Um Amor para Yue escrita por La-Fenix


Capítulo 3
Meu tormento.


Notas iniciais do capítulo

Desculpem-me a demora para postar, é que eu estava meio mal para escrever nestes últimos tempos.
Ok, isso não é desculpa para tamanho deslexo. Gómen.
*Atirando na autora*
Espero que curtam a leitura.



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Akai pov

Meu coração batia penosamente em meu peito, minha respiração estava descompassada e minha cabeça parecia que ia explodir de tanta dor que eu sentia.

Apertei mais os olhos e soltei todo o ar de meus pulmões para não gritar de tanta dor.

Eu me sentia queimada por dentro, como se tivesse alguém dentro de mim que acendera uma fogueira.

Soltei um leve riso mental com esse pensamento, e, apesar da dor levantei meu tronco, com dificuldade para depois abrir os olhos.

Eu me encontrava numa sala escura, levemente iluminada, pelo fogo de algumas tochas afixadas na parede e com o leve odor de tinta.

De repente ouvi uma voz feminina que parecia ter se alojado dentro da minha cabeça, que logo disse:

"Ah, finalmente você acordou! Já não era sem tempo, querida, achei que você tinha morrido!"- A voz era suave mais ao mesmo tempo, maliciosa, e carregada de segundas intenções. Como se uma dama da corte estivesse tentando me convencer, a enganar o rei e cotar-lhe a cabeça, durante seu sono real.

"O que você quer?"- Pensei logo me arrependendo, quando a minha cabeça começou a doer mais ainda.

"Calma, minha pequena guardiã, se você continuar tão nervosa assim a dor só irá piorar"- A voz parecia caçoar da minha cara, como se minhas dúvidas a respeito dela, e daquela sala fossem banais.

Apesar de todas as minhas suspeitas, procurei me acalmar para amenizar a dor que eu sentia por todo o meu corpo.

Oque felizmente deu certo, já que em poucos segundos meu coração se aquietou, e minha cabeça deixou de doer.

"Viu? Não precisa temer, você está segura."

Sem me dar ao trabalho de responder, rapidamente me levantei e me virei para ver se achava uma saída daquele lugar.

Infelizmente averiguei que a sala não tinha portas, nem janelas, mas que possuía no canto um cavalete de pintura, com um desenho inacabado, na tela que a peça apoiava.

Aproximei-me do cavalete para ver a o desenho, e arfei ao ver que se tratava de dois anjos se abraçando tristemente.

Apesar do longo cabelo da mulher cobrir seu rosto pude notar que ela chorava, pois as lágrimas desciam até seu queixo e gotejavam para fora do desenho.

Já o homem escondia seu rosto na curva do pescoço da mulher, como se procurasse esconder sua angústia, e pousava as mãos nas costas dela de maneira possessiva.

"Não gostaria de terminar essa bela obra?" Meus olhos seguiram direto para o pincel e a tinta, que estavam num pequeno banquinho ao lado do cavalete.

Naquele momento foi como se eu esquecesse a estranheza da situação, e meu corpo mecanicamente fosse pegar os objetos de pintura.

"Isso... Porque quando você pinta tudo deixa de ser tão triste." A voz parecia vitoriosa, mas no momento eu só desfrutava da emoção de deixar a energia passar do meu braço para a ponta do pincel.

Eu me sentia entorpecida de tanto poder, a única coisa que eu queria fazer era terminar aquela pintura.

Eu estava tão distraída que nem notei quando corvos começaram e se empoleirar ao meu redor, muito menos notei quando eles começaram a grasnar em conjunto.

"Bom isso deve resolver...”.

Essa não era a mesma voz que me atormentava no momento, essa era uma voz masculina, talvez um tanto cansada, mas que ainda assim transmitia segurança, e aconchego.

Então antes que eu pudesse sequer pensar no que aquela nova voz representava, uma fumaça branca e espessa, começou a sair do chão, espantando assim todas as aves.

Assustada me afastei do cavalete, e instintivamente procurei bater minhas asas para afastar aquela fumaça de mim. Foi aí que eu notei que eu não estava na minha forma de guardiã.

Eu estava com um vestido longo e preto com um decote que realçava meus seios.

Senti o sangue se acumular nas minhas bochechas, de vergonha.

"Não... Isso não pode estar acontecendo!... Porque ele está interferindo!" A voz estava histérica, parecia que a situação estava fora de seus domínios.

