Primavera escrita por Jules


Capítulo 10
Vampiro.


Notas iniciais do capítulo

Capitulo dez já e a história mal começou kkkkkk



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Não tenho certeza de quando adormeci ou se realmente adormeci. Em um momento estava repassando as imagens do que acontecera essa noite, e depois, no momento seguinte, olhava um campo fértil, escuro, com um único poste de luz amenizando a escuridão da noite.

O amontoado de vultos no meio do campo, todos com mantos pretos, deveriam ter me apavorado – só podiam ser os Volturi, eu reconheci de longe os cabelos platinados de Jane.

Parecia que eu estava invisível e voando como acontece as vezes nos sonhos. Os soldados Volturi estavam parados em um círculo em volta de alguma coisa ou de alguém. Eu sentia a hesitação nos seus movimentos. Alguns deles recuaram ao ouvir o rosnado que saiu do meio do círculo e então tive certeza que se tratava de alguém.

Aproximei-me um pouco dos mantos, impelida um sonho para ver a coisa, ou a pessoa. Esgueirando-me com cuidado entre dois mantos altos e sibilantes, finalmente vi o objeto de tanta tensão.

Apavorantemente linda. Seus lábios grossos e vermelhos estavam arreganhados sobre seus dentes pontiagudos e perfeitamente brancos. Seus olhos injetados de sangue brilhavam em contraste com os cílios negros e enormes assim como seus olhos. Seus cabelos curtos e negros como a noite combinavam de forma única com sua pele branca, seu vestido de seda vermelha estava rasgado revelando as formas de seu corpo pequeno, porém escultural.

Aquela mulher era tão familiar! Parecia como... Eu?

Aquela mulher ameaçadora se encontrava em cima de um monte. Não era terra, nem pedra, mas uma pilha de corpos, todos drenados e sem vida. Eu conhecia todos eles: Seth, Aaron, Renesmee, Gabriella... E logo abaixo dela estava os corpos de Jacob, Taylor, de meu pai e de minha mãe.

Ela então olhou para mim com ódio na expressão.

Meus olhos se abriram. Trêmula e ofegante fiquei deitada em minha cama quente por vários minutos tentando me livrar do sonho. O céu que eu via pela janela se acinzentava e assumia um tom prateado enquanto esperava meu coração desacelerar.

Não fiz nada de útil o dia inteiro, só fiquei pensando na asneira que fiz noite passada. Jacob me ligou hoje e disse que no sábado é aniversário de Aaron e que eles fariam alguma coisa para comemorar, eu disse a ele que iria afinal, eu sentia muitas saudades do Jake. Mesmo agora depois do imprinting eu ainda o amava – mais de modo mais saudável. Desde quando eu voltei ainda não pude ter uma conversa decente com ele.

Taylor também me ligou – não me pergunte como ele descobriu meu telefone – disse que tinha algumas dúvidas sobre a escola e queria ouvir meus conselhos e o que planejo fazer nas aulas.

Eu ainda não estou acreditando que eu virei professora mais... pois é, é só por enquanto.

Eu teria que ser cuidadosa essa noite. Está calor e a luz da lua não vai ter nenhum obstáculo para tocar minha pele. O problema é que já são sete horas e Taylor ainda não chegou.

A campainha tocou.

Pronto, ele não morre mais.

Abri a porta e Taylor me esperava sorridente.

- Oi Jules! – Ele disse animado.

- Oi Tay – Eu disse e depois me arrependi.

- Tay?

- É um apelido que inventei pra Taylor. – Disse apertando os lábios.

Ele riu e eu corei.

- Eu gostei – ele disse.

Começamos a andar e falar sobre o que eu iria fazer nas aulas, ainda estava claro mas era difícil prestar atenção no céu quando Taylor estava bem ali na minha frente e quando os lábios dele se mexiam naquela forma hipnótica.

Paramos e sentamos em um banco de madeira no meio do nada.

- Você gostou do passeio de ontem? – Ele perguntou sem graça.

- Adorei – disse numa voz animada.

- E o ursinho, onde você o colocou?

- Em cima da minha cama. Ele ficou realmente muito fofo lá.

Nós dois começamos a rir.

- Eu imagino como deve ser sua casa – ele disse pensativo e me surpreendendo – Deve ser parecida com a casa de uma boneca. Tudo pequeninho e delicado, assim como você – ele disse sorrindo para mim – parece uma boneca de porcelana.

Eu sorri, com o coração voando e com as bochechas e o pescoço ardendo.

Quando olhei para minha mão, constrangida, percebi que havia um leve brilho nela e olhei para o céu. A lua estava lá.

- Ah meu Deus! – sussurrei em pânico – Taylor eu tenho que ir, é... já é tarde e eu tenho que voltar para casa.

- Não! Por favor, fique! – Ele pediu suplicante.

- Por mais que eu quisesse não posso – disse começando a andar.

Taylor agarrou meu braço.

- É a segunda vez que você faz isso. Não precisa esconder nada de mim.

Eu não queria ficar, mas a força que ele exercia sobre meu braço era grande demais.

Quando a luz da lua me encontrou eu brilhava como um diamante no sol. Eu via refletida nos olhos infelizes de Taylor, minha expressão preocupada.

- Taylor?

Ele fechou os olhos e sua expressão era devastada. Partia meu coração ao ver a dor que ele estava sentindo por ver quem eu realmente era. Seus braços estavam rigidamente colados ao corpo, com as mãos em punho. Eu lutava contra minhas lágrimas pois estava claro que ele não tinha gostado nenhum pouco do que via.

- Eu não queria que você... – sussurrei.

Ao ver minhas lágrimas sua expressão passou de triste para enfurecida. Tremores intensos atravessavam seu corpo, seus olhos espremidos, brilhavam de dor e ódio.

Até repulsa talvez. Repulsa de mim.

Eu procurava palavras, mas não as encontrava. Então dei meia volta e sai correndo para casa.


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