O Desafio Final dos Deuses - a Prole de Loki escrita por ZackSun


Capítulo 5
Capítulo 5 - Loki XX


Notas iniciais do capítulo

Atrasei 4 dias só, capítulo 6 sai na segunda quinzena de novembro.



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A sensação de pisar no Deck de pouso do enorme castelo de Neo Prontera, teria sido comparável a pisar na lua pela primeira vez. Tudo era novo, confuso e belo. Não dava para fixar os olhos em algo porque logo outra coisa mais impressionante surgia. A plataforma tinha o tamanho de 4 campos de futebol, divididos em pequenas plataformas onde pousavam e decolavam várias naves similares as que os heróis deixaram, soldados vestidos de negro corriam de lá pra cá gritando ordens e recebendo respostas.


 


Capitão: Como podem ver, as coisas mudaram completamente. Com a Guerra dos Deuses, todas as cidades e reinos foram devastados, exceto este, que se tornou o bastião da raça humana graças a regência das linhagens dos Loki.


 


Vitor sentiu vontade de cuspir no chão, mas teve de conter o impulso quando Douglas esbarrou nele.


 


Ariel: Mas não poderiam voltar a viver nela depois da guerra?


 


Capitão: Até tentamos, mas o sangue dos Deuses amaldiçoaram a terra e envenenaram a água. Hoje, só os monstros hediondos imperam onde antes existiam belas cidades humanas.


 


Arthur: Quer dizer que Payon, Gefen, Morroc, Alberta... Todas essas e outras cidades desapareceram do mapa.


 


Capitão: Se que você se refere à estrutura de cidades, sim, foram obliteradas por Thor, o infame Deus do trovão.


 


Arthur sentiu seu peito arder ao ouvir o nome de seu mestre e amigo de forma tão leviana.


 


Arthur: Thor não faria algo tão hediondo!


 


Capitão: Mas fez, e os refugiados de cada cidade começaram uma vida nova em anexo com a antiga Prontera. Hoje você encontra características de cada uma nos mega bairros da metrópole.


 


Arthur sentiu seus músculos enrijeceram, não poderia ser possível que o honorável Deus dos Trovões, o mais forte entre todos Aesir, cometesse um ato de barbaridade tão vil. Vitor sentiu que muito em breve o irmão perderia a calma, se aproximou dele e disse em um tom que só os dois entenderiam.


 


Vitor: Relaxa mano, sabemos que pra situações como essa, a calma e a prontidão são méritos de ouro.


 


Arthur olhou para o irmão e apenas assentiu bem devagar.


 


Capitão: Bom senhores, devemos escoltá-los ao carceramento provisório até descobrirmos quem realmente são vocês.


 


Vítor: Você vai nos desculpar capitão, mas eu acho que não temos tempo para isso.


 


Capitão: Infelizmente você não tem escolha, filho.


 


Vítor: Infelizmente eu não sigo as regras, capitão.


 


O Capitão sentiu aquele costumeiro arrepio na nuca ao notar que o Algoz não estava blefando, mas quando se virou era tarde demais, Vitor já colocava seu plano em prática.


 


---


 


Primeiro ele ficou estudando o mecanismo da algema o tempo inteiro, descobriu que não funcionava por peso, mas sim por magnetismo, “colando” o prisioneiro em algo de metal. O segundo passo foi desativar o cinto que controlava as algemas, para isso usou a distração de Douglas enquanto cortava alguns fios. O terceiro passo foi deslocar alguns dedos da mão para que essa passasse pelos buracos da algema, o quarto e último passo foi desferir um soco em Stevens, tão forte, que quebrou alguns dedos da mão no processo. O rapaz voou em cima de seu capitão, que só teve tempo de proteger o rosto enquanto ambos eram jogados contra uma nave que ruiu no processo.


 


Vitor: Irmão, agora está na hora de liberar toda essa fúria.


 


Arthur: Até que enfim! GAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHH!


