The Last Time escrita por sankdeepinside


Capítulo 5
You love the way I look at you


Notas iniciais do capítulo

Primeiro que queria pedir desculpas por ter demorado tanto pra postar, tenho andado muito ocupada com essa coisa de vestibular, notas e tals e além disso tem as outras fics.
Mas enfim, depois de um milênio eu consegui fazer esse capitulo. Arranjei uma beta, a laleliloluq, e ca entre nós tava passando da hora. Ela agr ta betando tds as minhas fics, ou seja, qualquer erro a culpa é dela
Queria dedicar esse capitulo a minha linda screamgirl que esta passando por uma fase dificil por causa do avô dela e como ela me falou que adora essa minha fic, esse cap vai todinho pra ela.
Sem falar demais, vamos ao cap, ele ficou grandinho, mas foi pra compensar o atraso
Boa leitura :B



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Chester abriu os olhos ainda bastante sonolento, podia sentir a brisa quente e úmida que entrava pela janela junto com a claridade da manhã. Estendeu o braço sobre o lado esquerdo da cama, estava vazio, olhou para a varanda e viu a bela morena penteando seus compridos cabelos lisos e negros, ela notou que ele havia acordado e sorriu.

- Bom dia amor

- Bom dia Tali, que horas são?

- Sete e meia. Já estou indo levar Tyler pra escolinha, a Sam buscou o Draven ainda pouco. Anita e Jaime já estão tomando café.

Chester se espreguiçou e coçou os olhos, e depois de Talinda falar isso, a imagem de Anita lhe veio à mente. Nem sabia o que havia se passado em sua cabeça para sair no meio da noite e ir ao quarto de Anita, além disso, Talinda sorria tão docemente para ele e uma pesada e amarga culpa começou a tomar conta dele, o que estava acontecendo? Até pouco tempo ele não se imaginava com outra mulher que não fosse Talinda e depois que Anita apareceu parece que ele nem se lembrava mais que era casado e tinha uma bela família.

- Chaz?

Ele devaneou por alguns segundos, não notou que Talinda falava com ele.

- Você disse alguma coisa amor?

- Eu perguntei se você vai pra gravadora hoje, mas parece que você foi dar um passeio em outro planeta.

- Me desculpe, eu só estava pensando... ahm, não, acho que não vou pra gravadora. A banda está esperando a confirmação da turnê na Europa, devem durar algumas semanas, por isso tem que checar os vistos e essas coisas, até lá a gente ta meio que de folga.

Ela se sentou ao lado dele na cama e distribuiu beijos em sua boca e em seu pescoço.

- Quer dizer que eu vou ter meu homenzinho só pra mim por alguns dias? Hum, vai ser ótimo.

Ele sorriu um pouco sem graça, definitivamente ela não merecia o que ele tinha feito com ela, mas estava sendo impossível manter a mente em sua própria esposa dividindo o mesmo teto com Anita.

- Eu vou tomar o café, não demora pra descer, ta?

 Chester assentiu com a cabeça e Talinda foi até o andar inferior. Chegando lá, Anita e Jaime comiam tigelas de cereal com leite e conversavam animadamente sobre baseball.

- Bom dia Ann. Bom dia Jaime.

- Bom dia Tali

Assim que Talinda entrou na cozinha Anita sentiu seu corpo estremecer. Será que ela desconfiava de algo? Jaime respondeu o bom dia normalmente, mas Ann corou um pouco e hesitou antes de responder.

- Ahm, bom dia Talinda

Se desconfiasse, não teria entrado tão sorridente na cozinha.

- E então Anita, como vão os assuntos do novo emprego?

- Ah, bom, hoje eu vou até a fábrica da Honda ver como tudo funciona e assinar meu contrato, o Mike daqui a pouco vem me buscar.

- O Mike? Pensei que iria até lá com a Charlotte

Ann soltou o ar um pouco desanimada.

- Ela foi apreendida pela policia ontem

- Como assim?

- Estacionei em lugar proibido, a minha sorte é que o Mike se ofereceu pra me ajudar e se tudo der certo ainda hoje eu a pego de volta.

