Primavera escrita por Jules


Capítulo 9
Altos niveis de inocencia


Notas iniciais do capítulo

Ooi, eu dei uma sumida ( meu pc estava com problemas ) mas agora eu voltei e vou postar toda terça e quinta - menos amanhã porque eu já postei hoje né?
raylokka não fica brava comigo, eu juro que vou continuar escrevendo tá?
Bjks



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Fomos até a barraca do sorvete.

- Você quer do que? – Taylor perguntou.

- Baunilha.

- Ok – ele se virou para o dono da barraca – um de baunilha e um misto, por favor.

Peguei minha carteira e comecei a tirar o dinheiro de dentro dela.

- O que você está fazendo? – Ele perguntou.

- Pagando o sorvete? – Perguntei sarcástica.

- Claro que não! Quem vai pagar sou eu.

- Não Taylor, você já pagou as fichas! Não é justo, eu pago o sorvete!

- Por favor, Jules! – Ele disse com cara de coitado – me deixa pagar o sorvete, sim?

O dono da barraca se segurava para não rir.

Eu revirei os olhos.

- Eu mereço isso – murmurei irônica.

- Aqui está – Taylor disse pegando os sorvetes e pagando-o.

- Aquilo não foi um sim – protestei e ele me ignorou.

Ele disse que queria ir à roda gigante, então fomos. Eu, meu ursinho e Taylor. Ele não parava de olhar para mim, estava escondido nos olhos dele, pendurada em sua língua, mas ele pensava que eu não conseguia ver. Ele queria me dizer alguma coisa

- Jules? – Ele chamou.

- Sim?

- É não me entenda mal, é só curiosidade. Você é uma loba não é?

Dei um leve sorriso, escondendo o rosto.

- Aham – disse assentindo.

- Ah! – Ele suspirou, depois ficou em silencio.

- Sou meia vampira também, e meio humana – acrescentei depressa.

Ele arregalou os olhos e um barulho estranho saiu da sua boca aberta de surpresa.

- É – eu disse estalando a língua – eu sou um monstro, eu sei.

- Não, você não é – ele disse nervoso, quase como se estivesse brigando comigo.

Nós ficamos em silêncio por duas batidas de coração.

- Você faz com que eu me sinta melhor sabia? – Ele disse pensativo – Eu acho que eu sou um monstro, mas ai eu vejo você. Como alguém como você, tão adorável, educada, fofa, irônica e sarcástica – ele deu um sorriso maldoso – pode ser considerada um monstro? Isso não é possível.

Eu sorri vermelha.

Ele começou a rir e passou os dedos em minha bochecha. Parecia que aquela pequena parte de meu corpo estava mais viva do que todas as outras. Parecia que, de seus dedos, saia uma corrente elétrica que atravessava meu corpo.

- Ei, não precisa ficar toda vermelha – ele disse se divertindo.

Eu ri.

Nos auto-falantes anunciaram que o parque já iria fechar.

- Nossa! Mas que horas já são? –Perguntei.

Ele olhou seu relógio e arregalou os olhos.

- São quase onze horas!

Descemos da roda gigante e ele comprou um algodão doce – é ele comia muito.

Subi desajeitada na sua moto.

- É melhor você se segurar em mim – ele disse com malicia na voz – me abrace.

Mas é uma palhaçada mesmo.

Abracei ele achando tudo aquilo muito ridículo mas ele, é claro, estava adorando.

Ele me levou até a porta de casa.

- Pronto! Está entregue – ele disse animado, se balançando nos calcanhares.

Dei um sorrisinho amarelo. Ficamos olhando um para a cara do outro sem saber o que dizer.

Aproximei-me dele e olhei em seus olhos. O engraçado era que Taylor não sustentava meu olhar. Ele desviava os olhos e nunca olhava para os meus e eu não entendia o porquê.

- Muito obrigada por essa noite, foi incrível! – Eu disse.

- Muito obrigado você – ele disse sorrindo – por ter me agüentado todo esse tempo.

Nós rimos.

- Como se isso fosse uma tarefa muito difícil – sussurrei.

E novamente ficamos olhando um para a cara do outro sem saber o que fazer. O que ele estava esperando? Ele já podia ir sabe, não precisava ficar fazendo cerimônia.

Até que, com o coração na boca, com toda a minha timidez tomando conta de mim, e com toda minha falta de jeito, dei, de leve, um beijo na bochecha dele.

Ele ficou assustado, ou impressionado. Eu não sei! Eu estava envergonhada demais para ficar avaliando a expressão dele.

- Tchau Taylor.

- Tchau Jules.

Eu entrei em casa. Meu Deus eu era tão inocente! Eu não tinha idéia de como seduzir nem ao menos uma porta! Beijo na bochecha? Não, é sério isso? Eu já tinha vinte e dois anos e não era mais um bebê. Acho que pelo menos as regras básicas de como ser sedutora ou atraente eu deveria saber. Isso está no manual das mulheres não está?

Ah, é verdade. Eu não sou bem uma mulher como elas.


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