Hell escrita por N_blackie


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Eu gostaria de agradecer a todos que acompanhar a fic desde o começo. Escrevi "Sorriso Idiota" quando estava começando com as fanfics, e terminar agora é como se estivesse já outra pessoa :) Dedido alguns trechos a todos os potterheads que sentirão falta de Hogwarts. Boa leitura!



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Party Hard! Party Hard!

Enquanto eu descia a escadaria na direção de Amos, nem acreditava que a noite havia chegado. Estava acabando Hogwarts, e aquela festa significava o fim de uma era da minha vida. Estava me tornando adulta, além de ver meus pais de novo, inseridos naquele contexto estranho e mágico pela primeira vez.

- Está encantadora. – Amos, vestido de leão, me estendeu a mão, e seguimos juntos até o Salão Principal. Assim que entrei, meu coração acelerou e tive vontade de beijar James, beijar e não soltar. O Salão estava com o céu completamente escuro, sem estrelas, só uma luz nova brilhando opaca. As mesas das casas tinham sumido, e no lugar dela várias mesas redondas com toalhas pretas, azuis, verdes, amarelas e vermelhas enfeitavam ao redor do salão, e na frente das mesas reservadas aos professores tinha um púlpito de madeira forrada a preto. Corujas caíram dos céus levando bombas de bruxo para as mesas das pessoas, e várias velas flutuavam por mesa, deixando a pista de dança numa penumbra. Nos cantos do salão, abóboras gigantescas abrigavam sofás e mesinhas particulares, e os elfos domésticos estavam vestidos de garçom (não me pergunte como) e andavam por entre as mesas servindo a todos. Estava tudo tão bem feito e limpo que sorri.

- Vou falar com os meus pais, Amos. – disse, sem ouvir o discurso dele sobre como ele teria feito um pouco melhor a decoração. Fui até uma das mesas vermelhas, e meus pais acenaram na minha direção, emocionados.

- Lily! – minha mãe suspirou enquanto me abraçava, e até eu senti orgulho de mim mesma. Eles estavam muito felizes, e eu tanto quanto.

- E então, gostou da decoração? – ouvi uma voz familiar, e quando me virei, meus pais sorriram de orelha a orelha. Eles, claro, não sabiam do rolo que tive e nem a razão pela qual eu havia terminado o namoro, então ainda amavam James. O Sr. e a Sra. Potter apareceram logo em seguida, e me abraçaram. Sorri por entre os abraços, e logo em seguida fui me divertir.

- Como está com Amos? – Remus me perguntou na hora seguinte, porque eu tinha aparecido entre ele e Dorcas para conversar de repente. Sorri amarelo e olhei para trás, esperando não ver Amos. Ele só sabia falar nele e nos feitos que a família dele já tinha feito, estava cansada de ouvir. Sai correndo novamente quando percebi que ele estava se aproximando, pensando em quanto tempo eu ficaria correndo de um lado para o outro literalmente como uma fada até que ele me encontrasse ou eu morresse de exaustão, quando o Professor Dumbledore subiu ao palco, sorrindo largamente.

- Bem-Vindos à nossa escola, pais e convidados! Estamos aqui para celebrar, sim, celebrar! Celebrar esse fim de etapa para nossos filhos, amigos e alunos, celebrar que estamos felizes nesse mundo de escuridão. Não vou me alongar, afinal, a noite é deles, portanto deixo a palavra para nossos monitores-chefes. Primeiro nosso monitor, capitão do time campeão da copa de quadribol, James Potter!

James subiu ao púlpito sob aplausos, e inclinou a cabeça (ele estava vestido de Robin Hood, aliás.) enquanto sorria. Limpou a garganta e olhou em volta, como se pensasse no que iria dizer. Ele não carregava pergaminho algum.

- Bom, eu não escrevi um discurso. Não sei se seria necessário escrever num pergaminho e decorar tudo que eu sinto por esses anos que passei em Hogwarts, aliás, não seria. Quando eu cheguei, tinha expectativas, sonhos. Todo aluno que entra nesse castelo, seja nascido trouxa ou bruxo, os têm. Eu tinha. Devo dizer que minhas expectativas foram todas recompensadas com o que, em minha opinião, é mais valioso do que qualquer nota ou lista de matérias que levo daqui: amor. O amor dos amigos, a quem nunca hesitamos em ajudar. O amor uns pelos outros nos momentos de crise. O amor da sua vida.