- Hum, pelo visto você e o Mike ficaram próximos bem rápido. É até de se admirar, ele normalmente é um pouco lento com as mulheres.

Anita corou

- Ele tem sido muito legal comigo, e graças a ele acho que encontrei uma casa.

Tali fez uma cara maliciosa

- Muito legal é? Hum, esse Shinoda não consegue nem disfarçar.

As duas gargalharam, foi algo involuntário, a primeira conversa de verdade que Ann teve com Talinda, e isso acabou soando como um soco em seu estômago, afinal Tali era uma mulher tão gentil, bem humorada e carinhosa, não merecia o que Ann fez com ela na noite anterior.

- E-eu tenho que ir me aprontar, o Mike já deve estar chegando.

- Tudo bem. Já que vai lá pra cima, pode pedir para o Tyler se apressar? Ele já está quase atrasado

- Claro

Ann subiu as escadas se especando em pensamento. Sua cabeça estava martelando louca, ela não havia pedido para que Chester fosse até seu quarto à noite, mas também não o impediu e até gostou de ouvi-lo dizer que ainda sentia algo por ela. Andava olhando para os próprios pés quando esbarrou em algo no corredor, ou melhor, alguém.

- Wow! Aonde vai com tanta pressa?

Chester como em todas as manhãs estava com o peito descoberto, apenas com a calça do moletom e os pés descalços. Segurou Ann pelos ombros logo depois que ela esbarrou nele e a olhou bem, os cabelos loiros ainda um pouco assanhados, os olhos castanhos assustados ao vê-lo e seu corpo trêmulo tentando sutilmente se soltar.

- B-bom dia Chaz, ahm, desculpa, só vou me arrumar.

- Tudo bem. Nunca me importei com seus esbarrões. Como passou a noite?

Ela arregalou os olhos surpresa e abaixou o tom da voz:

- Como você ainda vem me perguntar uma coisa dessas? Sua mulher está lá embaixo sabia?

Ele riu e aproximou o corpo do dela, falando em um tom tão baixo quanto o dela.

- Vai me dizer que não teve uma noite animada?

Ela olhava para ele incrédula

- Depois que você invadiu meu quarto ontem eu não consegui nem pregar o olho mais, seu desgraçado!

- Invadi? Você deve é estar ficando louca, eu nem desgarrei do meu lençol ontem. Está dando pra sonhar comigo é? É muito amor mesmo, você não vive sem mim confessa.

Anita deu um soco no peito de Chester

- SEU IMBECIL!

Ele sorria malicioso enquanto ela ficava boquiaberta e irritada com o sarcasmo dele. Deu as costas para ela e saiu se deliciando com a situação e a cara perplexa dela. Ann continuou lá, parada e resmungando sozinha.

- Como eu ainda agüento um filho da puta desse? Desgraçado, sínico de uma figa, merece o inferno um capeta desse. Vê se pode?

Só então ela notou que, um pequeno garotinho que acabara de sair do quarto, a observava resmungar com a expressão assustada.

- Ah, ahm... Bom dia Tyler

- Bom dia tia Ann, o que você tem?

- Nada não amor, a tia aqui só deu uma topada no degrau da escada.

O garotinho então sorriu

- Ah! Eu vivo fazendo isso também, é uma droga mesmo.

- A sua mãe pediu pra que eu te apressasse, já está quase atrasado garotão.

- É mesmo, já estou indo tia.

- Tchau meu amor e cuidado com as escadas

Ele sorriu e logo desceu para o andar inferior, Anita entrou em seu quarto rápido, antes que desse de cara com outra criança e resmungou baixinho.

- Isso Anita, vai lá ficar xingando na frente de criancinhas de 5 anos, que bela tia você é.

Ela soltou o ar cansada e foi se aprontar, o relógio mostrava que Mike chegaria dentro de 20 minutos. Ann tinha que andar rápido.

