09 - Harry Potter e os Guardiões da Fronteira escrita por alinecarneirohp


Capítulo 17
O MUNDO NÃO SE CONSERTA SOZINHO.




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NA: vocês estão torcendo por Draco e Sue, é? Xi... será que vão gostar desse capítulo?

Era noite já, no mundo dos homens. Quanto tempo havia passado ninguém sabia ao certo. Só quando chegaram ao castelo, todos se deram conta que estavam cansados e famintos, e na sua maior parte, com as roupas e a aparencia física arruinada. Seria de se esperar que alguém aparecesse para recebê-los no castelo, algum professor, quem sabe... mas ao chegarem na porta principal, Hogwarts estava mergulhada em silêncio, mesmo que suas janelas estivessem todas iluminadas. Harry matutou um pouco... eles haviam saído dali numa noite bem semelhante àquela, pelo portal do mundo dos mortos. Será que... não, não podiam ter voltado na mesma noite, podiam?

Ele estendeu a mão e sob o olhar de todos, bateu a aldrava da porta do castelo. A porta principal abriu-se. O saguão de entrada parecia deserto. O grande salão também. Harry arriscou-se e gritou:

-         Olá?

-         Será que aconteceu alguma coisa? – perguntou Draco, já apreensivo. Foi nesse momento que por uma porta lateral apareceu Hagrid. Ele segrava em cada mão um presunto de bom tamanho, e atrás dele, vinha um pobre estudante carregando a duras penas uma batelada de travessas cheias dos horrendos bolinhos de Hagrid, que ele insistia em chamar de biscoitos.

-         Olá! Harry! Abel! Que ótimo que voltaram... os estudantes estão reunidos nas salas comunais enquanto aguardam o jantar que estamos todos preparando na cozinha!!

-         Na cozinha?

-         Oh, sim, na cozinha – disse o meio gigante, adiantando-se bem humorado – nós todos tivemos que cozinhar esse jantar... bem, é claro que eu dei uma ajuda.

Aqui Harry e Rony entreolharam-se horrorizados, lembrando-se das incursões culinárias de Hagrid.

-         Até Sirius foi para cozinha, acredita? Sirius! Ele não teve preconceito algum de praguejar contra o sumiço dos elfos, mesmo que Sheeba, Mione e Willy tenham dito que isso fazia justiça a um povo... essas coisas humanistas que vocês conhecem... ele chegou a dizer: “bem, e agora, quem vai cozinhar o jantar dessa noite?”.Acho que ele não gostou da resposta... claro que ninguém sabe ainda fazer direito aquela coisa de transportar mil pratos para o salão de uma vez – eles haviam chegado à beira do retrato da cozinha e como Hagrid estava ocupado, Rony fez cócegas na pêra que fazia a cozinha se abrir, ao que Henry comentou:

-         Aaah... é assim que se entra na cozinha, é?

Rony só olhou para o filho, que sorriu meio sem jeito. Um a um, eles foram entrando, e cada um tentava conter o riso quando via o diretor de Hogwarts no meio da cozinha, de avental e com um lenço amarrado na cabeça, à guisa de cozinheiro. Sheeba, Mione e Willy ajudavam-no, e não tinham uma aparência muito melhor. A verdade era que ninguém ali estava muito acostumado com cozinha.

Quando eles entraram, todos pararam o que faziam, e choveram abraços sobre eles (obviamente Sirius ignorou o olhar de Snape para seu avental). Willy beijou tanto Abel e Harry, tantas vezes, que o menino até ficou sem graça. Sheeba e Sirius olharam para Hope cheios de orgulho, e a moça, contrariando toda a tendência de distanciamento com os pais que caracterizara os últimos anos de sua adolescência, praticamente pulou sobre eles, os olhos cheios de lágrimas, dizendo que estava feliz em estar de volta, aproventando para dizer que Stoneheart  havia arriscado a vidapor ela, o que fez Sirius olhar de alto a baixo o rapaz, perguntando:

-         Hum... seu pai é aquele auror, não? Aquele fortão, o Stone? 

O clima na cozinha realmente se tornou de festa, com todos falando ao mesmo tempo, e alto. Hermione abraçou ao mesmo tempo Rony e o filho, ao que este comentou:

-         Ei, mãe, pode ficar mesmo feliz! Estamos muito bem e ajudamos a realizar seu velho sonho de libertar os elfos.

Nesse instante Sirius parou e olhou para o grupo desconfiado:

-  Bem... o sumiço dos elfos tem a ver com a volta de vocês? Eu imaginava isso.

