Naruto - My Chance At Love (itachi) escrita por Mirytie


Capítulo 2
Capítulo 2 - A versão dela


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/155080/chapter/2

Maiko tinha nascido no País da Neve há dezoito anos e, desde que tinha descoberto as habilidades dela, tinha sido confinada ao seu quarto.

Num país que não tinha bijus, Maiko era uma “arma secreta” muito bem-vinda. Ninguém a tinha ensinado a lutar. Como bastava um toque para curar a mais grave das feridas, usavam isso e ignoravam o fato de ela ser imune a todo o tipo de jutsos. Se pensasse melhor, se calhar nem sabia que ela tinha esse poder.

Assim, as únicas vezes que saía do quarto eram para o campo de batalha. Já tinha visto mais pessoas a morrer do que as pessoas como ela deveriam ver.

- Maiko, já estás a dormir?

Ao ver a mãe à porta, ela fingiu solenemente que já tinha adormecido até ter a certeza que ela já não estava lá. Espreitou e, quando se viu sozinha, levantou-se e pegou num pequeno caderno que guardava debaixo da cama com planos de fuga que acabavam por falhar sempre.

A casa estava rodeada de guardas e ANBU. Quando acompanhava os ninjas em missões era sempre escoltada o que a impedia de ter esperança de fugir de todo.

Se a vida dela estava destinada a ser manchada de sangue, preferia até morrer. Escreveu outro plano que tinha criado durante o dia aborrecido que tinha tido e viu-o falhar na sua mente no mesmo momento em que o tinha acabado de escrever.

Sabia também que o País preferia vê-la morta a tê-la nas mãos de outra pessoa. Era por isso que…

Ao ouvir um barulho vindo do lado de fora tentou olhar pela janela mas não viu nada. O que era estranho, pois devia estar um guarda ali. Depois ouviu algo a partir-se do outro lado da porta e agarrou-se aos cobertores.

Não era a primeira vez que tentavam raptá-la mas, normalmente, os guardas conseguiam pará-los. A primeira coisa que viu quando a porta se abriu foi a capa negra e vermelha. Depois o cabelo cor-de-laranja e todos aqueles…piercings?

Encostou-se à parede a tremer, enquanto ele se aproximava.

- Maiko. – chamou o homem com uma voz profunda e de alguma maneira assustadora e calmante – Vais ter que vir connosco.

Ela não se mexeu um centímetro. Os olhos dele assustavam-na.

- Konan, ela recusa-se a cooperar. – disse o homem sem desviar os olhos dela – Levámo-la à força?

- Estás a fazer tudo mal.

Maiko viu uma mulher entrar, com uma capa igual à do homem e cabelos azuis. Não devia, mas ficou extremamente aliviada.

- Maiko-chan, podes vir connosco? – perguntou Konan esticando a mão – Sabemos que os nossos jutsos não funcionam contra ti e não te queremos magoar. Se vieres connosco, prometemos não te fazer mal.

Uma oportunidade para sair dali? pensou Maiko sem sequer considerar que eles podiam ser assassinos e estarem a mentir.

Naquele momento, não importava se ia ser usada novamente ou mesmo o que eles tencionavam fazer com ela. Não queria continuar presa naquele quarto nem mais um dia.

Deu a mão a Konan e deixou-se levar quando Paine pegou nela ao colo rapidamente e correu dali para fora. Já estavam longe quando ouviu o alarme da aldeia.

Fechou os olhos ao sentir o vento na cara e, mais tarde o toque libertador da chuva na sua pele. Assustou-se quando o homem a pousou no chão abruptamente e quase caía antes da mulher a agarrar.

- Leva-a para dentro e vem ter comigo à torre. – disse Paine antes de desaparecer – Temos que reportar isto.

Konan reprimiu um suspiro e puxou-a para a casa velha. Ao entrar, o medo voltou a atacar Maiko ao ver as “criaturas” sentadas nos sofás. Apesar de não serem tão assustadores como os olhos do outro homem, não deixavam Maiko mais descansada.

- Vai para ali e tenta não fazer ou dizer nada estúpido. – murmurou Konan quando os outros começaram a olhar para elas – Eu volto o mais depressa que puder.

- O quê!? – Maiko olhou para o lado mas ela já tinha saído. Devagar, virou-se para os outros e tentou sorrir. Tinha que dar-lhes o benefício da dúvida. Afinal, podiam ser como o outro homem – Olá…

- Oooh. – Hidan apontou para ela – Tu és aquela rapariga que iam trazer hoje. Qual era o nome?

- M-Maiko. – respondeu a rapariga, encostando-se à parede quando Hidan se levantou.

