Flashs do Amor escrita por L_Baseggio


Capítulo 4
Capítulo 4




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Depois de um cansativo dia, Bella voltava para casa caminhando, ainda eram três horas da tarde. Das mesas de fora do “Hanover Point” duas garotas chamaram sua atenção convidando-a para sentar-se com elas.

―Ei! Você não é Isabella? ― A garota de cachinhos ruivos, e aparelhos, que Bella reconheceu como Ana, sua colega nas aulas teóricas perguntou.

― Sim, chame-me de Bella, por favor.

― Claro.

― Então, Bella, gostaria de lanchar com a gente? ―A outra mulher perguntou. Esta tinha os cabelos castanhos claro, e usava uma faixa colorida neles, segurava um copo de cerveja na mão e com a outra mexia convulsivamente na gola baixa de sua blusa vinho.

― Eu adoraria. ― Fez uma pausa lembrando-se de certos verdes olhos. ― Mas não posso, tenho um compromisso logo. Talvez consiga arranjar um emprego temporário.

― OK. Nós entendemos. E a propósito, eu sou Ana e esta é Luiza.

― Espero que nos encontremos de novo.

― Com certeza. Bem, eu tenho que ir, não posso me atrasar.

― Tchau.

Continuou seguindo até chegar à mansão, entrou pela garagem, onde Emmett lustrava cuidadosamente um dos carros. Vendo a garota ali abriu um largo sorriso.

― Como foi seu primeiro dia na faculdade? Sua mãe não para de falar nisso um segundo se quer.

― Foi bem sim, obrigada por perguntar.

― Capaz. Teve aulas com Rose?

― Não, vou ter amanhã.

― Que bom.

― Pode me ajudar?

― Claro.

― Onde fica a rua “Crepúsculo” número 1495?

― Você está brincando comigo, não é?

― Não por quê? ― Confusa explicou o motivo de sua pergunta. ― Um fotógrafo, Edward Cullen de acordo com o cartão, me convidou para fazer um ensaio, disse que precisa de novas modelos.

Emmett olhou sério para ela, a compreensão o atingindo com um raio enquanto Bella falava.

― Querida, você mora na rua “Crepúsculo” número 1495, e o fotógrafo Edward Cullen é o patrão meu e de sua mãe.

― Sério?

― Claro! Por que eu mentiria para você?

Ela meneou a cabeça concordando, e despediu-se dele. Seguiu a frente pelo caminho de sempre, passando pelo corredor e a piscina até chegar ao chalé. Sua mãe não se encontrava ali, provavelmente estava trabalhando em algum lugar da enorme casa. Trocou-se colocando uma bata amarela por cima de um calção jeans, calçou uma rasteirinha com estampa de onça e fez um rabo no alto da cabeça. Foi até o espelho para conferir seu “look”, definitivamente ela mudara muito, suas roupas pareciam mais com algo que Alice escolheria para vestir.

Bocejando desceu as escadas, foi até a geladeira na humilde cozinha, onde encontrando uma garrafa de suco, bebeu-a. Sentou-se no sofá e ligou a televisão, esperando o horário chegar, com mais um bocejo adormeceu ali mesmo.

***

Edward conferiu seu material pela quarta vez, nos últimos cinco minutos, quase todas as garotas haviam chegado, faltava apenas Bella, a que mais lhe chamou atenção. Jasper entrou em seu estúdio preocupado.

― Eu sei que você esta doido para conhecer melhor a tal Bella, de quem você falou a tarde inteira. Mas as outras garotas estão impacientes, será que você poderia começar isso logo?

― OK. ― Edward meneou a cabeça, e levantou-se, seguindo para a sala de estar, onde as quatro mulheres o esperavam.

― Olá, eu sou Edward Cullen, como vocês já sabem. Cada uma de vocês vai ir até meu estúdio e eu vou tirar algumas fotos suas. Não sou eu quem vai escolher uma de vocês para fazer a campanha, então não depende de mim, apenas dos contratantes. Ok? ― As garotas concordaram, entendendo e ele continuou. ― Vocês já deram seus nomes completos e dados para Jasper, ele irá chamá-las uma por uma e virão até meu estúdio.

