Plant escrita por mizuke


Capítulo 10
Capítulo X - Submissão


Notas iniciais do capítulo

Décimo Capítulo da fan fic Plant. Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/157306/chapter/10

Apesar de toda a fama fria dos saiyajiins universo a fora, havia muitos que não honravam suas origens. Mizuke dizia que eles tinham sorte em já terem nascidos com uma fama dessas, pois jamais seriam capazes de construir uma. Outros diziam que a raça jamais poderia ser respeitada se fosse representada por alguém como eles. Mas havia outros, como Boulevard Kota, até que gostava.

Ele gostava de saber que, por mais que suas missões fossem fracas, sempre haveria pessoas piores para descontar depois. Ele gostava de culpá-las por coisas como essas e colocar medo nelas. Ah, essas pessoas eram patéticas!

Kota gostava de persegui-las, de jogar os menores nas latas de lixo, de matá-los só por prazer. Afinal, o momento que Kota os matavam deveria ser o único momento de orgulho para eles; lixo imprestáveis como esses sendo mortos por alguém da elite, como a ClasseA? Kota deveria ser canonizado!

E mesmo que alguém mais conservador ousasse o contrariar, ele sempre tinha uma resposta pronta, que aprendera com um amigo de infância: todos devem morrer um dia.

Essas pessoas desprezíveis eram chamadas de ClasseC. Mas o que Kota esquecia é que, de certo modo, todos eles tem (ou tiveram) uma fase ClasseC em suas vidas. Aquela fase onde, não importa o quanto você esteja certo ou o quanto você queira fazer alguma coisa, por causa do “não” de um terceiro você simplesmente não faz.

Todos, em alguma hora em suas vidas, serão intimidados. Se não, não haveria o medo da morte.

Pessoas como essas, socialmente falando, eram chamadas de submissas. Ou menores de idade, se você estiver em um planeta como a Terra vivendo em um país democrático.

Mas é claro que esta comparação está errada!, Kota lhe responderia, Uma pessoa pode deixar de ser submissa, mas jamais pode deixar de ser um ClasseC.

Ou pode?

1

O cérebro de Zero estava tão lento que ele já havia esquecido o que (ou melhor, quem) o esperava.

Não tinha interesse no livro. Só tinha interesse em saber o que ela queria com ele, e para isto precisaria fingir saber de alguma coisa.

Todos esses pensamentos passavam inconscientemente por sua cabeça.

Assim que chegou no quarto, seu primeiro impulso foi se jogar no sofá em L que ocupava a maior parte da sala do primeiro andar, mas não houve tempo suficiente. A porta automática se fechou em suas costas, e ele percebeu que a porta do seu quarto estava aberta, e então o motivo de estar ali – o real motivo – voltou em sua mente no mesmo segundo.

Zero subiu os degraus da escada apressado, apesar de não ter o mínimo de vontade. Ele só queria acabar logo com aquilo.

- Que rápido. – Zero se virou, e lá estava ela. Seus cabelos ondulados e dourados estavam presos em um longo rabo de cavalo, e seus olhos igualmente claros o observava, atentos a qualquer movimento.

E então seus olhos abaixaram para o livro em sua mão e ela sorriu.

- Sabe quantas coisas eu daria para ter este livro?

Zero o segurava inconsciente de seu peso. Seus olhos seguiram os dela por uma fração de segundos, apenas para confirmar para si mesmo se ele ainda estava ali, e enfim continuou:

- Faça a oferta ao Freeza.

E então ele caminhou e sentou-se em sua cama. Que horas deviam ser? Quatro da tarde? Aquele era, sem dúvida, um dos dias mais longos de sua vida.

Mas ela o seguiu, sentou-se ao seu lado e cruzou as pernas desnudas, a fim de ter sua atenção novamente.

- Por que perder meu tempo indo lá se já estou aqui?

Zero bufou.

- O que você quer?

- Já disse. – disse ela, sempre sorridente, olhando para o livro esquecido ao seu lado.

- Por quê? Você sabe o que está escrito aqui?

- Se for mesmo o livro de Pasuta, sim. Eu vivi um tempo em um planeta com o mesmo idioma deles, a pedido de Kira-sama.

- E por que o quer?

