As Gémeas Pierce escrita por AnaTheresaC


Capítulo 37
Capítulo 37


Notas iniciais do capítulo

Antes de lerem, vão buscar os lenços de papel e vistam-se de preto.



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Capítulo 37 – Narrado por: Elena Pierce

Eu e Bonnie embarcámos e vi-os lá do cimo, lado a lado, com expressões ferozes e de heróis. Não os queria deixar, não tinha experiência nenhuma nisto, nunca tinha andado de barco, e sabia que por vezes podia haver destes acidentes, mas nunca pensei que pudesse ser algo deste género.

O barco chegou ao mar. Pronto, não havia nada que eu podia fazer. O barco começou a afastar-se do navio, indo em direção aos outros barcos de salvamento. Elijah e Damon desapareceram da minha vista, e eu só esperava que eles estivessem a ajudar a tripulação e que voltassem. Especialmente que voltassem.

Passadas cerca de duas horas, eu já não aguentava estar naquele barco cheio de peruas a choramingar pela morte de alguém, que ainda não tinham visto. Um barco começou a aproximar-se, e pelo que diziam, era o último. Fixei o barco e vi-o a aproximar-se de nós. Elijah estava lá, e Damon. Porém, Damon estava com uma criança agarrada ao pescoço dele, que mal o deixava fazer alguma coisa. Sorri perante aquela imagem, e lágrimas vieram-me aos olhos. A criança tinha o cabelo tão preto como o dele, mas estava todo penteado para trás, e tinha alguns trapos já esfolados como roupa. Elijah trazia ao colo uma linda menina, loira como Caroline, com duas bolas azuis no lugar dos olhos, e olhava para nós, expectante.

-Lily! – gritou alguém de dentro do barco. – Lily!

A menina reagiu imediatamente ao som da voz e sorriu.

-Kevin!

-Louis!

Houve imensos reconhecimentos e acabei de trocar de lugar para a senhora que estava ao lado de Bonnie ter o seu marido ao lado, e eu dessa forma ficaria ao lado de Damon.

-Estou tão feliz por estarem bem – disse, visivelmente aliviada. – Conseguiram resgatar todas as pessoas?

Damon olhou para mim muito sério e eu desviei o olhar para Elijah, mas o seu olhar era uma fotocópia do de Damon.

-Porquê? – perguntei, com a fúria à flor da pele.

-Elena, somos apenas dois e apesar de tudo não somos tão influentes como pensas com os funcionários – falou Damon.

-Não – neguei com a cabeça, com lágrimas de fúria a toldarem-me a visão. – Isso é tão injusto!

-Nós sabemos, mas não podemos fazer nada – disse Elijah, tentando pegar na minha mão, mas eu não deixei e virei-lhes o rosto. Eu não estava zangada com eles, estava zangada com os funcionários do barco que nos colocam acima de tudo, e esquecem-se que os outros de classes inferiores também são pessoas. Com menos posses, mas mesmo assim com direito á vida e á proteção.

Aproximávamo-nos cada vez mais do litoral, e começámos a receber tiros. Tiros? De certeza? A primeira vítima foi um homem que estava a remar um dos barcos. Todas as senhoras daquele barco começaram a gritar de horror.

-Baixa-te! – exclamou Damon e fez-me dobrar toda, sendo impossível para mim respirar dessa maneira. A mão dele estava sobre as minhas costas, impedindo-me de me levantar. Porém, Elijah permaneceu no seu lugar, a perscrutar o que se estava realmente a passar. Os tiros passavam, mas ele continuava com o semblante sério e depois levantou-se. Assim que se levantou, levou um tiro certeiro.

-Nãããããããão! – gritei desesperada e Damon agarrou-o por um braço impedindo-o assim de cair ao mar.

Peguei-lhe a mão e ele olhou para nós, com dor. A ferida era enorme e horrível: era do lado esquerdo do peito. O coração.

-Não, não, não – murmurei e apesar de saber que estávamos num fogo aceso, não me importei e puxei Damon para o meu lugar e sentei-me no lugar de Elijah para ele assim ficar entre nós os dois.

-Elena – disse ele, tentando controlar a dor. Apertou as nossas mãos com força, e ele estava a tremer.

-Elijah – chorei, com lágrimas a correrem-me pelos olhos, sem cessarem.

-Elena – falou ele de novo e olhou para Damon. – Toma conta dela.

Damon acenou que sim, e reforçou:

-Tens a minha palavra.

Elijah forçou um sorriso e olhou para mim.

-Elena, um último favor.

-Tudo o que quiseres, Elijah – disse, a chorar, sem pensar nas consequências das minhas palavras.

-Um último beijo – murmurou ele, com a voz a falhar, causando-me ainda mais dor no coração, em todo o meu corpo e as lágrimas correram ainda com mais força.

Olhei para Damon em choque, sem saber bem o que fazer e ele desviou o rosto.

Fitei Elijah, a tremer, a lutar pela vida, com o queixo hirto e tenso. Fechei os olhos e colei os nossos lábios. Sabia a sal devido às minhas lágrimas, mas não importava. Os lábios deles eram suaves, mas eu não me permiti alongar no beijo porque não era ele quem eu amava. Apesar do meu coração estar partido em mil pedaços por saber que ele ia morrer a qualquer momento, não era quem o meu coração realmente amava.

-Obrigado – disse ele e afrouxou a sua mão. Fechou os olhos e relaxou.

-Não! – gritei e abanei-o. – Elijah, não! Não, não, não!

Coloquei a minha testa no seu peito, chorando desalmadamente.

-Não – murmurei, chorando cada vez mais. O meu coração estava partido pela sua perda, as minhas lágrimas corriam como um rio vai para o mar, o meu corpo doía fisicamente devido a tudo aquilo.

O meu melhor amigo, o meu confidente, o que me compreendia totalmente, estava morto e não havia volta a dar. 


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Ficaram com lágrimas nos olhos?
MAS para melhorar o vosso humor, tenho uma FANFIC NOVA COM KLAUS!!!!! Espero que me visitem lá, por favor: http://fanfiction.com.br/historia/246940/My_Lover/
No próximo capítulo vai haver muuuuitos momentos Delena e Elena vai-se passar da cabeça.
XOXO, até para a semana!