A Ninfa da Cascata escrita por Eleanor Devil


Capítulo 11
Sem Perdão


Notas iniciais do capítulo

espero que gostem



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/157398/chapter/11

A Ninfa da Cascata

Capítulo 11 – Sem Perdão

“O que é que queres dizer com muito doente?” disse Sulfus, a sua voz sem dúvida mostrava preocupação, apesar do que tinha acontecido, no fundo ele continuava a preocupar-se por Ninfa…

“Deixa-me explicar tudo do início…” disse a rapariga, sentando-se numa cadeira ao lado da cama de Sulfus onde este e a mãe se encontravam sentados. Abriu a sua mala e retirou de lá algo, dando-a a Sulfus. Este aceitou e apercebeu-se que se tratava de um CD, olhou para a ex-namorada, confuso mas também desconfiado…”Ela está inocente…não foi ela quem roubou o colar de pérolas…aliás, esse colar nunca foi roubado…”

“O quê…?”

“A prova está nas tuas mãos, esse CD consegue provar que ela está inocente…” ainda desconfiado Sulfus acabou por ceder à curiosidade de saber se ela estava a dizer a verdade ou não, portanto ligou o seu portátil e colocou o CD lá dentro, abriu-se uma pasta que tinha alguns ficheiros lá dentro “O que é isto?”

“A foto que provava que ela era culpada do roubo…” disse a rapariga clicando na imagem que era a mesma que a foto que Sulfus tinha visto, estava prestes a contra rebater e dizer que já sabia daquilo mas a jovem continuou logo “…é falsa” isto deixou tanto Seraph como Sulfus confusos, o que queria dizer? Kabale respondeu à pergunta deles ao clicar em duas novas imagens, lá apareceu a mesma imagem de Ninfa mas sem o colar e noutra imagem apareceu o colar

Ao ver isto Sulfus não queria acreditar…”Estás a dizer que…foi tudo uma manipulação de imagem…?”

“Sim, Sulfus, é isso mesmo…” Sulfus voltou a sentar-se….não conseguia acreditar no que via…a foto que ele havia visto uma semana atrás não passava de facto de uma montagem…Ninfa nunca havia roubado aquele colar de pérolas, estava inocente…alguém a tinha tramado…mas essa era uma pergunta que só Kabale lhe podia responder…franziu a testa ao pensar nisso e voltou-se para a ex-namorada.

“Kabale…como é que tu tiveste acesso a isto…? Se tu tiveste acesso a este CD que é a única prova em como a Ninfa está inocente…então é porque tu tens alguma coisa a ver com o que aconteceu…foste tu quem fez isto?!”

A rapariga abanou a cabeça lentamente “Eu só descobri hoje…não tenho nada a ver com isso…e descobri por mero caso ao ouvir uma conversa…”

“Kabale…diz-me…quem é que fez isto…?” disse o rapaz cautelosamente, tentando controlar a sua raiva

Ela abanou a cabeça de novo “Não posso dizer…mas este CD é suficiente para provar que ela não fez nada de mal…por isso, podes ir busca-la à prisão” não se contendo mais, o rapaz agarrou-a pelos dois braços com força e fitou-a com força, abanando-a a cada palavra que dizia

“Diz-me quem é que fez isto!! Uma rapariga foi presa por uma coisa que não fez! Diz-me quem é que a tramou, QUEM, eu sei que tu sabes! Pára de encobrir essa pessoa e diz-me quem é!!”

Lágrimas começaram a escorrer pelo rosto da rapariga “Foi o meu pai está bem?!”

“O teu pai…?”

“S-Sim…n-não sei por que razão ele o fez, juro que não sei mas…hoje quando estava a chegar ao escritório dele…eu…eu ouvi uma conversa entre ele e um homem…pela conversa ele parecia estar-lhe a pagar por um trabalho bem feito e…eu vi-o a guardar o CD na gaveta da mesa e…não sei, não sei por que é que ele o fez mas não aguentei!” disse ela ainda a chorar “Eu sei que disse que me ia vingar por me teres deixado daquela maneira mas eu nunca seria capaz de fazer isto, não tenho nada a ver com o que aconteceu a ela! E eu sei que posso parecer o género de pessoa que faria uma coisa dessas mas…a verdade é que não sou e…mal soube que ela estava inocente…eu não aguentei carregar este peso da consciência em saber que ela estava presa por uma coisa que não fez e eu saber disso e não fazer nada…por isso fui à polícia e mostrei-lhes o CD…eu disse-lhes que foi o meu pai mas, nada prova em como foi ele a ordenar o roubo…a menos que apanhem o homem com quem ele estava a falar, não podem fazer nada contra ele…mas este CD é o suficiente para provar que essa rapariga está inocente…eles só não a vieram cá trazer ainda porque…ela está muito doente, eu vi-a com os meus próprios olhos, estava a arder em febre”

“E…o colar…?”

