Primavera escrita por Jules


Capítulo 59
Surfista




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A brincadeira acabava hoje.

Faltavam quatro dias e hoje nós começaríamos a testar tudo aquilo que nós havíamos aprendido.

Eu tinha assistido alguns filmes de super-herói e um me deu ideias brilhantes: O quarteto fantástico e o surfista prateado – é, se eu não me engano, esse era o nome do filme.

O que me encantou no filme foi o tal surfista – não ele, mas a sua prancha. Perguntei-me o filme inteiro se eu seria capaz de fazer algo parecido com aquilo... Só que com terra.

Então, esse era o objetivo de hoje.

Após treinarmos durante quatro horas e estarmos acabados, eu decidi tentar. Taylor, Jacob, Renesmee e Hadwin estavam com Henrique. Eles nunca tinham experimentado o que Henrique tinha para mostrar, então achavam que era algo fácil, como uma brincadeira. Mas Henrique não tinha limites e iria até o fim com aquela realidade monstruosa.

Dessa vez eu não me sentei, não meditei e nem nada. Simplesmente estendi a mão em direção a terra e pensei na prancha. Assisti, fascinada, a terra flutuar e se tornar uma prancha – bem, ela não era oval, mas sim redonda.

- Será que ela me agüenta? – Perguntei-me num sussurro.

Tentei subir nela várias vezes, mas não conseguia. A prancha estava a uma distância muito grande do chão. Eu sabia que havia muitas pessoas me observando de longe, mas ninguém foi lá me ajudar; talvez elas pensassem que eu queria ficar sozinha, ou pelo menos achavam que eu tinha que fazer aquilo sozinha.

Quando fiquei realmente irritada, saltei em direção da prancha e, finalmente, consegui ficar em cima dela. Foi um salto grande, eu parecia um sapo: dobrando as pernas e saltando.

Se equilibrar em cima da prancha era algo dificílimo, então fiz duas tiras de segurança que passavam por cima do meu pé e se uniam à terra. Encaixei-me em uma posição confortável e tentei fazer a prancha ir para frente.

Aquilo era fascinante já que era tudo uma questão de exercício mental. Eu sempre gostei de testes, desafios, livros e sempre fui muito curiosa e pensativa, o que finalmente me foi útil em algo, pois, agora que eu realmente precisava, a minha mente estava muito bem treinada.

Se eu quisesse que a prancha se movimentasse era só pensar nisso. Ela era tão sólida que parecia ser feita de titânio. Não posso mentir, o esforço mental era grande e difícil de explicar, tinha de me manter altamente concentrada para fazer com que a prancha permanecesse sólida e não cedesse ao meu peso. E o esforço aumentou ainda mais quando tentei fazer estacas – as mesmas que tinha aprendido a fazer há alguns dias. Eu deveria estar a uns cinco metros de altura, mas, ainda sim, aquelas pequenas quantidades de terra chegaram até minhas mãos e se transformaram em estacas, as quais eu joguei com força numa árvore onde elas cravaram com força.

Eu podia matar inúmeros vampiros de lá de cima, mas, como tudo, aquilo tinha um limite. Desobedecendo-me, a prancha começou a descer e se desintegrar – ela esfarelava sob meus pés. Tentei fazê-la descer o mais rápido o possível e tive consciência de que nesses últimos dias teria que treinar o meu pouso.

Dei três pulinhos para não cair com muita violência no chão.

- Consegui! – Murmurei contente e satisfeita.

Nós havíamos chegado a um consenso: Na véspera do ataque, nós não iríamos treinar, brigar ou se preocupar com a chegada dos Volturi – o que era impossível, mas não custava tentar –, nós iríamos tirar o dia de folga, como se fosse uma despedida – se algo acontecesse com um de nós, o que se tornava cada vez mais improvável -, como se fosse a última chance de ficar com nossos maridos ou mulheres, irmão, filhos, filhas e família...


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