As Gémeas Pierce escrita por AnaTheresaC


Capítulo 36
Capítulo 36


Notas iniciais do capítulo

PS - só para que conste ANTES DE LEREM, bancos de areia ao pé do porto de Lisboa são muito frequentes, daí que os barcos por vezes têm que ficar horas há espera para poderem entrar no rio Tejo.



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Capítulo 36 – Narrado por Katherine Pierce e Damon Salvatore

Parte 1 – Katherine Pierce

A hora do jantar foi visivelmente desconfortável. Giuseppe não falou nada, Stefan olhava sempre para mim e a dúvida ainda pairava sobre mim.

Depois do jantar sentei-me na sala de jantar, pronta para jogar às cartas com Giuseppe e Stefan. Desde que Elena e Damon tinham partido, os nossos serões eram assim. Enquanto jogávamos, falávamos do nosso dia-a-dia.

-Miss Pierce, recebeu uma carta – disse Magda, a fiel governanta da casa.

-Oh, obrigada – falei e baixei as cartas no meu colo. Stefan ofereceu-me um corta envelopes, e eu peguei nele. Abri o envelope e comecei a ler a mensagem:

Querida Katherine,

Soube que Elena se foi embora para a Espanha com Lord Elijah Gillies e fiquei muito indignada. Porque não me contaram? Esperava mais de ti, Katherine.

Agora que és somente tu e Stefan, podias começar a pensar no assunto em talvez noivares com o mais novo dos Salvatore. Pensa querida, é um futuro garantido. Começa a adorá-lo, a elogiá-lo e vais ver que em breve ele irá pedir-te em casamento.

Com amor, Isobel

Fechei a carta com brutalidade. Giuseppe levantou os olhos do seu baralho de cartas.

-Tudo bem, Katherine?

-Tudo, Master Salvatore – falei, forçando um sorriso. Voltei a pegar na minha jogada, e continuámos a jogar. Stefan deitou-me um olhar de curiosidade, mas eu emiti um “mais tarde” sem som.

Giuseppe ganhou cinco jogos e eu retirei-me para o meu quarto. Fechei a porta e encostei-me a ela, lendo mais uma vez a carta. A minha mãe era… horrível para comigo.

-Katherine, sou eu – falou Stefan do outro lado da porta e eu pestanejei os olhos que estavam cheios de lágrimas de fúria. Stefan não tinha que levar com a minha fúria.

Abri-lhe a porta, forçando um sorriso.

-Posso entrar?

-Claro que sim, Stefan, que pergunta.

Ele entrou e eu fechei a porta.

-O que era a carta? – perguntou ele, sem rodeios. – Ficaste muito afetada.

-Era a minha mãe – respondi, olhando para a carta amachucada nas minhas mãos. – Ela sempre preferiu Elena a mim, e faz isso da pior maneira. Agora quer que eu te encante para te casares comigo.

-Então casa comigo – disse ele, simplesmente. – Katherine, eu amo-te. Muito.

Deu um passo na minha direção e eu fiquei encostada á porta.

-Stefan… - suspirei, sentindo a energia estática a crescer entre nós. Fiquei sem voz e olhei-o nos olhos. Eram tão verdes, espelhavam tão bem a sua alma, o que ele queria. E naquele momento, ele queria beijar-me.

Entrei em pânico. Eu também queria, mas não sabia onde é que isso podia dar… as consequências.

-Katherine… - murmurou ele, colocando as suas mãos nas minhas faces. – Não sabes como te amo. Sei que nos conhecemos há pouco tempo, apenas alguns meses, mas nunca conheci uma mulher parecida contigo. Olho para ti, e vejo um anjo. Toco a tua pele, e o meu corpo inteiro incendeia-se. Beijo-te, e sei que estou cada segundo mais apaixonado por ti.

Os seus lábios tocaram os meus e eu fechei os olhos, apreciando o momento. Stefan era tão doce, tão delicado, e aquele beijo logo depois daquela declaração… Foi tudo tão depressa, que quando notei, estávamos os dois a procurar por ar.

-Casa comigo, Katherine – pediu ele, de novo. – Ficaremos juntos para sempre, e eu amar-te-ei para sempre.

Eu amava-o, eu sabia disso. Mas então, o que sentia eu por Damon? Não, não era amor, era luxúria, e apesar de estar no meu ser ver as coisas objetivamente, Stefan estava ali, entregue de alma e coração a mim, e eu a ele. As coisas com Damon seriam divertidas? Com certeza. Mas com Stefan teriam amor e carinho, algo que eu apreciava. Não conseguia expressar o amor que tinha por Stefan porque ainda não tinham sido inventadas as palavras certas para o exprimir, mas expressar o que sentia por Damon sim, e isso não era verdadeiro amor, era uma paixoneta que tinha desaparecido há algum tempo. As coisas entre mim e Damon não iriam resultar, mas com Stefan… eu amava-o, era necessária mais alguma explicação?!

-Sim, Stefan, eu caso contigo.

Ele pareceu surpreendido por ter dito aquelas palavras, mas depois sorriu e tirou do bolso das calças a caixinha com o anel.

-Posso? – pediu ele e eu assenti. Pegou na minha mãe direita e colocou o anel no dedo anelar. A pedra era tão linda!

-Amo-te – disse e abracei-o com força.

-Eu também de amo, Katherine – retribuiu ele.

Parte 2 – Damon Salvatore

Faltavam poucas horas para chegarmos ao porto de Lisboa, o dia estava ensolarado e no horizonte já se via um pouco da costa, nada em demasia, apenas uma mancha escura a indicar terra, quando o pior aconteceu: o barco levou um safanão enorme, as luzes apagaram-se e acenderam-se logo e todos foram parar ao chão, incluindo eu.

