Depois que deixara Katherine, Sam e Jynx no corredor, Loou fora procurar Adam. Sabia que ele estaria na sombra daquela árvore, a árvore que sempre usava para sair da escola. Foi andando até lá.

Loou não sabia demonstrar para as pessoas que gostava, o quanto gostava delas. Tinha problemas com isso. Ela estava sinceramente apaixonada por Adam, apesar de seu problema para admitir isso para ela mesma e para as pessoas. Quando viu o garoto ruivo sentado no chão e apoiado na árvore, Loou fingiu que estava apenas passeando por lá, por coincidência.

- Loou - chamou Adam. A garota virou-se e deu-lhe um meio sorriso, aproximando-se e sentando ao lado do garoto.

- Olá, Adam.

- Não suma assim, é ruim ficar muito tempo sem te ver - disse ele.

Adam era um verdadeiro mistério para Loou. Ela não sabia praticamente nada sobre ele. Não sabia onde havia nascido, sobre seus pais, sua família, onde morava, do que gostava. Não sabia quase nada. Ela queria saber, mas tinha vergonha de perguntar.

- Desculpe. Mas sabe, você podia me procurar, também.

Adam riu, passou os braços em volta da cintura de Loou e a puxou pra perto. A garota corou um pouco, mas beijou-o. Não gostava muito de fazer isso na escola.

Quando os dois se separaram, Loou encostou a cabeça em seu ombro. Adam ficou enrolando uma mecha do cabelo castanho da garota no dedo.

- Onde vai passar o Natal? - perguntou Loou.

- Em casa...

- E onde você mora? Lógico que será em casa. - insistiu Loou.

- Eu moro... moro pra lá - disse Adam, apontando para um bosque que ficava à esquerda do internato.

- Ah, sim. Porq...

- Na verdade - interrompeu-a Adam - Eu moro lá.

- Lá? No bosque? Na floresta? Porque sua casa fica lá?

- Não é uma casa, Loou... Eu moro lá naquela floresta mesmo. - sorriu Adam.

- Mas... - começou Loou.

- Vem cá - interrompeu-a mais uma vez - Deixa eu te mostrar como é.

O garoto levantou-se e estendeu a mão para Loou, para ajudá-la a levantar-se. A garota levantou-se sozinha, e olhou para ele.

- Vai me levar na sua casa? - disse Loou, escondendo sua felicidade.

- Sim, vem - Adam pegou a mão de Loou e a conduziu até o bosque, usando outra árvore para ultrapassar a grade que cercava o internato.

Os dois foram andando de mãos dadas pelo bosque, Loou imaginando o porque de Adam viver lá. Sim, ele controla os quatro elementos, não gosta de ficar perto de poluição porque isso lhe faz mal... Mas porque o bosque? Onde estavam seus familiares? Loou tentava não fazer barulho com medo de animais selvagens, mas Adam parecia completamente à vontade.

Chegaram a uma clareira com uma árvore grossa e não muito alta. Na árvore havia uma casinha, totalmente feita de madeira. Adam apontou a casinha.

- Moro ali. Fui eu quem construiu. Ficou legal, não é? - sorriu ele.

- Sim, muito... Mas porque você mora aqui?

- Na verdade eu estou aqui desde que nasci. Sabe, quando meus pais descobriram os meus poderes sobrenaturais, eles me acharam tão esquisito que não conseguiram aceitar. Aí me deixaram aqui. Com o tempo fui aprendendo a me virar e me acostumei com esse lugar. Hoje em dia, não sei se conseguiria sair daqui.

- Nossa... Meio trágico, mas muito incrível - disse Loou, observando o lugar.

- Acho que agora devemos voltar... Um dia te trago aqui para passar a noite.

- A-ah, claro - gaguejou Loou, pensando em como seria passar a noite em uma casinha pequena, com Adam - Mas... você quer ir me visitar nas férias?

- É claro, Loou! - sorriu ele. Aproximou a boca do ouvido dela e sussurrou - Eu te amo.

A garota ficou muito vermelha e abraçou Adam apertado. Não conseguia dizer que o amava de volta, apesar de amar. Sentia vergonha de dizer essas coisas. Beijou-lhe o ombro, esperando que isso compensasse as palavras que queria dizer.

Os dois foram andando abraçados até a escola. Loou chegara à conclusão que, mesmo com uma vida tão escura, ela tinha muita sorte.