 


Os músculos do rapaz aumentaram gradativamente, suas pupilas desapareceram, veias da grossura de um dedo brotavam de sua garganta e músculos, enquanto o ar pesava a sua volta devido a tanto poder. A pele de Arthur tomou um tom vermelho, faíscas disparavam pelo seu corpo, a força bruta fluíam por seus amigos contagiando cada um. Era a técnica que dava a força do gigantes para os Mestres-Ferreiros:


 


!FORÇA VIOLENTA!


 


Arthur: Não vai durar muito tempo, aproveitem!


 


Um alarme soou e soldados saiam de todo os lugares, armados com espadas tão grandes quanto a de Stevens. O grupo não se deixou intimidar, agora todos brilhavam e tinham o dobro da sua força.


 


Vítor: Meninas, descolem nosso transporte. Arthur proteja-as. Eu e o Douglas vamos segurar esses caras o máximo possível.


 


Todos obedeceram sem questionar. Vitor não era um líder inato, pelo contrário, tinha adquirido esse posto adquirindo também a total confiança de seus amigos, sem a colaboração e valor de cada um deles, era como mandar no vento. 


 


Douglas: Espada ae Escutum?


 


Vitor: Leu a minha mente. Vai querer ser qual?


 


Douglas: Escutum, estou sem minha espada e não aprecio a violência grátis.


 


Vitor: Você é quem sabe, vai perder toda a diversão.


 


Vitor e Douglas se colocaram em pose de combate. O esquadrão de espadachins chegavam em número muito superior e logo cercaram os dois.


 


Soldado: Entreguem-se agora e não haverá feridos.


 


Vitor: Não dá não campeão, mas prometo o mesmo se desistirem.


 


Soldado: Impertinente, são só cinco contra 100 de nós! Vocês acham que conseguem?


 


Vitor: É... Acho que 100 dá pra aquecer os dedos do meu pé.


 


Soldado: Maldito, vai pagar com a língua!


 


Os saldados avançaram para cima dos dois, não todos, alguns passaram e foram na direção dos outros três que corriam para uma das naves que ainda estavam no deck.


 


Arthemis: Já disse que o Vitor é doido?


 


Arthur: Só umas mil vezes...


 


Arthemis: Não, é sério, ele espera que peguemos uma nave e que ainda saibamos pilotá-la para sair daqui. Isso é pura burrice! Não dominamos a tecnologia desse tempo. Isso não é óbvio?


 


Arthur: É, é sim.


 


Eles chegaram a uma das naves lustrosas que pareciam hermeticamente fechadas. Arthur enterrou a mão na estrutura e tirou a porta do lugar como se ela fosse feita de isopor.


 


Arthur: Não lhe ocorreu outra coisa óbvia?


 


Perguntou enquanto jogava a porta no contingente que marchavam na direção deles.


 


Arthemis: Que outra coisa?


 


Arthur: Que se ele não confiasse plenamente na sua inteligência ele nunca teria dado tal ordem?


 


Arthemis: ...


 


Arthur: E está na hora de retribuir essa confiança... Confiando mais em si mesma.


 


---


 


Arthemis: ARGH! Não dá! Não dá!*POF* AIIAII


 


A biblioteca era imensa, tão grande, que cada parede de livros tinha o tamanho de um prédio de 10 andares. Arthemis estava entre elas lendo um estupidamente grosso volume intitulado “Magia de A à Z”, mas estava tão transtornada com a linguagem científica do livro que havia o jogado no chão e tentado chutá-lo, conseguindo  uma bela dor no pé.


 


???: Ora, ora... Mal começou o primeiro livro e já desistiu? Assim levará séculos para ler toda biblioteca!


 


Arthemis: Você ‘tá’ é surtado? Cê acha que eu vou ler essa quantidade colossal de livros!


 


???: Mas só assim concluirá seu treinamento como Professora Transcedental.


 


O homem que falava com ela era um poço de educação. Vestes impecáveis de tão limpas, cabelos loiros milimetricamente penteados, o rosto era belo e perfeito, e os olhos azuis brilhavam cintilantes por detrás dos óculos redondos. O homem parecia uma pintura de tanta impecabilidade. Seu nome era Gangwolf Amadeus, o maior estudioso sobre magia desde os tempos antigos.


