Sk High School escrita por hyunnie


Capítulo 8
Capítulo 7: Day by Day (parte 2)




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/157075/chapter/8

Meus armários estavam uma zona completa e eu não conseguia encontrar em lugar nenhum meu pijama favorito, e mais discreto. Não fazia ideia de onde o tinha colocado.

Eu não era a maior fã de pijamas. Estava acostumada a dormir apenas usando uma calcinha e uma camiseta longa e confortável, daquelas que chegam até os joelhos. Isso quando fazia frio ou quando dormia com GongChan, claro. Porque no calor eu preferia dormir nua mesmo.

Mas eu guardava os pijamas para ocasiões como essa. Organizar festas do pijama era praticamente um hobbie para JaeKyung. Seria a terceira ou quarta vez que eu iria a um evento como esse na casa dela. Talvez fosse o único tipo de festa que seus pais a autorizassem a fazer.

Bom, melhor do que nada. Aqui em casa nem isso meus pais deixavam.

Dei uma última revirada no guarda-roupa e me dei por vencida. Não encontraria o maldito pijama em lugar nenhum mais. Em menos de 10 minutos o motorista de JaeKyung passaria lá para me buscar e eu ainda não tinha arrumado minha bolsa.

Joguei dentro dela meu bichinho de pelúcia predileto – um coelho branco com nariz de porco -, alguns objetos de sobrevivência básicos como toalha, escova de dente, shampoo e etc, uma troca de roupa para o dia seguinte e ele: meu pijama vergonhoso de Pikachu.

Afinal, eu não estava achando o decente e o importante mesmo era participar.

Ouvi a campainha e sabia que era o motorista. Juntei minhas coisas, me despedi da minha mãe e fui saltitando até o carro, incapaz de conter a ansiedade e empolgação. O motorista colocou a minha bolsa no porta-malas e percebi que já havia outras duas lá. Eu teria companhia no caminho.

Quando entrei no veículo, um humilde porsche modelo Cayanne, vi que se tratavam das duas garotas que mais mexiam comigo na face da Terra: TaeYeon e Jessica.

Tomei um susto. Esperava encontrar com elas só depois, mas as cumprimentei com um leve sorriso.

Sentei-me no banco do lado esquerdo de Jessica, que agora estava no meio, com os braços cruzados e uma expressão mal humorada. Mal me acomodei no assento e ela pediu para trocarmos.

– Senta você aqui, Sunny.

Ela pareceu um tanto irritada e eu obedeci.

– Humm, tá.

Apoiei-me no encosto do banco, esforçando-me ao máximo para me movimentar por cima do colo de Jessica sem toca-la, mas foi em vão. Ela segurou com as duas mãos no meu quadril, passou para o outro lado e me ‘ajudou’ a completar o movimento.

Imediatamente corei como uma pimenta-do-reino-dos-idiotas-desprovidos-de-malícia. Aquela tarada fazia de tudo pra tirar uma casquinha e eu, tonta que sou, só conseguia morrer de vergonha depois.

Felizmente TaeYeon parecia não ter notado. Ela olhava fixamente para a rua através do vidro do carro. O clima parecia tenso entre ela e Jessica.

E agora eu estava ali, no meio delas, tendo meus sentidos completamente confundidos com a mistura daqueles dois perfumes no ambiente fechado. Um mais suave, mais delicado. O outro mais forte, mais marcante.

O motorista arrancou, o silêncio ainda pairando no ar. Resolvi fazer alguma coisa pra quebrar a tensão.

– Vocês vieram! – foi a única coisa que me veio em mente.

– Sim, eu..

– Mas é claro que eu vim!

Jessica cortou TaeYeon antes mesmo que ela pensasse em terminar a frase, o que fez as coisas piorarem. TaeYeon virou-se e voltou a encarar a janela sem falar mais nenhuma palavra durante o caminho inteiro, que durou pouco mais de 15 minutos.

Jessica tentou iniciar uma conversa e disse milhões de coisas aleatórias, mas, sinceramente, não prestei atenção em nenhuma delas. Estar ali tão próxima de TaeYeon mantinha minha mente mais ocupada que o normal.

Por um momento Jessica percebeu que eu não lhe dava ouvidos.

– Você não acha, Sunny? – perguntou.

– A-acho! Com certeza! – respondi sem ter a mínima ideia do que ela estava falando.

– Que bom que você... concorda.