- Neste livro está os segredos da família dele, não está? Bem, não é só isso. Tem muitas técnicas que eu adoraria aprender.

- E o que eu ganho?

- Eu traduzo pra você.

A proposta era tentadora demais para Zero, e ela sabia disso.

- E o que eu faço quando Freeza perguntar do livro?

- Você é um menino esperto, Zero-kun. Eu sei que é capaz de enrolá-lo um pouquinho. Já fez isso antes, lembra?

Isso era verdade. Quantas vezes Zero já havia o traído, entregando informações à “concorrente”? Ah, é claro que ele lembrava. Esta foi a primeira rebeldia de Zero.

Sara era assistente de Kira. Kira era inimiga dos saiyajiins. Portanto, Zero e Sara mantinham contato secreto.

O que Kenye-sama pensaria se soubesse disso? O que os saiyajiins diriam?

Traidor!, eles o acusariam. Mas quem teria força – ou coragem – o bastante para dizer algo assim na sua frente?

De qualquer modo, não era esta a preocupação de Zero. É claro que ele tinha um plano.

A parte mais difícil era convencer Kira de suas intenções, mas, para sua surpresa, até que foi fácil demais. Nunca foi segredo para ninguém o tanto que Kenye o explorava, e isso era um motivo bastante plausível para que ela acreditasse na vontade de Zero de “se vingar” dele.

Portanto, sua preocupação era cuidar para que o resto saísse de acordo com sua vontade, mas até que isto não era lá tão difícil. Desde pequeno ele soube ser calculista.

O que Kira não sabia é que Zero tinha apenas quinze anos, e nessa idade ele ainda era um submisso.

2

- Por que você matou ela? – perguntou Kota, fingindo algum interesse na conversa de Mizuke.

Kota havia acabado de voltar de uma missão também e, diferente dela, a sua não tinha sido tão boa: seu monitor estava vivo, seu planeta não havia explodido, e sua bebida estava acabando.

- Não precisa fingir interesse. Eu só respondi porque você perguntou.

- Eu só perguntei por educação.

E então Mizuke se virou de repente curiosa, mas ao mesmo tempo divertida.

- Já está bêbado?

Kota riu breve, mas com vontade.

- Não. Por que você sempre pensa que estou bêbado?

- Sei lá. É a sua cara.

- Nada a ver.

Houve alguns minutos de silêncio, e nem Mizuke muito menos Kota tinha vontade de quebrá-lo. O pátio estava tranqüilo, e o céu estava com aquela cor esquisita, prestes a mudar de estação. O azul se misturava com o verde que estava prestes a chegar, fazendo com que as nuvens tivessem um tom azul-claro lindo. As vezes Kota se perguntava se só ele era bêbado o bastante para ficar reparando em coisas como essas.

- E o Zero?

- Que que tem?

- Sei lá. Morreu?

- Não. Ele foi pra casa dele, acho.

- Mas ele não tinha que falar com Freeza? – perguntou Kota, pela primeira vez se interessando na conversa.

- Não sei. Tinha?

- Sim. Ouvi meu pai falando que ele foi buscar o livro que o Freeza tava procurando, e já vi aquela bixa do Zarbon procurando por ele umas três vezes. Acho que Freeza-sama não está muito contente, não. – Kota virou as ultimas gotas que tinha em sua garrafa, e então a jogou em um dos bancos vazio ao seu lado.

Mizuke sempre achava graça no palavreado de Kota, mas não era por isso que ela sorria. Era engraçado ver Kota sendo, nem que por ironia, educado.

Mas então seu sorriso se fechou. Ela estava prestes a compartilhar uma de suas dúvidas, mas sabia o que ele diria.

- Está desconfiada dele de novo, não está?

Mizuke o olhou de repente, estranhando mais o seu tom sério de repente do que a sua adivinhação. Ela sabia que ele era bom nessas coisas.

Ele sorriu.

- É claro que está. Bem, você já sabe a minha opinião, mas tem alguma coisa que te fez considerar isso de novo?

Mizuke suspirou.

- Bem, não sei. Ele só precisava pegar este livro, eu também sabia, mas ele demorou nesta simples missão mais do que eu na minha. E ele saiu primeiro que eu! E também... por que ele não foi falar direto com Freeza-sama? Por que ele foi pra casa sendo que o pai dele nem está lá?

