As Gémeas Pierce escrita por AnaTheresaC


Capítulo 34
Capítulo 34




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Capítulo 34 – Katherine Pierce, Elena Pierce e Damon Salvatore


Parte 1 – Katherine Pierce

–Tens a certeza disto, Elena? – perguntei-lhe mais uma vez. A mentira que eu e Stefan tínhamos contado a Damon, só para a deixar em paz, foi horrível. Dissemos que ela tinha voltado para Atlanta e que provavelmente jamais voltaria porque se iria casar com alguém de lá.

–Sim, tenho. Espanha vai-me dar tempo e espaço disto tudo para pensar claramente. Mas vou sentir a tua falta! – exclamou ela e abraçou-me fortemente. – Quem me dera que pudesses ir.

Sorri.

–Longe de tudo e de todos, até de mim! Nem acredito que me trocaste pelo Lord Elijah – enfatizei a palavra lord. Elijah era um senhor com reputação e um bom partido para a minha irmã, tenho que admitir, mas quem Elena realmente amava era Damon, ela iria ver isso. Ou talvez, a pressão que Elijah fazia sobre ela fosse tanta que ela começasse a confundir os seus sentimentos.

–Tenho que ir – disse ela, fugindo ao assunto.

–Sabes o que pode acontecer nesta viagem, não sabes?

–Eu confio nele, Kathy – falou ela. – E eu não tenho sentimentos por ele.

–Tu é que sabes. Faz boa viagem, e por favor volta!

–Podes crer que sim! Nem que seja para te vir buscar!

Bonnie pegou nas malas de Elena saíram as duas para a carruagem.

–Elijah! – exclamei e ele parou a meio do caminho. Voltou atrás.

–Sim, Katherine?

Fiquei engasgada. Eu não era muito dada a sentimentalismos, mas sentia que tinha que lhe dizer alguma coisa.

–Toma bem conta dela.

–Fica descansada – disse ele e entrou na carruagem.

Vi-os irem-se embora, e depois fui para casa dos Salvatore. Quando a carruagem parou saí devagar. Não tinha nada para fazer e uma sensação de vazio preencheu-me. Ao fim destes anos todos eu estava separada da minha irmã.

–Katherine! – exclamou Stefan, tirando-me dos meus devaneios.

–Damon já foi? – perguntei.

Ele acenou com a cabeça.

–Talvez os ares lhe animem o espírito.

–Sim, talvez – sorri fraco.

–O que se passa, Kathy? – perguntou ele, preocupado.

–Eu estou sem a minha irmã pela primeira vez.

–Oh – disse ele. – Não sabia disso.

Sorri.

–É verdade. Apesar de a ter odiado em tempos, agora que me vejo sozinha sem ela, sinto-me vazia.

–Mas eu estou aqui.

–Obrigada, Stefan. Nem sabes o quanto isso me ajuda – falei e de repente tudo mudou.

Os meus olhos fugiram para os seus, tão verdes e tão familiares e o meu ritmo cardíaco acelerou para o triplo.

–Katherine eu tenho que lhe fazer uma pergunta, mas não pode ser aqui.

–Então onde? – perguntei, nem sabendo onde estava. A única coisa que sabia era que tinha Stefan ao meu lado e o meu coração batia a um ritmo descompassado.

–Porque não vem dar um passeio a cavalo comigo? – convidou ele, e a única coisa que eu era capaz de fazer naquele momento era acenar com a cabeça.

Fomos até aos estábulos e ele tratou de arrear a minha égua e a égua dele.

–Mezzanotte é uma linda menina – disse ele, com um sorriso nos lábios enquanto lhe colocava a sela no dorso. – Porta-se sempre bem.

–Quantos anos tem? – perguntei.

–Dez anos. Foi uma prenda e confesso que adorei. Damon e o meu pai treinaram-na para ser mansa, e quando eu já tinha idade para treinar um cavalo, eu mesmo continuei o trabalho deles. E Helen?

Helen era a minha égua, branca, linda, com crina loira.

–Também foi uma prenda. Tem menos anos, apenas cinco, mas é muito sábia e aprende as coisas depressa.

–Queres ajuda a montar?

–Por favor – pedi e ele aproximou-se de mim. Colocou as mãos delicadamente na minha cintura e todo o seu corpo quente encostou-se no meu, causando arrepios e calores ao mesmo tempo. Elevou-me com demasiada facilidade e eu sentei-me de lado na cela. Peguei nas rédeas e vi-o montar agilmente, sem hesitações e com muita experiência.

Começámos a dar um lindo passeio pela propriedade e quando já estávamos a uns bons quilómetros de casa, parámos junto a uma árvore muito antiga e sentámo-nos em cima das suas raízes grossas.

–Então o que me querias falar? – perguntei, passado um bocado.

–É um assunto delicado – disse ele e prendeu-me com o olhar. – Não tomei esta decisão do dia para a noite, foram muitas horas de sono perdidas a pensar no que era certo fazer e apurar algumas coisas.

Deixei-o continuar, mas percebi que ele estava a tirar do bolso das calças algo. Era uma caixa azul de veludo.

–Katherine Gilbert Pierce, aceita casar comigo? – perguntou ele e abriu a caixa. Era um anel com uma pedra lápis lazúli cintilante, decorada a diamantes em todo o resto do anel.