Dizendo isso, ele olhou diretamente para mim, e senti algo me aquecer por dentro mais do que todas as outras palavras bonitas que ele já havia dito. Sorri de volta, e ele entendeu.

- As aventuras, os ensinamentos, as broncas, as detenções, tudo isso fez parte da minha vida aqui. Aprendi não só que posso agitar uma varinha e pronunciar feitiços. Aprendi que posso usar apenas palavras para ajudar os outros. Aprendi que um abraço cura almas. Aprendi que não importa seu passado, ou de que família ou ambiente você veio. Isso não determina o caráter de ninguém. Aprendi que os melhores amigos estão escondidos em garotos franzinos e meninas sardentas, que aquela garota morena mandona pode ser uma das pessoas mais generosas do mundo. Aprendi que sua casa não te define. Existem grifinórios covardes, corvinais burros, lufa lufas corajosos, sonserinos simpáticos. Aprendi a ignorar os preconceitos, cresci. Aprendi com os meus erros. Aprendi a lutar pelo que é certo, e aliás, aprendi o que é certo. Nada vai substituir os anos que passei aqui, e se pudesse, viveria tudo novamente, para aprender tudo de novo. Hogwarts foi e sempre será uma segunda casa para mim, e a todos que participaram, direta ou indiretamente desses momentos, eu tenho apenas uma frase, que carrega todo o significado do mundo: muito obrigado. Sentirei saudades.

Quando ele terminou, comecei a chorar. Senti um braço no meu ombro, e quando olhei para o lado vi que Sirius estava secando os olhos na manga, as orbes muito vermelhas. Remus sorria, emocionado, e Peter começou a salva de aplausos. James desceu do púlpito e correu para eles, que se abraçaram. Eu conseguia sentir essa união, essa conexão. Sirius bagunçava os cabelos de James tão carinhosamente que sorri sem querer.

- Lindas palavras, Sr. Potter, lindas palavras. De fato, elas ajudam mais do que muitos dos feitiços que fazemos aqui. Agora nossa monitora-chefe, Lily Evans!

Subi ao púlpito, trêmula, esquecendo completamente a ideia central do que eu havia pensado em falar. Seguindo a linha de James e estimulada pelos sorrisos de meus amigos, limpei a garganta e comecei:

- Bom, não sei conseguirei dizer palavras tão bonitas como James acabou de fazer, mas vou dar meu melhor para conseguir transmitir, assim como ele fez, os meus sentimentos em relação à Hogwarts, especialmente para todos, que como eu, não sabiam que eram bruxos até chegar a carta. Diferente das crianças bruxas, não tínhamos expectativa nenhuma do que seria a escola e aprender magia, e quando chegamos vimos um mundo completamente diferente do nosso. Muitos disseram que não conseguiríamos, para voltarmos para casa. Eu só tenho a agradecer à Hogwarts, porque foi ela e todos que aqui estão que nos disseram e fizeram entender que podíamos ficar. Aqui encontrei muito. Conhecimento, amizade, amor. Nunca vou me esquecer dos momentos que passei aqui, e acho que nenhum de nós jamais deixará de voltar se algum dia Hogwarts nos pedir ajuda, assim como a escola nunca deixará de nos atender se precisarmos. Muito obrigada, Hogwarts.

Sorri para a plateia, que começou a aplaudir. Ouvi um assovio, e vi que Sirius piscava do meio de todos. James, ao lado dele, me olhava fixamente, e um pequeno sinal foi tudo que precisei para voltar ao microfone. "Agora, requisitamos a atenção de todos para um recado."

