Primavera escrita por Jules


Capítulo 39
Desconfiança


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas, eu voltei as aulas essa semana e por isso vai demorar um pouquinho mais para eu postar os capítulos, ok?
Beijocas



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Parece que finalmente as coisas se ajustaram por aqui. Jules não tomou sangue desde dois dias atrás e está forte e bem, tão bem quanto ela estava antes. Nós tiramos suas medidas esta manhã – ela tinha impressionantes 38 centímetros de barriga. Carlisle acredita que não demorará muito para o bebê nascer.

É um alivio ver que ela está bem, ver que ela tem forças para se mexer e para falar novamente.

- Hum... – Jules gemeu – Ai. Ah! Que dor.

Jules estava curvada em volta da barriga gigantesca. Sua mão segurava seu umbigo e seu cenho estava franzido.

- Qual é o problema? – Perguntei – Jules?

- Não é nada. Foi só uma... hã, contração.

Estreitei os olhos para ela.

- Jules. – Alertei.

- É sério, Tay. Já passou.

Por mais forte que ela estivesse mais triste ela estava. Confundia – não só a ela, mas a todos nós – o fato de ela não querer mais sangue. Ninguém sabia o que se passava, ninguém entendia e ninguém sabia o que esperar. Comecei a pensar na possibilidade de ela não estar grávida – e se, aquilo que estivesse dentro dela, fazendo sua barriga crescer, não fosse um bebê mas fosse ela mesma? Se fosse mais uma das mudanças de que ela me falou? Se fosse um sinal de que a imortalidade dela estivesse chegando e isso significaria uma grande revolta em sua aparência, em sua personalidade?

Eu não gostava de pensar nisso. Eu amava a possível criança que morava dentro da barriga de Juliet, a amava com a minha vida e não me importava se ela era menina ou não. O mais horrível de tudo é saber que Jules também pensa assim, ela também está com medo; ela fica triste cada vez que o bebê a chuta mas fica mais triste ainda quando ele não dá sinal de vida.

É agonizante, é desesperador.

- Eu me sinto uma inútil – ela sussurrou – Eu não faço nada além de dormir, comer, comer, dormir, dormir mais e comer mais um pouco.

Eu ri.

- Ninguém acha que você é uma inútil, Jules. Você queria fazer algumas abdominais com uma barriga deste tamanho?

Ela riu. A risada dela era engraçada, estranha mas me encantava. Eu ria toda vez que ela ria.

- Acho que não seria uma experiência muito interessante. – ela disse.

- Com certeza não – Jacob concordou, balançando a cabeça –, eu não gostaria nada de ver.

Jules mostrou a língua para ele.

- Você sempre desejou ver-me fazendo abdominais que eu sei, Jacob. Pode admitir.

Jacob, Nessie e Aaron ficaram até mais tarde hoje. Luis Henrique, Rosana e Luis saíram para caçar e buscar sangue para Jules ou para o bebê. Nessie não queria ir embora – na verdade, Aaron não queria ir embora, ele estava sentado no chão perto dos pés de Juliet e sempre que podia ficava perto dela. Eu não o culpava – é verdade. Era impossível não se apaixonar por Juliet. Não me impressionava o fato de que o sobrinho dela tinha uma quedinha por ela, se era realmente isso o que estava acontecendo.

- Está vendo? – Jules disse se espreguiçando – Eu estou com sono! Como isso é possível?!

- Você acordou cedo hoje – eu disse a acalmando – Porque, hein?

Ela pensou.

- Não estava cansada. – ela deitou no sofá e colocou a cabeça em meu colo, o nariz encostava-se a minha barriga. Ela suspirou e sorriu para mim e eu sorri para ela também. Não demorou muito e ela caiu no sono.

- Ela melhorou bastante – Jacob observou enquanto acariciava a cabeça de Nessie que também dormia em seu colo – Está forte e com as bochechas rosadas novamente.

Eu sorri e passei a mão pelos cachinhos que se formavam em seu cabelo antes liso.

- Os meus bebês estão bem agora. Isso é ótimo.

Jacob ficou preocupado e sério de repente.

- Era sobre isso que eu queria conversar com você.

Levantei uma sobrancelha.

- Eu estive pensando – ele disse apreensivo – E se isso que estiver acontecendo com ela não for uma gravidez? E se tudo isso tiver haver com a transformação dela? Se for... Bom, não sei o que pode ser mas...

- Eu pensei nessa possibilidade também e ela também pensa. Jules nunca me disse nada sobre isso mas eu posso ver no rosto dela. Eu a ouvi sussurrando outro dia, tentando conversar com o bebê. Foi no dia em que Edward disse que não conseguia ouvi-lo, foi quando ele disse que era como se não tivesse nada lá dentro. Ela também acha que é isso, eu não quero perguntar para Jules o que ela pensa e deixá-la ainda mais magoada.

- Você não deve perguntar mesmo, isso vai deixá-la arrasada. – ele concordou balançando a cabeça – Taylor... Você já pensou no, hã, no depois? Em como a vida de vocês vai ser?

Eu o encarei por alguns segundos.

- Não. – A resposta foi curta e seca – Eu não tenho idéia do que vai acontecer depois. Não tenho certeza nem se virá um depois – eu estremeci com a idéia e depois corrigi o pensamento – Não, vai haver um depois. Mas eu não sei o que vai acontecer.

Nós ficamos em silencio. Jules se mexia inquieta e acordou assustada. Ela não acordou exatamente, só abriu os olhos.

- Vem, vou te levar para cama – eu sorri para ela e Jules estreitou os olhos quando a luz os tocou. Quando eu estava em pé ela abriu os braços e os estendeu em minha direção. Jacob e eu rimos, ela parecia um bebezinho quando a aninhei em meus braços – Vou por os meus bebês para dormir, eu já volto.

Quando passei perto de Aaron ele tocou o pé de Jules.

- Boa noite, Jules – ele sussurrou enquanto eu subia a escada.


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