“Era um colar da minha mãe…o meu pai simulou o roubo e não sei como conseguiu coloca-lo no meio das coisas dessa rapariga…depois bastou fazer uma denúncia anónima…e foi o suficiente…” Sulfus soltou os braços agora vermelhos de Kabale, estava em choque…não conseguia reagir…o que é que ele fez…? Culpara Ninfa pelo roubo, não acreditara nela e afinal de contas ela estava mesmo inocente…e só para juntar à festa, ela agora estava doente…tinha de ir tentar remediar as coisas…

“Eu…” começou olhando para a rapariga “Eu só te posso agradecer por teres feito isto por ela…”

“Eu não o fiz por ela, fi-lo por ti…podes não te ter apercebido ainda mas eu sim, nota-se a quilómetros que tu gostas dela e que ela gosta de ti…a nossa história pode não ter resultado…mas quando se ama alguém de verdade, há-que saber perdoar e deixar ir…e é isso que eu estou a fazer…não me quero tornar numa pessoa vingativa…eu só queria ser feliz e acreditava que podia ter essa felicidade junto de ti mas…parece que estava enganada…” olhou para baixo…

Foi então que Sulfus de repente a abraçou, ela apanhada de surpresa nem conseguiu reagir “Volto a dizer que te agradeço o que fizeste por ela…isso demonstra que tens bom coração e…que não és igual ao teu pai…eu sei que não devia estar a dizer isto mas seja lá qual for o motivo que o tenha levado a fazer o que fez…não tem desculpa…”

“Não tu tens razão…eu ainda estou a tentar perceber porquê…ele mudou…ele não era assim…” ela olhou para baixo mas apenas durante uns segundos “Agora vai, tu tens de ir busca-la” Sulfus assentiu e juntamente com a mãe saiu do quarto, entraram os dois no carro mas antes de partirem Seraph telefonou ao médico que vinha sempre lá a casa quando eles estavam doentes, disse-lhe para ir ter lá a casa pois iam trazer uma pessoa que precisava de ajuda.

~*.*~*.*~

Na prisão guiaram-nos até à cela onde Ninfa se encontrava, estava uma guarda prisional junto a ela e verificar-lhe a temperatura e pela cara dela, parecia ser bastante alta, a jovem tremia debaixo dos lençóis que a cobriam e tinha o rosto completamente vermelho. Sulfus pensava que o coração lhe ia parar quando viu aquilo…

“Ela não tem comido nada desde que aqui chegou, sou eu que estou encarregue de lhe vir trazer a comida e nem uma vez ela comeu, quanto a dormir é a mesma coisa. É muito provável que estas duas coisas sejam a causa de ela estar assim” explicou a guarda

“Deram-lhe alguma coisa para ela tomar?” perguntou Seraph

“Sim, tivemos que a obrigar a digerir alguma comida à força para a medicação ter efeito, mas não percebo por que razão a febre ainda não baixou, já lhe demos a medicação há algum tempo”

“Porque ela não tomou a medicação…” disse Sulfus de repente, que agora estava ao lado de Ninfa, agachado, numa das suas mãos estava o comprimido que Ninfa era suposto ter tomado…”Estava escondido debaixo da almofada…ela nunca chegou a tomar a medicação, logo a febre não baixou”

“Mas como? Eu fiquei aqui até ter a certeza que ela tinha tomado” disse a guarda

“O mais provável é que ela tenha fingido que engoliu e quando se foi embora, cuspiu-o…” disse o rapaz, enrolando o corpo da jovem nas mantas e tomando-a nos seus braços, Seraph ajudou-o a colocar a cabeça da rapariga contra o seu ombro. Os três abandonaram a prisão o mais depressa que puderam. Sulfus fora a viagem toda de regresso a casa com Ninfa nos seus braços, preocupava-lhe a temperatura dela, provavelmente estaria a chegar aos 39ºC o que não era nada bom…

Quando chegaram a casa, já lá estava o médico que, após terem levado Ninfa para o seu quarto, começou logo a tratar dela. A única que permanecera dentro do quarto fora Seraph juntamente com o médico, Sulfus e Elisabeth tinham ficado do lado de fora, a razão pela qual o primeiro permanecera lá fora foi que tivera de contar tudo o que se estava a passar ao pai.

Cerca de uma hora depois o médico e Seraph saiu com o médico. Sulfus levantou-se logo do banco onde estava sentado assim que os viu, ansioso por novidades “Ela vai ficar bem?”

“Sim, certamente que vai. Desta vez certifiquei-me que ela tomou a medicação como deve de ser, uns dias de descanso e ela vai voltar ao normal. Mas tomem atenção, não lhe permitam que apanhe frio, isso só iria piorar o estado dela”

Sulfus hesitou “Ela…está acordada…?”