E então, sem nenhum aviso, ela colocou uma de suas mãos na parte interna da minha coxa esquerda, apertando-a bem de leve. Senti um pequeno choque de prazer invadir meu corpo e soltei um gemido involutário, que logo disfarcei com uma tosse forçada. Apertei minhas coxas juntas, tentando me livrar daquela sensação indesejada e impedindo que Jessica fizesse aquela gracinha novamente.

Por sorte TaeYeon não havia percebido, mas apavorei-me quando notei que o motorista nos observava atentamente pelo espelho do carro.

Jessica pareceu não se importar, pelo contrário.

Ela sorria satisfeita, adorava me fazer de boba. E pra piorar, eu não conseguia odiá-la por isso. Quer dizer, ela era uma safada sem um pingo de vergonha na cara, mas de alguma forma meu corpo respondia aos seus estímulos, ainda que meu coração estivesse preenchido com outra pessoa.

Respirei aliviada quando finalmente chegamos à mansão da família Kim.

Ou seria mais correto dizer palácio?

Sem dúvidas JaeKyung era a aluna mais rica de Seongkak, e isso era o que me fazia admira-la ainda mais. Apesar de extremamente vaidosa, ela não era uma patricinha insuportável daquelas que se sente superior a tudo e a todos só porque tem dinheiro, exatamente como WooRi é. JaeKyung sempre foi uma garota humilde e prestativa.

Quando descemos do carro pude perceber o quão impressionada TaeYeon ficou com aquela visão. Seus olhos brilhavam enquanto ela admirava cada detalhe do terreno: o jardim bem cuidado, os monumentos que o decoravam, as duas piscinas com medidas olímpicas que ficavam ao fundo e a casa em si, o que só fortaleceu minha teoria de que ela e seu irmão deveriam ser de uma família um pouco mais pobre.

O motorista retirou nossas coisas do porta-malas e nos levou até o hall de entrada, onde fomos recebidas pelo pai de JaeKyung.

– Entrem, meninas, por favor!

Duas empregadas da família pegaram nossos pertences assim que entramos na sala, que era grande como um salão de festas, bem iluminada e equipada com móveis modernos e aparelhos eletrônicos de última geração. Fruto do trabalho dos pais como diplomatas no Ministério de Relações Exteriores do país.

– SunKyu, minha filha! Quanto tempo! – o senhor de cabelos grisalhos me abraçou e eu correspondi com um sorriso sincero. Sempre era muito bem recebida pelos pais de JaeKyung.

Um minuto depois JaeKyung surgiu descendo as escadas correndo, irradiando felicidade. Ela nos agarrou pelos braços e nos levou para o seu quarto no segundo andar. Jia, Victoria e Tiffany já estavam por lá.

O quarto de JaeKyung estava completamente diferente dos anos anteriores. As paredes eram decoradas com um papel florido, havia uma mesa de maquiagem com um espelho gigante e outra para seus computadores e materiais escolares, um enorme rack com uma TV 46” e aparelhos de som, seu guarda-roupas, prateleiras por todo o canto com suas coleções de CDs e discos de música pop ocidental, e uma janela que dava vista para o lindo quintal. Sem contar a cama de casal que era grande o suficiente para caber umas quatro pessoas.

Os colchões já estavam colocados no chão.

Havia também alguns painéis fotográficos nas paredes, onde tinham porta-retratos com diversas fotos de sua infância. Tiffany segurava um deles quando entramos no quarto. Assim que nos viu ela veio em nossa direção.

– Me diz que essa não é você, Sunny! – ela me mostrou rindo a foto e eu imediatamente a tomei de suas mãos, desejando atira-la pela janela afora.

– Ei, quero ver! – disse Jessica tentando pegar.

– Nããão! – gritei e corri para o fundo do quarto.

– Mostra pra elas, Sunny! – JaeKyung riu.

As garotas me cercaram e quando me dei conta Jia já tinha puxado o porta-retratos de mim e mostrado pra todo mundo, para a minha infelicidade.

A foto era de uns dois anos atrás. Eu, SungMin e GongChan estávamos sentados na arquibancada do ginásio de Seongkak, abraçados. Na época GongChan era ainda mais magricelo do que hoje e usava um aparelho nos dentes, o rosto era coberto por espinhas. SungMin e eu parecíamos um casal de maloqueiros, usando bonés e fazendo gestos de hip hop.

As garotas caíram no riso e eu me impressionei com a minha capacidade de pagar micos em uma velocidade record. Mal havia pisado na casa e já estava sendo motivo de piada. Pelo menos TaeYeon parecia ter achado 'fofo', o que aliviou um pouco meu constrangimento.

