As Gémeas Pierce escrita por AnaTheresaC


Capítulo 35
Capítulo 35




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Capítulo 35 – Narrado por Stefan Salvatore e Elena Pierce

Parte 1 – Stefan Salvatore

-Então? –perguntei quando a sua expressão nunca mais se alterava. Katherine estava com os olhos arregalados, a boca aberta e saltava o olhar de mim para o anel constantemente.

-Eu… eu… - gaguejou ela, o que me colocou sérias dúvidas. O que raio fui eu fazer? Precipitar-me desta maneira com Katherine? Será que tinha endoidecido?

-Katherine?

-Eu… eu nem sei o que dizer! – exclamou ela e abraçou-me. – Stefan, eu preciso de pensar. Por favor.

A desilusão atingiu-me.

-Mas antes de pensar, eu preciso de saber porquê agora – falou ela, e desfez o abraço, olhando-me nos olhos sem medo.

-Katherine, acho que sabes que eu sempre gostei da Elena.

Ela acenou com a cabeça e ficou um pouco triste.

-Mas até há pouco tempo eu descobri que tudo o que tenho por ela é compreensão. Eu e Elena somos muito parecidos, deixamo-nos levar pelos sentimentos facilmente e somos muito ponderados nas nossas decisões. Por ela, não existe mais nada: eu tenho um sentimento por ela muito forte, um sentimento de proteção: eu quero protegê-la das coisas más que o Damon faz, das coisas que lhe podem acontecer porque ela é muito ingénua. Por ti, Katherine, é algo diferente. O meu coração bate mais forte e nos últimos dias tenho tido uma necessidade de estar ao pé de ti, de saber onde estavas, que era sufocante e não descansava enquanto não te via e não sabia se estavas bem. Cada vez que olho para os teus olhos… tu mudaste tanto desde que cá chegaste, mostraste quem realmente és e eu apaixonei-me pela tua maneira de ser: uma mulher que ainda se está a descobrir e que apesar de saber o que quer e sabe como as conseguir, sabe tão pouco do mundo que a deixa exposta a algumas coisas que revelam a sua verdadeira personalidade.

Katherine sorriu e corou.

-Não é preciso corar, porque é a verdade. Damon também me ajudou a ver as coisas. A fixação dele por Elena, também a tirou do meu foco e eu pude ver quem realmente és. Katherine, eu amo-te e quero viver para sempre ao teu lado.

-Eu nem sei o que dizer.

-Percebo que não queiras responder já. É uma decisão que precisa ser tomada com muita responsabilidade. Afinal, vai mudar as nossas vidas.

Parte 2 – Elena Pierce

-Damon – falei e arrependi-me logo, porque o nome dele causou-me dores por todo o corpo.

-Elena – proferiu ele. – Eu juro que não sabia que estava neste navio, juro-te.

Levantei a mão para pará-lo de dizer mais alguma coisa.

-Não faz mal. Afinal, este barco é muito grande. Isto não acontecerá de novo, tenho a certeza.

Avancei para ultrapassar Damon, e Elijah seguiu-me. Parei ao lado de Damon e olhei para ele. Os seus olhos azuis prenderam-me, fazendo-me perder o raciocínio momentaneamente.

-E Damon, eu sei que não fizeste isto de propósito.

Seguimos, mas eu sentia os olhos de Damon em mim.

-Vamos almoçar? – perguntou Elijah passado um bocado.

-Sim – respondi, ainda afetada pelo encontro de décimo quinto grau.

Entrámos na sala de refeições, que estava decorada com toda a luxúria e requinte. A mesa já estava preparada para nós, afinal, estávamos em primeira classe. A nossa mesa, já agora, era uma das melhores: tinha vista para o mar, e naquela altura em que o sol estava no seu auge, o mar tinha um brilho especial.

Pedimos e ficámos à espera. O silêncio entre nós os dois estava a tornar-se cada vez mais claustrofóbico, e eu sabia muito bem que Elijah não ia tocar no assunto. Eu também não queria, mas sabia que tinha que falar sobre o que tinha acontecido, ou então, o que estava a ser claustrofóbico tornar-se-ia desconfortável.

-Elijah, eu nem sei o que dizer sobre o que se passou – falei, com a garganta a apertar-me.

-É irónico: nós queríamos fugir dele, mas ele está em todo o lado – falou ele, num tom irónico.

-Elijah, eu não sei o que fazer.

-Por agora, vamos ignorá-lo – falou ele. – E vamos divertir-nos.

Acenei com a cabeça.

-Elena, não quero que fiques dessa forma. Como disseste, o navio é muito grande, dá espaço para nós os três.

Sorri fraco.

-E a primeira coisa que vamos fazer é tirar esse sorriso e colocar um verdadeiro – falou ele, com um brilho especial nos olhos.

Elijah continuou com o mistério durante toda a refeição, e apesar de eu puxar muito pela imaginação, não conseguia pensar em nada de especial que me pudesse alegrar verdadeiramente.

Quando acabámos, voltámos a dar um passeio, e quando chegámos até à proa. Ele parou, mesmo no limite da embarcação e eu olhei a medo lá para baixo. Fechei os olhos imediatamente, com medo.