- É isso! É isso! – ele parou à frente dela e agarrou-a pelo braço – É melhor saíres de frente da porta. – avisou Hidan puxando-a – O Itachi deve estar a chegar e não queres chateá-lo.

Itachi? Seria o homem com os olhos assustadores? Decidiu que era melhor deixar-se levar pelo homem de cabelo branco do que enfurecer esse tal Itachi.

- O Itachi-san não é violento. – defendeu Kisame quando Maiko se sentou ao lado de Hidan.

- Desconfio disso. Porque é que ele matou o seu próprio clã. – Hidan olhou para Maiko a sorrir – O clã inteiro. – depois voltou a Kisame com um olhar reprovador – E o que é que estás aqui a fazer? Não devias sair sempre que o Itachi sai?

- Ele tem os seus próprios compromissos. – explicou Kisame e depois escolheu o silêncio a contestar com Hidan.

- A falar no diabo… - comentou Deidara quando a porta se abriu – Parece que os “próprios compromissos” já terminaram.

Maiko quase abria a boca ao ver o homem que entrou e dirigiu-se diretamente para o quarto, sem sequer olhar diretamente para eles.

- Aquele é o Itachi? – murmurou Maiko suficientemente baixo para que ninguém a ouvisse.

- É estranho. – comentou Deidara – Normalmente ele é o primeiro a notar nas pessoas novas.

- Talvez esteja distraído. – disse Kakuzo sem tirar os olhos do livro de recompensas.

- Talvez já não veja um palmo à frente dos olhos. – Hidan ia-se rir mas parou imediatamente quando sentiu o olhar de Kisame – Já não se pode brincar.

Maiko franziu as sobrancelhas.

- Tch, agora que estava ansioso para testar a miúda nova. – queixou-se Deidara.

- Querias usar o sharingan do Itachi na rapariga? – perguntou Sasori olhando para Deidara – Sabes que, se a matares tens que responder ao Paine, não sabes?

- Seria o Itachi a responder. De qualquer maneira, ela não é imune a jutsos? – Deidara amuou – Não tens piada nenhuma, Sasori.

- O que é que ele tem nos olhos? – Maiko continuava a olhar para a porta do quarto de Itachi por isso não viu quando todos se viraram para ela.

- O Itachi? – perguntou Kakuzo, agora pousando o livro – Kisame, queres explicar?

Kisame hesitou porque sabia que o companheiro não gostava que falassem do passado dele mas decidiu contar apenas o essencial. – Ele usa genjutso. – começou Kisame vendo Maiko virar a atenção para ele, imediatamente. Aquela rapariga ia dar problemas – Tem uma técnica chamada Mangekyou Sharingan que é bastante poderosa mas danifica-lhe a visão que cada vez que ele a usa.

- Sharingan? – Maiko tentou lembrar-se aonde é que já tinha ouvido aquele nome.

- Sim. – confirmou Hidan – Ele é do clã Uchi…

- Acho que já contamos o suficiente. – interrompeu Kisame – Se ela quiser saber de mais alguma coisa, terá que perguntar a Itachi-san.

- Sim, porque é que não vai fazer isso? – propôs Hidan tendo uma ideia. Olhou para Maiko – Porque é que não vais ao quarto dele agora, perguntar-lhe mais detalhes sobre o problema de visão?

- Hidan… - Sasori calou-se quando a rapariga se levantou.

- Eu vou! – disse Maiko determinada. Começou a caminhar, sob os olhares de todos e parou em frente à porta de Itachi, nervosa. Estava prestes a lidar com um assassino; com um ninja com as mãos manchadas de sangue mas receava que o seu coração batia depressa por outras razões. Bateu à porta e arrepiou-se ao ouvir Hidan rir.

- Ele nunca te vai abrir a porta! – exclamou Sasori – E aconselho-te a não entrares à força.

- Porquê? A porta dele não está fechada. – informou Deidara – É só abrires e pedires licença para entrar.

- Isto vai ser divertido. – murmurou Zakuzo olhando para Maiko como se estivesse a ver um filme. A nova diversão era mesmo divertida e parecia estar particularmente interessada em Itachi, o que ainda melhorava a situação.

Kisame já nem se interessava. Se a rapariga morresse a culpa não seria dele.

A tremer, ela pousou a mão na maçaneta enferrujada e começou a rodá-la devagar. Quando abriu a porta sentiu alguns membros a suster a respiração, apesar de não saber porquê. Mas arrepiou-se quando ouviu Hidan dizer “Ela não morreu!” Que raio de masoquistas!

Deu dois passos em frente e ficou desiludida quando viu a janela aberta e o quarto vazio. Mesmo assim, decidiu não desistir. Entrou e fechou a porta atrás de si.

Entretanto, Deidara começava a ter suores frios. – E-Ela…entrou?

