Resident Evil: a Nova Supremacia escrita por duuhalbuquerque


Capítulo 2
Capítulo 2: Monstros




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         Vivian e Gisele encolhiam-se no canto da sala. Os passos arrastados se aproximavam. Agora pronto para invadir a sala. Um homem alto, de cabelos grisalhos cambaleava ao entrar. Soltava um gemido aparentemente de dor, quase inaudível. Vivian identificou-o de maneira rápida. Era seu professor de matemática. Na verdade, não era ele.

A loira conseguira perceber que aquele homem estava fora de si, quase tropeçava em suas pernas. Toda sua roupa completamente suja de sangue, assim como seu rosto e seus braços com feridas expostas terríveis.

Gisele recuara junto de Vivian enquanto o professor se aproximava entre cambaleios, o mesmo erguia seus braços tentando alcançar as adolescentes, ainda emitindo sussurros. Seus olhos estavam mortos, abria sua boca como estivesse tentando jantar as suas alunas.

O monstro ensangüentado esbarrava nas cadeiras, ainda tentando se aproximar de Vivian e Gisele. Mas as garotas pareciam ser bem mais ágeis, e correram para fora da sala.

         Gisele e Vivian correram pra fora do colégio, quase esbarravam em suas próprias pernas de tanto desespero. Ao chegar do lado de fora, Vivian encostou-se a parede.

      – O que... O que está acontecendo? – Indagou ofegante.

      – Eu também não sei – Respondeu a amiga – Só precisamos sair daqui para um refúgio. Acho que a cidade toda está assim –.

Vivian subiu em sua bicicleta, levando a amiga atrás. Decidiu voltar até sua casa, precisava saber se sua mãe estava bem. Começara a correr pelo mesmo caminho que fizera um pouco mais cedo. Como antes, o bairro onde vivia estava deserto.  

Ao passar os olhos pela esquina, viu um vulto que identificou como sua mãe. Numa distração tola, sua bicicleta tropeçara em um paralelepípedo solto da rua, fazendo a garota e sua amiga cair ao chão. Vivian ralou o joelho, e sua amiga nada teve, além de alguns cortes no cotovelo.

      – O que houve, Vivian? – Gisele perguntou, enquanto se levantava e limpava o pouco de terra que sujou seu uniforme.   

      – Eu vi minha mãe logo ali – Vivian respondeu. Correu até a esquina onde encontrara sua mãe ao passar de bicicleta. Gisele a seguiu cautelosamente.

      – Ficar na rua é perigoso demais, precisamos sair daqui – Insistiu a morena, não sendo atendida por Vivian.

         Vivian percorreu até a esquina onde se encontrava um mercadinho e uma creche. Ambos estavam fechados e silenciosos. Agora apenas seus passos e de sua amiga interrompiam o clima sinistro que percorria pelo ar. Vivian viu um pouco distante uma sombra caminhando lentamente. Parecia sem rumo... Talvez fosse sua mãe.

A loira correra na esperança que a mesma estivesse bem, mas enganou-se.  Sua mãe, uma mulher de aproximadamente trinta e cinco anos, estava suja de sangue. Suas pernas feridas e sujas de terra. Seus cabelos loiros descabelados. Caminhava de braços tombados e cabeça inclinada ao chão. Assim como seu professor, soltava gemidos e cambaleava.

      – Mãe... – Algumas lágrimas desceram ligeiramente do rosto juvenil da pobre garota.

Talvez naquele momento, aquelas palavras lhe serviram para complicar sua situação. Sua mãe levou seus olhos cadavéricos e sujos de sangue até Vivian e Gisele. Neste exato momento, abriu sua boca e ergueu seus braços na direção das adolescentes.

Se fosse antigamente, aquele gesto poderia significar um abraço carinhoso, mas Vivian sabia que sua mãe tinha as mesmas intenções de seu professor de matemática.

Os dentes de sua mãe estavam completamente sujos de sangue, seus trajes rasgados e com diversas feridas pelo corpo. Ela continuava se aproximando, em certos momentos, tombava para um lado, quase caindo.

      – O que está fazendo, Vivian? – Gritou Gisele um pouco distante da amiga e da mulher que se aproximava.

Agora a mulher e sua filha estavam a poucos centímetros de distancia.

Vivian não conseguira se mexer mesmo sabendo de todo perigo que corria.  Afinal, aquela mulher ainda era sua mãe. Suas pernas tremiam, recusando-se a fugir.

