O Filho do Alquimista de Aço escrita por animesfanfic


Capítulo 10
Verdades Irreais


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, neste capítulo o segredo do passado entre Roy Mustang e Riza Hawkeye será revelado. Muito drama para vocês! Confiram!



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Roy- Fiquei sabendo que o trem que o do Aço estava mudou a rota. - Jogado na cadeira displiscente, Mustang olhava a janela entediado.

Riza- Sim, também soube.

Roy- E o que você me diz?- Virando para fitá-la.

Riza- Gluttony, Coronel.

Roy- Foi o que eu também pensei. Parece que estamos em sintonia hoje, Primeira Tenente. - Dando um sorriso aberto, sincero. E lá alguém podia resistir a esse sorriso?

Riza- Não exagere Coronel, mas dias quase impossíveis existem. - Suspira, desistindo da carranca.

Roy- Então devemos aproveitar. - Dando outro daqueles sorrisos sinceros, não era nada justo. Ele sabia que desarmava qualquer uma quando estava inspirado. Deixando Riza suspostamente incomodada.

Riza- O senhor não cansa de usar suas armas de sedução?- Sentada na cadeira, folheando uma papelada (mais uma), que ele ainda não havia assinado.

Roy- Que armas? Não sei do que você está me acusando dessa vez. - Dando uma passada de mão nos cabelos. Ele sim sabia usar sua beleza em prol de si mesmo. Perfeitamente.

Roy- Hoje ando um pouco duvidoso com minha alto-estima, será que você podia me ajudar um pouco? - A mão escorrando a cabeça que pendia para o lado.

Riza- O senhor tem bons papéis para assinar. - Levantando e colocando mais algumas pilhas sobre sua mesa.

Roy- Isso significa que se eu terminar tudo isso hoje, posso pedir sua ajuda?

Riza- Tanto faz.

Roy- Fechado, Primeira Tenente. - Pegando a caneta e começando a trabalhar.

A tarde passou calma no quartel, nenhum subordinado saia de lá a uns bons dias. A situação não era pacífica em outros campos. Várias guerras vinham ocorrendo no oeste e eles não queriam brigas agora. Não demorou para que Roy terminasse de assinar sua papelada. Desde quando eles descobriram quem estava por trás da pedra filosofal, nada era como antes. Pelo menos não no grupo de Mustang. Nem todos sabiam o que estava acontecendo, mas o clima que pairava já deixava tudo mais tenso. Mesmo por que, qualquer coisa falada podia ser ouvida poelo monstro, que seguia nas sombras. Riza já havia sido chantageada por ‘’aquilo’’. Não queria ver nunca mais a sombra que tinha visto antes, e Roy sabia disso.

Roy- Andei pensando Riza, acho que deveria tirar umas férias. As coisas andam muito carregadas por aqui.

Riza- O senhor acha mesmo? Estou bem como estou.

Roy- Você é muito durona, mas sei que no fundo anda cansada.- Riza escrevia no papel as frases que ele dizia, para ver o real  significado delas. O código feito pelos dois tinha como base dizer os nomes antes de começar um esclarecimento. Ele havia dito: Riza. Quando terminou de traduzir, o código dizia:

Qual o nome daquilo que você viu? - Riza estremecera só de lembrar, e Roy notara.

Roy- Viu como anda cansada. - Odiava ver o que aquilo fazia com ela.

Riza- Eu não sei, Roy. - Olhando-o fixamente. Respondendo a seu código.

Roy- Entendo. Fico satisfeito por hora, mas quando quiser tirar uma folga, avise-me.

Traduzindo: Quando quiser me contar essa história direito, avise-me.

Riza- Já disse tudo, não será preciso, Roy. – Levantando-se e saindo da sala.

     Ele definitivamente sabia que algo muito estranho havia acontecido quando Riza encontrou a sombra, mas não conseguia visualizar o que era em exato. Nunca a vira assim tão mexida, atordoada. Só uma única vez, que alias, juraram pra sempre esquecer. Aquilo que acontecera anos atrás foi deletado completamente da memória deles. Quer dizer, nunca seria esquecido, mas tentavam se forçar a apagar.