-         Err... – disse Harry – quanto tempo ficamos fora?

-         Quarenta e oito horas, daqui a cinco minutos – disse Sirius, olhando o relógio – os que foram mais cedo, já estão há pelos menos 56 horas fora do nosso mundo... Isso me lembra que devemos REALMENTE fazer a porcaria do jantar – ele falou, voltando às tarefas de cozinha e conclamando os demais a fazerem o mesmo -   você não tem idéia de como foi difícil manter o ministério da magia fora disso. Seus aurores fizeram um bom trabalho... eles deram guarda a Percy em Hogsmeade, e ele acredita piamente que você não arredou o pé daqui e está até agora procurando a mulher sombra – Sirius dizia isso enquanto batia vigorosamente uma travessa funda cheia de algo que parecia uma massaroca de ovos – Sheeba, você tem certeza que isso vai realmente virar um omelete?

-         Ora- disse Harry – eu sei que estamos cansados e tudo mais... mas acho que poderíamos pelo menos por hoje ajudar vocês...

-         Claro – disse Snape, procurando um avental que lhe servisse – eu acho que depois dos tais mundos invioláveis, a cozinha de Hogwarts é, no mínimo, desestressante.

E enquanto cozinhavam o pior jantar da história de Hogwarts (segundo o que seria registrado posteriormente no volume 68 de “Hogwarts, uma história”), todos que haviam estado nos mundos invioláveis iam comentando o que lhes acontecera, e foi só assim que uns souberam o que os outros tinham passado. Particularmente, Hermione sentiu-se orgulhosa quando Henry contava de forma tímida, como chegara nu na praia do mundo das lágrimas amargas, e como dissera que não abandonaria alguém que havia feito bem a ele.

Todos que haviam estado no mundo dos mortos tinham cada apenas um pequeno fragmento de lembrança. Rony lembrava-se dos avós, Kayla, de ter visto uma mulher linda que não sabia bem quem era. Harry disse que colocaria sua lembrança numa penseira, mas não falou exatamente do que se tratava, e todos supuseram que ele lembrava dos seus pais. Foi nessa hora que sentiram falta de Draco.

- Ora... não é que o safado do Malfoy fugiu da preparação do jantar? – disse Sirius – deve haver um meio de descontar isso do seu salário.

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Draco subiu até a ala de hóspedes, pensando de Sue estaria ainda ali. Desde que a mulher sombra falara-lhe do seu pai, ele havia tomado uma decisão. A recordação de sua mãe dizendo para ele que o pai estava vivo repetia-se inúmeras vezes no seu pensamento... e ele agora sabia que como o pai, também havia errado muito com a mulher que amava, e não queria que esse erro durasse nem mais um único minuto. Bateu na porta do quarto onde estavam hospedadas as médicas. O rosto de Annie Van Helsing apareceu.

-         Senhor Malfoy... Draco...

-         Olá. Annie... Sue ainda está ou voltou para Londres?

-         Ela... ela não quis sair daqui, Draco, e passou os últimos dois dias muito mal, pensando na filha desaparecida e em... em você, acho.

-         Ela está aí?

-         Acho que você deve procura-la nos seus aposentos... Ela pediu a chave a Sirius para cuidar do seu peixinho dourado...

Draco ia dizer que não tinha nenhum peixinho dourado, quando compreendeu o que aquilo queria dizer e saiu correndo.

-         Ei... e Severo? – gritou Annie, apreensiva.

-         Desça até a cozinha – disse Draco, explicando brevemente como ela chegaria lá, e disparando em direção ao seu quarto.

Ele entrou no próprio quarto de forma intempestiva, para ver Sue debruçada sobre suas anotações na escrivaninha, lendo avidamente todos os seus apontamentos e histórias.  Anos antes, quando ele começara a escrever, ela insistira para que ele a deixasse ler, e ele não aceitara nunca. Um dia, ela perguntara sobre o que ele estava escrevendo, e ele disse: “estou escrevendo sobre meu peixinho dourado, Srª Malfoy...”. 

-         Eu.. – ela disse encarando-o sem jeito – eu precisava distrair minha mente... eu tinha medo que Kayla não voltasse...

-         Ela está sã e salva... se quiser vê-la, ela está na cozinha. Creio que está se divertindo bastante...

-         Espero que ela cozinhe melhor que a mãe... você... está bem?

