Flashs do Amor escrita por L_Baseggio


Capítulo 7
Capítulo 7




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Na manhã seguinte Bella acordou radiante, colocou um vestido simples e confortável e desceu para a cozinha cantarolando uma música qualquer. Sua mãe preparava waffles, fingindo não saber o motivo de súbita alegria.

– Bom dia! – Bella cumprimentou-a animadamente, sentindo o aroma que se desprendia da comida. – Hum! Algum motivo especial?

– Já faz uma semana que está aqui. – Renée respondeu dando um beijo na testa da filha enquanto colocava os pratos na mesa. – O que vai fazer hoje?

– Tenho alguns exercícios para a faculdade, mas não é muita coisa. Depois talvez eu vá ao Hanover Point.

– De novo?

– Aham. – Ela afirmou mordendo um pedaço da comida. – Aliás, lembra daquele ensaio na terça?

– Claro.

– Eu fui escolhida.

– Sério?

– Sim.

– Ótimo. Edward vai te fotografar?

– É. – Bella procurou ocupar-se com os waffles, fugindo do assunto que começava a surgir.

– Ele se tornou um rapaz lindo, não é?

Bella esquivou-se da pergunta, se acostumara a não comentar sobre sua vida amorosa com ninguém, e Renée, a quem não se comunicava há muito tempo, não era uma exceção. Faziam cinco anos que ela tinha se separado de Charlie, com isso mudara-se para o outro lado do país, diminuindo drasticamente o contato entre as duas.

– Você conhece ele há muito tempo?

– Não, só conhecia Edward por fotos até pouco tempo. Esme sempre foi uma grande amiga minha, me ajudou muito.

– Então foi ela que lhe ofereceu esse emprego?

– Sim, a casa estava abandonada aqui, e fui encarregada de tomar conta dela. Agora Edward veio passar uma pequena temporada a trabalho, mas logo ficaremos só você e eu. – “Ou talvez não”, acrescentou mentalmente.

– Interessante. – Refletiu o assunto, e aproveitou-se da conversa para satisfazer uma dúvida. –Também nunca vi ele dirigindo.

– Ah! Ele tem carteira, mas há muito tempo não encosta-se a algum volante.

– Por quê?

– Também não sei. Já terminou?

– Sim, obrigada.

Sua mãe recolheu os pratos e lavou-os, depois com beijo na testa dela saiu.

– Preciso ir, até mais.

Bella refletiu por mais alguns instantes, pensando que nunca recebera um beijo tão maravilhoso quanto aquele, e com certeza gostaria de receber outros. Balançou a cabeça, precisaria se concentrar nos estudos e para isso o encontro da noite anterior precisava ser esquecido, ou na resposta para "qual são os órgãos do sistema respiratório" ela escreveria Edward Cullen. Juntou seus materiais e sentou-se na beira da piscina, o que não ajudou muito em sua concentração.

Horas depois ela se encontrava deitada com os olhos fechados apenas sentindo o calor proporcionado pelos raios solares, os exercícios da faculdade estavam prontos e empilhados ao seu lado. Não fazia idéia de que horas eram, mas acreditava estar próximo do meio dia, pela força com que o sol atingia sua pele.

De repente, sentiu duas mãos quentes tampando seus olhos.

– Ganha um beijo se adivinhar quem é.

– Hum, está muito difícil. – Bella brincou. – Minha mãe não é, nem meu pai, o Emmett esta com a Rosalie, ah sim lembrei: um tal de Edward, ?

– Aham.

Ele retirou as mãos dali, deixando-a vê-lo por alguns segundos antes de tomar seus lábios ali mesmo. Movendo os lábios em perfeita sincronia, ele segurou sua nuca e passou um dos braços por suas costas, puxando-a para cima, a fim de ficarem mais perto. Sua língua pediu passagem pela boca dela, que foi consentida, suas línguas mexendo-se deliciosamente coladas.

Calma e relutantemente se afastaram sorrindo.

– Vai me dar à honra da sua presença no almoço? – Ele perguntou piscando com um sorriso torto.

– Mas, e Renée?