     Naquela época, Roy sempre gostou de farra e bebia corriqueiramente além da conta. Um dia Riza - já seu braço direito -, tentava por na linha toda aquela indisciplina. Porém, com o Coronel bêbado era trágico carregá-lo. Em uma das intermináveis solenidades para iniciantes do exército, voltaram os dois para casa, e como sempre, Roy ficara totalmente bêbado na comemoração após o evento, embora a jovem cansar de alertá-lo. De praste, ela o conduziu até o quarto, ajudando-o tomar um banho. Não solucionara o problema, continuava completamente embreagado, cantando coisas initeligíveis.

     Mulherengo como era, tentara agarrá-la, mas com sua artilharia de falcão, ficava difícil uma pessoa sem estar em seu pleno juízo, alterar sua feição em algum quesito. Entretanto, naquele dia, tentara forçá-la a dormir com ele.  Fora tão deprimente, tão asqueroso de sua parte que lembrando tinha arrepios. Claro que houveram ocasiões onde suas fantasias afloravam, a mulher era sempre tão séria e constante, nada mais natural. Todavia, quando se fica ‘’alto’’, tenta-se coisas que nunca fariam em sã consciência. E não foi diferente com o Alquimista das Chamas.

    Haviam frequentado uma festa, logo Riza não possuía uma arma na qual pudesse ser alcançada rapidamente. Era indefesa nesse sentido. Por motivos cabais, não recordava exatamente dos detalhes, mas o lindo vestido de seda branca, que ela usava, esse fora rasgado na confusão. Não chegou a consumar o fato, mas só a atitude de tentar violentá-la, era algo que jamais, nunca, em nenhum segundo conseguiria esquecer. Até hoje se sentia a escória da humanidade por conta do episódio. Ficara três anos sem se relacionar com ninguém e sinceramente não sabia como Riza conseguia olhar para cara dele. Todos os planos para ter um relacionamento amoroso foram por água abaixou. Estava preferindo ficar sozinho.  Ninguém sabia da terrível violência, completamente ninguém. Era uma verdade, que até eles mesmo, duvidavam de ser real.

‘’Trim, trim.’’

Roy- Coronel Mustang, quem fala?

Ed- Sou eu Coronel, provavelmente já soube o que houve com o trem.

Roy – Sim, já fiquei sabendo. Desviaram os trilhos não foi?

Ed- Sim. Com os desvios, nós não conseguimos chegar a Rush Valley, e tivemos que traçar outro caminho pra chegar a essa cidade.

Roy- Como assim ‘’nós’’? Você não a deixou em Rush Valley?

Ed- Não, mudança de planos.

Roy- Espero que saiba o risco que está correndo, Do aço. - Com a voz mais severa.

Ed- Eu sei exatamente, Coronel.

Roy- O que houve que estão tão atrasados? Um desvio de trilho não levaria tantos dias.

Ed - Creio que vocês dois partiram algumas horas antes de nós. Eu e Winry pegamos o último horário, com escala em Rush Valley. Pelas minhas contas iria chegar aqui na Central por volta das 5 da manhã. No entanto, minha protética pegou uma doença e tivemos que parar em uma cidadizinha próxima ainda de Resempool. Nossa viagem está atrasada por alguns dias, mas espero estar no quartel logo.

Roy- Tomou cuidado?

Ed- Sim.

Roy- Ótimo.

Ed- Vejo você e a Tenente mais tarde, até.

Roy- Até.

    Nada de comprometedor era dito pelo telefone. Nenhuma conversa sobre o que poderia ter feito o estrago nos trilhos, ou com que propósito seria. Todos estavam cientes do perigo, e todos evitavam expor-se.

   Riza entrara na sala mais rápido do que o costume. Roy achou estranho. Ela se sentara em sua mesa, com o olhar fixo em um ponto, parecia até meio em choque. Ela tremia. E isso era terrivelmente anormal. O Coronel se levantara rápido de sua mesa, sentou-se no sofá atrás da mesa de Riza e girara sua cadeira, até que ela ficasse de frente a ele, puxou mais para perto.