***

― Goal! From Brazil.

O barulho da televisão fez Isabella acordar com um pulo, esfregando as vistas olhou ao seu redor, onde na parede um relógio marcava cinco horas e quarenta e cinco minutos. Não esperou um segundo e correu em direção à mansão. Passando pelo corredor cheio de portas imaginou que poderia usar uma dela para entrar, mas provavelmente se perderia lá dentro se o fizesse. Passou pela garagem, e rapidamente se encontrava subindo as escadas para a entrada.

A porta se abriu e ela pode escutar parte da fala vinda de dentro.

― ... quando chegar a resposta, Jasper ligara para vocês. Obrigada novamente, e boa noite.

As mulheres agradeceram e após saíram juntas, comentando sobre como o fotógrafo era gostoso. Edward absorto em seus pensamentos, olhou ao redor, procurando a mulher que andara ocupando seus pensamentos durante todo o dia, e encontrou-a encostada timidamente à uma das lacunas, a mesma começou a subir as escadas em sua direção enquanto falava.

― Não sei se o senhor lembra de mim, mas...

― Bella. Certo? ― Ele interrompeu-a.

― Sim eu...

― Cheguei a pensar que não a veria mais.

― ...Tive algumas distrações e acabei perdendo o horário. Desculpe.

― Não tem problema. Entre.

Ela o seguiu para dentro, passando rapidamente pelo hall de entrada e chegando a uma enorme sala de estar. Uma tapeçaria ficava pendurada na parede ao lado da porta, do outro lado uma janela, com molduras brancas, fazendo um brilhante contraste com o marfim claro com que era pintado o cômodo. No chão um tapete felpudo, na cor branca, no centro dele encontrava-se uma pequena mesa de vidro adornada com um vaso de tulipas vermelhas. E encostado as paredes vários sofás, também da cor delas, onde Jasper repousava.

― Bella este é Jasper. Jasper esta é Bella. ― Edward apresentou-os, enquanto o outro homem levantava-se do sofá com um tom divertido.

― Prazer em conhecê-lo. ― Bella estendeu a mão, a qual Jasper pegou delicadamente e levou aos lábios enquanto dizia.

― O mesmo digo eu. Então, você é a tal Bella, de quem Edward falou a tarde toda?

― Sim, sou Bella, agora o fato de Edward ter me citado durante toda à tarde, não é de meu conhecimento.

― Claro que não. ― Gargalhando, Jasper retirou-se. ― Espero vê-los novamente em breve. Adeus.

Edward revirou os olhos diante da cena que o amigo fez, apenas para, sabia ele, deixá-lo constrangido, situação toda que teve o efeito contrário, já que a moça estava corando violentamente ao seu lado.

― Não dê bola para Jasper. Só estava fazendo uma ceninha. Venha. ― Chamou-a e seguiram até o terceiro andar pela elegante escadaria em formato de caracol. Passaram por várias portas, que assim como as que Bella estava acostumada a passar todo dia, tinham um símbolo gravado, aproveitando a oportunidade ela perguntou-o.

― E esses símbolos nas portas, são algum tipo de brasão?

― Ah, sim. ― Ele parou na frente de uma delas, e ficou a fitá-la enquanto também era observado com muita atenção. ― Os Cullen são uma família muito antiga, e este é o nosso brasão.

― Incrível. ― Ela sussurrou. Ficaram alguns segundos compenetrados apenas prestando atenção aos ricos detalhes na madeira, até que Edward quebrou o clima de nostalgia anunciando seu lugar favorito em toda a casa, até aquele momento.

― Este é meu estúdio. Entre por favor, as damas primeiro. ― Passando por ele rindo, pois fazia uma mesura a ela, colocou a mão na maçaneta e girou-a logo em seguida entrando na grande sala, onde vários ambientes ficavam lado a lado, criando um divertido contraste.