– Até que você era bonitinha, vai. – brincou Jia.

– Cute! – disse Victoria.

– Pior do que o SungMin você não dava pra ser, fique tranquila. – disse Jessica rindo.

– Bom, agora que todas chegaram vamos começar a festa! – animou-se JaeKyung. Vamos vestir nossos pijamas!

As garotas abriram suas mochilas empolgadas e eu não pude deixar de dar uma espiada na de TaeYeon e ela na minha.

– Você.. você tem um porcoelho! – ela disse enquanto eu esvaziava minha mochila.

– Sim.. tenho. – respondi.

– Eu também! – e tirou o seu da bolsa, que era exatamente como o meu.

Ela sorriu e me mostrou, e eu não saberia descrever o quão feliz fiquei com aquela simples coincidência.

– E eu tenho uma alpaca de pelúcia! – disse Jessica – Seu nome é SungMin.

– O meu é uma cobra. – disse JaeKyung – Seu nome é LeeTeuk oppa. – todas riram.

– Certo, onde vamos nos trocar? – perguntou Tiffany.

– Aqui mesmo, oras. – respondeu JaeKyung – Somos todas garotas, ninguém vai te olhar com outros olhos.

Ela não fazia ideia do quão errada estava. Tínhamos uma tarada a solta naquele dormitório e a possibilidade de ficar semi-nua na frente dela me preocupava mais do que ficar na frente de TaeYeon, até porque ela já tinha me visto assim antes.

Peguei meu pijama de Pikachu e fui para o cantinho, me esforçando para não espiar nenhuma das outras se trocando. E consegui com facilidade, ser discreta era uma das minhas especialidades.

Para a minha surpresa, Tiffany também usava um pijama parecido – o dela era de tigre. O de JaeKyung era de Hello Kitty, o de Jia de Pucca e o de TaeYeon era simples, colorido e listrado. Já Jessica e Victoria causaram.

No mesmo momento em que vi Jessica trocada tive a certeza de que ela comprara aquele pijama em um Sex Shop ou alguma loja do tipo, se é que dava para chamar aquilo de pijama. Ela usava um conjunto preto de seda, com um shortinho hiper curto e uma camiseta sem mangas. Victoria, pelo jeito, havia confundido aquilo com uma festa temática, já que usava uma espécie de uniforme colegial japonês. Mas em se tratando dela era algo de se esperar, então só demos risada mesmo.

O primeiro programa da festa foi um desfile de pijamas, vencido por Tiffany. Não dava pra aguentar a fofura daquela garota. Quase todos os votos foram pra ela, com exceção do de Jessica que, ironicamente, foi para TaeYeon. E claro, ela ficou bastante envergonhada. E eu fiquei com vontade de esfolar Jessica naquele momento.

A segunda parte foi um jogo de Uno, vencida por mim, a melhor jogadora do universo - por mais que TaeYeon insistisse em jogar a carta +4 sempre que estava na minha vez. Ela me perguntou no final como eu conseguia ser tão boa e eu brinquei dizendo que era segredo.

Depois fomos assistir a um filme de terror chinês, escolhido por Jia, uma praticamente jogada em cima da outra na cama de JaeKyung. Confesso que me senti no paraíso, mas fiz questão de ficar o mais longe possível de Jessica. Não queria ser vítima do atrevimento dela mais uma vez.

A mãe de JaeKyung e algumas empregadas nos trouxeram pipoca e refrigerante. Cada vez que a minha mão encontrava a de TaeYeon no pote, meu coração acelerava.

Quase não conseguia prestar atenção no filme com o braço dela encostando-se às minhas costelas e Tiffany grudada na minha cintura, deitada com a cabeça em cima da minha barriga. Ela estava morrendo de medo daquele filme e, a cada cena de suspense fincava mais a unha na minha cintura. Eu estava em uma posição desconfortável, mas não tinha como reclamar porque... assumo que estava gostando daquele contato todo.

– Jaekie... estou enjoada – disse Victoria no meio do filme.

– Silêncio! – esbravejou Jia.

– Sério...

– Ok, vamos fazer uma pausa. – disse JaeKyung.

Todas levantaram e eu me senti um pouco frustrada, mas Victoria realmente parecia mal. Mais uma vez ela estava pálida e aparentando estar realmente doente.

– O que você tem? – perguntou Tiffany preocupada.

– Ânsia...

– Certo, vou pegar um remédio. – disse JaeKyung.