Ele não parecia muito bem, realmente, estava mais pálido que o normal, as roupas estavam sujas e empoeiradas, e havia sujeira em seu rosto branco e um pouco envelhecido. Draco agora parecia mais velho que realmente era. Ele a olhou em silêncio, e a velha falta de coragem de falar sobre eles dois assaltou a ambos de uma vez.

-         Bem... – ele disse – se quiser ver Kayla... é só descer e...

Sue saiu correndo porta a fora. Ele não a censuraria jamais, afinal, ele no lugar dela talvez fizesse a mesma coisa. Mas não sentia-se animado para segui-la. Talvez ele estivesse enganado, e o tempo dos dois tivesse acabado, e ele precisasse recomeçar tudo em sua vida, mas sozinho. Um tempo depois, bateram à porta e ele foi abrir. Era Sue, de novo. Ficaram um instante olhando um para o outro, meio sem jeito.

-         Eu... Kayla – ela disse – ela está realmente bem...

-         Eu disse a você...

-         E acho que ela chegou à idade que mãe por perto é meio...

-         Hum... “um mico?

-         É.

-         Pois é... – ele baixou a cabeça e ela disse o que realmente a fizera voltar

-         Você não escreve sobre peixinhos dourados... – ele corou.

-         Você leu tudo?

-         Não li os tratados de magia... mas as histórias... elas são fascinantes...

-         Achei que trou... achei que elas não parecessem boas para quem não gosta de magos...

-         Escute... – ela disse – eu tenho que dizer tudo de uma vez, ou vou perder a coragem. Eu ainda amo você, Draco, e sinto sua falta todas as noites... e tenho achado que sem você minha vida ficou subitamente estúpida e vazia... e descobri que implicava com bruxos porque tinha ciúmes... e se você não quiser voltar, eu entendo e... – ele estendeu a mão e tocou seus lábios.

-         Eu quero voltar – ele sussurou – Eu também fui estúpido e cabeça dura, porque como você, em vez de enxergar o que a gente tinha de bom quando estava junto, só pensei o tempo todo nas diferenças... e eu achava que você não devia mais caçar vampiros, mas não percebia que estava sendo egoísta e...

Foi repentinamente que os dois entenderam, ao mesmo tempo, que não era preciso dizer mais nada. Eles apenas se abraçaram fortemente, mudos, sem palavras, e do abraço acabaram se beijando e do beijo...

Bem mais tarde, estavam deitados na cama dele, que era uma cama de solteiro, achando uma graça infinita nisso, quando ele disse:

-         Acho que vão sentir nossa falta no jantar... mas sinceramente, você sente vontade de provar uma omelete feita pelo Sirius? – ela riu e disse:

-         O que aconteceu afinal com os elfos?

Ele contou tudo, minuciosamente, pulando as partes que não entendera muito bem, resumindo outras e acabou falando:

-         Enfim... acho que vamos ter que entender que não são só os trouxas que são estúpidos às vezes... nós criamos uma civilização baseada no trabalho dos elfos... sempre achamos que nós éramos mais civilizados e inteligentes que os trouxas e, bem, há quanto tempo não há escravidão instituída entre os trouxas?

-         Na prática, acho que ainda existe escravidão em alguns países... e não é só nisso que estamos errados – ela se aconchegou a ele com uma expressão pensativa – tem muita coisa errada pelo mundo... muita injustiça. Creio que o mundo não vai se consertar sozinho.

-         De jeito algum... mas... como vamos dizer às crianças?

-         Que o mundo não é uma maravilha?

-         Não! Que estamos voltando, Sue...

-         Não precisamos nos preocupar com isso, afinal, acho que era o que eles mais queriam. A propósito, precisamos decidir onde vamos morar...

-         Bah! Não quero falar sobre isso agora, Sue.. – ele fez menção de esconder o rosto nas cobertas e ela o puxou e disse:

-         Não. Precisamos parar de empurrar os problemas, ou vamos continuar na mesma de sempre...

-         Ok – ele suspirou profundamente – eu realmente não quero deixar Hogwarts... mas também não acho certo você se tornar uma mulherzinha e passar o resto da sua vida enterrada aqui comigo e...

-         Como funciona mesmo uma chave de portal?

-         ...

-         Draco?

-         Você está me PEDINDO para solucionar um problema nosso usando... magia?

-         Com todas as letras. A gente poderia comprar uma casa em Hogsmeade, não? Eu poderia usar uma chave de portal e vir de Londres todas as noites... e a gente pode usar um telefone também... não faça essa cara, as linhas passam perto de Hogsmeade que eu sei, é só puxar uma linha para aqui perto e...