“Sim está mas se quer falar com ela, não demore muito, ela precisa de repouso” o rapaz assentiu e entrou no quarto da jovem, esta estava acordada tal como o médico tinha dito e estava virada na cama para o lado da porta...assim que o viu entrar, o jovem não conseguiu evitar mostrar-lhe um pequeno sorriso…mas ela nem lhe retribuiu…simplesmente desviou o olhar, fitando seja lá o que for, simplesmente não queria olhar para ele…não depois do que ele lhe tinha feito…

O pequeno e hesitante sorriso do rosto de Sulfus desapareceu assim que isto aconteceu, ele olhou um pouco para baixo e suspirou…já devia estar à espera disto…mas mesmo assim aproximou-se dela, sentando-se à beira da cama, assim que ele fez isto, a rapariga virou-se na cama, dando-lhe as costas…

“Ninfa…” disse lentamente…”Eu sei que estás chateada…tens motivos para isso…mas eu peço desculpa, eu nunca devia ter duvidado de ti…”

Ela nem reagiu, Sulfus tentou tocar-lhe no braço mas ela imediatamente desviou-se do seu toque, ele voltou a suspirar “Eu sei que isto não é desculpa pelo que te fiz…mas naquele dia eu já estava tão aborrecido que quando vi aquela foto, foi a gota d’água…eu explodi completamente e nem pensei no que estava a dizer…” desta vez conseguiu colocar uma mão sobre o ombro dela “Mas eu prometo que não vai voltar a acontecer, eu-“

Nem conseguiu acabar de falar pois a rapariga levantou-se de repente da cama e empurrou-o para fora desta, lágrimas corriam pelo rosto da rapariga, podia-se ver a dor nos olhos azuis da jovem, estava bastante magoada com ele e não o iria perdoar assim tão facilmente…ao olhar para aqueles olhos Sulfus apercebeu-se disso…a rapariga voltou a deitar-se sobre a cama e virou-lhe as costas de novo, o rapaz tomou aquilo como um ‘vai-te embora’. Por agora iria-se embora…mas não iria desistir, iria conseguir ter a sua confiança de novo.

Mas ao sair daquele quarto sentiu-se de rastos…Seraph e Elisabeth olharam para ele como quem esperavam saber como tinha corrido a conversa, ele simplesmente abanou a cabeça “Ela nem me quer ver à frente…”

Elisabeth franziu a testa “E tem toda a razão para o fazer!” Sulfus olhou para ela surpreendido “Ela confiava em ti e tu traíste a confiança dela!”

“Elisabeth Marie Zolfanello, não fales assim com o teu irmão!” ralhou Seraph mas a pequenina simplesmente correu para o seu quarto “Elisabeth volta aqui!”

“Ela tem razão mãe…” disse Sulfus, a mãe virou-se para ele “Eu estraguei tudo…nós os dois tínhamos uma relação forte e eu…estraguei tudo…”

“Mas não podes desistir assim”

“Eu não vou desistir…mas talvez seja melhor deixá-la em paz durante uns tempos…”

~*.*~*.*~

Na manhã seguinte Sulfus foi acordado ao sentir alguém abaná-lo com força “Acorda!!”

“Elisabeth o que é que foi…” resmungou o rapaz, ainda cheio de sono…

“A Ninfa desapareceu!!” gritou a menina, o rapaz sentou-se logo na cama

“O quê?!”

“Eu e a mãe fomos hoje de manhã ao quarto dela para ver como ela estava e ela desapareceu! Os lençóis da cama dela estavam atados à trave da cama a fazerem de corda e a janela aberta!”

“Raios!” num piscar de olhos tinha trocado de roupa e corrido até ao andar de baixo

“Onde é que tu vais Sulfus?” perguntou o pai deste, o rapaz já estava a abrir a porta

“Vou busca-la”

“Mas há um nevão!”

“Por isso mesmo! Não a posso deixar ali fora no estado em que ela está!” e correu para fora da casa, dirigiu-se até aos estábulos e depois de selar Basilisk, galopou pela floresta fora o mais depressa que podia, a floresta era o único sítio para onde ele tinha a certeza que ela tinha ido e doente como ela estava Ninfa não podia ter ido muito longe. E de facto não tardou muito até encontrar uma pista dela, a rosa branca dos seus cabelos estava enterrada no meio da neve. Sulfus tomou a rosa nas mãos e olhou em frente, esforçando-se um pouco para ver o que estava à sua frente…

Não tardou muito a deparar-se com uma figura deitada no meio da neve, coberta por essa mesma. Correu até lá e apercebeu-se que era mesmo Ninfa, estava inconsciente e gelada…muito gelada…

TBC…


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

deixem reviews!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Ninfa da Cascata" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.