*****

Olhos levemente puxados olhavam no retrovisor enquanto aguardava o sinal abrir. Com um das mãos puxou alguns CDs detrás do banco e os colocou sobre as pernas. O sinal abriu, acelerou o carro até o próximo sinal vermelho, onde ele pode escolher rápido um dos CDs. Um do Led Zeppelin, tinha a visto com uma camiseta deles, achou que talvez ela fosse gostar. Continuou dirigindo por mais quase quatro quarteirões até a quadra em que ficava a casa de Chester. O carro de Talinda estava saindo, ela deu um tchauzinho rápido pela janela enquanto Tyler lambia o vidro da janela do banco detrás e fazia caretas para Mike, até que o carro dela saiu por completo da garagem e dobrou a esquina, deixando espaço para ele estacionar ao lado da calçada.

Mike deu uma buzinada leve, para que ela soubesse que ele já estava ali, desceu do carro e se escorou na porta, assim como da outra vez que foi se encontrar com Anita. Ajeitou rapidamente os grossos e lisos fios negros do seu cabelo que caiam sobre a testa e ficou olhando para a casa, esperando para ver se alguém saía.

Do lado de dentro, Chester engolia um café fumegante com donuts de chocolate quando ouviu o barulho de saltos descendo as escadas. Perguntou sem olhar para trás.

- Vai sair com o Spike de novo?

- Ele me ofereceu carona até a fábrica da Honda

Chester deu de ombros

- Eu também tenho carro, não sei se você sabe. Não precisa pedir carona pro Mike

- Eu só aceitei porque a Charlotte foi apreendida Chaz, além disso, você não precisa me tratar como se eu fosse sua filha. Eu sei me cuidar, e o Mike é um cara bacana, é seu melhor amigo, você, melhor do que ninguém sabe disso.

Ele olhou para ela e soltou o ar pesadamente

- Você está linda

Ela sorriu timidamente

- Obrigada Chaz

- Você faz o que quiser, sou apenas seu primo chato e ciumento não é?

Ele tinha o semblante sério, ela por um segundo quis correr e se jogar nos braços dele, mas o som de uma buzina do lado de fora a impediu.

- Ele chegou, acho melhor eu ir.

Chester voltou-se para seu café da manhã novamente, não queria vê-la saindo porta afora.

- Boa sorte lá no novo emprego

- Obrigada

Ela saiu apressadamente da casa e ao se aproximar do portão avistou aquele homem que ninguém daria mais de 25 anos de tão bom estado de conservação que estava. Asiático, americano, camiseta vermelha sobreposta com uma camisa de mangas azul xadrez, jeans escuro e um tênis mais do que estilizado. A barba negra e espessa contrastou com o branco e radiante sorriso que ele abriu ao vê-la.

- Bom dia Shinoda

Ele sorriu e a admirou por alguns segundos

- Bom dia Ann, tem certeza que vai assim ao seu primeiro dia de trabalho? Pode causar um grande problema na fábrica

Ela olhou assustada para a própria roupa, usava uma calça jeans justa e uma regata branca, com as boas e velhas botas de salto agulha e uma boina preta.

- O que tem de errado com a minha roupa? Ai meu deus, tentei ser tão básica e...

Ele gargalhou

- Não é nada disso Ann. Só quis dizer que você está linda e que é perigoso até das máquinas de produção pararem com toda essa sua beleza.

Ela corou e deu um soco no braço dele

- Puxa saco idiota

Ele abriu a porta do carro para ela e entrou logo em seguida. Ele já sabia para onde ir, então só ligou o carro e foi dirigindo. Ela apertou o play do som do carro e deu de cara, ou melhor dizendo, de ouvidos com Dazed And Confused, não resistiu e começou a cantar juntamente com a música, fazendo um tom de Jazz e um pouco grave na voz. Mike sorriu. Além de aquela ser uma de suas musicas favoritas do Led, não podia encontrar canção mais adequada para o que ele estava sentindo.