 


Amadeus: A Magia é poder. O conhecimento é poder. Então, Magia também é conhecimento. Esses são os preceitos básicos da magia que todo Professor deve aprender.


 


Arthemis imitava o jeito dele falar e seus gestos ensaiados, enquanto explicava. Ele não dava bola para ela e continuava a explicação.


 


Amadeus: Essa biblioteca é composta de tudo quilo já foi escrito sobre a magia um dia, seus autores variam de pessoas tão comuns quanto um camponês, a entidades de extremo poder como as Valquírias. Se esse legado for seu, não haverá nada no mundo que não seja capaz de fazer.


 


Arthemis: Mas isso é humanamente impossível! Nenhum ser consegue armazenar tanto conhecimento em tão pouco tempo, simplesmente não dá!


 


Amadeus: O limite da sua mente é você quem cria. E a sua, minha cara, é tão limitada quanto uma cela.


 


Arthemis: Mas é impossível...


 


Amadeus: É impossível? Você viajou para outra dimensão, quebrou a realidade a moldou fazendo magia, participou de uma guerra contra monstros saídos dos pesadelos dos Deuses, morreu e ressucitará em breve, e ainda acha que isso é impossível?


 


Arthemis ficou sem palavras, ultimamente tinham acontecido coisas mais impossíveis que possíveis, ela não havia se bloqueado tanto quanto agora.


 


Arthemis: Mas é difícil...


 


Amadeus: Porque você pensa na vida como montanhas e deveria pensar nela como ladeiras. O primeiro passo é sempre o mais difícil, mas daqui para frente é só deixar-se levar pela descida.


 


Arthemis pegou o grosso volume e o abriu na primeira página novamente. A linguagem antiga lhe atingiu como uma pancada no cérebro, ela forçou, leu de novo, a vertigem lhe subiu mais uma vez a cabeça. Ela parou, respirou fundo, pensou em seus amigos e como eles eram importantes para ela. Leu de novo e desta vez compreendeu tudo como uma criança que acaba de aprender a função de somar. O mundo da magia abria-se na sua mente, tão livre de amarras como um pássaro no céu.


 


---


 


Soldados voavam em todas as direções enquanto Vitor distribuía socos e chutes e Douglas defendia espadadas com as mãos nuas. Arthur segurava sozinho um contigente de 30 homens do lado de fora da nave enquanto Arthemis e Ariel batalhavam contra o complexo sistema da nave.


 


Arthemis: Isso aqui deve ser o manche, agora onde que liga essa joça?


 


Ariel: Será esse botão vermelho aqui?


 


S.Sacerdotisa apertou um grande botão vermelho no centro da aeronave, ela tremeu e os motores de fogo azul rugiram.


 


Ariel: YATAAA! Conseguimos!


 


Arthemis: Diabo de loira sortuda!


 


“CÓDIGO DE DECOLAGEM”


 


Soou uma voz metálica dos comandos futuristas.


 


Arthemis: Ai droga...agora ferrou... Não faço idéia do que seja!


 


Ariel: Tenta Loki XX.


 


“CÓDIGO ACEITO, INICIAR SISTEMA DE DECOLAGEM”


 


 Arthemis: Virou vidente agora é?


 


Ariel: Não, é que eu achei escrito aqui nessa revista chamada PlayDeusas.


 


A nave começou a decolar e Arthur pulou pra dentro depois de socar mais alguns soldados.


 


Arthur: Arthemis, você consegue chegar perto dos dois?


 


Arthemis: Eu não sei nem como LIGUEI esse trambolho, mas posso tentar.


 


Arthemis começou a manobrar, o objeto tinha ligeira semelhança com um helicóptero que ela pilotara na escavação da Islândia. Ela se aproximava devagar de Vitor e Douglas que já começavam a cansar da investida dos soldados, o “buff” de Arthur tinha acabado e Douglas havia pegado uma das espadas e a usava como escudo.