Kota sorriu, e falou tão baixo que Mizuke mal escutou.

- Você é muito paranóica. – e então falou mais alto, diretamente para ela. – Por que não pergunta?

- Bem... – Mizuke desviou o olhar para o chão, sem graça.

- ... não te interessa. – completou Kota, imitando a voz de Zero.

Mizuke não sorriu, e o silêncio voltou a reinar. Por poucos segundos, desta vez.

- Tanto faz. – disse Kota, apoiando as mãos no joelho e se levantando com um impulso.

- Aonde vai?

Kota sorriu e ergueu seu polegar.

- Pode deixar que eu descubro tudo.

Mizuke estava prestes a dizer alguma coisa, mas ele a interrompeu.

- Hey! Se Zero está inventando alguma coisa, só eu posso descobrir. Esqueceu?

Ela não estava convencida, mas sorriu. Seria divertido vê-lo tentar.

E então ele se virou. Demorou um pouco para recuperar o equilíbrio, mas então caminhou normalmente, até voar para algum lugar daquele céu esverdeado.

3

Zero não respondeu, mas Sara não estava impaciente. Ainda era cedo. Ela não era nenhuma princesa – muito pelo contrário –, mas sabia ser conveniente. E esperta, assim como ele.

- Bem, você que sabe. Pode ser que as coisas nesse livro nem sejam tão interessantes também. Talvez você consiga aprender sozinho mesmo. – disse, enquanto se levantava da cama.

E enquanto levantava, sorria. Sentia que sua psicologia reversa estava funcionando.

Zero até diria alguma coisa que a fizesse ficar para que pudesse pensar melhor na proposta. Diria, se já não soubesse que esta era a intenção. Sabia que ela não sairia dali enquanto não tivesse o livro, pois era para isto que ela veio.

Ah, Zero era esperto. E ele não confiava nela.

Zero suspirou alto e se jogou na cama. Tapou os olhos cruzando um dos braços no rosto e não disse nada por algum tempo.

Sabia que teria que dançar conforme a música, que teria que dizer algo para fazê-la ficar, e fingir que realmente achava que ela estava indo embora e tudo o mais, mas tudo aquilo era muito desgastante. Principalmente para alguém que havia acabado de voltar de missão.

- Espere. – disse ele involuntariamente, baixo como um sussurro. Sara parou de imediato, um tanto aliviada.

Mas ele demorou um pouco mais para dizer alguma coisa. Zero lutava para manter a mente funcionando, e não cair no sono como seu corpo tanto pedia.

Finalmente retirou o braço dos olhos e observou um pouco o vazio, raciocinando. E então disse:

- Será que até amanhã você consegue?

Sara ficou mais surpresa.

- Amanhã? Por que tanta pressa?

- E por que não? – Zero se sentou. – Será que você precisa de mais tempo para, quem sabe, comentar um pouquinho com Kira?

Sara congelou, mas não demonstrou nenhum sinal de indecisão ou surpresa. Muito pelo contrario. Ela sorriu.

- Depois de tantos anos, resolveu desconfiar de mim agora? Acha mesmo que eu entregaria tudo para Kira-sama? Achei que já tínhamos conversado sobre isso.

- Se é verdade que cansou de servi-la e pretende matá-la, não devia a chamar assim, tão respeitosamente. Não acha?

Dessa vez Sara não conseguiu esconder o choque, e foi Zero quem sorriu.

- É brincadeira. Eu sei que certos costumes são difíceis de perder.

Sara acrescentou com um suspiro:

- Eu sei que pensa que, assim como ela, eu também tenho motivos para querer acabar com sua raça, mas não me importo com o que passou. Afinal, eu estou viva, então porque iria querer vingar meus antepassados? O que ganharia com isso? Não acha que ganharia mais se a matasse e, assim, viver livre?

Zero não questionou.

- Você tem a liberdade para fazer o que quiser, desde que saiba como. Não é de meu interesse se você deseja vingança ou não. O que é de meu interesse é o que eu quero. Mas sou eu quem tem que dar satisfações aqui, e você sabe que Freeza não gosta de esperar.