Ele levantou e estendeu sua mão a ela, para que fizesse o mesmo. Bella aceitou a ajuda, e assim que se colocou de pé foi puxada para perto de Edward que enlaçou sua cintura dizendo:

– Renée é mais atenta do que parece, e pude perceber isso muito bem no pouco tempo em que estive aqui.

– OK. Te vejo no almoço.

Ela fugiu de seu aperto e correu em direção ao chalé, pegando seus materiais no caminho. Edward confuso olhava para onde há um segundo ela se encontrava, com seu braço esquerdo pairando no ar, segurando o nada. Balançou a cabeça, pensando em como essa garota o passava pra trás, e nem mesmo essa constatação diminuiu sua vontade de estar perto dela.

Dirigiu-se a porta do chalé e bateu nela três vezes, ouvindo um: ‘Eu já vou” vindo de cima. Esperou um bom tempo e bateu de novo.

– É muito urgente? – Desta vez sua voz estava mais próxima.

– Sim. – Ele gritou em resposta.

Mais do que às pressas a porta foi parcialmente aberta revelando apenas o rosto corado de Bella, que escondia seu corpo atrás dela.

– O que houve?

– Por que você saiu correndo? – Edward ignorou sua pergunta.

– Eu não podia deixar os materiais no sol, e eu vim me trocar. – Ela se explicou contorcendo as mãos atrás das costas, curvadas para mostrar somente sua cabeça. – Quer entrar?

– Claro. – Edward começou a adentrar na sala, mas foi interrompido por Bella que fechou a porta mais um pouco.

– Espere um pouco.

Ele ouviu o barulho dos passos correndo, e depois o barulho na escada. Curioso espiou pela fresta, que havia se formado entre a moldura e a porta, a tempo de ver Bella subindo os últimos degraus, usando somente uma lingerie preta de renda. Visão essa, suficiente para despertar “alguém” que há tempos não dava sinal de vida, pela própria escolha dele. O celibato fora o modo que encontrara para lutar contra as lembranças tristes do resultado de uma época sem regras ou limites. Mas ali, naquele momento, não pode controlar-se ao vê-la assim, sem quase nada lhe cobrindo.

– Pode entrar! – Bella pediu do segundo andar, aonde lutava contra um vestido, tentando colocá-lo desajeitadamente.

– Eu te encontro na sala de jantar. – Ele avisou, saindo correndo em direção ao banheiro mais próximo, sem esperar resposta alguma.

Depois de finalmente, conseguir colocar o complicado vestido de cetim azul bebê, foi até a mansão ainda confusa. Primeiramente Edward mostrara-se afoito, até; para entrar; e depois, quando ela o autorizara a isso, ele dispensara o convite com uma voz rouca, e saiu correndo. Estranho.

Foi até a cozinha da mansão, onde Renée preparava o almoço lentamente, pelo menos se comparado as comidas feitas pelos norte-americanos comuns.*

– Oi. – Bella estava parada na porta retorcendo as mãos, nervosa.

– Querida, você esta aí! Desculpe, eu estava distraída. Edward pediu que eu fizesse um almoço caprichado, pois iria receber alguém especial. – Ela virou-se para ver Bella corando. – É você!

– Como? Como você... – Bella ficou aturdida diante da certeira afirmação da mãe.

– Pode fazer anos que não nos vemos, mas eu conheço essas bochechinhas coradas. – Ela apertou as bochechas de Bella dolorosamente. – Além do mais você se arrumou toda sem nenhum motivo especial.

– Eu poderia ter tido apenas vontade de ficar bonita. – Bella contestou.

– Com um vestido de cetim, duvido que tenha sido você que o comprou. – Ela mandou um olhar indagador para ela, enquanto sorria.

– OK. Você venceu, foi Alice quem o comprou e sim, sou eu a convidada dele.

– Eu sabia. – Faltava apenas Renée começar a dar pulinhos, para ser uma réplica de Alice. – Ele beija bem?

Bella que já sai dali, se virou assombrada para sua mãe.

– Você não pode esconder as coisas de mim, querida, sou sua mãe. – Ela abraçou-a gentilmente. – Agora vá, eu já servirei o almoço.

