Naruto - My Chance At Love (itachi) escrita por Mirytie
Notas iniciais do capítulo
Enjoyb ^^
- Isto é uma kunai.
Itachi e Maiko estavam num pequeno bosque perto da casa e Kisame estava mais afastado, atento a potenciais perigos. Itachi explicava tudo a Maiko como se ela fosse uma criança e, apesar de ser óbvio que Maiko sabia o nome daquela arma, ela ouvia atentamente.
A chuva caia como normalmente acontecia naquela terra, mas isso não parecia incomodar nenhum dos dois.
Itachi segurava o instrumento na mão pelo cabo, enquanto listava os usos que ela podia ter. Quando acabou, entregou-a a Maiko.
- Esse é um dos instrumentos mais básicos que um ninja pode ter. – Itachi agachou-se no chão e tirou uma mala de cintura de dentro da saca que tinha trazido – Ontem à noite estive a preparar-te isto.
Sem hesitar, Maiko pegou na pequena mala e abriu-a. Lá dentro, estavam várias shurikens de variados tipos, kunais, pequenas bombas de luz e de fumo, selos explosivos e fios de aço. Ela sorriu.
Era óbvio que aquilo tinha demorado algum tempo a preparar, o que queria dizer que ele estava a levar aquilo a sério.
- Obrigada. – agradeceu Maiko verdadeiramente feliz – Muito obrigada.
- Vamos ao que interessa. – disse Itachi enxotando os agradecimentos – É óbvio que ainda não tens a prática para utilizar o que te dei. No entanto, se te vires numa situação apertada em que não te possa ajudar, podes sempre usar as bombas que te dei.
Agachando-se novamente, Itachi tirou uma caixinha do mesmo saco de onde tirara a pequena mala de Maiko, endireitou-se e entregou-lhe a caixa.
- Isso são vitaminas. – explicou Itachi quando Maiko abriu a caixa e viu pequenas bolinhas pretas – Como vamos começar pelo controlo de chacra, vais precisar delas.
- Eu…consigo controlar chacra? – perguntou Maiko.
- Tenta. – disse Itachi vendo Maiko começar a desesperar – Tenta juntar as mãos, para começar. – pediu Itachi demonstrando – Fecha os olhos e concentra-te.
Maiko assim o fez mas não aconteceu nada. Com receio da reação de Itachi, ela abriu um olho mas só havia paciência nos olhos dele.
- Eu sei que é difícil ao princípio. – disse Itachi – Mas, se consegues curar pessoas, isso significa que já consegues controlar algum do teu chacra. – como se fosse só mais um exercício, Itachi pegou numa Kunai e cortou o pulso. Quando Maiko viu o sangue dele começar a jorrar, ficou branca. Mas ele parecia extremamente calmo ao esticar o braço na direção dela – Cura-me.
Ela ia apressar-se a fazê-lo mas, quando estava prestes a tocar-lhe, ele impediu-a.
- Não. – disse ele olhando para ela – Não me podes tocar.
- Mas…
- Se não me curares, eu vou morrer. – evidenciou Itachi, enquanto o seu sangue pingava sem parar até chegar à relva.
Mais uma vez, ele esticou o braço em direção a ela, ignorando as lágrimas que lhe enchiam os olhos.
- Estica as mãos. – orientou Itachi – Isso mesmo…não me toques! Deixa as tuas mãos pairar por cima do meu pulso. Agora concentra-te, como se estivesses a curar-me como normalmente curas.
Maiko fechou os olhos. Mesmo sem lhe estar a tocar, conseguia sentir o sangue dele, ouvir os batimentos cardíacos dele…sem sequer se aperceber, conseguiu acalmar-se, respirando ao mesmo tempo de Itachi.
- Muito bem. – congratulou Itachi fazendo Maiko abrir os olhos – Nem sequer se vê a cicatriz.
Sem acreditar, Maiko olhou para o pulso de Itachi e ali estava…a pele estava intacta.
- Não acredito. – murmurou Maiko.
- Fizeste um bom trabalho. – disse Itachi passando um dedo pelo pulso – É importante concertar a veia antes de concertar a pele se não acabasse com uma hemorragia interna. Sentes-te cansada?
