Hell escrita por N_blackie


Capítulo 6
Capítulo 6




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Acompanhante

Oh, Deus. Faltava uma semana para a festa e eu estava sozinha, sem acompanhante algum para a festa mais fatídica da minha vida. Não que eu ligasse muito, mas de certa forma achava que seria, interessante, se eu pudesse ir com alguém legal. Alice já ia automaticamente com Frank (os dois são tão simpáticos e divertidos que eu sou capaz de segurar vela para os dois durante o baile, não fosse minha abominação à ser um fardo para os outros), Marlene ia com Sirius (os dois fazem um casal e tanto, sério), Emmeline estava indo com Fabian (meu Deus, esses dois juntos vão ser um inferno. Fabian não consegue ver nada sem tentar fazer uma piada, sou capaz de morrer se ficar por perto), e tenho a leve impressão de que Remus vai criar coragem e chamar Dorcas para sair. Talvez por bilhete.

Quando já estava na quarta feira eu estava começando a ficar ligeiramente preocupada com a falta de acompanhantes, sem contar que Emme e Lene não paravam de falar sobre o baile, especular sobre roupas alheias e, principalmente, tentar provar que Sirius era melhor que Fabian ou vice e versa.

- Gente, dá pra parar? – gritei quando elas já estavam começando a desmerecer o acompanhante uma da outra. Ambas viraram para mim, e senti o rosto esquentar com a súbita atenção. Limpei a garganta e tentei manter o rosto alto, até que o olhar de alguém chamou minha atenção. – Vocês podem parar com isso? Ah!

Me levantei com raiva e corri na direção das costas que me chamaram a atenção. Fazia anos que eu não conversava com ele. Na verdade, desde aquela tarde horrível do quinto ano eu fingia que não o via, já que ele andava com aquele pessoal horroroso. Severus sempre foi meu melhor amigo, sem desmerecer Remus, claro, que foi provavelmente o único que nunca me desapontou. Quando estava há poucos metros de Sev, pensei no que iria dizer. Estava me sentindo com vontade de perdoá-lo, deixar aquilo passar, e quem sabe, irmos como amigos ao baile.

- Hey! Snape! – ouvi uma voz chamar, e quando percebi que quem andava na direção dele era Avery, me escondi numa das passagens secretas para não ser vistas. No processo, consegui ouvir a conversa.

- O que foi dessa vez, Avery?

- Está pronto?

- Não sei do que está falando.

- Não se faça de desentendido, Bella me contou que você se alistou. É um de nós, podemos conversar.

- Pelo que eu me lembro me alistei para trabalhar para o Lord das Trevas, não tricotar com vocês. Você sabe quando é a próxima reunião?

- Próximo passeio à Hogsmeade, Três Vassouras. Nos vemos lá então.

- Claro.

As vozes e passos foram se afastando, e senti uma vontade imensa de sair dali e brigar com ele. Sempre achei que ele não seria capaz de fazer as atrocidades que apareciam no jornal com frequência como sendo obra desse tal Lord. Achei que fosse meu amigo, que não tinha nada errado ser nascida trouxa, ou trouxa. Mas ele me enganou, mentiu. Ao mesmo tempo em que nunca disse nada se alistou para matar e torturar os meus semelhantes, e isso doía. Andei sem rumo de volta ao salão principal, detestando a perspectiva de encontrar Emme, Lene e seus namorados de novo. Parei na metade do caminho, atordoada, e vi Amos Diggory, da Lufa Lufa, vir em minha direção, e demorou um pouco para eu perceber que estava com lágrimas nos olhos.

- Lily, querida, que houve? – ele chegou mais perto, e estava tão chateada e estressada que acho que contei um pouco demais.

- Ah, Amos, muita coisa. Estou cansada de estudar para ao N.I.E.M's, cheia de todo mundo me perguntando como vai ser o baile, acabei de ter uma decepção e não tenho ninguém para ir ao baile.

- Isso não é problema! – ele sorriu orgulhoso. Mas não se empolgue, ele está sempre orgulhoso, então... – Vá comigo!

Sorri meio de lado, e ele deve ter considerado isso como um sim, sei lá. Estava distraída demais para reparar. Amos, como sempre, saiu espalhando para todo mundo, e naquela noite me senti numa coletiva de imprensa trouxa.

- Mas você vai com Amos?

- Amos deve ter te obrigado, ele é tão orgulhoso!

- Lily, onde você estava com a cabeça? Ele vai ficar se vangloriando o resto da vida!

- Podemos conversar, por favor? – Remus apareceu aborrecido, tocando todo mundo de perto de mim e sentando na poltrona ao meu lado. – Que pessoal irritante, não?

Sorri agradecida enquanto ia à direção dele, querendo por tudo um pouco de colo. Me aninhei perto do peito de Remus, que me abraçou. "Está realmente doente da cabeça, Lily." Ele riu enquanto afagava meus cabelos. Fechei os olhos e respirei fundo. "Preciso dormir ou matar alguém. Acho que estou estressada". Ele começou a rir da minha cara. "Sair com Amos Diggory não vai piorar muito o seu humor. Aliás, parece transtornada, me desculpe notar. O que aconteceu?"

- Não quero te incomodar com isso. – respirei fundo e as palavras de Avery e Severus ecoaram na minha cabeça já cheia de besteiras, Remus foi de relaxado a sério em um segundo.

- Eu sempre te incomodei com os meus problemas. Agora é sua vez.

Nos encaramos por um minuto inteiro, ele me olhando tão veementemente que fiquei tentada a desviar o olhar. Por fim suspirei resignada e confessei: "Severus se aliou àquele Lord.".

- O que? – ele se surpreendeu, e isso só fez aumentar a minha dor. – Como você descobriu?

- Eu estava indo falar com ele e ouvi Avery chegando. Me escondi naquela passagem atrás da tapeçaria escocesa que você me contou outro dia e ouvi tudo.

- Isso é bem sério. Você sabe que nunca fomos os melhores amigos, Lils, me desculpe dizer, mas eu já esperava algo do gênero.

- Eu sei que todos esperavam, só não achei bom sentir isso jogado na minha cara. Amos chegou bem na hora que eu estava chorando – sei lá, lacrimejando – em torno disso.

- Fique tranquila, vai ficar tudo bem. Mas, sabe... Você poderia considerar voltar para James.

- É, eu podia.

- Hã? – Remus quase saltou de surpresa, e comecei a rir diante da cara dele. – Achei que fosse começar a me xingar.

- Não, nuca faria isso. Sei lá, quando eu e James estávamos bem eu era mais feliz. Ele tira o estresse das situações, não tem praticamente nada para pensar.

- Ele se preocupa com muita coisa. – Remus disse num tom misterioso, que só me deixou ainda mais curiosa. – De qualquer forma, o baile vai ser maravilhoso, e espero que você venha pelo menos me cumprimentar. Vou com Dorcas, acredita?

Ele parecia tão feliz que fiquei um pouco mais alegre. Nos abraçamos e senti um olhar nas minhas costas. Esse baile promete, viu. Eu e essa minha vida anormal.


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