Claire chegou a paia e foi direto para o quiosque que ela o pai sempre tomavam café da manhã.

-Oi Bill- Disse assim que alcançou o balcão.

-Oi princesa. A quanto tempo!

Bill era um cara com mais ou menos 60 anos, cabelos ralos e brancos e olhos castanhos. Ele a conhecia desde os primeiros dias de vida dela.

-É, tenho estado ocupada...

-Você está cada vez mais com a cara da sua mãe. - Ele era a única pessoa que Claire não ligava que falasse sobre os pais dela. - Quer que eu pare de chamar você de princesa? Já faz um bom tempo desde que você colocou aquela fantasia de princesa e começou a mandar em todo mundo. - Disse ele rindo a lembrança

-Não Bill. Eu gosto. Lembra-me os velhos tempos. É bom lembrar de vez em quando. Mas como está a Rose? Faz tempo que eu não a vejo. – Claire disse, querendo mudar de assunto.

-Ela está bem! Anda fazendo bastante tricô, e tricô e mais tricô.

- Que bom! Fale para ela que eu quero um cachecol! O inverno vem ai.

-É! Pode deixar que eu falo! Princesa já está um pouco tarde não? Quer que eu te leve para a casa?

-Não Bill obrigado. Prefiro ir andando pensar nas coisas.

-Esse é o ruim de estudar a tarde princesa. Se precisar pode ligar. Vá direto para casa e não fale com estranhos.- Disse ele fazendo cócegas na Claire.

-Pode deixar Bill! A gente se vê por ai - Disse Claire indo para a rua.

As casas eram mal iluminadas e havia poucos prédios ali. Havia poucas pessoas na rua. Em uma segunda feira não tinha porque tantas pessoas estarem na rua mesmo. Claire estava atravessando a rua quando um rapaz com uma moto quase a atropelou. Claire teve que pular para o lado, que acabou  caindo no chão, batendo a cabeça no asfalto.

-Droga! Desgraçado!- Disse Claire. Ela sentiu um filete de sangue escorrendo pelo rosto. Se sentando, olhou para os lados, para ver se a pessoa ainda estava por perto. Não viu ninguém então levantou, mas assim que o fez sentiu um tontura enorme e quase caiu novamente. Um braço a pegou pelo ombro parecia às mãos do Bill. Ela ia se virar para agradecê-lo, mas a mão se tornou mais brusca no seu braço e a começou a puxar para trás. Ele a segurou de forma que ela ficasse de costas para ele.

-Me solte! Socorro alguém me ajude!- Claire disse se sacudindo, mas as mãos que a seguravam eram fortes demais.

-Cale a boca, se não eu te mato. - disse pessoa. Tinha voz de homem.

-Então faça! Vamos, me mate!Mate-me!- Claire gritou. A mão que a segurava afrouxou um pouco, ela pensou que era porque ele estava soltando ela. Ela não conseguia raciocinar direito. A cabeça dela estava sangrando e ela estava zonza. Ele a virou, para que ela ficasse de frente para ele. Seu rosto era coberto por cicatrizes muito claras, seus cabelos loiros e cacheados, olhos azuis. Ele colocou a faca na garganta dela, perfurando um pouco a pele.

-O que eu tenho a perder mesmo- Ele disse e pressionou mais a lâmina contra a pele nua de Claire.