Maiko abanou a cabeça. Em vez de cansada, sentia-se extremamente contente. No entanto, desde o dia anterior, continuava a sentir que Itachi ainda precisava de ser curado.
- Vamos só fazer mais um exercício e depois voltar. – disse Itachi pegando numa pedra – Quero que tentes curar esta pedra.
- O quê? – perguntou Maiko, incrédula.
- Vá lá, tenta. – incentivou Itachi – Como antes, não podes tocar na pedra e não podes fechar os olhos.
Itachi esticou o braço e esperou que ela se pusesse em posição. No entanto, quando viu a mão dela a tremer, teve de suspirar.
- Olha para mim. – pediu Itachi encarando-a quando ela olhou para ele – Concentra-te em curar a “vitima” mas continua a olhar para mim.
Maiko não sabia quanto tempo é que tinha passado até Itachi começar a falar outra vez porque estava simplesmente perdida nos olhos dele.
- Agora olha para baixo. – pediu Itachi.
Maiko assim o fez e quase saltou a ver uma substância azul transparente a sair das suas mãos que desapareceu um segundo depois.
- Aquilo era chacra. – explicou Itachi – Repara como desapareceu quando te desconcentras-te. O que vais fazer quando tiveres tempo livre é praticar exatamente isto. – entregou-lhe a pedra – Por hoje ficamos por aqui.
…
Em quinze minutos chegaram a casa.
Maiko sentia-se finalmente parte do grupo, enquanto caminhava com Itachi e Kisame. E era bom poder falar com Itachi normalmente, agora.
- Espera aqui. – disse Itachi para Maiko quando entraram em casa.
Obedecendo-lhe, Maiko sentou-se no sofá com Kisame à sua frente, enquanto Itachi se dirigia para o seu quarto. Depois ficou nervosa quando Itachi passou do quarto dele para o quarto dela.
- O que é que ele está a fazer? – perguntou Maiko a Kisame.
- Pareces feliz. – comentou Kisame ignorando a pergunta de Maiko – Gostaste do treino.
-Sim. – respondeu Maiko com um sorriso – O Itachi-san é um ótimo professor.
- Então não devia ser “san” agora, pois não? – lembrou Kisame – Devia ser Itachi-sensei.
Maiko corou. Será que estava mesmo apaixonada pelo seu professor? Isso era estranho. Por estar a pensar nisso, teve de reprimir um guincho quando Itachi apareceu e se sentou ao seu lado.
Com cuidado, Itachi pousou um livro antigo no colo dela.
- Do que é que estavam a falar? – perguntou Itachi a Kisame.
- De nada especial. – respondeu Kisame simplesmente – O que é que estiveste a fazer no quarto da Maiko-san?
- Estive a pôr-lhe um genjutsu na porta e na janela. – informou Itachi – Assim, ninguém pode entrar a não ser ela.
- E tu. – completou Kisame esperando uma reação de Itachi, mas foi Maiko que corou.
- Esse livro foi-me dado pelo meu professor. – disse Itachi virando a sua atenção para Maiko – São instruções que te ajudam a aprender os selos que constituem um jutsu. – Maiko anuía com a cabeça, enquanto ouvia Itachi – Portanto, se tiveres alguma dúvida, só tens de me perguntar.
- Oh…mas eu ainda não consigo controlar o meu chacra. – lembrou Maiko.
- Mesmo que não consigas, podes sempre treinar os gestos. – disse Itachi – E assim vai ser mais fácil para ti quando chegar a altura de fazer alguns jutsus.
- Vais-lhe ensinar algum genjutsu? – perguntou Kisame, curioso.
- Claro. – respondeu Itachi sem hesitar – Se ela conseguir fazê-lo.
A conversa foi interrompida quando os outros elementos do grupo entraram. De certo modo, eles conseguiam sempre arruinar os bons momentos de Maiko.
- Também saíram cedo, pelo que vejo. – comentou Kisame, enquanto os companheiros procuravam lugares no sofá para se sentarem.
- Fomos só recolher informações. – disse Kakuzu aproveitando para se sentar ao lado de Kisame – Nada que valesse dinheiro.
- E como está o nosso entretenimento? – perguntou Hidan mas, quando tentou tocar-lhe, foi parado por Itachi.