Numa súbita reação, a criatura ensangüentada jogara seu corpo em cima de Vivia, fazendo a mesma cair ao chão . Sua mãe tentava lhe morder, inclinando sua cabeça para um lado, querendo atingir seu pescoço. Vivian empurrava com suas mãos a cabeça da mulher que ainda acreditava ser sua mãe. Aquele monstro tinha uma força incrível, continuou se debatendo e tentando escapar de uma morte certeira. Alguns pingos de sangue caíram dos dentes de sua mãe até seu rosto. Vivian gritava, mas o monstro tentava devorá-la como um animal selvagem faminto.  A adolescente lutava de todas as maneiras para livrar-se da criatura.

         Gisele entrara em desespero. Sabia que, caso gritasse, poderia atrair mais daqueles monstros para perto. O que fazer, então? Como ajudar sua amiga?

A morena começara a olhar ao seu redor, encontrou o paralelepípedo solto que fizera cair da bicicleta um pouco a frente. Rapidamente encontrou a solução, pegou o objeto e correu até Vivian. Sem hesito, atingiu o monstro na cabeça, trazendo um jato de sangue até seu rosto.

A mãe de Vivian caiu sobre a filha com uma enorme ferida na cabeça. Agora parecia que o monstro havia sido derrotado. E Vivian estava a salva!

      – Ela não é mais sua mãe... – Disse Gisele, ajudando Vivian a levantar-se do chão.

      – Obrigada... – Vivian se levantou. Enxugou algumas lágrimas e voltou até a bicicleta junto de Gisele.

          As garotas continuaram seguindo para a casa. Depois de alguns minutos, chegaram até a mesma. A casa era de classe média, possuía dois andares e ficava de frente pra uma privilegiada vista. Vivian pegou as chaves, ainda tremia muito e teve dificuldade de abrir a porta. Entrou junto de Gisele e seguiu até a cozinha, pegando um pouco de água e bebendo.

Encostou-se sobre a pia e começara a chorar freneticamente. Sua amiga não sabia como consolá-la. Afinal, também estava sofrendo com tudo aquilo.  

      – O que vamos fazer? – Vivian perguntou após secar os olhos novamente.

      – Não sei... Meus pais estão mortos. Eu moro muito longe daqui, não adianta eu tentar ir para casa em busca de ajuda. Acabaria morrendo no meio do caminho – Comentou Gisele, bisbilhotando a rua entre as cortinas da janela da cozinha.

      – O que está acontecendo, afinal? – Vivian perguntou.

      – E acha que eu sei? Quando cheguei à escola, todos estavam daquele jeito! Bom... Se tentarmos ver algo na televisão, pode ser que encontremos alguma coisa... – Gisele seguiu até a sala junto de Vivian.

A loira ligou o aparelho sobre uma mesinha ao centro da sala. E, para o desespero das garotas, todos os canais estavam fora de sincronização.

      – Caralho! – Vociferou Gisele – Não é possível –.

      – Talvez devamos ficar por aqui... Alguém pode aparecer para nos ajudar... Não acha? – Vivian desligou a televisão e seguiu seus olhos até a amiga nervosa.

      – Vamos torcer pra isso... – Gisele.

         Algumas horas se passaram. O entardecer já chegara, e junto dele, uma fina garoa visitava a Cidade Maravilhosa. Vivian continuava deitada ao sofá, olhando o teto e voltando as lembranças de alguns dias atrás. Gisele observava cautelosamente pelas cortinas o movimento da rua. Por sorte, tudo estava deserto, e algumas vezes, gemidos ecoavam pelos becos escuros da noite recente.

      – E seu pai? O que houve? – A morena perguntou.

      – Estava no trabalho... Liguei pro celular dele, mas ninguém atende – Respondeu a loira ainda deitada.

Sem ao menos esperarem, um forte estrondo na rua aconteceu. Gisele olhou pela janela, e logo encontrou um carro capotado em chamas a frente da casa.

Vivian correu até a amiga, assistindo a mesma cena.

      – Será que alguém se machucou? – Perguntou assustada.

      – Não sei. Mas não é uma boa idéia sair para ver – Gisele.

O motorista que dirigia o veiculo saiu do carro pela janela, em poucos minutos, outros monstros como a mãe de Vivian surgiram das sombras e dos becos.

O homem, velho e baixinho, logo percebeu que estava cercado pelas criaturas. Gritou, gritou diversas vezes. Mas, previsto por Gisele e Vivian, o mesmo foi devorado em segundos pelos monstros canibais.

Vivian virou os olhos, escapando da terrível cena que acontecia em sua rua.  Agora os zumbis caminhavam pelo logradouro, a noite era apenas clareada pelo fogo do veiculo que ainda resistia.

      – Droga. Acho que eles perceberam a gente! – Gisele.


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Notas finais do capítulo

Ai está. Capitulo 2 pronto.. Espero que gostem!
Vou tentar não demorar a atualização. E continuo esperando comentários e opiniões ;)



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