Primavera escrita por Jules


Capítulo 30
Lua de Mel


Notas iniciais do capítulo

PREPARADOS PARA O ULTIMO CAPITULO DA FIC?????
Mentira gente, não morram.



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– Rio de Janeiro? – Perguntei, erguendo as sobrancelhas quando paramos no balcão do aeroporto para fazer o check-in.

– Só uma escala. – Garantiu-me ele.

O voo para Rio de Janeiro foi longo mas confortável, no amplo assento da primeira classe, com os braços de Taylor a minha volta. Dormi e acordei estranhamente alerta durante a viagem.

Quando acordei totalmente desperta senti o movimento que não era o de um avião.

Eu estava deitada no banco de trás de um carro enquanto Taylor dirigia.

Eu me sentei.

– Você acordou bem a tempo – ele sorriu para mim pelo retrovisor – você está bem?

– Sim. E você?

– Estou muito bem. Eu dormi a viagem de avião inteira.

– Ah! Quanto... quanto tempo eu dormi? – Perguntei.

– Três ou quatro horas. Foi bom você ter dormido. Não teria nada de mais interessante para fazer além de olhar pela janela. Nós já estamos chegando.

Eu não fazia idéia de onde estava, só sei que era frio. Apertei mais minha coxa contra a outra para me esquentar. Taylor percebeu e fechou a janela. Andamos por mais alguns minutos na estrada deserta. Não havia nenhum carro além do nosso, não havia casas, nem prédios, nem nada parecido. Havia apenas árvores.

De repente, Taylor parou o carro.

– Feche os olhos – ele pediu.

– Hã?

– Por favor, não espie.

Eu fechei os olhos e ouvi ele saindo do carro. A porta traseira se abriu e ele pegou minhas mãos que tateavam no ar.

– Não olhe – ele pediu novamente enquanto ele me ajudava a sair do carro. Ele foi para trás de mim e tampou meus olhos. Meus cílios batiam em sua mão quando eu piscava e faziam cócegas nele.

– Para de piscar! – ele riu – Ande mais um pouquinho.

Nós demos mais alguns passos e eu coloquei minha mão sobre a dele. Ouvi um barulho alto que parecia ser o de um portão sendo aberto. Devia ser um portão enorme. Ele me virou e tirou as mãos de meus olhos, deixando elas em minha cintura.

– Taylor! – Ofeguei.

Minha cabeça hesitava entre Taylor e a casa, a casa e Taylor...

Ele sorriu.

– Era essa a reação que eu esperava.

– Taylor! É linda!

A casa rústica era enorme. Era toda feita de madeira e tinha janelas enormes. Ela estava dentro de um sitio, uma chácara enorme. Havia muitas arvores lá, era tão grande que eu mal conseguia ver o seu fim.

Ele pegou em minha mão.

– Venha, vou lhe mostrar tudo.

Nós fomos para o lado de trás da casa. Lá havia um grande rio, a água limpa e clara refletia a lua de forma perfeita. Era possível ver os peixinhos que se assustaram com nossa presença e se esconderam no meio das pedras. Parecia uma praia, mas ao invés de areia, havia uma grama muito verde e macia.

– Ah! Isso é... – eu não pude terminar a frase. Ele me pegou no colo e me aninhou em seu peito.

– Você não deveria esperar pelo momento de passarmos na soleira da porta? – perguntei.

– Eu não agüentava mais esperar – ele admitiu com um sorriso de tirar o fôlego.

Minha respiração ficou presa em meus pulmões. Quando entramos na maravilhosa casa eu deixei o ar sair lentamente. Foi nesse momento que o pânico de estréia me atacou. Por onde passava Taylor acendia a luz, eu não conseguia prestar atenção em nada – apenas nos movimentos violentos que meu estomago fazia.

Taylor acendeu a ultima luz.

O quarto era grande e escuro. As paredes e o chão eram de madeira assim como a maioria da casa, mas eu mal percebi essa parte. Estava mais concentrada na cama absolutamente imensa no meio do quarto, com um mosquiteiro, como uma nuvem ondulante pendendo do teto.

Taylor me colocou de pé.

O quarto era frio demais, mais gelado que a noite do lado de fora. Eu me encolhi.

– Está muito frio aqui – disse ele, desculpando-se – Pensei que... seria melhor.

– Ah! – eu disse quando compreendi.

Eu estava imóvel, em pânico, rezando para que Taylor não estivesse percebendo. Será que algum dia tinha havido uma lua de mel como aquela?

Não. Nunca houve.

– Talvez, se você quisesse, poderíamos dar um mergulho noturno – ele disse nervoso, raro para Taylor – a água é quente.

– Parece bom.

– Sei que você gostaria de um ou dois minutos... Foi uma longa viagem.

Balancei a cabeça, sem jeito. Talvez alguns minutos sozinha ajudasse.

– Não demore muito, Sra. Black.