- Ela está cansada. – disse Itachi respondendo por Maiko. Depois olhou para ela – Porque é que não vais descansar um bocado antes do Paine e a Konan chegarem?
Maiko anuiu com a cabeça, agradecida porque também não queria ficar ali, sob a presença de Hidan e Deidara.
Aproveitando o lugar vago ao lado de Itachi, Sasori sentou-se.
- Tenho uma coisa para ti. – disse Sasori entregando-lhe um envelope discretamente.
Itachi aceitou-o e, um segundo, guardou-o dentro da sua capa sem sequer olhar para ele. – Quando é que to deram?
- Mesmo agora. Mas devias apressar-te. – aconselhou Sasori – O informador veio de Konoha.
Sem reagir, para que não fosse óbvio que ele estava preocupado, Itachi levantou-se e, com um olhar, informou Kisame que ia sair.
- Porque é que agora estás a proteger o nosso objeto de diversão? – perguntou Deidara, amuado e depois chateado quando Itachi limitou-se a continuar a caminhar sem lhe responder – Estás-me a ouvir!?
Kisame levantou-se ao mesmo tempo de Deidara. – O Itachi-san está cansado.
- Está cansado de quê? – gritou Deidar, mas como não queria enfrentar Kisame, sentou-se outra vez – Vocês são uns desmancha-prazeres.
Enquanto eles conversavam, Itachi entrou no quarto e abriu rapidamente o envelope. A sua expressão não mudou, enquanto a lia, mas o seu coração começou a bater mais depressa.
Pensou em mudar de roupa e apressar-se para Konoha mas não adiantava nada. Depois de ter sido apanhado por Kakashi, tinha quase a certeza que os guardas estariam atentos a qualquer ANBU que entrasse na aldeia.
De repente, teve uma ideia: o País da Neve ainda não tinha dado o alerta para os outros países. Isso queria dizer que ninguém a não ser esse País andava à procura de Maiko.
Concluindo, ninguém desconfiaria de Maiko se ela entrasse na aldeia. E, já que ela não era oficialmente uma ninja, não representava perigo.
E ela sabia do seu pequeno segredo.
Mesmo assim, era um grande favor que estaria a pedir e ela não poderia ser responsabilizada se recusasse.
Com isso em mente, Itachi saiu pela sua janela e entrou pela dela.
Ela encontrava-se a estudar o livro que ele lhe tinha acabado de dar em cima da cama, ainda com a capa da Akatsuki vestida.
- Maiko. – chamou Itachi e quase sorriu quando ela saltou da cama e o encarou, tentando não parecer assustada.
- Itachi-sensei. – disse ela – Porque é que não entrou pela porta?
- Preciso de te pedir um favor.
…
E ela aceitara, pensou Itachi tentando decidir se ela era corajosa ou idiota.
Tal como ele lhe tinha pedido, ela tirara a capa e voltara a vestir o vestido branco com que entrara pela primeira vez no esconderijo da Akatsuki.
Agora, levava-a nas suas costas enquanto se apressava para chegar a Konoha o mais rapidamente possível.
Maiko segurava-se o melhor que podia ao pescoço de Itachi. Tinha medo de cair mesmo com ele a agarra-la e tinha medo da missão que ele lhe pedira para fazer. Entrar em Konoha sem ser convidada era um risco que ela estava a correr mais por amor do que pela experiência.
No entanto, era época de exames em Konoha, onde os pequenos aprendizes se esforçavam para conseguir o título de Chuunin. Alunos vinham de toda a parte para conseguir o direito ao rótulo. Hoje, era a etapa final dos testes onde os finalistas se defrontavam e, como toda a gente andava ocupada com isso ou a assistir ao espetáculo, era uma boa altura para entrar sem se ser percebido.
E claro que Itachi tinha pensado nisso. Afinal, ele já tinha vivido naquela aldeia. A única coisa que Maiko desconhecia era a razão por ele ter saído e porque é que não podia entrar.
Quando estavam a dois metros do portão principal, Itachi pô-la no chão. Os pés de Maiko estavam a tremer quando tocaram no chão e o seu coração ribombava como um tambor mas, quando Itachi se virou para ela, ela olhou para ele com determinação.