― Legal, não é?

― Claro.

― Sente-se naquele banco. ― Ela obedeceu-o indo até um banco alto e preto, que estava na frente de um pano branco que cobria o chão e a parede atrás de si. Edward pegou sua câmera e alguns papéis, que se encontravam em cima de uma mesa, no centro da sala.

― Mantenha a postura correta, e sorria.

Ela obedeceu-o.

― Bella você esta muito nervosa, qualquer um percebe. Relaxe!

― É difícil com você aqui.

― Você consegue. ― Edward depositou a câmera em seu lugar e colocou-se atrás dela. Delicadamente levou suas mãos até os ombros de Bella, deixando os polegares no início de suas costas, começando a movimentar seus dedos ali.

― Delicia! ― Edward riu ao comentário.

― Ops... Eu falei isso alto?

― Aham. ― Ele começou a rir mais ainda quando viu suas bochechas vermelhas. ― Tudo bem. Faça o que eu disse, você é linda.

Novamente ele pegou sua câmera de cima da mesa, e começou a tirar fotos dela, sob todos os ângulos possíveis.

― Agora, vamos começar? ― Ele perguntou.

― O quê?

― Brincadeirinha. Agora eu quero tirar algumas fotos de poses suas.

― OK.

Ele abriu um notebook e mostrou uma pose para ela, a mesma imitando a mulher da foto, colocou uma mão na parte de trás do quadril, e levantou a outra apoiando a cabeça na mesma. O som de sinos chocando-se doces como mel,chegou aos ouvidos de Edward: Bella ria sem parar.

― Qual a piada?

― Isso é muito estranho

― Não é não. Você fica muito bonitinha assim.

― Vou fingir que acredito.

Com este clima descontraído continuaram tirando as fotos por mais um bom tempo, divertindo enquanto deixavam de perceber o tempo passado por trás das janelas inexistentes no estúdio.

― Sabe, há muito tempo eu não me divertia tanto com alguém. Minha vida, nos últimos tempos, se resume a tirar fotos e assinar contratos. ― Edward começou uma nova conversa enquanto desciam as escadas.

― Então você realmente precisa de animação. ― Ela conclui.

― Concordo.

Bella começou a falar, porém foi impedida pelo toque de seu celular.

― Alô. Quem fala?

Sou eu filha. O que ouve? Estou preocupada.

― Mãe, me perdoe. Quando cheguei você ainda trabalhava, e ontem nem me lembrei de avisá-la. Eu vim fazer uma espécie de teste para um possível emprego temporário. ― Falou olhando sugestivamente para o homem ao seu lado.

Tudo bem. Mas não faça isso de novo, você me deixou muito preocupada, achei estava envolvida no acidente, venha até as proximidades do campus agora.

― Ok. Até mais. ― Despediu-se desligando o telefone, e murmurando “Dona Renée como você se estressa fácil”.

― O que disse? ― Curioso o fotógrafo perguntou.

― Nada. Tenho que ir. Apesar de já ter dezoito anos, eu ainda vivo com minha mãe e devo satisfações a ela. Então... ― Deixou a frase no ar sem saber como continuar diante daqueles misteriosos olhos verdes, encararam-se silenciosamente, se perguntando o motivo de serem afetados desta maneira pela presença um do outro.

― Então, espero você sábado do “Hanover Point” às sete? ― Ela quebrou o silêncio convidando-o.

― Claro.

― Certo. Eu tenho que ir. ― Ele concordou com a cabeça não se movendo um único centímetro. ― Tchau. ― Ela acenou, embora estivessem a passos de distância. Recebeu um novo aceno em resposta, então foi em frente abraçando-o e depositando um singelo beijo em sua bochecha esquerda. Depois calmamente se dirigiu a porta. Uma garota perceptiva, como já fora dito por seu pai, sabia, e não tinha conhecimento sobre como, que ele precisava de alguém que o ajudasse a superar seus próprios medos, e mesmo que inconscientemente, estava disposta a ser esse alguém.


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