-         Se você suportar os chiados e interferência...

-         Bem... assim, com telefone, eu me sentiria bem menos isolada e...

-         Ok, ok... – ele a prendeu nos braços e disse – agora, pare de falar... Meu Deus, eu esqueci como você falava demais...

Os dois ainda riram um bocado aquela noite, mas Draco não esqueceu que no dia seguinte teria que ir a Hogsmeade. Antes de começar vida nova com Sue, queria acertar as contas com o passado.

---

-         Senhor Snape? – Henry finalmente tomara coragem de se aproximar do velho logo após o jantar. Havia algo que só ele podia responder ao menino. Ninguém mais entenderia a pergunta. O velho olhou para ele intrigado.

-         O que você quer?

-         Bem... queria saber uma coisa. O senhor entendeu que cada vez que... somos... uhn.. maus com alguém aqui nasce uma criatura daquelas que nos perturbou lá no mundo da realidade cruel?

-         Entendi.

-         E o senhor também está... mal, com isso?

-         Você quer perguntar se eu não pensei: “será que eu não criei um sujeitinho daqueles?” provavelemente sim, menino... devo ter criado muitos. Criei um dentro de mim, inclusive... um que estava me matando – Henry entendeu que ele falava do cancer. – mas acho que todos criamos um daqueles às vezes... você não se perguntou como eu saí de lá?

-         Eu ia perguntar isso ao senhor... porque nem mesmo eu me lembro direito como eu saí...

-         Bem, você foi se afastando nadando, até que eu só via um pequeno movimento ao longe. Então, um daqueles meninos se aproximou e tornou-se um pássaro.

-         Um pássaro?

-         É. Um pássaro grande. Ele olhou para mim e disse:

-         É isso que nos acontece quando alguém faz algo por outra pessoa. Nos tornamos pássaros e voamos para as terras quentes, as montanhas do perdão... o menino chegou à ilha para salvar você. Então, ele mandou que eu segurasse sua cauda e levantou vôo. Disse que me levaria dali, porque pássaros como ele carregam qualquer carga, menos o egoísmo. Em minutos eu atravessei o portal... e como você, perdi a consciência.

-         Então... há solução?

-         Para tudo, garoto, com certeza. O que acontece é que agora nós dois temos um compromisso. Só nós vimos aqueles garotos... nós sabemos o que eles são... e sabemos o que pode fazê-los nascer e se transformar. Conhecimento traz responsabilidade.

-         Eu entendo... senhor Snape... obrigado. Eu achava o senhor um velho maluco e chato, mas acho que estava enganado.

-         Bem, já que é uma sessão de sinceridade... eu te achava um molequinho bobo e arrogante. Mas eu acho que você devia ter um desconto, pelo que eu me lembro, sempre achei toda criança chata.

O menino riu e saiu correndo na direção da sala comunal da Grifinória. Snape pôs as mãos nos bolsos e foi andando, sacudindo a cabeça e pensando que afinal de contas ele já fora um moleqe chato e arrogante um dia.

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A manhã seguinte ainda não havia de fato começado, o sol apenas acabara de nascer. Draco deu um beijo suave no rosto de Sue adormecida e partiu para Hogsmeade. Tinha assuntos para resolver, ainda. Passou por todo castelo adormecido, evitando a cozinha, onde já havia movimento, pelo que ele sabia, ainda teriam que se virar com a cozinha até a contratação de bruxos cozinheiros. Imaginou que talvez depois ele pudesse compensar aquilo, cozinhando por uns dois dias. Ganhou rapidamente a estrada que levava ao povoado, tinha esperança de chegar cedo à loja do livreiro.

Quando chegou à pracinha de Hogsmeade, já algumas crianças brincavam na praça, apesar de ser muito cedo. Ele reconheceu um dos filhos do ministro da magia. De pé, num canto da praça, um homem, que ele reconheceu como sendo Bernardo Fall, parecia vigiar as crianças. Chateou-se com isso, porque não queria que o vissem falando com o pai. Ele estava bem diferente, pelo que lembrava da cara do livreiro, que vira poucas vezes. Parecia, com toda certeza, bem mais velho do que era. Ele chegou perto da livraria, que ainda estava fechada.