Olhei para ele em espanto. O que é que eu iria dizer?


Parte 2 – Elena Pierce

Entrámos no barco e Bonnie arrumou todas as minhas coisas no quarto enorme.

–Miss Pierce, já está tudo arrumado.

–Ótimo – disse enquanto trocava os brincos. – Mr. Elijah também deve de estar quase a chegar para darmos o nosso passeio pelo convés.

–Tome cuidado, Miss Pierce – falou Bonnie e eu olhei para ela, sem ser através do espelho.

–Que queres dizer?

–Mr. Elijah é muito bom homem, mas as suas intenções são erradas.

–Como assim, Bonnie?

Bateram à porta e Bonnie foi abrir a porta, acabando com a nossa conversa que nem sequer tinha ficado a meio.

–Olá Bonnie. Miss Pierce está?

Peguei no meu chapéu de palha e fui até à porta.

–Estou aqui.

Elijah sorriu e eu não resisti, sorri também.

–Vamos?

–Claro que sim – falei e peguei no braço dele. – Não esperes por nós, Bonnie. Depois do passeio vamos logo almoçar.

–Com certeza, Miss Elena.

Saí do quarto com Elijah e fomos dar o nosso passeio. Passámos pelos vários corredores e por fim chegámos ao convés. Várias pessoas passavam, de várias classes e de várias idades. Aquilo fascinava-me. Nunca tinha visto tantas pessoas juntas e tão diferentes.

–Nunca saíste de Atlanta, pois não?

–Não – respondi a Elijah e ele riu. – Sou uma senhora, senhoras não saem das suas casas sem a presença dos maridos.

–Bem, eu não sou exatamente teu marido…

–Mas és meu amigo, e Giuseppe concordou – interrompi-o e apertei o seu braço. – Jamais poderia entrar neste navio sozinha.

–As coisas precisam realmente de mudar – disse ele e eu parei, surpreendida pelo ponto de vista dele. – O que foi? Sou homem, mas sei ver as coisas da vossa perspetiva.

–Ai sim? E qual é a nossa perspetiva?

Continuámos a andar pelo convés.

–Primeiro de tudo, esses corpetes devem de aleijar imenso, já sem falar desses vestidos tão arredondados que devem de dar muito trabalho a andar. Vivem completamente dependentes dos homens, vivem para a família e para a vida social. Mal têm tempo para vocês mesmas. Acima de tudo, são descriminadas pela maneira como se vestem, como agem nas festas, com quem falam… Com os homens é tudo diferente. É como se tivéssemos desculpas para tudo e vocês não. Não acho correto.

–É muito bom saber que temos um apoiante. Um homem a apoiar-nos. Mas, apesar de eu acreditar que as coisas vão mudar, algumas não mudam tão depressa. E esta etiqueta é uma delas. Provavelmente, daqui a muitos séculos, as coisas serão as mesmas. Mas se calhar os vestidos vão mudar: vão deixar de ser tão pesados.

Elijah riu e de repente parou.

–Talvez devêssemos voltar.

–Porquê?

Olhei para onde ele estava com o olhar fixo. A última pessoa no mundo que eu queria ver estava ali, parado, com a mesma expressão de choque que eu e Elijah. Damon estava ali.


Parte 3 - Damon Salvatore

Decidi ir dar uma volta pelo convés, afinal não queria ficar os dias inteiros fechado no quarto, sem conviver com as pessoas.

O dia estava quente, com um sol radioso e isso lembrou-me de Elena e Katherine, no jardim da minha mãe, a cuidar das flores. Katherine, sorridente, alegre, e Elena, a sorrir e a dizer coisas sem nexo, as duas com atenção para não pisarem as flores, Emily e Bonnie a levarem chá fresco e Stefan a chegar das aulas. Por momentos, desejei estar lá, e imaginei crianças com cabelo ruivo e olhos verdes como o Stefan a correrem para elas.

Suspirei. Não me podia permitir a pensar nisso. Stefan ultimamente tinha-se chegado muito a Katherine, mas agora que Elena estava sozinha, será que ele ia aproximar-se dela? Será que ele já se tinha esquecido do quanto gostava dela? É que eu não, e iria lutar por ela. Os dias em Itália sozinho, só com os empregados, talvez me fizesse bem. Não, iria fazer-me muito bem até. Sem alguém de Mystic Falls, e a falar a minha língua materna iria manter-me bem longe das influências da pequena cidade.

Olhei em frente e deparei-me com Elijah. Ele parou de sorrir imediatamente e eu olhei para quem estava ao seu lado: Elena. A minha vida estava ali, naquela mulher de cabelos castanhos e olhos cor de chocolate, que mudavam para avelã quando eram atingidos pelo sol, que eu tanto amava. Ela ficou em choque, tal como eu. Como é que era possível, em tantos navios que saíam todas as semanas, sairmos de Mystic Falls no mesmo dia?



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Notas finais do capítulo

O mundo é demasiado pequeno para estes dois, não é?
Próxima semana há mais!
INQUÉRITO: Querem que Elijah morra?
PS -Passem nas minhas outras fanfics, especialmente para quem gosta de Alice Cullen, passem lá, porque têm uma short fic.
Bjs