Maiko começou a treinar mal regressou ao esconderijo e quis desistir no mesmo dia.

Quando entrou no esconderijo, depois de ter saído para treinar, tinha feridas de shurikens na cara, pisaduras por ter caído e fraca por ter abusado de exercícios de chakra.

Quando Paine a viu daquela maneira, Maiko recebeu um sermão por se ter posto em perigo e foi proibida de repetir o mesmo, e não adiantou pedir que alguém do grupo a ensinasse porque ele disse que estavam todos demasiado ocupados para o fazerem.

No outro dia, tentou sair à socapa para voltar ao treino mas foi apanhada por Konan.

- Onde é que ias? – perguntou Konan que tinha acabado de entrar.

- Eu…ia…

- Já te disseram que não podes sair sozinha, não já? – perguntou Konan – Trouxe-te as tuas coisas.

Konan estendeu os braços e entregou a Maiko uma capa da Akatsuki e um colar com o símbolo da aldeia da Neve, já que ela não era uma ninja e não tinha uma bandana.

- Agora, quero que fiques aqui, entendeste? – perguntou Konan – Não queremos que te magoes antes da próxima missão.

- Mas não é melhor treinar, então!? – exclamou Maiko – Konan-san, se eu souber algumas técnicas ninja não vou estar tão vulnerável em missões!

- Estão todos muito ocupados para te ensinar seja o que for. – Konan estava a dizer exatamente o que Paine tinha dito – Estamos a planear uma revolução e isso não nos deixa muito tempo livre.

- Mas…

- Quero que te prepares para curar o Itachi e o Kisame quando eles voltarem, amanhã. – lembrou Konan – O Itachi tem o hábito de exagerar.

Maiko suspirou e regressou ao quarto que finalmente tinham preparado para ela no esconderijo, para vestir a sua nova capa. Às vezes achava que aqueles eram os piores momentos da sua vida porque, ao menos, na sua aldeia natal tinha a sua mãe e alguns amigos que não tinham recuado mesmo depois de ela se tornar a “arma secreta” da aldeia.

Por outro lado, percebia a preocupação de Konan e Paine pois deviam haver vários ANBU da sua aldeia à sua procura.

E depois havia Itachi.

Itachi parecia não querer saber se ela vivia ou morria mas tinha-a salvo na sua primeira missão e até arriscado a sua vida por ela, no entanto, não tinha muita esperança para aquele primeiro amor.

Maiko suspirou e olhou para o espelho que tinham improvisado para ela. Tinha que admitir que ficava bem naquela capa mas agora era uma foragida e seria difícil se a sua aldeia conseguisse a cooperação de outras aldeias.

E nada era garantido, ali. Podia ser mandada embora de um dia para o outro e depois seria castigada quando voltasse para a sua aldeia.

Só de pensar nisso arrepiou-se.

Depois alguém bateu à porta e ela parou de respirar durante alguns momentos até se aperceber que era uma estupidez pensar que podiam ser ANBU da aldeia dela. Afinal, estava no esconderijo da Akatsuki…provavelmente era só Konan ou Paine para lhe informar da sua próxima missão.

Quando abriu a porta e viu Itachi, parou de respirar outra vez.

- Precisamos dos teus serviços. – disse Itachi simplesmente, e recuou para se sentar no sofá em frente a Kisame.

Não devia ficar surpreendida por ele estar ali. Afinal, era natural que as missões acabassem mais cedo ou mais tarde dependendo de quem estava envolvido e Itachi parecia ser um dos membros mais preciosos da Akatsuki.

Mesmo assim, precisou de mais alguns segundos para se recompor e começar a respirar outra vez. O mais naturalmente possível, ela avançou e sentou-se ao lado de Itachi.

- Então… - começou Kisame – Como é que funciona?

Maiko ficou um bocado ofendida por ter sido tratada como uma máquina ou um instrumento mas respondeu obedientemente. – Basta um toque e alguns minutos para ficarem totalmente curados.

Como resposta à explicação de Maiko, Itachi estendeu-lhe a mão fazendo-a abrir a boca. Ela ficou feliz por ele ter começado a falar com Kisame sobre a missão e não ter notado que ela estava a tremer quando lhe deu a mão. Por outro lado, ele era um ninja treinado e provavelmente só se estava a enganar a ela própria.

- Ouvi dizer que estava a tentar treinar sozinha. – disse Kisame assustando Maiko que estava concentrada no seu trabalho apesar de não exigir concentração nenhuma.

- Ah, sim! – respondeu Maiko – Mas proibiram-me de fazê-lo.

- Treinar sozinha é arriscado. – disse Kisame – Pode magoar-se ou encontrar um ninja da sua aldeia.

- Sim, já me disseram isso. – Maiko anuiu a cabeça desanimadamente…pelo menos os outros não estavam ali para gozar com ela.

- E têm razão.

Desta vez, Maiko não foi a única com um ar surpreso. Kisame também pareceu mais pálido ao ouvir Itachi falar com Maiko.

- Se queres treinar, pede a alguém que te ajude. – continuou Itachi.

- E-Eu…já pedi ao Paine-san e à Konan-san mas eles dizem que estão todos ocupados. – explicou Maiko. Não sabia porquê, mas estava a ficar tonta.

- Se estiveres realmente disposta a treinar, eu posso ajudar-te. – ofereceu Itachi deixando Maiko sem palavras – Mas tens que acordar bem cedo.

Apesar de Itachi estar a dizer aquilo com um som desinteressado Maiko estava extremamente contente com a oferta.