Bella seguiu pelo corredor, nas últimas vezes em que conversara com Renée acontecera à mesma coisa, o que Bella nem formulara como contar, ela já sabia. A pergunta de sua mãe ainda rondava sua cabeça e ao entrar na sala de jantar, não pode deixar de pensar “Bem demais até para minha sanidade.”

Edward a esperava encostado à parede com um sorriso torto, ela rezou para que ele não tivesse escutado a conversa entre as duas, mesmo duvidando que aquelas grossas paredes deixassem algum tipo de som escapar. Ele afastou a cadeira da mesa, e fez um sinal com a mão para que ela se sentasse; depois acomodou-se na ponta da mesa ao seu lado.

– Então, conseguiu se trocar? – Ela mostrou a língua em resposta a piadinha dele.

– Consegui. Seu bobo.

Renée entrou na sala e colocou o almoço sob a mesa já posta.

– Se comportem crianças. Bem, acho que você nem são mais crianças, enfim... – Deixando a frase no ar se retirou calmamente.

– Ansiosa para seu primeiro trabalho como modelo? – Ele perguntou puxando assunto.

– Bem, um pouco.

– Eu nunca trabalhei com modelos inexperientes, mas algo me diz que esse ensaio será... Perfeito.

– Espero que sim. E as modelos com que trabalhou eram lindas, suponho. – Ela comentou.

Ele apenas balançou a cabeça descrente, ela certamente não se enxergava direito. Começaram a comer vagarosamente enquanto conversavam, soltando algumas piadas de vez em quando.

– Com ciúmes do seu Ed? – Ele perguntou levantando as sobrancelhas.

– Convencido! – Ela debochou, mas não pode conter a felicidade que lhe invadiu ao ouvi-lo pronuncia a palavra “seu”.

– E não é verdade?

– Não sei, depende de você. – Desta vez foi ela quem levantou a sobrancelha. Ele riu baixinho e a beijou por cima da mesa, se dependesse realmente dele muito, além dele, seria dela.

– Você é linda, não se preocupe meus olhos estão focados somente em você

– Por enquanto, não é?

– Espero que não. – Ele sorriu, ultimamente isso se tornara muito comum. – Hum. Terça feira à noite você tem compromisso?

– Ir ao Hanover Point aproveitar o prêmio? – Indagou.

– Nope. Os contratantes querem uma reunião para assinar a papelada e acertar todo o resto.

– Que horas?

– Sete e meia.

– Tenho carona? – Ela pediu.

– Mas é claro. – Ele afirmou o óbvio. – E hoje e amanhã... Bem, nós poderíamos aproveitar nosso prêmio.

Ela sorriu afirmando com a cabeça e os dois continuaram a conversar.

O resto da tarde passou-se maravilhosamente bem, os dois abraçados, sentando no tapete, enquanto assistiam uma comédia romântica qualquer; namoravam mais do que viam o filme. Quando o crepúsculo surgia, e a luz do sol já começava a dar seu posta à escuridão, Renée chamara Bella e as duas voltaram para o chalé conversando sobre a faculdade, que ainda era novidade ali.

Já era noite e sua filha dormia como um anjo, Renée desceu sorrateiramente e foi até a pequena varanda, iniciando uma chamada em seu celular.

– Alô, Renée tudo bem? – Do outro lado uma mulher atendera, já esperando pela ligação.

– Sim, tenho novidades.

– O que Edward fez dessa vez? – A outra mulher perguntou nervosa.

– Nada grave, acalme-se. Ele esta saindo com a minha Isabella.

– Wow! Faz tanto tempo que ele não se envolve com ninguém, desde o acidente. Fico feliz por ser alguém conhecida e de confiança, tenho medo por ele.

– Ela não irá magoá-lo tenho certeza.

– Edward não tem permitido apaixonar-se, eu fico preocupada.

– Eu sei. Você é mãe!

– E você também, minha cara amiga. Parece que agora vamos realmente ser parentes.

– Espero! Tenho que desligar antes que acorde alguém.

– Claro, tchau.

– Beijos.

