POV Narrador

Dois meses depois...

 O acampamento mudou muito nesses dois meses. Agora, existem campistas novos, novos amores e brigas, tudo em dois meses! Pedro e Sam estão namorando, que fez com que Nico e Taylor ficassem bem aliviados. Percy a Annabeth vão sair do acampamento. Isso mesmo. Annabeth descobriu que esta grávida, então eles vão se casar, daqui a seis meses, e vão se mudar para São Francisco.

 Todos felizes. Cada um com seu par. Tudo dando certo. Agora, vocês devem estar pensando... Nossa! A escritora pulou a parte mais importante da historia! Eles salvaram ou não a Jess? Cadê ela?

 Bom, a resposta é a seguinte. Jess ainda não voltou, depois de dois meses com a expectativa que ela voltaria, varias pessoas desistiram, pensaram o pior.

 Foi bem difícil para Taylor. A melhor amiga sumiu e ela não podia fazer nada. Ela sempre acreditou que Jess voltaria, ela era forte e que os deuses a ajudariam, mas já se passou tempo demais. Ela não tem mais esperança. Bater nas meninas que a acompanharam na missão não ajudou nada, ela tentou, ou até mesmo tentar fugir do acampamento, nada adianta.

 O que mais sofre com isso é Connor. Em nenhum momento ele desistiu de acreditar que a namorada voltaria. Ele não olhou para nenhuma garota esses dois meses, nada mais importava. Apenas a Jess. Jess, Jess, Jess, Jéssica, Jéssica, esse nome não saía de sua cabeça.

 Ele tentou fugir do acampamento 36 vezes, mas foi detido todas às vezes, o máximo que conseguiu foi descer a colina. Ele chorava toda noite, com medo do que estivesse acontecendo com ela. Sonhava todas as noites com a namorada pedindo ajuda. Ele tentou de tudo, mas nem os deuses contaram o que tinha acontecido. Ele nunca iria aceitar que ela estava morta, não importa quem dissesse para ele. Ele acreditava, e isso foi o que o fez continuar vivo, durante esses dois meses.

 Era noite. Todos já deviam estar em seus chalés dormindo. Ninguém se atreve a sair do chalé há essa hora, mas Connor não tinha mais medo. Depois que Jess sumiu ele não tinha mais... Emoções.

 Nenhuma harpia a vista. Isso era um bom sinal. Ele estava pensando em roubar alguma coisa, não fazia isso há muito tempo. Mas não tinha mais vontade, nem de roubar, nem de pegar peças. Ele não parecia um filho de Hermes.

 Ele não tinha mais nada para fazer, na verdade ele nunca teve depois de Jess sumiu. Ficava o dia inteiro em seu chalé ou vagando pelo acampamento. Não cansava, não tinha sono, não tinha fome ou sede. Ele estava muito magro, seus cabelos perderam o brilho, e suas olheiras era bem ruins. Ele estava acabado, já podia morrer, só não morria porque ainda acreditava que iria ver a amada.

 Não acreditava o que uma garota podia fazer com ele. Ela era tão diferente das outras. Mas preferia mil vezes estar no lugar dela do que ficar esperando por dois meses.

 Seus pensamentos foram atrapalhados por um grito. Um grito vindo de uma floresta. Só que era um grito diferente, um grito de perigo. Ele foi correndo, algo que não fazia a tempo, até o lugar do grito.

 Demorou a achar, já que a pessoa não deu mais nenhum sinal de vida. Não importava o quando ele gritava, a floresta estava totalmente silenciosa. Depois de ficar procurando por uns 10 minutos ouviu mais um barulho, só que dessa vez não era de uma pessoa e sim de um monstro.

 Pegou sua espada, fazia tempo que não lutava, e foi até o barulho. Ao chegar lá ele viu a cena mais aterrorizante de sua vida.

 Um minotauro estava prestes a matar uma pessoa, e quem era essa pessoa? Ele perguntava para ele mesmo. Seu rosto estava coberto por suas mãos, para se proteger. Era uma garota, ele tinha certeza. A única coisa que ele via era seus cabelos quase ruivos na cara da menina.

 Era ela? A amada estaria ali, na sua frente? Tão fácil assim? Como que ela conseguiria chegar aqui no acampamento?

 Sem saber quem era, ele atacou o minotauro. Sentiu uma raiva muito forte por aquele monstro. Usou toda sua força que sobrava para matar aquele monstro. Mesmo não tendo treinado ou praticado há dois meses, ele conseguiu mata-lo com um golpe bem no coração.

 Ao virar para trás ele conseguiu olhar a garota. Ela estava encolhida de medo, com o rosto escondido entre os braços. Suas roupas estavam todas rasgadas e parecia que ela não tinha trocado de roupa havia muito tempo.

 Um pouco de esperança surgiu dentro dele, algo dizia que era ela. Guardou sua espada e foi até o encontro da garota. Ao tocar nela um arrepiou veio por todo seu corpo.

-Esta tudo bem – ele disse.

No mesmo instante a garota olhou para cima, sim era ela. A sua garota estava ali, na sua frente.

 Jess tinha conseguido sair da “toca” dos ventus. Foi uma tarefa difícil, tanta que levou um mês e meio. Depois de sair de lá, veio até um acampamento. Só que ela não tinha dinheiro, comida ou abrigo. Teve que vir a pé até o acampamento. Foi atacada por vários monstros no caminho. Enfim, ela estava ali, depois de 15 dias andando. Suas forças acabaram.

 Connor não acreditava no que via. Percebeu que a garota estava fraca e a pegou no colo, sem se importar com seu cansaço. Ele a levou até o chalé de Héstia e cuidou dos ferimentos da menina.

-O que aconteceu? – foi à primeira coisa que ele perguntou.

A garota, que estava morrendo se saudades dele, suspirou e contou toda a historia. Desde o momento que os ventus a levaram, até o momento que o minotauro a atacou. Ela disse tudo devagar, enquanto ele cuidava de seus ferimentos. Ele ouvia tudo atento. Sua vontade era de matar todos que a fizeram sofrer.

-Você não desistiu. – ele disse sentando ao lado dela, em sua cama.

-Eu não desisti de você. – ela o corrigiu.

 O motivo para que ela agüentara todo esse tempo, era ele. Connor passou a noite com ela, sem se importando com o cansaço. Deu comida a ela e roupas novas. Ficou abraçando ela, uma coisa que tinha muita saudade.

 Depois de um tempo conversando, e até trocando uns beijos, a garota adormeceu nos braços dele. A sensação de tê-la por perto era muito boa. Mesmo dormindo, ele tinha a sensação que tinha que protegê-la, mais do que antes. Ele não a soltaria nunca mais.

 Ele foi o único que acreditou que ela voltaria, ao contrario de outras pessoas. Agora, estavam os dois, juntos e nada mais podia separá-los.