Os lábios dele contornaram meu pescoço até o ombro.

– Vou esperar por você na água.

Ele passou pelas portas que davam diretamente para a praia particular. Provavelmente ele deve ter ido pegar as bagagens.

– Tudo bem – murmurei – Vamos lá.

Entrei no grande banheiro e me encarei no espelho. Eu estava um trapo. Lavei o rosto e passei os dedos pelo cabelo. Fiquei imóvel ao ouvir Taylor colocar a bagagem em cima da cama. Só comecei a escovar os dentes meticulosamente quando tive certeza de que ele já estava fora do cômodo.

Meu coração martelava audivelmente em meus ouvidos.

Uma lufada de calor percorreu minha pele. Sai silenciosamente do banheiro e peguei minha mala – eu rezei para que fosse a minha – Fiquei grata ao ver minha nécessaire amiga em cima de toda aquela...

Lingerie? Muita lingerie vermelha e preta? Aquilo não era meu! O que...!

Renesmee.

Alice.

Elas vão me pagar.

Procurei por uma toalha e uma escova de cabelo. Eu sabia que era idiotice tomar banho antes de nadar mas eu precisava daquilo. Eu me sentia suja e melecada. E parecia ser uma boa idéia depilar minhas pernas novamente.

Tomei banho e água quente aliviou um pouco meu nervosismo. Peguei a escova e penteei meu cabelo, escovei a franja até ela ficar perfeitamente alinhada.

Agora vinha o novo dilema: O que vestir? Eu não tinha pensado nisso antes.

O nervosismo voltou com tudo. Era demais para mim.

Peguei a toalha branca e coloquei-a sob os braços. Sentei-me na cama e respirei fundo.

Quando olhei para o lado eu vi, em cima da cama, toda a roupa de Taylor que estava dobrada perfeitamente.

Apoiei a cabeça nas mãos.

‘Vamos lá, Juliet’ eu dizia a mim mesma ‘Você sabe que ele te ama tanto quanto você o ama. Você quer isso, não quer? Vocês dois querem!’

Deixando tudo de lado sai com a toalha enrolada no corpo a caminho da água, era lá que ele estava me esperando.

Ele estava de costas para mim, apreciando a lua. Eu encarei o formato perfeito de seu pescoço, as linhas maravilhosas de suas costas. A lua banhava meu rosto e mandava reflexos na direção dele, a água brilhava colorida.

Olhei para meus pés e tirei a toalha devagar. Eu tremia. Pendurei-a no galho de arvores.

Quando olhei para frente ele me encarava. Minha primeira reação foi colocar de volta a toalha mas eu não conseguia mexer os braços. O lugar brilhava, o rosto dele brilhava, ele brilhava.

Eu respirei assustada.

Ele andou em minha direção, bastaram apenas algumas passadas. Quando ele estava bem na minha frente, Taylor segurou o lado direito do meu rosto com a mão. Eu me arrepiei ao seu toque.

– Um sonho – ele murmurou, não parecia estar falando comigo – Tão linda, minha Juliet.

Eu sorri.

– É tão difícil acreditar que alguém tão perfeito vai ser só meu – eu disse colocando a mão em seu rosto.

– Para sempre – ele concordou – Eu também mal posso acreditar que a mulher com a qual eu sonhei a vida inteira, mesmo antes de conhecê-la, vai ser só minha.

– Só sua – prometi – para sempre.

– Eu te amo – ele sussurrou em minha orelha.

– Eu te amo Taylor, mais do que tudo no mundo – sussurrei em sua orelha.

Ele me envolveu nos seus braços, apertando-me contra o peito ardente. Nossos lábios moviam-se juntos, fundindo-se como se nunca fossem se dividir, como se a separação não fosse inevitável.

Algo começou a mudar.

Quando eu beijei Jacob, foi como um incêndio – um fogo arrasador que correu na superfície do deserto e incinerou tudo em seu caminho.

Com Taylor era diferente, muitíssimo diferente, pois ele também me amava. Então quando ele me tocou, foi mais profundo e mais lento que o incêndio, como o fluxo da rocha derretida abaixo da superfície da terra. Profundo demais para sentir-se o calor, mas movendo-se inexoravelmente, mudando as próprias fundações do mundo com seu avanço.

Aquele beijo me mudou e mudou a ele também. Aquele beijo longo e ininterrupto, marcado a fogo e agudo, jogou o calor na água fria que a tornou sólida e final.

Inquebrável.



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Notas finais do capítulo

PS: Vocês estão gostando da fic? Eu recebo cada vez menos reviews e estou ficando preocupada, acho que alguns leitores me abandonaram D:
Se vocês quiserem que eu mude alguma coisa, pelo amor de Deus gente, me falem que eu mudo.
Tá bom... mas eu não vou fazer a Juliet ficar com o Jake kkkkk MUITO MENOS COM A RENESMEE OK? ASAUSHAUSHSA