Roy- O que você viu dessa vez? - Preocupado.

Riza- Não vi nada, só estou um pouco indisposta, Coronel. - Focando o olhar agora, de maneira aparente saindo do choque.

O moreno puxara a cadeira de forma brusca, assustando-a. Riza odiava qualquer movimento mais violento de Roy, pois fazia lembrar coisas que repugnava terminantemente. Ele sabia disso, e sempre tentava ser o mais sútil possível.

Roy- Assim se sente mais corfortável, Riza? - Ela estava completamente perto demais, sua perna rossava na dele e isso era terrivelmente ameaçador. Tinha pânico daquilo outra vez. Estava torturando-a, pois sabia que se sentia daquela maneira. Entretanto, parecia ser o único jeito da mulher falar. A mesma percebeu dor no olhar de Mustang por estar fazendo aquele ato tão repugnante.

Riza- Eu vi aquilo outra vez, só que pior. - Fechando os olhos, nervosa.

Roy- Explique.

Riza- Era cheio de braços negros. Ele perseguiu minha sombra. Eu o sinto me seguindo. Mostrou-me visões de que está por viver embaixo da central, no subsolo. Pode vigiar tudo que está em torno. É só decidir que pode matar a todos. - Roy ouvia atento.

Riza- Ele pode matar tranquilamente King Bradley. - Roy cerra os olhos e apoia as mãos sobre as pernas de Hawkeye, que nitidamente estremecera. Sabia que entrava em pânico com qualquer tipo de aproximação. O seu simples toque a fazia lembrar da tamanha violência que cometera há tempos atrás. Sentia-se mal por isso. Por torturá-la daquele jeito. Não sabia quem a mogoava mais: ele ou o maldito monstro.

Roy- Escute. Fique calma. Nós vamos dar um jeito nisso. Só quero que continue me contando o que acontece. - Podiam falar abertamente naquele instante.

     Toda vez que o monstro subia a superfície, deixava a retaguarda baixa. Para se prevenir, voltava para as profundezas por algumas horas. Por esta razão, suas conversas não eram perseguidas. A outra maneira de não vê-lo era deixar os ambientes: ou em total escuridão, ou em total claridade. Não podia haver penumbras. Ele com certeza apareceria pelas sombras. Era sempre a oportunidade de falar algo que ninguém podia ouvir. Quando o Coronel voltou a si, viu que a mulher estava em real incômodo com seu toque. Será que depois de tanto tempo, não havia se dado conta do tremendo estrago que fez?

Roy- Tenente, escute-me só um pouco. Quero lhe dizer uma coisa. - Ela levanta os olhos.

Roy- É tão desprezível assim eu ficar mais perto?Já faz tantos anos.

Riza- Já disse o que deveria dizer, Coronel. O senhor já me torturou bastante por hoje. - Fechou-se por completo.

Roy- Escute Riza, abaixe sua guarda por um minuto, por favor? Você sabe que estamos precisando ter essa conversa há muito tempo. Depois que aquilo aconteceu, nós não conversamos uma vez sequer, a não ser quando juramos deletar de nossas mentes.

Riza- Por isso mesmo, aquilo não existe mais para mim.

Roy- Nós somos adultos, sabemos que não é assim que funciona. Eu quero saber até onde eu consigui destruir você.

Riza- Não tem precisão para isso.

Roy- Por favor. Ceda um pouco. - Arfou.

Riza- Por que isso lhe afeta? Já existe uma pessoa sofrendo nessa história.

Roy- Riza, pode parar?

Riza- Eu detesto pensar nisso.

Roy- Eu também.

Riza- Então não precisamos conversar sobre este assunto.

Roy – Você vai negar seu passado até quando?

Riza- Passado? A pessoa que meu pai mais confiou tentou me violentar, e você acha que eu não deveria negar isto? – Havia pegado na ferida. - Não nego meu passado, mas aquilo não é algo que quero lembrar.

Roy- Recusando-se a esclarecer as coisas não está agindo com maturidade.

Riza – Não espere nada de mim a este respeito.

