O Último Elemento escrita por Bia_C_Santos


Capítulo 2
Capítulo 2 - 15 anos


Notas iniciais do capítulo

Gente, tinha um erro no primeiro cap.: é lava, e não larva, sorry kk Percebam e os capítulos não vão ser grandes, espero que vocês tenham gostado do primeiro :)



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Imediatamente, me sentei na cama, sentindo muito calor.

       Eu não acreditava no que eu tinha acabado de ver. Era muita dor e calor. E, mais impressionante ainda, era quase ouvir o garoto que eu amo dizendo “Eu te amo” tão perto de mim, no meu ouvido.

       Era óbvio que aquilo era somente um sonho! Isso nunca poderia acontecer. Mas parecia que eu ainda o presenciava. Tudo ainda estava quente. Eu não estava queimando nem por fora e nem por dentro, mas minha cama estava quente.

       Passei a mão no meu cabelo. Estava molhado. Provavelmente só suor, mas estava muito molhado.

       Encostei a mão na minha cama, me preparando para me deitar novamente, até que percebi que minha cama também estava molhada. E, não achava que eu tinha suado tanto assim.

       A cama inteira estava encharcada.

       Ah, não! Não, não, não e não! Eu estava fazendo 15 anos, por favor! E a cama não estava com um cheiro ruim. E, bom, não era possível que ele chegasse a tão longe. Ah, que nojo!

       O pior é que eu não sabia o que ia falar para minha mãe.

       Minha mãe não é de ficar brava se você tiver uma boa explicação para o que você fez. E, bem, eu quase nunca precisei explicar s coisas para ela. Ela sempre me disse que era uma filha exemplar.

       Mas, isso não era uma coisa simples! Minha cama estava encharcada. Eu precisava, pelo menos, de um motivo. Mas eu não tinha nenhum! E eu precisava explicar tudo tão certinho.

       Liguei o meu celular para ver as horas. Precisava de um tempo para arrumar toda a bagunça.

       06h04min! Ah, Meu Deus, daqui exatamente um minuto ela viria e me chamaria para me aprontar e ir para a escola.

       - Alice – ela falou por trás da porta-, querida, eu sei que já está acordada, pelo menos hoje. Você sempre acorda mais cedo em ocasiões especiais. Será que pode abrir a porta para mim? Estou com as mãos cheias agora.

       Andei até a porta em abri bem pouquinho.

       Minha mãe estava com um vestido que eu sempre achei ser o mais bonitos de todos. Sua cor era linda. Azul. Era minha cor preferida e ela sabia disso. Seus cabelos cacheados e morenos estavam presos em um rabo de cavalo e nas mãos ele tinha uma bandeja com pequenos pães de frios e suco natural de laranja.

       - Mãe, você sabe que não precisava e... – comecei, tentando deixar com que ela não ficasse muito brava depois.

       - Parabéns, filhinha! – ela começou.

       Ela invadiu meu quarto, deixou a bandeja na escrivaninha e me deu um abraço, muito apertado.

       Ela pareceu não ver o que havia acontecido com minha cama, ou apenas ignorou porque o seu humor continuava o mesmo.

       - Ah, minha filhinha já está tão... crescida! - ela falou, emocionada – Acho que não vai mais precisar da mãe! 

       De certa forma, eu não me irritava quando ela me chamava de “filhinha”, “amorzinho” ou outras coisas do tipo. De vez em quando, eu até gostava.

       - Ai, mãe, é claro que eu vou precisar de você! – respondi – Sempre!

       - Ah, que saudade de quando você era criança! Era tão fofinha. E olhe agora! Está tão bonita!

       - Eu? Hã, mãe, acho q isso não se chama bonita...

       Falando sério, eu não sou bonita. Eu era pequena que não passava de um metro e setenta. Meu cabelo ficava na altura dos ombros e era ruivo natural. Eu não era gorda, mas também não estava em forma. A única coisa que eu achava atraente em mim eram os meus olhos. Todos o elogiavam.

       - É sim! Para mim, você é a garota mais bonita de todas!

       Resolvi não discutir com ela. Nessas pequenas discussões, ela sempre vencia.

       - Mãe, não notou nada de errado aqui?

       - Hum, não.

       - Nem na minha cama?

       Vocês devem estar pensando qual é o meu problema, mas eu nunca consigo esconder algo da minha mãe.

       - Bom, ela está molhada.

       - É, inteirinha...

       - Sim, e daí?

       É por isso que eu amo tanto minha mãe. Ela faz com que eu não tenha culpa de nada.

       - Não vai dar muito trabalho para você, vai?

       - Ah, não, meu bem. Nem se preocupe muito. A mamãe dá um jeito.

       - Mas, mãe! Eu nem sei como isso aconteceu.

       Ela ficou em silêncio. Acho que não foi tão boa ideia lembrar a ela que eu estava errada.

       - Verdadeiramente, minha filhinha está crescendo!

       - O que isso significa?

       - Nada, meu bem.

       - Tem... Tem a ver com o meu pai?

       Meu pai havia morrido há 10 anos, quando eu ainda era pequena. Trabalhava num cruzeiro. Me disseram que toda vez que ele estava no navio, o mar se acalmava. Mas, sempre aconteciam desastres, ainda mais nesse tipo de área.

       - Não! Nem se preocupe! Hã... Seu café vai esfriar. Melhor você toma-lo logo, porque ainda tem que se trocar para ir à escola.

       Era evidente que tinha alguma coisa a ver com meu pai. Primeiro, ela tinha ficado muito nervosa. Segundo, não tinha jeito de meu café esfriar, porque não eram coisas que se comiam quando estavam quentes. E terceiro, tinha uma hora para eu me trocar para ir à escola. Mas eu não sabia o que podia ser.

       Mas, talvez não fosse nada mesmo. Talvez ela estivesse apenas nervosa porque não gostava muito de falar sobre o meu pai.

       Agora eu não podia me preocupar com coisas tão pequenas. Era último dia de aula, além do meu aniversário de 15 anos. De noite teria a festa, e durante a tarde eu só iria ao cabeleireiro, buscar meu vestido (que minha mãe não me deixou ver), manicure, etc. 


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