Primavera escrita por Jules


Capítulo 29
Porque você e eu... Nós nascemos para morrer




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O casamento prosseguiu, com suavidade, para a festa de recepção. Já passava das oito da noite e a lua estava em seu pico – não havia problema já que todos os presentes sabiam o que eu era, inclusive Trudy e Wes. Enquanto Taylor me conduzia até a pista, as luzes nas arvores cintilavam, conferindo brilho às flores brancas e vermelhas. Haviam mais dez mil flores ali, servindo como tenda fragrante e etérea à pista de dança montada no gramado sob dois velhos cedros.

Os acontecimentos desaceleraram, à medida que a noite branda de setembro nos cercava. As pessoas se espalharam sob o brilho suave das luzes, e fomos recebidos novamente pelos amigos que tínhamos acabado de abraçar. Agora havia tempo para conversar, para rir.

- Meus parabéns – disse nos Seth, e sua esposa Melanie que estava linda e grávida – Vocês merecem terem mais felicidade do que todos aqui.

- Obrigada, Seth. – Eu sorri – vocês também.

- Obrigado – Ele disse passando a mão distraidamente na barriga de Melanie.

Todas as tradições de praxe foram seguidas. Fiquei cega pelos flashes das câmeras enquanto segurava a faca sobre o bolo espetacular – havia uma réplica cruelmente idêntica a mim. A réplica de Taylor era quase tão perfeita quando ele. Atirei o buque com uma habilidade atípica nas mãos surpresas de Hanna – irmã de Johnny. Jacob, Jasper e Emmet uivaram de rir com meu rubor enquanto Taylor retirava com os dentes a minha liga com muito cuidado. Meus olhos não conseguiram ver onde ela foi parar.

E quando a música começou Taylor me tomou nos braços para a costumeira primeira dança; eu fui de boa vontade, apesar do meu medo de dançar – em especial diante de uma platéia -, feliz por tê-lo me abraçando. Eu tentava dançar de forma graciosa e talvez estivesse conseguindo.

- Apreciando a festa, Sra. Black? – Sussurrou ele em meu ouvido.

Eu ri.

- Estou. E você, meu querido marido?

Ele riu.

- É claro que sim – ele se inclinou para me beijar.

As câmeras clicaram febrilmente.

A música mudou e Luis bateu no ombro de Taylor.

Para a minha sorte, meu pai sabia dançar. Nós girávamos como Fred Aistare e Ginger Rogers.

- É, eu já vi meus dois filhos casarem, acho que agora eu já posso morrer.

Dei um tapa em sua cabeça;

- Não seja bobo. Você parece um garotão de dezessete anos, e eu sei que você se sente assim.

- É verdade. Eu não posso mentir.

Eu sorri. Era difícil falar de sentimentos com meu pai, pois alem do gene de lobo eu também tinha herdado sua timidez. Mas aquela hora, não era hora de vergonhas.

- Eu te amo, pai.

Ele me beijou na testa.

- Eu também filha.

A música acabou e eu procurei por Billy. Com um terrível déjà vu, mãos fortes abraçaram minha cintura e eu girei assustada.

Jacob sorriu.

- Quem é a mais nova integrante da família? – Ele perguntou ainda sorrindo.

- Para sua infelicidade, sou eu – ironizei.

- Para a minha infelicidade – ele murmurou à meia voz – eu não poderia estar mais feliz.

Eu sorri enquanto ele me puxava em um circulo lento que não se ajustava ao ritmo da música.

Eu não seria mais a rancorosa e enfurecida Juliet. Nem hoje, nem nunca mais. Jacob já tinha aprendido a lição e estava fazendo tudo para se redimir. Eu seria, agora, apenas a Juliet de sempre.

- Você está inacreditável, Jules! Tão linda!

- Investiram muito tempo em mim hoje. Mas de que adianta me produzir toda quando Rosalie está por perto?

- Maquiagem nenhuma é responsável por isso – ele acariciou minha bochecha que brilhava mas tirou o dedo rapidamente – Você é mais bonita que ela.

Eu o encarei.

- Aham. Eu também sou bem alta.

Uma risada histérica explodiu por seus lábios.

- Eu acho você mais bonita do que ela. – Ele suspirou – Vocês tem sorte. Tanto ele quanto você. Eu não o conheço muito bem mas... – ele disse projetando o queixo na direção de Taylor que dançava com Hayley. Ela se divertia dançando no colo do mais novo tio – Tenho de confessar que ele é bem bonito.

Jacob querendo me agradar? Que lindo!

Eu balancei a cabeça e sorri.

- Aparentemente, Billy tem o dom de produzir filhos lindos, de todos os jeitos.

Jake sorriu e me abraçou. Foi esquisito. Há quanto tempo eu não abraçava Jacob? Tinha de confessar que senti falta e agora, abraçar ele, foi como abraçar um irmão.

- Você merece toda a felicidade do mundo... e eu sei que você vai ter.

- Abaixe um pouquinho.

Ele dobrou os joelhos e eu dei um beijo em sua testa. Ele sorriu e me beijou na bochecha.