Olhou a porta por um instante, e a vitrine. Tudo parecia quieto, mas seu pai devia estar lá dentro. Bateu com a aldrava da porta e esperou em vão. Deu a volta na casa, para tentar bater nos fundos, onde provavelmente ficava a residência, como em toda loja bruxa.  Bateu novamente, e não teve resposta. Então, esticou-se para olhar por uma janela alta. Seu olhar surpreendeu o de seu pai, do lado de dentro da casa, exatamente com o rosto que Draco lembrava, só que mais velho e marcado por uma extensa e antiga cicatriz.

“..aquele rosto vai ficar escondido por pouco tempo, porque em seu mundo minha magia é passageira...”

Ele entendeu imediatamente. Seu pai havia recebido outro rosto da mulher sombra, e quando ela voltou para o seu mundo, a magia dela cessou, e ele teve de volta o mesmo rosto de sempre. E agora estava aterrorizado ali. Ele não sabia ao certo o que dizer, mas o que Lúcio fez, o surpreendeu. O bruxo simplesmente correu na outra direção, apanhando no caminho a varinha, e correndo para a praça. Aquilo parecia idiota e sem sentido, e Draco correu atrás dele, dando a volta pela casa.

Antes que pudesse alcançá-lo, Lúcio agarrou-se a uma das crianças que brincavam na praça, um menino, e o ameaçou com a varinha.

-         Aproxime-se e eu mato ele..

-         Pai... eu só...

-         A cidade cheia de aurores... você me descobriu, não, Draco, e quis se vingar de seu pai... você ia me entregar, não ia?

-         Pai... eu só fui lá para conversar com o senhor... e agora...

-         Eu sei que você quer me entregar... eu quero sair da cidade... eu vou usar a criança como escudo... quero proteção

Draco compreendeu imediatamente que seu pai havia enlouquecido de vez. As outras crianças gritavam aterrorizadas, e o menino que ele tomara como refém, petrificado, chorava de medo. Se quando ele chegara à praça não havia aurores, agora havia muitos deles. Era óbvio, com todo aquele barulho... até Harry aparecera, vindo de casa. Ele tomou a frente dos outros, como sempre fazia, para negociar.

-         Eu não sei como você veio parar aqui, Lúcio... mas não acredito que você vá conseguir sair da aldeia. Nenhum dos meus aurores vai te fazer mal se você colaborar.

-         Potter... eu não acredito em você, eu não vou me entregar, não quero voltar para aquele buraco debaixo da terra...

As ameaças de Lúcio eram as piores possíveis, e Harry imaginava um jeito de distraí-lo para por a salvo a criança. O problema era que ele estava atento a todos os aurores, e sua varinha às vezes lançava perigosas faíscas douradas. Se Lúcio saísse de controle, o menino corria perigo, e o menino era filho de Percy Weasley.

Gilles Stoneheart se aproximou sorrateiramente de Bernardo Fall, com um plano em mente. Lúcio não sabia que o homem, que estivera na cidade bancando o banido, era capaz de fazer magia apenas com o uso das luvas, que usava no momento. Se ele pudesse tirar vantagem disso, talvez pudessem imobilizar o velho camaleão, e botar a criança a salvo. Naquele momento, Lúcio tinha os olhos fixos em Harry e Draco, que estavam na direção oposta. Aproximando-se de Bernardo, Stone murmurou:

-         Suas luvas conseguiriam desarmá-lo, Fall?

-         Não me arriscaria, com o menino no colo dele. – Stone ficou num silêncio calculado por um segundo, porque Lúcio sentira algum movimento suspeito e virara rapidamente a cabeça na direção deles. Quando voltou a olhar para Harry, Stone disse:

-         Então, use um feitiço de atração, pegue a criança e deixe o velho comigo...

Bernardo ficou em silêncio, mas com um pequeno gesto, demonstrou concordância. A atmosfera na praça estava ainda mais tensa, porque Lúcio começou a gritar que mataria a criança se Harry não permitisse que ele pudesse ser levado a um lugar seguro para aparatar. Gilles deu um passo atrás e olhou para Bernardo que repentinamente gritou, com o braço estendido na direção do menino:

-         ACCIO!- a criança gritou, e foi arremessada no ar na direção dele, quase doze metros adiante. No mesmo instante, Gilles gritou: - EXPELLIARMUS! – e a varinha de Lúcio voou em sua direção, ele olhou para o lado, e viu Bernardo amparando a queda do menino, e suspirou fundo quando dezenas de cordas lançadas por Harry e os outros aurores enlaçaram Lúcio Malfoy.

NA: Pô, gente, vocês acreditaram mesmo que eu ia separar os dois? Hehehe.


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