-O que aconteceu? – ouvia dizer e corri para a proa. Estavam lá quase todos os tripulantes, e eu parei um marinheiro, funcionário do barco.

-O que se passa? – perguntei, alertado.

-Embatemos num banco de areia. São muito comuns por aqui.

-Como assim “banco de areia”? Não era suposto terem previsto isto?

Ele encolheu os ombros e saiu dali atarefado. Elena e Elijah apareceram no meu campo de visão, alarmados. Corri para eles, para os tranquilizar.

-Foi um banco de areia.

-E o que vão fazer agora? – perguntou Elijah. – Como é que saímos?

-Acho que temos que evacuar. É a única hipótese.

-Mas ainda estamos muito longe – retorquiu Elena.

-Algumas horas, nada demais – falei e apontei para o horizonte. – Já se vê terra, se conseguirmos evacuar todos para os barcos de salvamento, e isso demorar três horas no máximo, conseguiremos chegar lá ao final do dia.

Todos começaram a entrar em pânico á nossa volta e Elena começou a entrar em pura agonia.

-Tem calma, tudo se resolve – disse a ela, pegando no seu antebraço delicadamente.

Os funcionários do barco começaram a desprender os barcos.

-Elena, tens que ir – falou Elijah para ela, e eu concordei com a cabeça. Ela negou com a cabeça veemente e falou:

-Nem pensar! Vou ajudar.

-Elena, se ficares, serás uma preocupação para nós – disse, no meu tom mais sério. – Vai. Nós encontramos-te.

Elena continuou a negar com a cabeça.

-Se não há razão para pânico, então vou ficar. Serei uma das últimas.

-Mulheres e crianças! – gritou um funcionário, ao lado do barco mais próximo à proa. Imensas pessoas correram para ele, em pânico.

-Elena, vai! – exclamei, por cima daqueles gritos de medo.

-Não! – exclamou ela de volta e soltou o antebraço da minha mão. – Vou procurar a Bonnie e dizer-lhe para vir comigo.

Ela afastou-se de nós e olhei para Elijah.

-Ela não vai ficar sozinha nesta confusão – falei para ele.

-Nem pensar – concordou ele, e fomos os dois atrás dele.

-Então tu e Elena… o assunto é sério? – permiti-me perguntar, uma vez que eles pareciam muito cúmplices.

-Sim e não – respondeu ele. – Ela ainda é apaixonada por ti, e sendo uma mulher fiel aos seus valores, jamais aceitaria ficar comigo sabendo que ainda te ama. Assim como eu.

-Hum – funguei e alcançámo-la.

-Que estão aqui a fazer? – perguntou ela, visivelmente irritada. – Vão ajudar os funcionários do barco!

-Preferimos não te perder – disse Elijah e ela revirou os olhos.

-Como queiram. Mas eu vou continuar a ser uma das últimas a embarcar.

Desta vez quem revirou os olhos fui eu. Elena era sempre tão teimosa! Tinha que levar sempre as suas ideias para a frente, não importava o quanto as pessoas se importassem com ela.

Entrou no quarto dela, e procurou por Bonnie, que estava a arrumar a mala dela.

-Não há tempo, Bonnie! – exclamou Elena, puxando-a por uma mão.

-Miss Elena precisa de ter algo que vestir.

-Bonnie! – gritou Elena e afastou-a da mala.

-Mas…

Atirou-a literalmente para os meus braços, e eu peguei o braço de Bonnie.

-Olá, Bonnie. Vamos sair daqui, sim?

Ela olhou para mim, com os olhos arregalados de medo e espanto. Sorri convencido, e saímos os quatro do quarto, para o andar de cima. Havia imensas pessoas a tentar passar para o andar de cima, mas estavam impedidas.

-O que se passa? – perguntei, por cima de todas aquelas vozes.

-Não se pode passar para o andar de cima – informou um dos funcionários, também tendo que elevar o tom de voz.

-Porquê?

-Primeiro as senhoras da alta sociedade – retribuiu ele e eu apontei para Elena.

-Aqui está uma senhora da alta sociedade! Elena Gilbert Pierce. Agora, deixe-nos passar.

-Não, Damon – murmurou ela para mim. – E quanto a todas estas pessoas?

-Elas hão-de sair, de certeza – garantiu Elijah para ela, mas ambos sabíamos que isso era muito pouco provável. Pelos vistos, Elena também sabia.

-Não! – gritou ela, e fugiu de nós pelo corredor enorme.

-Elena! – gritei e corri atrás dela.

-Tem que haver outra saída!

-Miss Pierce! – exclamou Bonnie, no nosso encalço. Elijah ia um pouco à frente de Bonnie, e já estava quase a chegar ao pé de mim.

Elena virou para a esquerda e eu segui-a.

Ela subiu umas escadas, que eram as escadas de serviço, e eu fui atrás dela. Porém, mal chegou ao topo disse:

-Tens que as avisar!

-Elena, só as aviso se embarcares num daqueles barcos.

-Então eu embarco. Com Bonnie – prometeu ela e esperámos que Elijah e Bonnie chegassem.


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Notas finais do capítulo

Lindas flores do meu mundo de 1864, preparem os vossos lenços de papel, porque próximo capítulo terá uma morte e nossa querida Elena ficará desfeita.
Espero que tenham gostado! Até para a semana!
Passem na minha outra fanfic, cheia de ELijah, chamada Love doesn't exist... does it? https://www.fanfiction.com.br/historia/241411/Love_Doesnt_Exist..._Does_It/