“Been dazed and confused for so long, it's not true

Wanted a woman, never bargained for you

Lots of people talking, few of them know

Soul of a woman was created below”

“Tenho estado atordoado e confuso por tanto tempo

Desejei uma mulher, nunca esperei que fosse você

Muita gente comenta, poucas delas sabem que a

Alma de uma mulher é criada inferior”

Ele também começou a cantar com ela. As pessoas que passavam ao lado do carro olhavam espantadas, pois estavam cantando alto. Quando a música acabou ambos gargalhavam.

- Não sabia que também curtia Led Zeppelin

- É uma das minhas favoritas, e como te vi com uma blusa deles ontem, achei que seria uma boa pedida.

- Foi uma ótima pedida Mike, eu gostei muito.

Ele sorriu e alguns poucos minutos depois chegaram à fábrica.

Foram devidamente revistados, e autorizados a entrar e chegando até um dos prédios, já havia um jovem, também asiático, esperando por eles.

- Bom dia, sou John Lee, um dos coordenadores da equipe de engenheiros da fábrica, é um prazer recebê-la em nossa equipe senhorita Bennington

Ela apertou a mão dele

- É um prazer estar aqui também Sr. Lee, esse aqui é meu amigo Mike Shinoda

Mike também o cumprimentou

- Não precisa me chamar de senhor, não sou tão mais velho do que vocês. Pode me chamar de Lee.

- Tudo bem Lee

Ann sorria simpaticamente

- Você disse que ele se chama Mike Shinoda?

Ela assentiu com a cabeça e Lee se voltou para Mike

- Você é aquele vocalista rapper do Linkin Park?

Mike sorriu

- Sou eu sim, conhece a banda?

- Nossa cara! Meu filho é um super fã da sua banda, será que pode e dar um autógrafo? Meu filho ia me amar pra sempre

- Ele é muito fã da banda?

- Muito, já gastei muito dinheiro com camisetas, CDs e até uma coisa que eu pago todo mês, é... Como é mesmo o nome?

- LP Underground?

- Acho que é isso mesmo

- Bom, então um autógrafo seria o mínimo que eu poderia oferecer ao seu filho. Posso fazer um desenho pra ele, pode ser?

- Até se você fizer um ponto em uma folha e assinar já vai fazer de mim um herói.

Mike sorriu, os três entraram no prédio da fábrica e enquanto Mike fazia o desenho, Anita assinava seu contrato com a Honda, começaria a trabalhar no dia seguinte.

*****

Um carro azul marinho observava a distância um caminhão de mudanças ser cheio com caixas e mais caixas.  Havia dois homens dentro do carro, um moreno de 26 anos, Kevin Finnegan e o outro um pouco mais velho, já com 32 anos, também moreno e cabelos de um tom castanho claro, olhos da cor de mel e um semblante sério, era Drew Rheon.  Ambos faziam suas especulações

- Você acha que pode ser dela?

- Tenho a impressão que sim

- Mas onde está aquele trambolho que ela chama de moto?

- Não sei. Talvez ela tenha saído com a moto.

- Vai até lá Kevin, acho melhor termos certeza.

Kevin ajeitou o nó da gravata e saiu do carro. Andou até a porta do modesto prédio de três andares e caminhou até a portaria.

- Ahm, boa tarde senhor.

O porteiro franzino lia um jornal, e foi obrigado a levantar os olhos para olhar para a figura do jovem ali em frente.

- Pois não?

- Bem, senhor eu estou procurando por uma moça – ele puxou uma fotografia do bolso e mostrou-a para o porteiro – O senhor a conhece?

- O que você quer com a Anita?

“Bingo!” Kevin comemorou internamente.

- Só preciso saber se ela mora aqui nesse prédio

- Você é da policia?

Ele riu

- Não, sou só um... Um velho amigo dela

- Ah, sendo assim não, ela saiu daqui há alguns dias, aquela mudança ali é dela.

- Sabe para onde ela se mudou?

- Não, mas os caras da mudança devem saber.

- Okay, valeu dude, estou morrendo de saudade da pequena Ann, mal posso esperar para reencontrá-la

O porteiro sorriu satisfeito, não fazia ideia das reais intenções de Kevin com Anita.