Num lugar longe daquele, mais precisamente em outra mansão, na Inglaterra, Esme desligava o telefone e virava-se para o marido, mal contendo sua felicidade.

– Carlisle, acho que esta na hora de mandar aqueles prendedores serem polidos.

– Uma nora? – Ele perguntou, em sua face um misto de surpresa e alegria.

– Sim. Isabella, a filha de Renée.

– Não é um pouco precoce isso, querida? Deveria falar com Edward primeiro.

– Pode ser, mas algo me diz que dessa vez é para sempre.

– Instinto materno?

– Aham.

Carlisle beijou a testa de sua esposa amorosamente e os dois foram deitar-se.

Na terça feira Bella voltava para casa calmamente, gostava de caminhar e agora com o clima quente de Hanover fazia isso sempre. Chegou na mansão e diferentemente do dia anterior, quando Edward a convidara a passar toda a tarde juntos, entrou pela garagem, Emmett estava sentado em uma cadeira simples tentando sintonizar alguma rádio em seu celular.

– Bella! Como vai?

– Ótima e você?

– Maravilhoso, e graças a você. Obrigada.

– Não se preocupe. – Ela abaixou a cabeça, escondendo seu rosto corado.

– Como não? Se não fosse por você eu não teria tido coragem de ir atrás de Rose, e não estaríamos juntos agora.

– É somente meu trabalho como amiga.

– Uma grande amiga. – Ele corrigiu-a, e lhe deu um abraço de urso, que quase a deixou sufocada.

Depois de todos os agradecimentos dele, e os de Rosalie na aula, foi para o seu quarto no chalé. Assistiu um pouco de TV, e adiantou alguns exercícios, depois de seu banho foi até a mala, ainda não tinham conseguido um armário para depositar suas roupas e a sua bagagem continuava com o zíper quebrado. No meio de tantas peças, finalmente encontrou um vestido básico com um tecido leve, era preto, com as mangas cumpridas e abertas, cheia de tiras que as seguravam no lugar, e num estilo balonê em seu cumprimento. Como seu decote era canoa, colocou uma corrente prata por cima, e calçou uma sandália, também preta.

Sete horas, desceu até a sala, onde foi elogiada por sua mãe, e depois pelos fundos, entrou na mansão. Edward ainda não descera, mas ela o aguardou na sala por pouco tempo, sentou no sofá e começou a folhear alguma revista que estava por ali, percebendo num canto das fotos que Edward era o autor delas, e pensou sobre a veracidade das palavras dele no almoço. Logo ele estava atrás dela, usando um traje social, sem gravata de nenhum tipo.

– Vamos?

– Claro, sabe eu estava pensando em uma coisa, que bem...

– Pode falar, eu não mordo. ― “A não ser que você peça”, completou mentalmente.

– Você poderia dar uma folga pro Emmett hoje, ele está começando a namorar. E eu pensei bem, ele sempre está aqui de plantão, eu poderia dirigir qualquer coisa. ― Nervosa, começou a tagarelar.

–Tem certeza?

– Sim.

Ele estendeu o braço, e juntos os dois se dirigiram até a garagem, onde Emmett foi dispensado, entraram num Mercedes que já tinha sido preparado. Bella tirou a sandália e a enfiou em baixo do banco, ao ver isso Edward olhou confuso para ela.

– É difícil dirigir com salto. – Ela explicou.

– OK. – Ele concordou ao seu lado, no banco passageiro.

– Pra onde vamos? – Ela perguntou.

– Boston.

– Sério?

– Sim, eles vão abrir a loja em vários lugares, e como estavam por perto marcaram num restaurante de lá. – Ele explicou.

– Tudo bem.

Ela engatou a ré, e pisou fundo no acelerador. Quase não viram o tempo passar, conversaram e riram muito nessa uma hora de viagem. A cidade era linda, cheia de casas em volta dos prédios que ficavam na área central, muito bem iluminado. Edward a guiou até um simpático restaurante italiano. Entregaram o carro ao manobrista, que o estacionou. Seguiram até a entrada do restaurante aonde o Maitre os esperava, levou-os até uma mesa no meio do restaurante, aonde os esperavam um casal, que logo se levantou ao vê-los.