Eu queria dizer algumas coisas, não muito bonitas para a voz naquele instante, mas a fumaça chegou na altura do meu pescoço e eu me vi perdida em meio a aquela névoa branca.

Para a minha sorte quando a fumaça foi pega pelo meu nariz, meu corpo pareceu despertar do torpor de antes...

A fumaça penetrava por minhas narinas de forma dolorosa e minha visão estava anuviada pela quantidade de fumaça.

Eu tinha a leve sensação de não estar mais naquela sala escura, na verdade estava deitada num lugar bem macio, e confortável. Ignorando a fumaça, eu me sentia relativamente segura.

Mas como eu sabia que estava tudo menos segura me levantei, e surpreendentemente saí da nuvem de fumaça.

Foi aí que eu descobri que ainda estava no quarto do Yue. Mais especificamente em sua cama.

Também vi que a fumaça se originava da porta sendo criada de uma pequena cuia, que uma figura, aparentemente alta e esbelta, encurvada sobre a mesma parecia abaná-la com um leque de papel.

-Até que enfim você acordou. -Falou o homem, que eu reconheci como o Yue, ele parecia cansado, aliviado e até um pouco irritado.

-Acordar? Quanto tempo eu fiquei apagada?-Me levantei, e ofereci a mão para ajudar o Yue a se levantar do chão.

Ele aceitou, e assim que ele se levantou, pude ver que ele trajava um pijama azul claro, estava descalço, o estranho estava com um lenço que cobria a boca e o nariz.

Ele era cerca de dois palmos mais alto do que eu, seus acinzentados olhos, me fitavam de maneira estranha, e seu cabelo cor de areia caia suavemente por seus ombros.

-Ãn... Por quanto tempo eu fiquei desacordada mesmo?- Comecei a falar para quebrar a momentânea tensão entre nos.

-Cerca de três dias. Só consegui te trazera vida depois de queimar estas ervas. -Então ele pegou a cuia esfumaçante e a apagou com um simples movimento dos dedos. -Afinal o quê você viu enquanto dormia? Parecia agitada.

Senti meu rosto ruborizar um pouco, pela pergunta. "Por Clow o quê ele fez comigo nesse meio tempo?"

-Não precisa se preocupar, eu somente cuidei da sua asa e fiz você cheirar uma erva especial. -Acalmou-me um pouco Yue, já retirando o lenço do rosto para podermos conversar direito.

Então eu percebi que a fumaça ainda nos rodeava de forma abundante. Yue também percebeu isso e após um suspiro, ele murmurou um pequeno feitiço que fez a fumaça ser sugada para um jarro que jazia numa estante alta.

Felizmente eu ainda estava na minha forma de guardiã, por um momento temi descobrir que estava com aquele vestido justo e decotado.

-Akai, se importa, de eu dormir agora?-Perguntou Yue com um bocejo, notei que ele tinha olheiras, sinal que não estava dormindo direito. - Você me deu muito trabalho esses dias. Mas não se preocupe você pode dormir no meu quarto até se sentir melhor.

-Na verdade eu gostaria de ir embora. -Respondi timidamente, Yue fuzilou-me com uma expressão fria, como se eu estivesse insultando sua honra.

-Você ainda não pode voar, e só hoje apareceram três aves iguais aquela que te atacou.

-Tudo bem, eu vou a pé. -Retruquei rapidamente tentando passar da porta, mas sendo bloqueada por Yue.

-Bom como eu achei que você faria isto quando acordasse, me dei à liberdade de criar um escudo em volta do prédio. -Então ele me encurralou na parede e concluiu a fala.-Afinal você me deve explicações.

Abaixei a cabeça em sinal de irritação, e murmurei um "Ok, amanhã você terá suas respostas".

Apesar de estar com o rosto abaixado, consegui ver Yue assentir e se dirigir em direção ao que devia ser a sala.

Fui em direção a cama e me deitei mesmo sem estar com sono.

"Por mais que o Yue seja arrogante, tenho que admitir que ele seja um bom médico. Minha asa não dói quase nada agora."

Fiquei perdida em pensamentos até notar que amanhecera...

 Continua.




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Notas finais do capítulo

Dessa vez eu não demoro tanto para postar, prometo!
Espero que tenham gostado do capítulo.
*Se não gostaram, eu não posso faze nada, além de ler as suas críticas, e melhorar no próximo capítulo.*



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