Sasori ficou satisfeito ao ver a cara pálida de Deidara. – Queres que chame agora o nosso líder ou esperas que ele volta.

- M-Mas…eu…não posso fazer nada. – justificou Deidara olhando para Hidan – Ela entrou e nós não podemos ir atrás dela!

- Bando de idiotas. – disse Kakuzo pegando novamente no livro – Não vão precisar de entrar quando ela sair a voar pela porta.

- Isso não é melhor! – gritou Hidan.

Kisame olhava para a porta por onde Maiko tinha entrado. Estava demasiado silencioso e a demorar demasiado tempo. O que é que tinha acontecido?

Maiko corava dentro do quarto de Itachi, sozinha.

Passou a mão pelo tecido macio da capa que ele tinha atirado para a cama antes de sair pela janela. Resistindo à vontade de abraçar-se a ela, dobrou-a com cuidado e pousou-a aos pés da cama espantosamente bem-feita.

Ora ali estava um quarto onde ela não se importaria de passar os seus dias.

O pensamento fê-la corar outra vez, desta vez mais intensamente. Tinha saído da aldeia há pouco tempo e já tinha experimentado tantas coisas novas. Talvez…talvez até estivesse apaixonada.

Tapou a cara com as mãos e deixou-se cair na cama para depois se aperceber que estava em cima da cama onde ELE dormia todas as noites.

Levantou-se imediatamente e, ao olhar para a lua, percebeu que já estava ali há algum tempo.

Deve ser melhor ir embora, pensou ela e era o que ia fazer mas parou a meio caminho ao ouvir um barulho vindo do lado de fora. Virou-se e viu-o com uma farda de ANBU a entrar pela janela.

Tentou dizer qualquer coisa porque ele parecia não ter notado a sua presença mas parecia ter perdido a capacidade de falar. Arregalou os olhos quando o viu a começar a tirar a roupa de ANBU e entrou em pânico. Oh, meu Deus! Ele vai-se despir!

Esticou a mão para lhe tocar mas, quando ele virou-se para pegar na cama, embateu contra ele. Deu dois passos atrás e viu-o a olhar intensamente para ela.

Abriu a boca para falar mas foi atirada contra a parede antes de conseguir proferir alguma coisa e, quando deu por isso, já tinha uma lâmina afiada encostada ao pescoço.

- Quem és tu e o que é que estás aqui a fazer? – perguntou ele.

Waaa! Ele está tão perto! pensou Maiko fechando os olhos depois de olhar diretamente para ele. Quase nem se importou com o shuriken apontado à sua garganta mas decidiu que era melhor esclarecer o mal-entendido antes de morrer.

Felizmente, ele afrouxou a pressão da lâmina no seu pescoço quando ela disse que estava com Konan mas continuava demasiado perto e ela não conseguia pensar com os olhos dele, fixados nela.

Depois o Deidara falou do outro lado, com mais preocupação do que gozação na voz ao ouvir o barulho e ele largou-a.

Extremamente embaraçada, ela deslizou até ao chão, enquanto ele tirava a armadura de ANBU e vestia a capa.

- Não sei como é que entraste aqui mas, se contas que me viste assim a alguém eu mato-te.

Ela anuiu com a cabeça com medo de que ele fosse mesmo capaz de fazê-lo. Ganhou coragem enquanto ele acabava de se preparar e apresentou-se. – O meu nome é Maiko.

As palavras que ele disse depois magoaram-na mais do que alguma lâmina poderia magoar e fizeram-na acreditar que mais valia desistir de ser minimamente feliz onde quer que fosse.

Levantou-se, contendo as lágrimas o melhor que podia, e seguiu-o para fora do quarto. Parou ao lado de Konan que entretanto tinha chegado e não ouviu praticamente nada do que ela disse.

O coração saltou uma batida quando Kanon disse que Itachi podia ficar cego mas ela decidiu ignorá-lo. Não ia preocupar-se mais com ele! Porque é que ele tinha sido tão agressivo quando ainda nem se conheciam propriamente?!

Aceitou as experiências de Hidan quando Konan saiu, resignada com a vida que ia ter dali em diante, e assustou-se quando propuseram que Itachi também experimentasse. Fechou as mãos atrás das costas e enfrentou-o quando ele se levantou. “Vá lá, idiota! Dá tudo o que tens!”

Mas ele limitou-se a passar por ela e a ir diretamente para o quarto.

Primeiro, sentiu-se zangada e ofendida e magoada por ele a ter ignorado mas depois apercebeu-se. Ele não queria magoá-la.

Se conseguisse provar isso, talvez a sua vida não fosse assim tão má, ali.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentários?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Naruto - My Chance At Love (itachi)" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.