James correu até mim, e ficamos lado a lado enquanto ele anunciava que havíamos (havíamos! Ele usou o plural) preparado uma homenagem a alguns alunos e ajudantes. De alguma forma aquilo parecia tão certo. Eu ali, ao lado dele, um sorrindo para o outro diante do sucesso. De alguma forma eu havia me apaixonado. Não da mesma forma que havia no Natal, quando tudo que sentia era uma paixonite pelo sorriso dele. Era amor. Amor por aquele garoto que dissipava a escuridão que o tal "Lord" tinha instaurado, inclusive levando meu melhor amigo para si. Amor ao vê-lo forte, maduro, confiante. Amor pelo homem que ele se tornou. Naquele momento, enquanto ele mandava os elfos trazerem as medalhas para perto do púlpito diante dos olhares empolgados e curiosos dos pais e convidados, eu percebi que sempre estaria segura ao lado de James. E era isso que eu queria.

- Primeiro! – James anunciou, pegando uma das medalhas. – De acordo com os votos dos alunos do sétimo ano das quatro casas, os melhores alunos são: Remus Lupin, Mary McDonald...

Após ouvir o nome de meus amigos, não escutei mais nada. Remus estava tão emocionado que não conseguia segurar a medalha direito, e enquanto Mary improvisava algum agradecimento eu senti Remus me cutucar:

- Você sabia disso?

- Não, mas você merece mais do que qualquer outro.

- Lily, eu...

- Não precisa dizer nada. – pisquei para ele.

Claro que uns dos "garanhões do ano" foi Sirius, o "orgulho da mamãe" foi Amos (que ficou o restante da noite dizendo pra quem quisesse ouvir que, de fato, sua mãe sentia muito orgulho mesmo.), Emmeline ganhou "miss Hogwarts" junto com umas duas sonserinas, e Marlene recebeu um prêmio de combinação de casas, como Grifinória e Corvinal. Logo depois James fez questão que todos os elfos viessem até a frente e exigiu uma salva de palmas para todos eles e do fim os pequenos receberam um abraço coletivo de quase todos os alunos (infelizmente ainda existe muito preconceito, mas eu amei a cara de ódio do Sr. e da Sra. Black quando Sirius puxou Yara para si e a rodopiou no ar, para depois dar um selinho nela. A pobre da elfo queria derreter ali mesmo). Ao fim da premiação a música começou a tocar, e já que a festa ia longe resolvi sentar do lado de fora um pouco a fim de respirar o ar fresco da noite. Estava sentada, ajeitando meu vestido de fada, quando James chegou.

- Posso? – ele apontou para o meu lado e concordei. – Gostou?

- Amei. Os elfos ficaram felizes.

- Eles amaram o reconhecimento. São criaturas, como nós somos. E a decoração? Original o suficiente?

Caímos na risada, e fiz que sim com a cabeça. James se aproximou mais e olhou para trás.

- Estão todos tão contentes. Notei que Remus estava conversando com você, que foi?

- Nada. Acho que ele está apaixonado por mim. – brinquei. James arregalou os olhos, e achei divertido continuar. – Amos também.

- Grande lista, hein. Se importa de acrescentar mais um nome nela?

Me virei subitamente, e sem dizer nada, assenti. James sorriu, e senti minha boca se mover para os lados também. Ele pegou em minhas mãos e se aproximou. "Eu já não sou o mesmo." Ele confessou, e eu ri. "Prefiro assim.". E ainda sorrindo, nos beijamos.

- NÃO VÃO DANÇAR? – Sirius apareceu, interrompendo nosso, hun, momento. Ele e Marlene, vestidos de piratas, estavam se acabando de dançar, e Sirius já estava meio alto com firewhisky. Marlene sorriu quando viu que eu e James estávamos juntos de novo, e puxou Sirius pela orelha para dentro.

- Que venha a vida, não? – James sugeriu enquanto entrávamos.

- Não quero nem pensar. – comecei a rir, mas ele me calou com outro beijo.

- Não importa onde estejamos eu sempre vou te proteger, sabe disso, não sabe?

- Eu sei.

E começamos a dançar. De alguma forma tudo isso foi um episódio que marcou minha vida, e vários elementos que eu nunca vou esquecer colaboraram para que essa fosse a noite da minha vida.

Dito isso, tenho que ir. Acho que esse ano não foi um inferno, afinal de contas.


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