-Vá lá, Elena, vamos viver um pouco.

-Nem pensar – falei e ele levantou-me do chão.

-Não! Não! Não! – exclamei, subindo umas oitavas a cada não que dava.

Abri os olhos e ele estava a tentar atirar-me para o mar.

-Elijah, não! – gritei e agarrei-me ao pescoço dele com força.

-Calma, não é nada disso que estou a tentar fazer. Fecha os olhos, Elena.

-Não! Se vou morrer, quero encarar a morte de olhos bem abertos!

Elijah revirou os olhos e eu apertei-o com mais força.

-Não quero morrer, não quero morrer!

Finalmente, os meus sapatos tocaram algo plano e eu espreitei por um olho. O mar era tudo o que via, juntamente com sol que queimava os olhos.

-Podes abrir os olhos agora – disse ele, ao meu ouvido. Eu estava bastante ocorrente das suas mãos a rodearem a minha cintura e a sua boca bem perto do meu rosto.

Abri os olhos e olhei para baixo. A vertigem atingiu-me e eu aninhei-me mais em Elijah. E querem saber? Eu sentia-me segura com ele, sentia que o mundo podia acabar ali e agora, mas acabaria tudo bem, porque ele iria salvar-me do Apocalipse e iria fazer tudo renascer.

-Não te deixo cair – prometeu ele e eu sorri.

-Eu sei que não – respondi e gargalhei. – Isto é demais! Eu estou no extremo de um barco, sentindo-me segura e cheia de vertigens. Não podia existir maior antítese dentro de mim!

-Então, eu faço-te sentir segura?

Olhei para ele, e os nossos rostos estavam demasiado próximos. Os nossos lábios estavam demasiado próximos, os nossos narizes quase que se tocavam.

-Elijah, eu…

-Eu sei. Mas eu posso esperar – falou ele e eu baixei a cabeça. Levantei-a novamente para fixar o horizonte.

-Ei! – gritou um homem. – Não podem estar aí!

Elijah elevou-me e rodou-me para voltar a ficar dentro do barco.

-Peço imensa desculpa, mas esta linda donzela queria cometer um crime, e eu jamais a deixaria fazer isso –disse ele, sem nunca deslocar a sua mão da minha cintura.

O empregado do navio, ao ver nossa pose cúmplice, a mão de Elijah na minha cintura e o meu corpo, sorriu atrevido, o que me causou enjoos.

-Tudo bem. Desde que não o voltem a fazer.

-Prometemos que não – falou Elijah, apertando-me ainda mais contra si. – Um resto de boa tarde.

Passámos pelo empregado e quando já estávamos bastante longe, comecei a gargalhar.

-Eu nem acredito! Eu podia ter morrido! Fantástico!

-Eu bem tinha razão ao pensar em sentimentos suicidas.

-Nunca faria isso – disse séria, mas com um sorriso.

-Eu sei que não – falou ele e beijou-me a testa. Naquele momento, desejei algo mais, algo por que ele também ansiava, mas era demasiado cavalheiro para não o fazer.

Então vi que não era Elijah quem eu desejava, mas outra pessoa. O choque abateu-se sobre mim e eu olhei-o.

-Elijah, lamento, tenho que… ir – disse e fugi dele, correndo pelos corredores, quando sabia que não devia de o fazer. Sentia-o atrás de mim, mas não me permiti a olhar para trás, sabendo que teria que parar.

-Elena! – gritou ele, e eu corri ainda mais, se é que isso era possível, porque eu já não conseguia respirar devido ao corpete. Cheguei ao corredor do meu quarto e bati à porta sem ar.

Bonnie abriu-a passados três segundos e eu entrei de rompante, fechando-a logo de seguida.

-O que aconteceu?

As lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto e eu escorreguei pela porta.

-Miss Elena! – exclamou Bonnie e eu só consegui dizer:

-Deixa-me em paz agora, por favor.

Bonnie olhou para mim relutante, mas lá se foi embora.

Naquele momento, permiti-me pensar em tudo: Damon, Elijah, o pedido de casamento, a agressão de Damon para comigo. Os dois já tinham feito algo que me confundisse os sentimentos, mas Damon tinha algo mais. Elijah também, mas ele era demasiado perfeito para mim. Damon era quem eu realmente amava, mas ele tinha-me magoado tanto…

Bateram à porta, mas eu não liguei. Tudo o que queria naquele momento era ter saltado do navio quando pude. 


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Notas finais do capítulo

Gente, mega spolier para os próximos capítulos: Elijah vai morrer. Vocês pediram, eu dou-vos o Elijah morto.
MAS PARA QUEM GOSTA DO ELIJAH, tenho uma fanfic nova e quero ver-vos lá, tá? Tem Elijah aos montes, porque eu o adoro. A fanfic estreou hoje, e eu gostava MESMO muito que vocês lá fossem dar uma olhada: https://www.fanfiction.com.br/historia/241411/Love_Doesnt_Exist..._Does_It/
Bjs, e até domingo!