 


Ariel: OH MEU DEUS!


 


Como susto, Arthemis fez a nave dar uma guinada e passar com uma das asas raspando no chão do deck. O Algoz e o Paladino tiveram que se abaixar para não perder a cabeça, literalmente.


 


Arthemis: ARIEL SUA SONGA! VOCÊ QUE NOS MATAR?!


 


Ariel estava lívida pelo susto e agarrava a revista com os dois braços.


 


Ariel: D-desculpa... É essa revista!


 


Arthemis: E o que tem ela? É só uma revista masculina como as da Terra!


 


Ariel: É que eu to no pôster central e eles esculacharam nos tamanhos do meu peito, olha só!


 


A nave deu outra guinada e dessa vez os dois tiveram que pular a asa que arrancou mais faísca do chão.


 


Douglas: Vitor, o que você fez pra Arthemis dessa vez?


 


Vitor: Eu sei lá! Ela que sempre ta tentando arranjar um motivo pra me matar!


 


A nave fez mais algumas voltas no ar e finalmente pairou sob os dois, um pouco de impulso foi o suficiente para alcançarem a mesma. Quando entrou, Vitor encontrou um colorido e confuso cenário: Arthemis vermelha como pimentão, Ariel branca como um boneco de neve e Arthur verde como um limão. Num canto da nave, algo que deveria ser uma revista queimava em chamas azuis.


 


Vitor: Ok, primeiro nos tira daqui, depois eu quero saber o que aconteceu.


 


Arthemis manobrou e se preparou para ligar a força total, mas a nave deu um solavanco e os controles desligaram. Ela foi caindo rápido e bateu no deck se espatifando completamente. La dentro o susto tinha sido maior que as feridas, todos estavam tontos, Arthur havia desmaiado e sua cara estava tão verde quanto apele de um orc.


 


Douglas: Estão todos bem?


 


Vitor: Eu acho que sim... Mas o Arthur desmaiou, ele nunca foi muito de voar mesmo.


 


Douglas: Ariel, Arthemis, vocês estão bem?


 


Ariel: Sim... Eu machuquei a perna, mas consigo andar.


 


Arthemis: Eu acho bom você ir pensando em outro plano Vitor, a coisa acaba de ficar muito feia.


 


Do lado de fora tinha o cinco vezes mais soldados que da última vez, todos haviam cercado as naves e alguns deles portavam uma espécie de arco futurístico, outros pistolas, outros espadas laser. Na frente de todos, um homem muito belo trajando uma roupa pomposa cheia de adornos tecnológicos sorria enquanto esperavam todos saírem da nave.


 


Douglas: Vamos sair?


 


Vitor: Não tem outro jeito, estamos fracos, feridos, sem equipamentos e cansados. Desta vez não temos opção. Vem cá, me ajuda a erguer o Arthur...


 


Eles saíram devagar, os soldados miravam suas armas para qualquer movimento brusco que algum deles fizessem, eles pararam em frente ao homem pomposo que obviamente deveria ser o líder daquele batalhão. Imediatamente, este se ajoelhou para os cinco.


 


???: O que estão esperando, ajoelhem-se perante aqueles que impediram o Ragnarök e prenderam Loki no mundo mortal. Diante de vocês estão os únicos e verdadeiros “Escolhidos”.


 


O espanto foi geral, tanto para o quinteto quanto para o batalhão de guerreiros. Um a um todos foram se ajoelhando perante os cinco, que tinha na face a total expressão de espanto e confusão.


 


Ariel: E o senhor, quem é?


 


???: O seu mais humilde servo minha deusa, Loki XX(vigésimo), Rei-imperador de Prontera.


 


Vitor: Certo, agora ferrou de vez.


 


Douglas: Calma, não poderia ficar pior, poderia?


 


Neste instante, um trovão cortou o céu e uma chuva pesada começou a cair.


 


Arthemis: Douglas, eu já disse que te odeio hoje?


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Notas finais do capítulo

Cap. 6 - Esmola demais...



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