– Olá, James. – Edward cumprimentou o homem estendendo a mão, este tinha os cabelos loiros e curtos presos em um rabo-de-cavalo, e os olhos azuis, usava um terno Armani com uma gravada vermelha.

– Olá. Edward esta é minha esposa Victória; presumo que esta jovem seja a nossa Isabella. – Com um gesto de mãos James apontou para ela.

– Sim, prazer em conhecê-lo. – Bella se adiantou estendendo a mão, James a virou e beijou delicadamente olhando para cima diretamente nos olhos dela. Victória olhava para o restaurante, distraída, enquanto Edward observava a cena colérico.

– Sim, esta é Isabella. A minha namorada. – Edward exclamou destacando a segunda frase, Bella ergueu uma sobrancelha com um meio sorriso formando em sua face.

– Que novidade excelente. Por favor sentem-se. – James falou com um claro tom de falsidade na voz.

Foram servidos pratos sofisticados e saborosos, conversaram um pouco sobre a marca e sobre o que ela transmitia, Victória era uma ótima estilista e com muito futuro no mercado, Edward percebeu. James não procurava nem ao menos disfarçar os olhares em Bella, e sua esposa também não se mostrou preocupada, o que irritava muito a Edward. Que tipo de casal era aquele?

Antes de a sobremesa chegar Victória, com suas longas madeixas cor de fogo soltas, convidou Bella à ir ao banheiro, uma cena tão clichê entre mulheres. O banheiro tão luxuoso quanto o resto de restaurante. As duas colocaram a bolsa na pia de mármore e começaram a retocar a maquiagem.

– Então, conseguiu conquistar o coração do Ed? – Victória perguntou; as sobrancelhas levantadas enquanto passava um batom vermelho rouge.

– O quê? – Bella ignorou sua pergunta, espantada com o descaramento da mulher que nem conhecia direito.

– Desde que Tânia morreu, ele nunca mais quis ficar com ninguém. – Falou despreocupadamente, mas depois se virou para encará-la com a face séria, mas em seus olhos brilhava uma chama de ódio. – Kate deveria estar com ele agora.

– Eu não estou entendendo. – Ela estava confusa; sobre o que Victória estava falando?

– Quer dizer que o seu namoradinho não contou nada pra você? – Falou sínica. – Kate era minha irmã, e você nunca nem deveria ter pisado naquela casa. – Falou explodindo toda sua raiva com uma bofetada na cara de Bella e logo depois saindo como se nada tivesse acontecido deixando-a com um filete de sangue escorrendo da boca.

Ela não queria pensar em mais nada, quando finalmente parecia que tudo estava dando certo alguém teve que estragar sua felicidade. Sem pensar em mais nada saiu correndo de lá, ignorando qualquer boa maneira. Enquanto Edward observava pasmo Bella sair correndo sem dar satisfações a ninguém,

– Eu tenho que ir, Boa noite.

Deixou algumas notas em cima da mesa e saiu correndo. James e sua esposa continuaram a jantar, ele ainda estava confuso com a reação dos dois, mas apenas ignorou, concordando com Victória, que dizia que eram malucos.

Bella corria sem para pelas ruas daquela cidade desconhecida, Edward estava quase a alcançando, mas ela não queria falar com ele, na verdade apenas queria ficar sozinha lamentando pela sua incrível vida medíocre. O sinal para pedestres estava fechado, então contornou a quadra virando a direita onde havia uma rua com calçamento. Esperava despistá-lo, sem obter sucesso quando seu salto se prendeu em um dos buracos causados pelos paralelepípedos, e ela foi ao chão. Vendo a queda, Edward correu mais rápido até alcançá-la, se abaixou ao seu lado e a abraçou beijando sua testa. Ela simplesmente se desmoronou em lágrimas nele o abraçando com vontade.

– O que houve minha Bella?

Mas ela não pode responder, seu choro não a deixava, então simplesmente se agarrou mais a ele.