Roy- Não vamos dialogar sobre isso nunca? Convivemos há muito tempo, e esta é uma das poucas aberturas que consegui para tentar conversar.

Riza – Pode deixar Coronel, vou me policiar o máximo possível para que isso não ocorra novamente.

Roy- Essa não é a pessoa que eu conheço.

Riza- Você não agiu como a pessoa que eu conheci. - O moreno faz uma expressão dolorosa.

Roy- Eu sei. Eu não imaginava que as coisas pudessem chegar naquele ponto.

Riza- Coronel, não quero abrir feridas que já fecharam.

Roy- As suas fecharam? – Riza o olha tristemente. - Sei que não.

Riza- Naquela noite nós juramos esquecer tudo. Por que quer voltar com isso agora?

Roy- Por quê? Por acaso eu posso encostar na sua perna e você não tremer?

Riza- Isto está fora de questão.

Roy- Não está não!

Riza- O que está querendo que eu diga? Que toda vez que você me toca, eu realmente fico muito nervosa? Ou ainda, que tenho flashes diários sobre tudo? - Desabafa.

Roy- É assim que se sente então? - Sussurante.

 A mulher se afasta com a cadeira, levantando-se em seguida. Uma lágrima escorria por seu rosto. O fim de tarde pairava sobre as gigantes vidraças. A moça acabara por se escorrar perto delas. O homem a acompanhou com os olhos.

Roy- Eu não conseguia ver o que tinha feito, estava incrédulo. Lembro quando suas lágrimas secaram. Você colocou o roupão, penteou seus cabelos molhados e se sentou na minha frente. Eu não conseguia pensar, foi agoniante. E lembro exatamente de suas palavras.

Roy-‘’Isso não aconteceu’’.

Riza-‘’Isso não aconteceu’’.

      Um silêncio gutural se fez no recinto, quando foi quebrado por um pássaro cantando do lado fora. O sol em tom alaranjado invandia toda a sala. E a mulher ouvia dolorosamente o depoimento de seu ‘’passado em carne’’.

Roy-  Não consigo me olhar no espelho todos os dias, sem lembrar que pude fazer aquilo.

Riza- Foi uma época dura, não é? – Olhando-o com ternura. Ele levanta o cenho surpreso.

Roy- Sim. - Abaixando os olhos. - Você pode me perdoar? – Olhou-a martirizado. Riza muda a sua feição terna para uma de agonia e tristeza. Não, ela não podia.

Riza – Eu sinto muito.

Roy- Você não sabe como eu venho sofrendo com isso. Sem saber o que pensava a meu respeito. Sem saber se me repugnava. Você sabe que pode se vingar. – Olhando-a sério.

Riza levanta os olhos surpresa. Roy tinha os cabelos um pouco bagunçados, caindo-lhe perto dos olhos. Estavam molhados, havia tomado banho há pouco.

 Riza- Você realmente é um idiota, Coronel. – Dando um longo suspiro.

Roy- Tenente, você lembra do nosso acordo?

Riza- Sim.

Roy – “Se eu me perder do meu caminho, atire em mim com essas suas mãos.”

Riza- As suas atitutes ainda estão toleráveis.

Roy- Você é bondosa, Primeira Tenente. - Passando as mãos sobre os cabelos úmidos. Riza lhe dá um breve sorriso e começa a atravessar a sala em direção a saída.

Roy- Por que.... - Respirou e disse por fim - Não me denunciou? – Os passos da mulher pararam.

Riza – Porque... – Virou-se para ele. – Eu prometi que protejeria suas costas até chegar ao topo. – O homem a fitou sem surpresa.

Roy – Entendo.

Riza – Mais alguma coisa, Coronel?

Roy – Não, você já pode ir. – A loira bate continência e abre a porta.

Roy- Tenente. – Ela vira para o homem. – Obrigado.

Riza- Tudo bem. – Retirando-se da sala.


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Notas finais do capítulo

Bom, aí está mais um capítulo da história.
Quem quiser dar dicas e sugestões, ficarei agradecida.
Prometo postar com mais frequência. Demorei muito para publicar esses.
Beijos, seus lindos!
E obrigada por estarem seguindo minha história! (:



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