– Não, unnie! Por favor.. ligue para o Khunnie vir me buscar. Não estou bem.

Até acharia que era uma estratégia dela pra encontrar o garoto, mas dessa vez sabíamos que ela falava sério. Parecia que iria desmaiar a qualquer instante.

– Sunny, faz isso pra mim, por favor. Vou chamar a enfermeira aqui.

JaeKyung deixou o quarto e eu liguei para o namorado de Victoria. Não era a maior das fãs dele, mas fiquei impressionada quando ele disse que viria busca-la imediatamente.

JaeKyung voltou com sua enfermeira, trazendo uma compressa de água fria – Victoria estava queimando de febre – e um copo de água com um comprimido já dissolvido.

– Tome isso, minha filha. – disse a senhora – Você vai se sentir melhor.

Ela obedeceu e ingeriu metade daquele líquido que não parecia nada apetitoso. Nós formamos um círculo em volta da cama e a observamos apreensivas.

– O Khun já deve estar chegando. – disse a Victoria. – Aguenta firme, garota.

– Não sei o que acontece. – ela disse com uma voz fraca.

– Foi alguma coisa que você comeu, Vic. – sugeriu JaeKyung. – Tenho certeza.

Eu peguei o copo da mão dela e fui até o banheiro no final do corredor jogar o que sobrou do medicamento fora.

Assim que fechei a torneira pude escutar a voz de uma ahjumma do lado de fora, provavelmente a mãe de JaeKyung. Ela sussurrava, mas ainda assim parecia estar gritando.

– Kim JaeKyung, você perdeu a cabeça?! – disse a senhora.

– Ai, mas o que foi hein, mãe? - ela falou o mais baixo que pode.

Aproximei meu ouvido da porta cautelosamente para tentar escutar melhor a discussão.

– O que essa chinesa está fazendo debaixo do meu teto?! – bradou a mãe de JaeKyung.

– Não vamos falar disso agora, mãe! Não quero que elas escutem!

– Você me deve explicações!

– Vem cá, qual o preconceito com estrangeiros, hein?!

– Como você é ingênua, minha filha! – ela completou a frase com um riso baixo – Não é por ela ser chinesa, mas sim por ser uma promíscua!

Ela deu ênfase nesta última palavra e eu fiquei petrificada ao ouvir tamanha acusação. Não era possível que a fama de Victoria tivesse chegado tão longe.

– Fala baixo, mãe!

– Sua amiga está grávida, minha filha! Grávida!

Grávida? Não. Não podia ser. Não acreditei no que ouvi.

Saí do banheiro no mesmo instante e encontrei as duas no corredor. Ouvimos um barulho de campainha e a mãe de JaeKyung desceu as escadas rapidamente.

– V-você ouviu aquilo? – perguntou JaeKyung, tão chocada quanto eu estava.

– O-ouvi. – respondi.

Ficamos paradas ali até a mãe dela voltar e dizer que havia “um moleque estrangeiro” procurando pela Victoria. JaeKyung e eu a ajudamos a descer e a entregamos ao Khun, sem conseguir dizer qualquer palavra. Ele não pareceu surpreso em vê-la naquele estado. Apenas nos agradeceu e a carregou no colo até o carro. E depois os dois partiram.

– Ok. – disse a JaeKyung – Não deve ser isso.

– Ah, com certeza. Podem ser mil e uma outras coisas, não é mesmo? – ela disse tentando convencer a mim e a si mesma daquilo.

– Cla-ro.

Voltamos para o quarto e não falamos mais sobre o assunto.

O clima era de velório. As garotas pareciam preocupadas e desconfiadas ao mesmo tempo. Não tínhamos mais humor para continuar assistindo o filme ou fazer o que fosse então resolvemos dormir.

A festa do pijama terminou de um jeito quase que trágico. Era como se alguém tivesse morrido ali. Até mesmo Jessica parecia abalada.

Ok, apenas parecia.

Todas escovaram os dentes e se arrumaram para deitarmos. JaeKyung e Jia dormiriam na cama. Jessica, eu, TaeYeon e Tiffany nos colchões.

Tentei deitar em uma das pontas, mas acabei empurrada para o meio, deitando entre TaeYeon e Jessica. Exatamente como no carro horas atrás. Tiffany estava na ponta, do lado de TaeYeon.

Rezei para não ser atacada por Jessica dessa vez, mas fui esperançosa demais.

Assim que JaeKyung apagou as luzes do quarto eu entrei em pânico e me atirei embaixo do edredom.