– Vai ficar tudo bem. – Beijou sua testa. Afastou-se um pouco para encontrar um lenço no bolso interno do paletó, com o qual secou as lágrimas daquele rosto em formato de coração que tanto gostava. Então percebeu no canto de sua boca um pouco de sangue escorrido, e já seco. – O que houve?

Ela apenas balançou a cabeça, os soluços a impedindo de falar, enquanto Edward aflito desamarrava a sandália de seu pé, e a colocava em seu colo, com a cabeça em seu peito. Rapidamente ele a levou até o banco carona do carro, o choro já quase se extinguindo de Bella. No porta-luvas achou uma garrafa d’água, molhou seu lenço e cuidadosamente limpou o rosto de Bella, começando pelo sangue que ali havia.

Ela fechou os olhos, agora ele estava ali, na sua frente, cuidando dela carinhosamente: eram as únicas coisas que ela queria pensar. Porém as palavras de Victória rondavam sua mente como parasitas.

Ele olhou para aquela face angelical, tão serena agora, o que teria acontecido? Deu a volta no carro e embarcou no banco motorista. Suspirou, ele precisava fazer isso, ele devia isso à Bella, e agora todos os traumas deveriam ser deixados de lado, mesmo que precisasse quebrar um juramento. Tremulo puxou o freio-de-mão, depois acertou a marcha e pisou lentamente no acelerador. O carro obedeceu-lhe, como há muito não fazia e então seguiu em direção a Hanover.

Na saída da cidade parou em um semáforo, aproveitando para checar Bella. Para sua surpresa, encontrou dois orbes chocolates o encarando.

– Como você esta?– Perguntou preocupadíssimo.

– Quem é Kate? – Ela ignorou totalmente sua pergunta.

– É uma louca, a qual não vejo há muito tempo. Quem lhe falou dela? – Não lembrava-se de ter falado algo a respeito, com ninguém.

– Victória. E quem era Tânia? – Olhou ceticamente para ele, mordendo as bochechas para não cair no choro de novo, mas foram interrompidos por outros carros que buzinavam atrás deles. Então ele simplesmente falou sem tirar os olhos da estrada:

– É uma longa história, e aqui não é o lugar certo.

Ao contrário da ida, a volta foi extremamente silenciosa, nenhum dos dois teve coragem o suficiente para quebrar o silêncio que ali se instalara, mas Bella ficara feliz por ele não ter negado contar a ela o que acontecera. Nem mesmo, quando Edward hesitou na entrada de Hanover, e seguiu em frente, em vez de entrar na cidade.

Mais as frentes entraram numa curva meio escondida pela vegetação, balançando cada vez mais no caminho de terra, pelo menos não ficaram muito tempo ali, pois logo a estrada terminou existindo apenas uma trilha no fim dela, que assim como a estrada mal se podia ser enxergada.

Edward desceu do carro, e abriu a porta para ela, estendendo sua mão.

– Venha.

– Sim... Você vai me contar? – Ela perguntou curiosa.

– Sim, curiosa. Mas você também vai. – Falou puxando-a para si, e passando seu braço pela cintura dela, para guiá-la.

A mata se fechava por aquela pequena entrada, onde aparentemente há muitos anos ninguém passava. Alguns metros à frente havia a primeira curva que se direcionava à direita, Bella ia seguindo por ela, mas Edward chamou-a.

– Aonde você vai? É por aqui.

– Estou achando isso muito estranho, mas tudo bem.

Ele entrou na mata, deixando de lado a trilha, com ela o seguindo. Não demorou muito e a mata se abriu numa pequena entrada, então ela entrou ali atrás dele e maravilhou-se.

Nunca poderia ter imaginado ter uma vista tão perfeita em sua vida. Ao fundo as poucas luzes da cidade se aglomeravam competindo, mesmo que em vão, com o brilho das estrelas que brilhavam furtivamente no céu. E o resto da visão deles era somente o azul do céu e o verde da mata escuros pela noite engolindo a pequena e encantadora Hanover.

– É de tirar o fôlego. – Finalmente desviou os olhos da paisagem para encontrar aqueles olhos estranhamente dourados a fitando.

– Sim. Você é a primeira pessoa que eu traga aqui, este costumava ser o meu refúgio, antes de... – Ele se interrompeu.

