De Volta ao Passado escrita por mizuke


Capítulo 5
Capítulo 5 - Meninos não deviam chorar desse jeito


Notas iniciais do capítulo

Gente, é o seguinte.
Eu sei que essa história ainda está no começo, mas eu gostaria da opinião de vocês e gostaria que vocês me ajudassem a escrevê-la. Por isso eu peço para que deixem comentários com suas sugestões, como por exemplo a garota que ele deve ficar. Eu gosto de todas, por isso não tenho ideia. E você? O que você acha? Qual deve ser o nome do cachorro, por exemplo?
Não tenham medo de comentar. Eu adoro responder reviews, e eu sei que vocês já devem ter lido isso em algum lugar, mas eles incentivam a gente a continuar escrevendo.
Bom, eu não sou a melhor pessoa para falar sobre isso, já que tenho preguiça em comentar também, mas quando a fanfic é boa eu comento sim u.u
Enfim, não estou te obrigando a comentar, só gostaria de saber da opinião de vocês, porque se eu não resolver a garota que ele vai ficar, por exemplo, a história não anda ^^
É só isso que eu queria dizer. Podem aproveitar o capítulo agora o/



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Cruzei a ponte que levava à minha fazenda, e me assustei com o moinho que batia incansavelmente nas águas do rio em movimentos circulares. O que era aquilo? Será que isto sempre esteve ali? Não me importei.

Cruzei a fazenda, e ainda não havia sinal daquele filhote. Bem, me preocuparia com isto mais tarde. Só esperava que, enquanto eu tratava da mão que ele fez questão de machucar, ele pudesse se manter longe dos galinheiros dos vizinhos.

Ou não, veio uma vozinha em minha cabeça. Se a cada galinha que ele matasse eu pudesse conhecer uma garota como...

Fechei minha mão machucada com força, a fim de afastar o pensamento. Funcionou, mas a dor não valeu tanto a pena assim.

Caminhei pelas ruas desertas, virando automaticamente onde deveria virar. Talvez estivesse deserto por causa da missa, conclui. As pessoas ali, por algum motivo, pareciam ser bastante religiosas. Que fim de mundo era aquele, pensei, que consegue ser tão deserto em pleno sábado?

Cheguei à clinica que mais parecia uma casinha, e então uma moça de cabelo claro e curto me recebeu com um sorriso tão largo que fez a dor em minha mão desaparecer.

- Oi. Você é Raymond, o dono da fazenda Solis, né? – mas sua expressão simpática logo foi substituída por uma feição de dor. – Nossa, cê tá machucado! – disse ela, protegendo minha mão machucada com suas duas mãos. – Isso dói?

Ela apertou um pouquinho, mas foi o suficiente para fazer parecer que ela queria arrancá-la de meu pulso.

- Excrucitantemente... – murmurei.

- Sério? – ela pareceu surpresa. – Sabe porquê eu perguntei isso? Porque homens num deveriam pedir ajuda por causa de um machucado tão pequeno. – ela soltou minha mão e me entregou uma caixinha. – Aqui, pega esse curativo.

E então ela voltou para sua mesa, mas sorriu antes que eu fosse embora.

Homens não deveriam procurar ajuda por causa de um machucado tão pequeno? E toda aquela preocupação mais cedo?

Saí do mini consultório emburrado, mais uma vez. Apesar de todos os pontos negativos daquele dia, eu sentia que havia mais para acontecer.

Enquanto passava pelo mercado, ouvi um menino chorando na esquina. Mais choro?

Aproximei-me. Ele estava sentado, abraçando uma das pernas que estava ralada, em frente à casa da senhora Hellen.

- O que aconteceu?

- Eu caí!

Não havia ninguém na rua. Senhora Hellen com certeza estava na missa, mas e a neta dela? A enfermeira... me lembrei. Sorri com a ironia, e ele me olhou confuso através das lágrimas em seus olhos.

Não disse nada. Homens não deveriam procurar ajuda por causa de um machucado tão pequeno, não é senhora enfermeira? pensei, enquanto grudava o curativo que Elli me dera mais cedo em seu joelho.

- Brigado! – ele não chorava agora, mais ainda havia lágrimas em seus olhos. – Eu so Stu!

Antes que pudesse me apresentar, uma voz me interrompeu.

- Stu, o que houve? Meninos num deviam chorar desse jeito...

A olhei confuso por cima do ombro. O que ela tinha contra homens que precisavam de ajuda, afinal? Algum complexo?

- Oh, esse curativo... – disse ela olhando para o joelho do menino com aquela mesma expressão confusa de antes, e então se dirigiu a mim. – Por que cê num usou isso?

- Porque eu estava bem... – respondi entre um sorriso, erguendo minha mão. O ferimento dele era mais importante que o meu, e pelo sorriso dela, acho que ela entendeu.

- Ah, é isso? Bem, obrigada. Stu é meu irmão. – então sua face risonha ficou séria quando olhou para o garoto. – Você disse “obrigado” pro moço, Stu?

- Sim!

- Ótimo! Então volta pra casa. Te vejo depois, Raymond. – ela sorriu. Um sorriso tímido que só ela tinha naquele vilarejo. Ou, melhor dizendo, naquele planeta.

E então os dois entraram na casa da senhora Hellen, e eu voltei para casa.

Estava cruzando a cerca da fazenda quando percebi que estava sem remédio para o ferimento.

Não voltaria para a clínica. Afinal, homens não deveriam procurar ajuda por causa de um machucado tão pequeno, não é, senhora Elli?

Enrolei minha mão machucada em um pedaço de pano e voltei para minha inchada.

No começo ela latejou, mas logo me acostumei. Já havia aberto cinco buracos no chão, quando percebi alguém entrando em minha fazenda.

Era o cachorro. O vira-lata.

Estava sentado perto da cerca, olhando para mim como se estivesse esperando uma permissão para poder entrar. Não parecia bravo, mas seu focinho estava cheio de penas e o pêlo estava bagunçado e molhado.

- Ah, seu retardadinho! – murmurei, mas ele continuava sentado e me olhando ansioso, balançando a causa de um lado para o outro.

Sorri sem jeito. O que ele esperava que eu fizesse? Minha mão nem estava curada, e não pretendia machucar a outra.

- Vem, garoto. – disse, gesticulando com os dedos.

Ele saiu correndo, assustado, para outra direção.

Para a Poutry Farm? Não vai matar outra galinha, vai? Seu...

Não gostei nem um pouco da idéia de ver Popuri chorando de novo. Nem um pouco. Saí correndo na mesma direção, mas ele era rápido. Desisti de persegui-lo quando passamos a Poutry Farm, e voltei para minha fazenda.

Por um lado seria bom, não seria? Quando eu poderia vê-la de novo?

Afastei meus pensamentos mais uma vez. Eu queria vê-la, sim, mas não naquela situação. Queria ver seus olhos rosa ovais sem lágrimas, me olhando daquele mesmo jeito quando ela me agradeceu na montanha, quando parecia preocupada comigo. Tão... familiar...

Mas então me lembrei do sorriso de Elli, aquele sorriso acanhado, mas tão doce. Gostaria de vê-lo de novo também, com certeza. Como seria o sorriso dela se não fosse tão tímido? Será que seria tão reluzente como o de Popuri?

Sorri com a comparação. Popuri tinha o jeito infantil de uma menina de uns sete anos (apesar de só tê-la visto uma vez, já podia tirar aquela conclusão). Já Elli parecia mais tímida; tinha um jeito de menina também, mas de algum modo, mais madura.

Segurei minha inchada e comecei a refazer os buracos, mas os sorrisos das duas me acompanharam.


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