Antes que Sara pudesse dizer qualquer coisa, discordando ou não, de repente os dois se calaram. Uma terceira presença surgiu do nada no primeiro andar.

Sara, que já estava próxima da porta, não teve tempo para se esconder ou fugir. Ela apenas virou a cabeça e teve certeza de quem era.

- Sara... – ele sussurrou, pronto para questionar o que ela estava fazendo ali e o que ela queria. Mas então ele se calou quando viu Zero surgindo atrás dela.

Sara sorriu. Queria muito saber como ele explicaria aquela situação, mas não poderia ficar ali.

- Bem, acho que nossa conversa acaba aqui. – disse, enquanto observava o semblante assustado de Kota e a inexpressível de Zero.

Sorriu com mais vontade, e então se transportou para bem longe dali.

4

- O que está fazendo aqui? – foi Zero quem começou.

- Sério mesmo? – Kota ficou mais perplexo – Acho que não é bem esta a pergunta que deveria estar sendo feita. Que isso, cara? O que que essa menina estava fazendo aqui?

- Por que esse tom? O que acha que a gente estava fazendo?!

- Eu não sei! Essa menina é maluca e você...

Zero esperou, mas ele não concluiu a frase.

- Eu o quê?

- Você tem agido estranho de um tempo para cá. Bem, não exatamente de um tempo para cá, mas sempre! Eu sei que não é de nosso interesse, que você é um príncipe e tem seus próprios problemas e o caralho a quatro, por isso a gente nunca falou nada. Mas isso?

- A gente? De quem você está falando?

- Não é isso que interessa! – e então uma idéia caiu em sua cabeça como uma bigorna, tão forte que foi possível ver em sua expressão. – Você não está pensando em...

Zero esperou. Achou que ele não concluiria também, mas quando estava prestes a perguntar, ele disse:

- Você está pensando em ir pro lado delas? – sua pergunta saiu mais como uma conclusão, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

O semblante de Zero mudou. Ficou assustado, e até mesmo horrorizado.

Kota também estava horrorizado, tanto que nem pôde prever quando Zero desceu da escada com sua super velocidade e lhe acertou um soco no queixo com tanta força que o fez cair no chão.

- Como ousa pensar uma coisa dessas? – sua voz estava muito mais alterada agora – O que te faz pensar que eu poderia trair meu planeta?

Kota não respondeu. Colocando as coisas daquele modo, parecia mesmo ridículo. Por que ele faria aquilo?

Mas agora era tarde demais. As palavras já haviam sido ditas e sua boca já estava sangrando.

Zero esperou, respirando fundo, no mesmo lugar de onde o acertara. Seu punho ainda estava fechado com força, mas Kota sabia que ele não o atacaria enquanto estivesse no chão.

Kota limpou o filete de sangue com uma das mãos, e no mesmo instante o atacou com uma seqüência de golpes incríveis, impossível de se acompanhar a olho nu.

Zero, é claro, acompanhava. Kota não conseguiu muita coisa, mas ficou feliz com o soco e a quase joelhada que acertou.

Já não estava tão bravo com o que vira mais cedo, muito menos por causa do soco. Os dois agora lutavam porque era divertido.

Zero imobilizou suas pernas com as suas, e então Kota aproveitou sua distração para usar seu ki para jogá-lo para fora da janela.

Funcionou. Zero não conseguiu se segurar e voou para o quintal.

Kota riu e saltou pela janela também. Os dois trocaram outra seqüência de golpes impressionantes, mas desta vez ninguém acertou ninguém.

Até que Zero tomou certa distancia, e rapidamente juntou a palma de sua mão esquerda nas costas da direita e junta o máximo de quantidade de ki em uma death ball.

Foi tão rápido que Kota não teve tempo de desviar. Fez o mais rápido que pôde o mesmo movimento, mas não conseguiu juntar tanto ki.

Os dois ficaram assim por cerca de cinco segundos, uma bola de ki azul e outra branca, até que Kota finalmente desistiu.

- Apelão desgraçado... – disse, e então caiu de joelhos e riu.

Zero poderia fazer o mesmo se não estivesse tão cansado. Achou que se caísse ali, como cada célula de seu corpo desesperadamente pedia, ele não levantaria mais.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, e deixem reviews!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Plant" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.