– Confie em mim. – Ela falou adivinhando o que se passava, naquela pequena frase estava contido muito mais do que aquilo que era dito, era muito mais que uma promessa. E então naquele momento Edward decidiu contar a ela sua triste história, e mais do que isso, inconscientemente ao absorver aquelas palavras ele decidiu escrever uma nova história em sua vida, uma desta vez, com um final feliz.

“Bem, antes de me formar eu era digamos o pegador da cidade, havia muitas poucas garotas com as quais eu ainda não tinha saído. Geralmente apenas casinhos de poucos dias, às vezes até só ficadas, mas tudo isso contribuía para minha ‘fama.” Sorriu amargamente ao lembrar-se dessa época, muito distante em sua mente. “Então, um dia chegaram os novos calouros, e entre eles uma loira muito bonita chamada Tânia, o tipo de garota que eu geralmente conquistava: lá fui eu a caça. Não foi fácil, nas primeiras vezes ela me rejeitou até que um dia a desafiaram e ela finalmente ficou comigo. Mas eu não estava satisfeito, eu queria mais dela.”

“Ficamos juntos por uma semana, ela pensava que eu estava apaixonado, afinal nunca ficara tanto tempo com ninguém, mas quem realmente tinha se apaixonado era ela. Não foi difícil convencê-la de se entregar a mim, ela logo cedeu e nós passamos a noite num desses motéis vagabundos de beira de estrada.” Bella absorvia tudo com extrema atenção. “Depois disso dei um jeito de desviá-la e continuei normalmente minha vida.”

“Mais ou menos dois meses depois assim de repente começou a cair uma chuva torrencial, eu estava passando por dentro de uma dessas cidades aqui perto, em direção a  Hanover, e vi Tânia de a pé em baixo de chuva, e naturalmente ofereci uma carona á ela que aceitou prontamente. Mas no carro percebi que além de molhada pela chuva, ela chorava sem parar totalmente desolada, pior do que você.” Ele brincou. “Eu estava entrando na auto-estrada, quando pedi o que tinha acontecido. Ela disse que estava grávida, e de mim. É claro que eu neguei, olhando nos olhos dela, eu a chamei com nomes horríveis, olhando nos olhos dela. Então ela gritou meu nome, me alertando, e a nossa frente em vez de fazermos a curva da estrada, fomos parar em uma árvore. Eu sai sem nenhum arranhão, já Tânia... Morreu na hora, ela e o bebê que esperava.”

– Bem, agora você entende porque eu nunca mais dirigi.

– Edward eu lamento muito. – Bella acariciou seu rosto, mas Edward ignorou seu comentário.

– E essa noite, você estava chorando e precisava de mim, e eu tive que dirigir mesmo...

– Calma. – Bella cortou-o. – Esta tudo bem, já passou. Você esta vivo e é isso que importa pra mim, mesmo lamentando que você tenha perdido seu primeiro filho.

– Bella. – Ele a olhou nos seus olhos. – Eu nunca contei isso para ninguém, para todos, eu apenas estava dando uma carona para ela e bati o carro.

– Eu não vou contar pra ninguém. – Ela atendeu seu pedido mudo, logo depois tentando aliviar o clima pesado que se instalara entre eles. – Eu tenho uma dúvida.

– Pode falar.

– Hoje, quando você me apresentou como sua namorada. Eu sou mesmo?

– Depende. – Ele a deu um breve selinho. – Você quer namorar comigo?

– Sim, o que você esperava?

Edward não a respondeu, simplesmente juntou seus lábios num beijo mais profundo do que nunca.


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Notas finais do capítulo

U.U Quanto drama, heim?! Axo que vou começar a escrever novela mexicana.
A fic já está acabando *chora*, quando eu começei a escrever estava entediada na aula hehe'

Avisinho: O próximo capítulo é uma lemon, que já foi feita separada de propósito, é a primeira que eu escrevo então... Todo mundo já sabe do blábláblá geral, então só vou deixar avisado pra caso alguém não goste!

Mil beijos, minhas leitoras super lindoonas, e não deixem de comentar!



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