- Prometa que você não vai ir embora desta vez, mas fale sério.

- Eu prometo – eu disse estendendo a palma aberta.

Ele sorriu e foi embora.

Eu sorri enquanto o via andar para longe e vi Renesmee se aproximar.

- Jules! Ah! Que casamento lindo! – Ela disse passando o braço por minha cintura e me puxando para dançar – A melhor amiga da noiva tem direito a uma dança?

- Hum... deixe-me pensar – eu brinquei.

Nós começamos a girar e rodar graciosamente. Ela foi parando aos poucos e me abraçou.

- Eu não tive tempo de te dar isto antes. É um presente para você nunca se esquecer de mim.

- Ah Nessie! Você não devia...

- Cale a boca – brincou – é só uma pulseirinha. – ela colocou a pulseira de ouro em meu pulso. Nela havia um pingente, um coração dourado. Ela abriu e mostrou que lá dentro havia uma foto nossa. Eu estava metamorfoseada e ela estava sentada, apoiando-se em meu flanco.

- Ah! – Ofeguei – Nessie! Meu Deus, que foto antiga! – Eu ri e a abracei – Obrigada! É linda!

- Foi uma forma ruim de te agradecer por tudo o que você fez por nós – ela disse pensativa – você é muito especial para mim Jules, mais do que você imagina. Eu amo você.

- Eu também te amo, muito. Você não precisa me agradecer por nada.

Ela sorriu.

- Eu espero que você seja muito feliz – ela disse quando recomeçamos a dançar – Você merece tudo de bom na vida. Não me abandone tudo bem?

Eu sorri e beijei sua testa. Ela era do meu tamanho agora e então eu nem precisava me abaixar para abraçá-la.

Ela foi embora e eu andei pelo gramado procurando por Billy. Ele estava junto com Seth e Melanie que conversavam animadamente.

- Oi – eu disse pegando a cadeira de rodas.

- O que você está fazendo? – Ele perguntou.

- Dançando com o pai do noivo.

Ele sorriu e começamos a dançar – na medida do possível. Foi uma dança maluca mas eu me senti muito bem por fazer aquilo.

- Eu queria te dizer muitas coisas Jules. Mas creio que aqui não é o melhor lugar – ele disse olhando em volta.

- Entendo.

- Cuide bem do meu garoto. Eu sei que você vai fazer dele o homem mais feliz da terra.

Eu sorri e abaixei para beijá-lo na testa. Ele pigarreou e corou.

- Vou sim.

Ele seguiu para a mesa de comidas e comeu alguns docinhos.

Recomecei a andar pelo gramado, só que agora eu estava a procura de Wes. Quando eu o achei ele me olhou assustado.

- O que está acontecendo? – Wes perguntou.

- É uma tradição a noiva dançar com o pai do novo, não é?

O sorriso de Wes, do tipo que faz ruga nos olhos, iluminou seu rosto, pegando-me desprevenida. Ele colocou o braço em minhas costas e nós começamos a balançar de um lado para o outro.

- Obrigado Jules – ele disse sorrindo – Eu nunca achei que pudesse participar tão ativamente da vida de Taylor. Muito obrigado por isso.

Eu sorri, quando eu olhei em volta vi Taylor que olhava sorrindo para nós.

- Você é pai dele também Wes. – eu sorri – Você tem o direito de viver tudo isso.

Quando Taylor me reclamou de volta, ele me puxou em um abraço duradouro. Foi tão bom.

- Posso me acostumar com isso – eu disse.

- Não me diga que superou seus problemas com a dança.

- Dançar não é tão ruim. Mas eu estava pensando mais nisso... – eu me apertei mais contra ele.

- Em nunca ter de deixar você – ele completou meu pensamento.

- Nunca – Prometi, me esticando para beijá-lo na testa.

- Jules, está na hora! – Nessie chamou.

Taylor me abraçou com força.

- Querem perder o avião? – Perguntou ela – Vou dizer aonde você vai levá-la. Estou falando sério.

Ele deu um sorriso faiscante na direção dela.

- Eu sei que está.

Ela me pegou pela mão e andamos até o quarto.

- Foi um casamento perfeito – agradeci – Obrigada! Vocês fizeram tudo lindo. Agradeça as meninas por mim.

Ela abriu um sorriso imenso.

- Que bom que você gostou. Pode deixar que eu agradeço.

Trudy e Rosana esperavam no segundo andar. As três rapidamente tiraram meu vestido e me colocaram o vestido branco de algodão que era até parecido com o vestido de noiva.

- Eu ligo assim que achar um telefone – Prometi a Rosana.

- Ligue mesmo. Eu amo você.

- Eu também amo você, mãe;

Taylor me esperava ao pé da escada. Peguei sua mão estendida e beijei meu pai que esperava ao lado dele.

- Eu amo você para sempre pai – eu disse a ele – não se esqueça disso.

- Eu também Jules, sempre amei, sempre amarei.

Os convidados fizeram um corredor para nós. Taylor me apertava ao lado de seu corpo enquanto escapávamos.

- Está pronta? – Perguntou ele.

- Estou – eu disse e sabia que era verdade.


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