Internato Ausgefallen - Flores escrita por itsritz


Capítulo 28
Capítulo 29




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Agora estavam todos de férias. As férias de inverno eram bem curtinhas, mas Loou gostava. Na tarde do último dia de aula, Loou fora no shopping com Adam, matar o número suficiente de pessoas para que ela pudesse aproveitar as férias direito. O garoto já havia dito a Loou que iria visitá-la no Natal.

No táxi a caminho de casa, Loou sentia-se não apenas animada pela primeira vez em muito tempo, mas feliz. Realmente feliz. Ela apenas imaginava o porque de Adam ter gostado dela. Loou não era a garota mais bonita daquela escola. Loou era chata, era irritante, era orgulhosa, era fria, não era simpática nem carinhosa. Mas para quê focar nessas coisas, sendo que ela podia aproveitar cada segundo com ele?

Loou chegou em casa, pagou o taxista e ficou em pé, na frente da porta. Ela não gostava daquele lugar. Aquela casa estilo europeu pintada de vermelho escuro e branco, com um jardim sem flores e uma varanda vazia. Trazia-lhe tantas memórias ruins. Loou mal podia esperar para o momento em que seus amigos chegariam.

Adentrou a casa e olhou em volta. Não mudara nada, mesmo. A mesma decoração, a mesma lareira sempre apagada, os mesmos quadros tristes na parede, as mesmas cortinas paradas. Loou abriu as janelas para o ar circular na casa, mas também porque ela queria sentir que não era a única coisa viva ali dentro.

As horas se passavam, os dias também. Loou ficava quase o dia inteiro sentada no sofá, lendo, vendo televisão, mas muitas vezes pensando. Aquela casa lhe trazia lembranças de seu pai, antes de ele abandonar Loou e sua mãe. Ele costumava ser um bom pai... costumava. Loou lembra do modo no qual ela desprezava a mãe e amava apenas ao pai, e do modo no qual a mãe dela deprimia-se em bebidas e remédios. Nunca se sentiu culpada por isso.

O dia em que Sam, Katherine e Jynx chegaram foi de grande alívio para Loou. Ela sabia que Katie não iria vir, uma vez que havia terminado com Jynx. Mas tudo bem, pelo menos assim Katherine não havia de ficar mal humorada. Kitty chegara arrastando Jynx, com o pulso ainda enfaixado, mas em grande animação.

- Que casa linda! - dissera ela, assim que entrara. - Mora sozinha?

Loou não se sentia à vontade de explicar para ela toda a história de seus pais, seu passado, sua vida. Mas ela sabia que isso irritava Katherine, e que um dia ela haveria de contar. Mas Loou não era aberta com as pessoas, e não sabia como Katherine reagiria a tudo.

- Então - disse Loou, quando eles chegaram - Eu tenho três quartos. O meu, o dos meus pais e o de visitas. Como vocês querem se dividir neles?

Katherine e Jynx se entreolharam.

- Eu... acho que a Kitty dev-

- Eu vou dormir sozinha - declarou Katherine, interrompendo Jynx. Não queria ficar no mesmo quarto que ele. Tinha medo do que poderia acontecer. Na verdade, ela não queria ficar no mesmo quarto do que ninguém.

- Tudo bem... - disse Loou. - Então Sam e Jynx ficam no quarto dos meus pais e a Katherine fica no quarto de visitas - concluiu.

Os quatro amigos passaram o resto do dia limpando a cozinha. O que acontecera fora o seguinte: Jynx resolvera que queria porque queria fazer um bolo. Enquanto ele mexia a massa, deixou a tigela cair no chão, espalhando toda a massa cremosa. Depois, abaixara-se para limpar, e segurara-se na bancada. Mas acabara esbarrando no pote que continha a farinha, que caíra sobre sua cabeça e ainda sujara o chão inteiro. Assim, todos os quatro juntaram-se para arrumar a cozinha, mas Jynx atrapalhava mais do que ajudava, portanto foi liberado do serviço.

Quando já era uma hora da manhã e Sam, Jynx, Katherine e Loou estavam sentados no chão comendo a massa doce do bolo com o dedo, os quatro acharam melhor ir dormir e deixar fim do serviço para o dia seguinte. Loou mostrou-os onde eram os quartos e recolheu-se no seu próprio. Katherine fez o mesmo, no quarto de visitas. Sam e Jynx foram para o quarto dos pais de Loou.

Os dois garotos, já de pijama, estavam sentados na cama, o abajur na mesa de cabeceira aceso. Sam estava com um livro de capa vermelho-sangue no colo, e segurava uma pena. Jynx cobria as pernas com o edredom.

- Você... anda mais grudado nesse seu livro, ultimamente - disse Jynx, preocupado.

- Não se incomode, Jynx - sorriu Sam. - Nada vai acontecer.

Jynx passou a mão pelos cabelos de Sam. Observava o livro, que Sam segurava com firmeza. Não confiava naquilo, mas era importante para seu amigo. Portanto, o deixaria em paz.

- Acho que vou dormir, Jynx... - disse Sam, cobrindo as pernas com o edredom também.

- Boa noite, Sam - disse Jynx, inclinando-se e beijando o rosto de Sam.

Sam recostou a cabeça no travesseiro e fechou os olhos. Jynx ficou observando-o durante alguns minutos. Finalmente, apagou a luz, sem deixar de perceber que Sam dormira agarrado com o livro cor de sangue.


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