Depois de fazer uma porção de perguntas aos homens da mudança Kevin entrou novamente no carro

- E então, o que descobriu?

- Você não vai acreditar cara, a Ann morava nesse prédio mesmo, mas se mudou pra Los Angeles, e ao que parece está passando uns dias na casa do primo.

- Ah é? E que tem de tão extraordinário nisso?

- Você lembra do Chaz?

- O filho da puta que arrastou a Ann de uma das minhas festas? Lembro, aquele viado já me encheu o saco além do limite.

- Então, ele é o primo dela, o cara ficou famoso. É o vocalista do Linkin Park

- Linkin Park? Acho que já ouvi falar. Mas o Chester? Ele era muito inútil e drogado pra ser famoso hoje.

- Pois acredite, a Ann está em Los Angeles, na casa dele.

- É. Isso vai ser mais nostálgico do que eu pensei.

*****

- E então, como você está se sentindo depois de ser contratada por uma das maiores marcas de automóveis do mundo?

Anita olhava para o crachá recém adquirido, enquanto Mike ia saindo com o carro da fábrica.

- Ah sei lá, acho que me sinto útil.

- Útil? Alguma vez você já se sentiu inútil?

- Inúmeras vezes – Ela falou com o tom de voz mais baixo

- Anita, eu sinto que conheço pouco sobre você, além do que o Chaz me disse e do que você falou no nosso almoço ontem, sei pouquíssimo sobre você.

- Eu sei que falo pouco sobre mim Mike, mas tenho meus motivos para ser um pouco retraída quando a minha vida é o assunto. Tem muita coisa de que eu não me orgulho

- Seu passado não pode ser pior que o do Chester

Ela sorriu

- Acredite, não anda muito longe

Ele olhou para ela um pouco de esguelha para não tirar muito o olho do trânsito.

- Tudo bem então, você me fala quando quiser, eu não tenho pressa.

- Que bom que você entende

- Mas ahm... E a gente vai para onde agora?

- Que tal buscar a Charlotte?

- Ah não, logo agora que eu estava me divertindo dando uma de chofer.

- Relaxa, vou saber te recompensar.

Mike olhou para ela malicioso

- Sabe é? Vamos buscar a Charlotte AGORA!

Os dois gargalharam e seguiram até a delegacia onde Charlotte estava recolhida

****

Chester se jogou no sofá e ligou a TV por alguns instantes, pegou o Xbox, e jogou um pouco, perdeu na segunda fase, a coisa estava feia. Largou o aparelho e seguiu perambulando pela casa vazia. Começava a sentir falta das turnês, pelo menos durante elas, a cabeça dele não ficava tão cheia.

No corredor do andar superior a porta do quarto de Anita estava entreaberta ele a abriu mais um pouco e viu uma cama cheia de roupas, alguns sapatos de salto espalhados pelo chão e alguns papéis sobre o criado mudo. Organização nunca foi o forte dela.

Entrou no quarto e olhou mais de perto para a bagunça e sobre a pilha de papéis ele reconheceu uma caligrafia. Era um pequeno bilhete, já bastante amassado e um pouco amarelado, mas ele reconheceu a própria caligrafia, um pouco mais garranchada e trêmula. Ele havia escrito aquilo para ela antes de partir com Samantha para tentar dar um rumo em sua vida. Pegou o pequeno papel em mãos e notou algumas marcas escurecidas sobre a folha, eram lágrimas.

“Ann

 Não queria ter que te dizer isso dessa forma, mas se eu fosse dizer isso olhando em seus olhos não conseguiria ir até o fim. Eu estou indo com a Sam pra L.A. quem sabe eu não consigo algo de bom por lá.

Não posso mais viver em Phoenix, mas, por favor, me perdoe, não queria ter que te deixar desprotegida, e isso está me matando. Só me prometa que ficará bem, e não vai mais usar aquelas coisas, já é difícil para mim, não quero que também seja pra você.

Você tem futuro Ann, você é brilhante.

Espero um dia poder te ver de novo.

