O sol já havia nascido há muito tempo, quando Edward desceu até a sala e jantar, onde o café da manhã já tinha sido posto à mesa. Olhou em seu relógio, constatando que eram nove e meia da manhã, horário perfeito, há essa hora os alunos deveriam estar passeando pelo campus. Brevemente tomou uma xícara de café, já descendo para a garagem aonde embarcou no banco carona, ao lado de seu motorista.

Durante o caminho ficou absorto em seus pensamentos, naquela noite tudo o que levara anos para construir se deslanchara em dúvidas. Será que seu coração merecia outra chance?

Flashback on

Depois de discutir seu trabalho com Jasper. Começaram a jogar conversa fora, junto de Maria, sua antiga conhecida. Se divertiam muito, até que começou o assunto pelo qual ele não participava de reuniões amigáveis como esta, e o ambiente ficou tenso, pelo menos para ele.

― Então, como andam suas vidas amorosas? ― Maria perguntou.

― Conheci uma garota pela internet, ela mora na flórida. ― Jasper respondeu animado.

― Cuidado com essa tal Internet, nem tudo é o que parece lá.

― Eu sei. E você parece minha mãe. ― Somente os dois riram, alheios aos sentimentos do outro homem, que com eles estava.

― E você Edward como anda a vida amorosa?

― Eu... Tenho que ir. ― Desvencilho-se do assunto, colocando o telefone no ouvido e chamando o motorista. Os dois estupefatos pela repentina ausência do amigo, trocaram olhares de compreensão e solidariedade.

― Ele ainda não superou Tânia. Não é?

― Nem um pouco. ― Jasper concordou.

Flashback off

― Chegamos. ― Anunciou Emmett. Edward agradeceu e disse que ligaria quando precisasse dele.

Desembarcou e começou a passear pelo campus, recebendo olhares alternados entre curiosidade e cobiça. Observou atentamente as universitárias que passavam, mas era raro alguma chamar-lhe realmente atenção. Convidou umas três ou quatro veteranas para irem até sua casa tirar algumas fotos, apenas para testes, todas lindas, entretanto lhes faltava algo, que nem ele sabia o que era.

Já quase chegava o horário do almoço, e ele planejava desistir de sua missão, praticamente impossível. Deu uma última olhada para os lados, como um gesto de esperança, e viu uma garota que corria em direção aos prédios acadêmicos. Seus cabelos castanhos avermelhados balançavam no ritmo de sua corrida, contratando com a camisete branca e jeans preto que usava. A curiosidade o tomou, e seguindo seu instinto correu até ela, sem saber se conseguiria alcançá-la antes de a perder de vista.

Ao olhar para trás a bela jovem se assustou ao perceber o homem ao segui-la, e tropeçou no pé da escada. Alçando-a estendeu a mãe para ajudá-la a se levantar.

― Obrigada.

― Não foi nada. Você esta bem? ― Preocupado perguntou.

― Sim. ― Ela respondeu olhando para baixo.

― Tem certeza? ― Ele insistiu.

―Estou acostuma com isso, não se preocupe. ― Sorrindo com a preocupação dele, olhou firmemente para dentro dos orbes verdes que eram seus olhos. Ele encarou-a perplexo, a garota a sua frente era linda, porém era chocante, seus olhos serem tão bonitos e diferentes, tendo uma coloração tão comum. Sem ao menos perceber estavam parados na frente das escadas do prédio, olhando, pela primeira vez um nos olhos dos outros, separados por apenas trinta centímetros de oxigênio.

Corando ao perceber como se encontravam, a mulher deu um paço pra trás e disse:

― Eu tenho que ir. ― Virou-se para a porta, subindo alguns degraus.

― Espere! ― Ela voltou-se com expectativa.

― Eu sou fotógrafo e procuro modelos, você pode passar na minha casa?

― Acredito que sim. ― Disse vinda na direção dela, que tirou da carteira um cartão, entregando a ela.

― O endereço e telefone estão ali, amanhã às cinco da tarde?

― Tudo bem. ― Começou novamente, a subir as escadas, desta vez com calma.

― Ei! Qual é seu nome? ― Ele gritou, enquanto ela abriu a porta, olhou pra trás sorriu e disse: “Bella”, em seguida entrando.

***

Sem saber o que pensar, Bella concentrou-se na tarefa a seguir: ser entrevistada. Entrou em uma sala, pedindo licença. O ambiente parecia uma mistura de escritório e biblioteca, livros decoravam as paredes laterais, duas cadeiras estavam a frente da escrivaninha, onde um computador e vários papéis residiam, atrás dela uma mulher de cabelos loiros, com a cabeça abaixada olhando alguns papéis, estava. Uma grande janela de vidro se abria revelando o céu azul, e as paredes haviam sido pintadas com um tom azul-petróleo. Observou atentamente a figura famílias da mulher a sua frente, que calmamente suspirou, largando os papéis sob a mesa voltando-se para ela.

― Sente-se, por favor, Srta. Swan.

― Rosalie? ― Espantada perguntou.

― Bella? Que surpresa! ― Levantou-se e correu abraçá-la. ― Jamais imaginaria que eu seria sua orientadora.

― Muito menos eu.

Depois de Bella declarar que cursaria a faculdade de medicina, as duas ficaram a conversar sobre banalidades, sem perceber o tempo a passar. Uma secretária apareceu para Chamar a jovem professora para sua primeira aula. Então despediram-se e Bella foi atrás da secretária a fim de conseguir sua lista de matérias e um mapa do campus universitário.

Teve um dia cansativo e mesmo assim, deitada em sua cama, não conseguia dormir, pensava naquele homem que conhecera: Edward Cullen, de acordo com seu cartão, ela nunca se achou bonita, sua pele era muito pálida, mesmo para alguém vindo de Forks, “a capital da chuva”, como costumava chamar com as amigas, seus cabelos sempre foram os mesmos: nem castanhos nem ruivos, e sempre lisos de mais, a única coisa que gostava em si mesma eram os olhos, e mesmo assim existiam tantos mais bonitos do que os seus. Simplesmente não conseguia entender o que ele via nela. E pensando nisso acabou adormecendo.

Sua cabeça bateu contra o gelo empretecido, e sentiu alguma coisa sólida e fria a pressionando no chão, onde estava deitada..

Mas não teve a chance de prestar atenção em mais nada porque uma van vinha em sua direção. Uma voz baixa e musical a disse que alguem estava com ela. Duas mãos longas, brancas ficaram protetoramente na suafrente e a van parou a um palmo de distância dela, as mãos grandes cabendo perfeitamente num vão profundo na lateral da van.

― Bella! Bella! Acorde! ― Ela abriu os olhos atordoada pela súbita mudança, poderia jurar que a pouco estava em um estacionamento onde caia neve.

― Acho que tive um pesadelo. ― Olhou no visor de seu celular. ― Vou tomar um banho, e ir para o campus.

― Claro querida, não pode se atrasar. Que orgulho que você é para mim.

Renée voltou a dormir, enquanto Bella puxava da mala um vestido cumprido com estampa colorida em tons natureza. Desceu as escadas e entrou no banheiro tirando calmamente suas roupas, entrou embaixo da água morna que descia do chuveiro pensando em todas as mudanças de sua vida, tudo o que teve que passar para poder chegar ali, os insultos por estudar muito, a rejeição na escola, o ciúme. Mas valera a pena, agora era caloura em Harvard e daqui a alguns anos se formaria.