- Só tens de entregar isto ao Hokage o mais depressa possível. – disse Itachi como se fosse a coisa mais fácil de fazer, depois de lhe entregar o envelope – Ele deve estar a assistir aos combates. Vai ser difícil passar pelos guardas. Tens a certeza que vais conseguir.
- Claro! – disse Maiko a sorrir mas estava aterrorizada – Afinal, na minha terra estava sempre a escapar-me dos ANBUs.
- Lembra-te do que eu te disse antes. – Itachi pousou uma mão no ombro de Maiko – Eu protejo-te. Se estiveres em perigo, basta chamares. Eu vou estar sempre por perto.
Maiko anuiu. De certa maneira, aquilo descansou-a. Sem perder mais um minuto, Maiko virou costas e, o mais normalmente possível passou pelo portão principal. Até sorriu aos dois ninjas que guardavam a entrada e ficou feliz por eles sorrirem de volta.
Estava a chegar ao ginásio quando sentiu o chão debaixo dos seus pés a tremer e uma explosão ali perto. Depois uma cobra gigante apareceu ao longe e Maiko teve que se encostar a uma parede para não ser atropelada pelas pessoas que fugiam em histeria ou pelos ninjas que se preparavam para a luta.
Ela estava prestes a chamar Itachi quando um ninja a agarrou e tapou-lhe a boca. Em dois segundos a vida de Maiko passou-lhe à frente dos seus olhos. Queria chorar e implorar pela sua vida mas agora a missão era mais importante.
Deu uma cotovelada no estômago do ninja que lhe apontava uma kunai ao pescoço, tropeçou e quase caía quando o ninja a largou mas começou a correr. Tinha de encontrar o Hokage, entregar-lhe o envelope e fazer Itachi orgulhoso.
Os olhos encheram-se de lágrimas quando o ninja que tinha acabado de deitar ao chão a agarrou outra vez. Quando sentiu o sangue escorrer pelo pescoço, sinal de que a sua pele tinha sido cortada e estava prestes a ser degolada, começou a chorar descontroladamente e quase gritou quando caiu de joelhos no chão por o ninja a ter largado abruptamente.
Ao olhar para trás, viu o homem no chão e Itachi a oferecer-lhe a mão.
Ela não a aceitou.
Levantou-se e tentou continuar a correr mas Itachi agarrou-a antes que ela o pudesse fazer e abraçou-a para que ela não tentasse fugir.
- Larga-me! – gritou Maiko tentando libertar-se em vão – Eu tenho de entregar a carta ao Hokage!
- Não! É tarde demais! – disse Itachi agarrando-a com força – Para, Maiko! – pediu ele. Agarrando-a pelos ombros, afastou-a um bocado e olhou-a nos olhos – Eu não quero perder outra pessoa que é importante para mim!
Automaticamente, Maiko parou de se debater e só então percebeu que ele tinha tirado a capa da Akatsuki para não dar nas vistas.
- Eu só queria…
- Eu sei. – disse Itachi afagando-lhe os cabelos – Temos de sair daqui. É demasiado perigoso.
Ele agachou-se para que ela subisse para as suas costas e começou a correr mal ela o fez. Só demorou 10 segundos para sair da cidade e mais cinco para ir buscar a sua capa que tinha escondido em cima de uma árvore.
Com cuidado, pousou Maiko no tronco e levantou-se o queixo para ver a ferida.
- Espera um bocado. – pediu Itachi remexendo na sua bolsa – Temos de curar isso antes de voltarmos.
- Não é preciso. – disse Maiko. Via preocupação no olhar de Itachi e achava que não era só por ela – Sabes, se quiseres, eu posso voltar à cidade e…
- Isso está fora de questão. – Itachi franziu as sobrancelhas quando Maiko fechou os olhos ao passar-lhe desinfetante pela ferida – Não sabemos se ele tinha veneno na kunai. Temos de analisar melhor quando chegarmos ao esconderijo. – com cuidado, ele enrolou o pescoço dela com ligaduras – Mas isto vai ter de chegar por enquanto. Se te sentires tonta avisa-me imediatamente.
Maiko anuiu com a cabeça, enquanto o via a vestir a capa e depois subiu para as costas de Itachi. Olhou uma última vez para Konoha e suspirou.
O que é que ia acontecer àquela aldeia?
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