Tentei raciocinar, mas foi difícil. Tudo o que eu conseguia era pensar naquela situação. Eu ali a poucos centímetros de TaeYeon e, ao mesmo tempo, sendo praticamente ‘encoxada’ pela Sica do outro lado.

Agarrei-me ao porcoelho e demorei quase duas horas até conseguir enfim adormecer.



Acordei no meio da noite um pouco desorientada. Sabia que ainda não era dia, pois as luzes ainda estavam apagadas, e eu não consegui enxergar nada naquele escuro.

Tinha algo acontecendo.

Alguma coisa estava abrindo lentamente o zíper da parte da frente do meu pijama. Era uma mão (claro).

“MEU DEUS TEM ALGUM TARADO ESTUPRADOR AQUI!” – gritei no meu interior quando me dei conta.

Mas ouvi um “Shhh. Fique queita” ao pé do ouvido. Percebi também que não estava mais com o capuz do pijama quando senti a respiração da garota no meu pescoço.

Ela terminou de abrir o zíper, expondo meu peito nu.

Sabia que se eu me mexesse iria acordar todas e um escândalo seria causado, o que eu definitivamente não queria. Mas também não queria continuar sendo abusada.

– Jessica! – sussurrei.

– Eu mandei você ficar quieta.

Ela sussurrou de volta e pude sentir em seguida sua língua, quente e molhada, trabalhando no meu pescoço.

Ela lambia fazendo movimentos circulares e em linha reta. Sugava, mordia e beijava cada milímetro de pele exposta.

Percebi o quão sensível meu corpo era. A cada contato de sua língua ele reagia com pequenos espasmos e contrações.

Meu coração disparava e eu me segurava para conter os gemidos. Nunca havia sentido tanto prazer antes.

E ela sabia muito bem o que estava fazendo.

Ela largou o meu pescoço e eu imediatamente senti falta daquela sensação que era proporcionada por seus toques.

Então me girou pela cintura e me fez virar de frente para ela. Eu fechei meus olhos com força para não encara-la, e lágrimas começaram a cair.

E então aconteceu: o meu tão esperado primeiro beijo.

Claro que não havia sido como eu imaginava nos meus sonhos, mas não pude deixar de gostar.

Apenas acompanhei devagar seus movimentos enquanto ela explorava minha boca com sua língua, roçando-a contra a minha e colando seus lábios nos meus.

Com uma de suas mãos ela começou a acariciar cuidadosamente meus seios com movimentos suaves e contínuos, beliscando de vez em quando meus mamilos, que aquela altura estavam rígidos como nunca.

Mais do que antes eu me segurei para não gemer de prazer.

Era tão bom.

Mas tão errado.

Quando não estava mais conseguindo mais me manter consciente de meus atos, achei que era hora certa para parar.

Rompi o beijo e a encarei fixamente.

Sem conseguir emitir qualquer som, fiz uma tentativa de dizer “não”.

Ela leu meus lábios e dessa vez pareceu um pouco mais humana. Tinha uma emoção no olhar que eu não soube interpretar.

– Ok. – ela disse.

E se virou me deixando ali.

Naquele estado.

E eu chorei em silêncio pelo resto da noite.


**


A semana seguinte passou voando.

Em nenhum momento Jessica e eu conversamos sobre o que aconteceu na casa de JaeKyung. Talvez porque eu estava fugindo dela como Lucifer fugia da cruz. Mas ela foi compreensiva, pra minha sorte.

Tampouco falamos no grupo sobre o “Caso Victoria”. JaeKyung e eu concordamos de só voltar a falar sobre aquele assunto quando notássemos que Victoria estava ganhando peso ou algo do tipo.

Minhas noites daquela semana foram as mais difíceis de toda a minha vida. Agarrada ao porcoelho de TaeYeon (sim, nós trocamos sem querer os dois) eu pensava no que havia feito com Jessica mesmo amando a outra com todo o meu coração.

Eu me sentia suja. Vulgar.

Fiquei com receio de contar a GongChan, apesar dele ter desconfiado que algo havia acontecido.

Falando nele, CNU agora era presença constante na nossa mesa nos intervalos. Os dois estavam cada dia mais próximos e Channie me disse que “faltava pouco para conseguir o que queria”.

A parte boa da semana foram os ensaios. Em uma semana evoluímos a coreografia como se estivéssemos treinando há meses. A Festa do Pijama realmente serviu para unir o grupo, no fim das contas.

Ao menos isso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

tenso..