, a sala estava vazia.

- Mike?

Ela chamou por ele, sua voz saiu meio rouca, e ela obteve como resposta um grito que saía da cozinha, que na verdade parecia de dor. Ela correu preocupada até lá, mas logo abriu um sorriso, talvez o primeiro sincero de todo o dia, ao se deparar com o jovem asiático chupando o polegar recém queimado.

- Oi Ann, me desculpe não ter ido te receber na porta.

Ela se aproximou dele e pegou a mão queimada

- Me deixa ver isso aqui, anda é melhor lavar com água corrente – ela abriu a torneira e colocou a mão dele embaixo, apagando logo em seguida o fogo que permanecia aceso no fogão – Mas que diabos você estava tentando fazer?

Ele riu envergonhado

- Você pediu no SMS que eu te surpreendesse, então eu tentei fazer alguma coisa.

- Acho que conseguiu mesmo me surpreender, estava tentando cozinhar o que exatamente?

- Acho que eram batatas, só acho.

- Esquece isso, to a fim de comer algo mais agressivo.

- Graças a deus! Podemos pedir umas pizzas, sorvetes e umas cervejas, a não ser que dê problema no seu trabalho amanhã.

- Pode pedir, acho que estou precisando de um pouco de álcool no sangue.

Ele abriu um sorriso e logo ligou para uma lanchonete que ele gostava de freqüentar pedindo que levassem a comida até lá. Enquanto ele fazia o pedido Anita foi passeando pela sala, viu alguns porta-retratos, alguns prêmios na parede, um piano de cauda preto no canto da sala ao lado de uma porção de guitarras enfileiradas, um sofá de couro preto, uma TV e um aparelho de som enorme, rodeado de uma enorme coleção de CD’s. Deu uma olhada nos CD’s em busca de um em especial, na verdade, qualquer um que pertencesse ao Linkin Park. O primeiro que achou foi um de capa branca com uma mancha escura. Olhou para trás para certificar-se de que Mike ainda estava na cozinha, e gritou para que ele dissesse um numero de 1 a 15, ele, mesmo sem entender direito a pergunta, gritou um 10 abafado. Anita então colocou o CD no som e colocou na décima faixa, que para a sua surpresa, parecia um pronunciamento de algum político. Logo em seguida começou uma batida um pouco animada e a voz de Mike na música tornou-se perfeitamente audível

To save face, how low can you go
Talk a lot of game but yet you don't know   

Para salvar seu rosto, o quão baixo você pode jogar?
Fala demais, mas você ainda não sabe

Involuntariamente ela começou a balançar o corpo, a principio só com as pernas, mas logo sua cintura começou a se mover em um movimento leve, à medida que a musica permitia. Mike apareceu na sala meio pálido, parecia não acreditar que ela colocara um CD do Linkin Park pra tocar.

- Anita? O que é isso?

Ela não respondeu, apenas o puxou pela camiseta para que ele também dançasse com ela, ele pareceu ruborizar.

- Não sou bom com danças – ele confessou, mas ela o puxou para ainda mais perto, ignorando o comentário dele e fazendo com que ele se movimentasse com ela, bem suavemente, mas de uma maneira sedutora. Ela podia sentir o cheiro da colônia dele exalando à medida que ele se balançava, era revigorante tê-lo assim tão perto.

 Steel unload, final blow
We the animals, take control
Hear us now, clear and true
Wretches and kings we come for you

Sinta-se sozinho, o golpe final
Nós, os animais, tomamos o controle
Ouça-nos agora, alto e claro
Miseráveis e reis, nós viemos buscar vocês


A voz rouca de Chester apareceu na música, causando um leve arrepio nela, mas dificilmente fora percebido por Mike. As mãos dele contornaram a cintura dela com cautela, ele não queria parecer atrevido demais e assustá-la, estava adorando vê-la dançar ao som da voz dele. Ela passou o braço pela nuca dele e deslizou a mão pelos fios lisos e negros do cabelo dele, ela realmente tinha razão quanto ao fato de que suas preocupações sumiam na presença dele. Ali naquele momento ela sentia como se estivesse ido ao encontro da pessoa certa, no momento certo. O sorriso terno dele era convidativo, a barba espessa dava um aspecto ainda mais interessante ao seu rosto e ela sentia que seu corpo pendia cada vez mais para próximo do dele.

Ele apertou o corpo dela com um pouco mais de firmeza e ela já podia sentir o hálito morno dele próximo ao seu rosto, talvez aquela fosse a primeira vez que ela realmente se sentia atraída por Mike Shinoda, pois a única coisa que tomava conta de sua mente agora era a ideia de beijá-lo até perder o fôlego. Ele parecia pensar a mesma coisa já que ele aproximou bem o rosto, fechou os olhos enquanto roçava a ponta do nariz na maçã do rosto dela, deixando-a quase que em transe, inebriada pelo toque suave que ele tinha. Os lábios dela se entreabriram convidativos e ele logo os preencheu em um beijo morno e cheio de desejo, explorando sua boca de forma suave, ela ousou aprofundar o beijo acelerando o movimento de suas bocas e intensificando o frenesi que se formava dentro dos dois, ele respondeu a investida dela percorrendo seu corpo com as mãos e beijando-a mais avidamente, até fazê-la perder totalmente o ar.

Seus lábios se separaram, os olhos dela se abriram, mas os dele permaneceram fechados, como se degustasse a sensação que acabar de experimentar. Ela deslizou as costas da mão pela face dele e refez o contorno de seus lábios com a ponta dos dedos, ele então abriu os olhos e exibiu um sorriso que ela já se acostumara a ver, um sorriso doce, branco e que pela primeira vez fez as pernas dela enfraquecerem.

A música acabara, mas eles permaneciam no centro da sala, abraçados e movimentando-se lentamente, sem pronunciar nenhuma palavra.

Ele não conseguia parar de pensar que aquela era a primeira vez que realmente sentia que ela era dele, tinha medo de falar algo e de estragar tudo, em certo ponto ela era muito parecida com Chester, ele não conseguia deixar de perceber, ela era enigmática, misteriosa, assim como o primo, ele nunca sabia se estava fazendo certo, ou se ela apenas fingia estar feliz ao lado dele, mas quando ela sorria uma onda de alivio o percorria, e também como Chester as emoções dela se estampavam claramente em seu rosto, dificilmente conseguia escondê-las, e a expressão de Anita naquele instante o agradava muito, pela primeira vez ele se sentia correspondido.

- Acho que gostei dessa música – ela falou em um sussurro e ele sentiu os pêlos da nuca se arrepiarem.

- Eu fico muito honrado por isso

A campainha tocou, era a comida que acabara de chegar. Ele se soltou do corpo dela um pouco contrariado, foi até a porta e pagou a comida.

Abriu a pizza sobre a mesa de centro da sala, que exalou um aroma muito saboroso, abriu duas cervejas e colocou o restante na geladeira junto com o sorvete. Sentaram abraçados no sofá devorando cada um uma fatia de pizza, sorrindo, bebendo e assistindo a um DVD do Led Zeppelin, já que Mike preferiu ouvir algo que não fosse cantado por ele dessa vez.

Anita o observava falar animadamente sobre a turnê na Europa e pensava que ele realmente tinha sido capaz de salvar todo o seu dia cinzento, e ela só desejou que aquilo durasse para sempre, o calor daquele abraço, o frenesi daquele beijo, a sinceridade daquele sorriso bobo e aquele prazer novo de simplesmente estar na companhia dele. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Last Time" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.