Até lá eu quero ter pelo menos um pouco de dinheiro no bolso pra te levar pra sair.

Chester”


Colocou o bilhete no mesmo lugar e suspirou forte, havia passado tempo demais desde aquilo tudo, mas o coração dele parecia querer voltar a todo custo e por mais que ele tentasse, não conseguia parar de pensar no que ela estaria fazendo junto com Mike.

****

- Não sei se isso é uma boa ideia, digo, não sou muito fã de coisas radicais, normalmente só sou expectador.

Ela pegou o capacete e colocou na cabeça dele

- Não se preocupe Mike, juro que não vai doer nada, você vai gostar de sentir a brisa no rosto.

Ele estava tenso

- Não sei se é uma boa ideia Ann. Quando você falou em recompensa eu achei que era alguma coisa mais interessante, e não uma missão suicida.

Ela subiu na moto e piscou para ele

- Anda Shinoda, prometo que não vai se arrepender.

Ele hesitou por um instante, respirou fundo e sentou na garupa da moto.

- Tá, e agora?

Ann deu a partida na moto, fazendo um barulho tremendo, afinal, por mais linda que Charlotte fosse, ela já tinha algumas décadas na bagagem.

- Acho melhor você se segurar garotão.

Ela acelerou a moto de uma vez, fazendo com que ele escorregasse um pouco para trás e soltasse um grito.

- Ah! Cadê a segurança dessa porra?

- Se segura em mim!

Ele não teve nem tempo para ficar envergonhado, na primeira curva que ela fez ele já se agarrou feito um macaquinho que se agarra na sua mãe macaca, tamanho era o medo dele de cair.

- Calma Mike!

- Anda mais devagar, pra que tanta pressa?

Anita gargalhou e ele apertou mais a sua cintura e dessa vez colou o rosto junto ao pescoço dela, respirando ofegante e com os olhos fechados. O farfalhar da barba dele no pescoço dela fazia um pouco de cócegas e se misturava com a respiração quente e aflita dele. Ela olhou o rosto dele pelo retrovisor e viu uma expressão de pavor.

- Quer que eu pare?

- Por favor!

Ela parou e ele saltou da moto e se ajoelhou no chão

- GRAÇAS A DEUS!

- Larga de ser frouxo Mike!

- Achei que ia ter uma crise de asma ali em cima

- Asma? Você tem asma?

- Tenho

Ele agora se levantava envergonhado

- Desculpa por fazer esse papelão, mas certas coisas não fazem bem o meu estilo, ainda mais com uma garota com um terço do meu peso pilotando a moto.

- Ta dizendo que não confia em mim

- Não é isso, só... Sei lá. Desculpa.

Ela deu um passo para perto dele e puxou o capacete da cabeça dele, ajeitando os fios negros que ficaram arrepiados.

- Não se preocupe, você aprende a andar de moto - Ele sorriu timidamente, ainda com vergonha e ela deu mais um passo para próximo dele, encostando-se a seu peito – A gente ainda vai ter tempo.

- Ainda vai querer a minha companhia?

- Mas é claro, adoro japoneses.

- Eu sou americano

- Foda-se

Ela o puxou pela parte aberta da camisa xadrez e estalou um beijo nos lábios dele, que logo retribuiu mais avidamente, segurando em sua nuca e puxando para ainda mais perto. Mike acariciou a face dela com a ponta dos dedos e sorriu no meio do beijo, quando se separaram ,ela perguntou:

- Ta rindo do que?

- Acho que seu primo vai me matar

- Nem duvide!

Ele puxou a para mais um beijo, se Chester o matasse, pelo menos ele queria aproveitar aquilo ao máximo.


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Notas finais do capítulo

Então, no notas da história eu coloquei que a ideia dessa fic surgiu de um sonho que eu tive, então, o meu sonho foi a parte em que o Mike está com a Anita na moto, não a parte da frouxeza dele, mas a parte que ele segura a cintura dele com força e põe o rosto no pescoço dela (nem preciso dizer que foi um sonho ótimo né?)
Enfim era só isso, espero que tenham gostado ;*



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