- Sim, é claro que… - Maiko interrompeu-se quando Itachi libertou a sua mão das dela e a tontura que a estava a incomodar passou imediatamente – Espera, ainda não tinha terminado!

- Está bom o suficiente. – disse Itachi levantando-se – Amanhã às seis.

E, antes que Maiko pudesse contestar ele já tinha entrado no quarto. Ela olhou para Kisame à procura de respostas mas ele abanou a cabeça. Maiko suspirou e levantou-se para se sentar ao lado de Kisame e dar-lhe a mão.

- Ele é uma pessoa cheia de segredos, huh? – perguntou Maiko.

- Normalmente fica cansada depois de curar? – perguntou Kisame ignorando a pergunta de Maiko.

- Não. – respondeu Maiko – Porquê?

- Parece estar mais pálida. – comentou Kisame.

- Oh, isso é normal. – disse Maiko descontraidamente, mas sentia-se realmente um pouco cansada – Como nasci na Aldeia da Neve a minha pele é bastante mais branca do que o normal.

- Se o diz…

E foram as últimas palavras que trocaram. Passados alguns segundos, Maiko largou a mão de Kisame e ele, tal como Itachi, voltou imediatamente para o quarto. Ela decidiu fazer o mesmo quando reconheceu a voz atrás da porta como sendo a de Deidara.

Com passos rápidos, moveu-se pelo chão da sala e ficou aliviada por conseguir fechar a porta do seu quarto antes da porta da frente se abrir.

Mas o que havia de fazer naquele quarto?

Olhou para o espelho e, surpreendentemente, Kisame tinha razão. Ela estava, de fato, mais branca do que o usual o que a punha no mesmo patamar de um fantasma.

Tinha que começar a comer mais se pretendia sobreviver aos treinos com Itachi..

…

Depois de terem chamado Itachi e Kisame de volta à sala, estava na hora de começar a reunião mesmo sem Maiko presente.

- Como correu a missão, Kisame? – perguntou Paine em pé, ao lado dos dois sofás – Conseguiram a informação?

- Correu tudo bem. – informou Kisame – Podemos avançar para a próxima fase.

- Muito bem. – disse Paine – Depois de planearmos o próximo passo, contactar-vos-emos.

Dando como terminada a reunião, Konan e Paine saíram deixando o resto do grupo sozinho.

Uma vez sozinhos, Kisame olhou para Itachi um pouco confuso porque pensava que ele ia informar Paine sobre os treinos com Maiko.

- Tens alguma coisa a dizer, Kisame? – perguntou Itachi em tom baixo, quase lendo os pensamentos do colega.

- Pensava que ia contar ao Paine-sama sobre os treinos com a Maiko-san. – explicou Kisame.

- Eu não preciso da autorização de ninguém para ajudar a Maiko. – disse Itachi.

- Também pensava que não gostava da Maiko-san. – insinuou Kisame recebendo o olhar de Itachi pela primeira vez desde que a conversa tinha começado.

- Quando uma pessoa quer aprender e esforça-se para isso, não deve ser julgada. – disse Itachi continuando a olhar para Kisame – Antes ela era apenas uma rapariga fraca e eu odeio esse tipo de pessoas.

Pessoas que nem querem tentar, pensou Kisame. No fim, Itachi conseguia ser uma pessoa bastante simples.

- E o que é que vai acontecer se formos em missão? – perguntou Kisame, agora interessado.

- Ela pode vir connosco para ganhar experiência. – respondeu Itachi surpreendendo Kisame – Um ninja não é nada sem experiência, afinal.

- Se acha que é o correto a fazer. – disse Kisame achando melhor dar por terminada a conversa.

- Sim, acho. – disse Itachi voltando a desviar os olhos de Kisame.

Apesar de Kisame achar que Paine não se importaria se soubesse que Itachi ia treinar Maiko, achava que era melhor dizer, de qualquer das maneiras. No entanto, isso queria que ser uma decisão de Itachi.

- Quer que o acompanhe, amanhã? – ofereceu Kisame referindo-se ao primeiro dia de treinamento.

- Sim, isso seria adequado. – comentou Itachi – Já que ainda podem andar por aí ANBU da aldeia dela.

- O que é que se passa aí? – perguntou Deidara cansado dos murmúrios entre os dois – Podemos participar na conversa?

- Sim, e onde é que está a nossa distração? – perguntou Hidan referindo-se a Maiko – Estou a ficar entediado.

No entanto, quando Hidan se levantou para a ir buscar, Itachi levantou-se também, reunindo todos os olhares.

- Ela precisa de descansar para amanhã. – mencionou Itachi fazendo com que Hidan se sentasse imediatamente – Ela não pode ser mais incomodada daqui para a frente.

Depois de dizer isso, Itachi limitou-se a passar por toda a gente sem dizer mais uma palavra e voltar para o seu quarto.

- Oooh! A Maiko está sob a proteção do Itachi, agora? – perguntou Deidara interessado.

- Que seca! – suspirou Hidan – Agora não podemos fazer nada!

- O que é que se passou? – perguntou Kakuzo a Kisame – Ele antes nem falava com a Maiko.

- Não acho que seja aconselhável meterem-se, agora. – avisou Kisame – Quando o Itachi-san se empenha nalguma coisa é uma coisa séria.

- Sim, e onde é que vamos arranjar uma diversão como a Maiko? – perguntou Hidan, chateado – Agora que os dias tinham começado a ficar interessantes.

Apesar de Hidan estar a dizer aqui, Kisame achava que agora é que ia começar a ficar interessante.